Acredita-se que o termo ecofeminismo tenha sido usado
pela primeira vez pela autora francesa Françoise d’Eaubonne,
no livro “Le feminisme ou la mort” (O feminismo ou a morte), em 1974. Este movimento tem sido liderado por mulheres ativistas, principalmente mulheres negras, a partir da década de 1970. O ecofeminismo é um movimento social e uma teoria filosófica que associa o movimento feminista com o movimento ecológico e traz uma nova visão do mundo, desvinculada da concepção socioeconômica e de dominação. Este movimento acredita que a mesma mentalidade que leva à violência de gênero e à opressão das mulheres leva ao racismo, sexismo, homofobia e danos ambientais. As suas principais preocupações são as relações entre ciência, mulher e natureza, sob um olhar que vê na abordagem humana um aspeto de dominação para com o natural, assim como os homens procuram impor às mulheres. No ponto de vista das ecofeministas, a sociedade foi construída para priorizar o domínio dos valores patriarcais, assim o movimento reconhece que a união de grupos oprimidos pode desconstruir a atual hierarquia social, criando uma sociedade mais inclusiva. O ecofeminismo, em vez de lutar pela igualdade das mulheres ou priorizar o meio ambiente, luta para que haja um mundo onde homens, mulheres, natureza e animais sejam respeitados de igual forma. Maria Mies e Vandana Shiva defendem no seu livro “Ecofeminism”, “Essa estrutura se criou, cresceu e se mantém através da colonização da mulher, de populações originárias e suas terras e da natureza, que é gradualmente destruída” A existência desta causa deve-se a pesquisas e estudos que mostram que as mulheres sofrem mais com os impactos ambientais do que os homens devido à combinação de fatores socioeconómicos, culturais e biológicos. Segundo a ONU, 80% das pessoas que são obrigadas a deixar as suas casas e refugiar- se noutros lugares devido às mudanças climáticas são mulheres. Isto porque as mulheres são mais propensas a viver em condições de pobreza e menor poder socioeconómico o que origina maior dificuldade em recuperarem de situações extremas como desastres naturais. O artigo Feminist Environmental Philosophy explica “Dados mostram que mulheres, especialmente mulheres pobres da zona rural de países com menor desenvolvimento que são chefes de família, sofrem prejuízos desproporcionais causados por problemas ambientais como desmatamento, poluição da água e toxinas ambientais”, Dois exemplos de movimentos ecofeministas são: O movimento Chipko Andolan, na Índia, criado por mulheres indígenas mais afetadas pelo rápido desmatamento florestal na década de 1970, com o objetivo de conservar as florestas; e o Movimento do Cinturão Verde no Quênia, Fundada por Wangari Maathai, em 1977, criada para atender as necessidades das mulheres que viviam em áreas rurais do Quênia que relataram que o abastecimento de água estava a acabar e que tinham de caminhar cada vez mais para obter lenha para combustível.
Ecofeminismo Crítico Justicia y Ética Interespecies: un estudio comparado de la obra de Val Plumwood posibles alternativas hacia el caos social y ambiental