Elizabeth Blackwell nasceu a 3 de fevereiro de 1821 em Inglaterra,
numa cidade perto de Bristol e era a 3ª de 9 filhos de Hannah Lane e Samuel Blackwell, um ativista anti-escravatura. Blackwell tinha familiares famosos, como o seu irmão Henry, conhecido por ser abolicionista e apoiante do sufrágio feminino; a sua irmã Emily, que seguiu a seguiu na medicina; e a sua cunhada Antoinette Brown Blackwell, a primeira ministra ordenada numa denominação protestante dominante. A família Blackwell mudou-se para a América, em 1832, e instalou-se em Cincinnati, Ohio. Em 1838, Samuel Blackwell faleceu, deixando a sua família sem dinheiro durante uma crise financeira nacional. Para se sustentarem, Elizabeth, a sua mãe e as duas irmãs mais velhas trabalharam no setor do ensino, uma profissão predominantemente feminina. Devido a uma amiga desfalecida que disse que a sua provação teria sido melhor se tivesse uma médica, Blackwell inspirou-se a seguir medicina. Naquela altura havia poucas faculdades de medicina e nenhuma aceitava mulheres, embora algumas mulheres tenham aprendido medicina e se tornado médicas não licenciadas. Enquanto ensinava, Elizabeth abordou as famílias de dois médicos do Sul que a orientaram para entrar em medicina. Regressou a Filadélfia, em 1847, na esperança de que os amigos Quaker 1 pudessem ajudá-la a entrar numa faculdade de medicina. Foi admitida no colégio de Genebra, em Nova York, após ser rejeitada em todas as faculdades a que se candidatou, no entanto, a sua carta de aceitação tencionava ser uma brincadeira. Enquanto estava na faculdade, Blackwell enfrentou discriminação e diversos obstáculos: os professores obrigaram-na a sentar-se separada dos colegas durante as palestras e foi excluída dos laboratórios diversas vezes. Além disso, as pessoas locais afastaram-na como mulher “má” por não cumprir o seu papel de género. Quando se formou em primeiro lugar na sua turma, em 1849, acabou por merecer o respeito dos seus colegas de turma e professores. Embora os médicos a tenham transferido para obstetrícia ou enfermagem, Elizabeth continuou a sua formação nos hospitais de Londres e Paris. Reconhecendo que os médicos muitas das vezes causavam epidemias por não lavarem as mãos entre pacientes, Blackwell começou por enfatizar os cuidados preventivos e a higiene pessoal. A Dr. Blackwell regressou a Nova York, em 1851, onde a discriminação contra as médicas significava poucos pacientes e dificuldades em exercer a profissão em hospitais e clínicas. Elizabeth, com a ajuda de amigos Quaker, abriu a Enfermaria de Nova York para Mulheres e Crianças com a sua irmã Dr. Emily Blackwell e a colega Dr. Marie Zakrzewska. Com a abertura da clínica houve disponibilidade de cargos para as mulheres que queriam exercer a profissão. Durante a guerra civil, as irmãs Blackwell treinaram enfermeiras para hospitais da União. Elizabeth abriu uma faculdade de medicina em Nova York em 1869 e um ano depois, colocou a irmã no comando e regressou definitivamente a Londres onde, em 1875, se tornou professora de ginecologia na nova London School of Medicine for Women (Escola de Medicina para Mulheres). Além disso, ajudou a fundar a Sociedade Nacional de Saúde e publicou vários livros, incluindo uma autobiografia “Trabalho Pioneiro na Abertura da Profissão Médica à Mulher” publicada em 1895. Elizabeth Blackwell, a primeira mulher na América a obter um diploma médico, acabou por falecer a 31 de maio de 1910, com 89 anos, na cidade de Hastings, em Inglaterra.