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Estrutura do Sistema Tegumentar

Prof. Alexandre Luz de Castro


INTRODUÇÃO AO SISTEMA TEGUMENTAR

A pele (cútis) e seus derivados constituem o


TEGUMENTO

Constituída pela epiderme e pela derme.

Espessura da pele (1-5mm):

• Regiões de pele mais espessa:


Epiderme + desenvolvida = Palma das
mãos e planta do pés (regiões mais sujeitas
a abrasão). É desprovida de pelo (pele
glabra).
• Regiões de pele mais fina: Epiderme +
delgada = pele dos braços, abdômen e
outras regiões corporais. Presença de pelos
(na região superior das costas a derme é
mais desenvolvida).

.
FUNÇÕES DO SISTEMA TEGUMENTAR
Pele é um dos maiores órgãos (16% do peso corporal) e
desempenha inúmeras funções:

• Barreira contra agentes físicos, químicos e biológicos do ambiente


externo – (barreira mecânica, barreira de permeabilidade, barreira
ultravioleta).

• Defesa imunológica – Atua no sistema imune inato e na apresentação


de antígenos para as células de defesa.

• Manutenção da homeostase hídrica e controle da temperatura


corporal.

• Transmissão da informação sensorial ao sistema nervoso – presença


de receptores sensoriais.

• Funções endócrinas – secreção de hormônios, citocinas, fatores de


crescimento.

• Via de excreção de substâncias e toxinas (glândulas sudoríparas)


Parte 1:
ESTRUTURA DA PELE
HISTOLOGIA DA PELE

CAMADAS DA PELE

• EPIDERME (TECIDO EPITELIAL) =


células são os queratinóticos.
- Camada córnea
- Camada lúcida
- Camada granulosa
- Camada espinhosa
- Camada basal

• DERME (TECIDO CONJUNTIVO) =


células são fibroblastos e outro
células do tecido conjuntivo

Epiderme e
derme são separadas
pela membrana basal
EPIDERME

CAMADA BASAL → Células em Proliferação

• Repousa sobre a lâmina basal

• Células-tronco da epiderme

• Intensa atividade proliferativa (renovação


completa em 15-30 dias, estimulada pelo
dano).
EPIDERME
CAMADA ESPINHOSA → Adesão entre
as células

• Células contém desmossomos (adesão


célula-célula).

• Resistência ao atrito.

• Também possui células tronco.


EPIDERME
Camada espinhosa da pele

Desmossomos e
junções do tipo
GAP unindo as
células
EPIDERME
Camada espinhosa da pele
EPIDERME
CAMADA GRANULOSA → secreta
grânulos lipídicos e de queratina

• Camada mais superficial da pele


contendo células vivas.

• Barreira protetora nessa camada


(contra a desidratação e contra
patógenos).

• Possui muitos lisossomos para a


digestão de suas organelas. Após isso,
se diferenciam em células cornificadas.
EPIDERME
CAMADA CÓRNEA → células
queratinizadas e mortas

• Células mortas e sem núcleo, com


citoplasma repleto de queratina.

• São consideradas as células mais


diferenciadas da epiderme

• Descamam continuamente (perderam


os desmossomos).
PROCESSO DE DIFERENCIAÇÃO TERMINAL:
É o processo de migração do queratinócito através das camadas da epiderme,
até transformar-se em uma célula da camada córnea (célula cornificada) e sofrer
apoptose.

FUNÇÕES DESSE PROCESSO:

• Renovação constante da pele

• Manutenção do número mais ou


menos constante de células

• Impede o acúmulo de células


velhas ou células infectadas.
PROCESSO DE DIFERENCIAÇÃO TERMINAL:
CORRELAÇÃO CLÍNICA: TUMORES DA EPIDERME

CARCINOMA BASOCELULAR → Originado nas células basais.


Crescimento lento e geralmente não sofre metástase. Tratamento:
remoção cirúrgica.

https://www.youtube.com/watch?v=8LhQllh46yI&t=4s
CORRELAÇÃO CLÍNICA: TUMORES DA EPIDERME

CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS → Células altamente atípicas


em todos os níveis da epiderme (carcinoma in situ). Pode romper a
membrana basal e sofrer metástase para os linfonodos. Tratamento:
excisão cirúrgica, quimioterapia ou radioterapia.
DERME
É o tecido conjuntivo em que se
apoia a epiderme

Funçôes: Possui vasos sanguíneos e


nervos que suprem a epiderme.
Fornece à pele flexibilidade,
elasticidade e resistência à tração.

Papilas dérmicas = projeções da


derme na superfície inferior da
epiderme.
- Nas regiões de estresse mecânico
(palma das mãos), as papilas são mais
longas → permitem um maior contato e
uma maior aderência entre epiderme e
derme
CORRELAÇÃO CLÍNICA: ACROCORDON OU
HIPERPLASIA DE PAPILA DÉRMICA
Papilas dérmicas aumentam de volume e se projetam acima de epiderme,
arrastando junto essa camada. É uma hiperplasia cutânea normal. Pode ser
chamada de papiloma cutâneo ou pólipo cutâneo (se for pedunculada).
HIPODERME (TECIDO SUBCUTÂNEO)
Camada de tecido adiposo (panículo adiposo), localizada logo
abaixo da derme. A sua composição varia com a região do corpo
e com o estado nutricional do indivíduo

Funções:
• Isolamento térmico
• Armazenamento de energia.
• Modela o corpo
• Produz hormônios e adipocinas
CORRELAÇÃO CLÍNICA: LIPOMA
Tumor benigno oriundo dos adipócitos da hipoderme. Podem ser
pequenos (1-2cm) ou até maiores (5cm). Podem transforma-se em
lipossarcomas.
Parte 2:
ANEXOS DA PELE
ANEXOS DA PELE
• Pelos
• Glândulas sudoríparas e sebáceas
PELOS
Características gerais
• Os pelos desenvolvem-se a partir de uma invaginação da pele (folículo piloso).

• São observados em praticamente todas as regiões corporais (exceto: lábios,


palma das mãos, planta dos pés, orifícios genitais).

• Crescem de forma descontínua (fase crescimento e de repouso)


Exemplo: cabelo possui fase de repouso de 3 meses e de crescimento de
muitos anos.

• Influência da ação hormonal (hormônios sexuais masculinos – androgênios).


CORRELAÇÃO CLÍNICA: FOLÍCULITE
É a infecção do folículo piloso. Ocasionada por bactérias (ex: S. aureus,
streptococcus sp.). Ocorre a formação de uma lesão pustulosa (lesão com pus)
ao redor do folículo piloso, com uma região avermelhada (eritematosa) ao redor.
Pode levar a formação de: furúnculo (acúmulo de pus) ou arbúnculo
(coalescência de furunculos )

FOLÍCULITE FURUNCULO CARBUNCULO


GLÂNDULAS SEBÁCEAS
Características Gerais:

• Situam-se na derme e os seus ductos desembocam geralmente nos folículos


pilosos = Unidade Pilossebácea

• Secreção sebácea (sebo): mistura de triglicerídeos, ácidos graxos e éster de


colesterol e restos celulares.
CORRELAÇÃO CLÍNICA: ACNE VULGAR
• Distúrbio inflamatório da unidade pilossebácea → resulta na formação de
lesões papulares ou pustulares, podendo ocasionar a formação de tecido
cicatricial.
Fisiopatologia da Acne:
• Produção excessica de sebo (ação hormonal)
• Queratinização anormal do epitélio do folículo piloso (hiperqueratose folicular)
• Proliferação do Propionibacterium acnes propiciada pelo excesso de sebo e
queratina.

Formação de um folículo distendido e obstruído (comedão),


podendo ocasionar um processo inflamatório
CORRELAÇÃO CLÍNICA: ACNE VULGAR

Comedão fechado ou cravo


branco (GRAU I) – não
inflamatório
CORRELAÇÃO CLÍNICA: ACNE VULGAR

Comedão fechado ou cravo Comedão aberto ou cravo preto


branco (GRAU I) – não (acúmulo de melanina)(GRAU I)
inflamatório
CORRELAÇÃO CLÍNICA: ACNE VULGAR

Comedão fechado ou cravo Comedão aberto ou cravo preto Papulopustulosa. Presença


branco (GRAU I) – não (acúmulo de melanina)(GRAU I) de seborréia (GRAU II).
inflamatório
CORRELAÇÃO CLÍNICA: ACNE VULGAR

Comedão fechado ou cravo Comedão aberto ou cravo preto Papulopustulosa. Presença


branco (GRAU I) – não (acúmulo de melanina)(GRAU I) de seborréia (GRAU II).
inflamatório

Nódulo-cística – nódulos
forunculóides (cistos)
(GRAU III)
CORRELAÇÃO CLÍNICA: ACNE VULGAR

Comedão fechado ou cravo Comedão aberto ou cravo preto Papulopustulosa. Presença


branco (GRAU I) – não (acúmulo de melanina)(GRAU I) de seborréia (GRAU II).
inflamatório

Nódulo-cística – nódulos Acne Conglobata – forma grave


forunculóides (cistos) com nódulos que confluem
(GRAU III) formando abscessos. (GRAU IV)
CORRELAÇÃO CLÍNICA: ACNE VULGAR

Comedão fechado ou cravo Comedão aberto ou cravo preto Papulopustulosa. Presença


branco (GRAU I) – não (acúmulo de melanina)(GRAU I) de seborréia (GRAU II).
inflamatório

Acne Fulminans– forma grave


Nódulo-cística – nódulos Acne Conglobata – forma grave
mas rara com acomentimento
forunculóides (cistos) com nódulos que confluem
sistêmico. (GRAU V)
(GRAU III) formando abscessos. (GRAU IV)
GLÂNDULAS SUDORÍPARAS
Características Gerais:
• Distribuídas sobre toda a superfície corporal, exceto nos lábios e parte da
genitália externa. Regulam a temperatura corporal (termorregulação).
HISTOLOGIA DA PELE – Dayane Freitas

https://www.youtube.com/watch?v=LhRQgVJKR-c
REFERÊNCIAS

• JUNQUEIRA, L.C.U.; CARNEIRO, J. Histologia básica – texto e atlas. 10ª Ed.


Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.

• ROSS, M.H.; PAWLINA, W. Histologia. Texto e Atlas. 6ª Ed. Rio de Janeiro:


Guanabara Koogan, 2011.

• ANDERSON, B.E. The Netter collection of medical illustrations: integumentary


system. 2ª Ed. Elsevier, 2012.

• KOLARSICK, P.A.J.; KOLARSICK, M.A.; GOODWIN, C. Anatomy and Physiology


of the Skin. Journal of the Dermatology Nurses’ Association. v.3, p. 203-213, 2011.

• RUBIN, E.; GORSTEIN, F.; RUBIN, R.; SCHWARTING, R.; STRAYER, D. Rubin.
Patologia – Bases Clinicopatológicas da Medicina. 4ª Ed. Guanabara Koogan,
2005.

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