Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Carmo Prado 2005 ApresentaçãoTrablhEventosCientíficos PDF
Carmo Prado 2005 ApresentaçãoTrablhEventosCientíficos PDF
131-142 1
RESUMO
O presente artigo apresenta uma proposta de sistematização de duas modalidades de divulgação de
pesquisa bastante comuns em eventos acadêmicos e científicos: a comunicação oral e o painel.
Inicialmente discutir-se-á o significado e âmbito da comunicação científica, inserindo-a como uma das
atividades do cientista. A divulgação dos trabalhos do pesquisador pode dar-se através de
comunicação escrita, oral e mista. Em seguida serão feitas considerações conceituais e técnicas a
respeito das modalidades de comunicação oral e por painel, abordando-se para cada uma delas os
seguintes aspectos: definição; objetivos; características; cuidados e sugestões no planejamento e na
execução das mesmas. Para cada modalidade apresentar-se-á um conjunto de orientações específicas
que servirá de parâmetro para os interessados em aperfeiçoar suas apresentações. O artigo é voltado
principalmente aos que dão os primeiros passos nos eventos acadêmicos e científicos e não tem a
pretensão de esgotar todos os aspectos técnicos envolvidos na elaboração e divulgação através das
modalidades aqui enfocadas.
Palavras-chave: divulgação científica; comunicação oral; sessão de painéis.
ABSTRACT
Presentations on scientific events: oral communication and poster sessions
The present work exposes a proposal of systematization of two very common modalities in academic
and scientific events: oral communication and poster sessions. First it will be discussed the meaning
and scope of scientific communication, introducing it as one of the scientist activities. The spreading
of the researcher studies can be organized both as written or spoken communication, and also mixing
them. Next, some conceptual and technical considerations will be made on oral communication and
poster, discussing the following aspects: definition, objectives, features, observations and suggestions
about planning and execution. In each modality specific orientations are presented to everyone
interested in improving their presentations. This article is especially directed to beginners in academic
and scientific events. It has no pretension of being exhaustive concerning the technical aspects
involved in the elaboration and scientific publicizing through the modalities emphasized here.
Keywords: scientific communication; oral communication; poster session.
os futuros empreendimentos numa determinada área nicação por painéis como modalidades pertencentes às
do saber. De acordo com as normas e prazos estabele- subcategorias divulgação oral e divulgação escrita,
cidos pela organização do evento, os participantes respectivamente.
submetem seus trabalhos, os quais, após apreciação e
aprovação por comissões de especialistas, são expos- Comunicação oral de pesquisa
tos através de uma das modalidades básicas de apre-
sentação: a comunicação oral e a exposição de pai- A comunicação oral é uma modalidade de divul-
néis. Estas modalidades são implementadas de diver- gação científica realizada através de exposição verbal
sas maneiras e têm-se constituído, ao longo dos anos, de tempo variável, com ou sem o auxílio de recursos
em estratégias adequadas e facilitadoras da comunica- didáticos audiovisuais e amplificadores de voz. O
ção científica. Através delas, os participantes têm a recurso predominantemente utilizado é, portanto, o
oportunidade de divulgar seu trabalho, receber aprecia- próprio corpo do expositor, particularmente sua fala,
ções gerais, sugestões, críticas, além de possibilitar a seus gestos, expressões faciais, direcionamento do
ampliação do rol de interlocutores. Sem isso, dificil- olhar e postura. Quanto à duração, as comissões orga-
mente ter-se-ia condições de avaliar a qualidade, a nizadoras dos eventos científicos têm estipulado um
repercussão e a aceitação do conhecimento produzido. tempo de apresentação em torno de dez minutos, se-
Atualmente, a forma mais valorizada de divulga- guido de breve debate e pedidos de esclarecimento em
ção científica é a impressa, sobretudo por meio dos torno de cinco minutos. A decisão quanto ao tempo
periódicos científicos especializados e dos livros. Os total da apresentação deve levar em consideração a
meios eletrônicos também têm ganhado importância quantidade de trabalhos a serem expostos numa de-
crescente por proporcionarem uma agilidade impres- terminada sessão de comunicações orais, bem como o
sionante na acessibilidade à informação a custos rela- tempo total da sessão.
tivamente baixos. Contudo, o propósito do presente
artigo é o de expor as principais características e mo- A finalidade da comunicação oral é relatar sucin-
dos de execução da comunicação oral e dos painéis. tamente um estudo realizado, indicando os aspectos
Para tanto, faremos considerações e sugestões que mais relevantes do mesmo, que são: considerações
julgamos pertinentes a essas modalidades de divulga- iniciais e objetivos do estudo, a metodologia empre-
ção, porém sem nos atermos a pormenores, particula- gada, os principais resultados obtidos, a discussão dos
ridades e detalhamentos que variam a cada reunião resultados e considerações finais. Estes aspectos são
científica e que são decididos pela organização geral detalhados a seguir.
e/ou pela comissão científica de cada evento.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
De um modo geral, nesta seção o expositor apro-
veita para dar indicações quanto à continuação do
estudo a partir das prováveis lacunas que não foram
preenchidas, e encerra a exposição agradecendo e
colocando-se à disposição para eventuais questiona-
mentos.
O leitor, provavelmente, questionará sobre a exi-
güidade do tempo disponível para a apresentação de
tantas informações. Sem dúvida, esta é uma questão
relevante e, possivelmente, o tempo em torno de dez a
quinze minutos para as apresentações tenha sido pro-
posto em razão do número crescente de trabalhos nos
eventos científicos. Evidentemente, esta não é uma
boa justificativa, uma vez que talvez haja necessidade
de um maior controle ou rigor na aprovação dos tra-
balhos a serem apresentados. De qualquer forma,
existem outras questões ligadas à duração de uma
comunicação oral que exigem cuidados redobrados,
como: planejamento, ensaio, uso adequado do tempo e
dos recursos etc. Passaremos, a seguir, a abordar estes
aspectos.
PREPARANDO A APRESENTAÇÃO
Toda exposição precisa ser elaborada previamente. constrangedora nas sessões de comunicação oral:
Embora esta seja uma afirmação um tanto óbvia, não alguns indivíduos extrapolam o tempo previsto e, com
nos parece demasiado repetitivo ressaltar que um bom isso, prejudicam a exposição dos demais colegas. O
planejamento da apresentação possibilita um bom último apresentador é, geralmente, o mais prejudica-
desempenho durante a sua realização. do, pois a audiência já está cansada, os colegas estão
Um bom planejamento requer a previsão e delinea- apressados, o coordenador da sessão está lutando
mento dos seguintes aspectos: definição dos objetivos contra o relógio devido às outras atividades que, pos-
a serem alcançados, delimitação do tema a ser abor- sivelmente, ocorrerão no mesmo recinto.
dado, seleção do conteúdo a ser apresentado, distri- É preciso, portanto, ter respeito aos colegas que
buição adequada do tempo, definição dos recursos ainda irão apresentar seus trabalhos e à platéia, que
audiovisuais a serem empregados. Além disso, o pla- não compareceu para assistir somente à sua exposição.
nejamento deverá ser feito com uma antecedência Pequenos atrasos são perfeitamente compreensíveis e
suficiente, que proporcione condições adequadas para perdoáveis, porém atrasos que extrapolam o aceitável
seleção dos recursos, evitando dificuldades de última refletem, por um lado, falta de planejamento e desres-
hora (sobre a seleção dos recursos falaremos mais peito aos demais e, por outro, falta de organização e
adiante). controle da coordenação.
Uma recomendação para os expositores iniciantes O aproveitamento do tempo, conforme já aborda-
é para que apresentem o planejamento para pessoas do, deve ser previamente planejado. Nesse planeja-
mais experientes a fim de receber sugestões relevan- mento será necessário distribuir o tempo de maneira
tes. Vale lembrar, sem qualquer intenção de ser irôni- adequada, proporcionalmente ao grau de importância
co, que o planejamento deve ser escrito e não sim- de cada elemento da exposição. Conforme vimos em
plesmente pensado ou guardado na memória. Guardar parágrafos anteriores, uma comunicação oral de pes-
na memória pode ser uma armadilha, pois freqüente- quisa em geral está dividida em introdução, metodo-
mente nos esquecemos de alguns detalhes que podem logia, resultados, discussão e considerações finais.
ser determinantes na exposição. Por fim, devemos Uma sugestão quanto à divisão proporcional do tempo
lembrar que, assim como planejamos nossas pesqui- seria: 10% para a introdução; 20% para a metodolo-
sas, devemos também planejar sua apresentação. gia; 30% para os resultados; 30% para a discussão;
10% para as considerações finais. Evidentemente esta
As vantagens do ensaio divisão é, conforme salientamos, apenas sugestiva e,
de modo algum, deverá ser entendida como uma regra
Concluído o planejamento, convém realizar alguns a ser seguida às cegas. Cada apresentação tem suas
ensaios, isto é, simulações da apresentação. Elas fun- nuances, suas características a serem ponderadas e
cionam como testes da adequação do planejamento e consideradas no momento do planejamento.
ajudam a evitar surpresas desagradáveis durante a
Por um outro lado, temos comunicações orais de
exposição. Um bom ensaio pressupõe uma platéia
pesquisas teóricas. A divisão proporcional do tempo,
seleta e atenta, disposta não somente a ouvir, mas
neste caso, obedecerá ao esquema clássico de introdu-
também a colaborar através de sugestões, apreciações
ção, desenvolvimento e conclusão. Como as apresen-
críticas, incentivos etc. Um primeiro ensaio permitirá
tações de pesquisas teóricas não seguem o mesmo
a identificação de aspectos falhos a serem corrigidos,
padrão das pesquisas empíricas, cabe ao expositor
ao passo que os demais servirão para aprimorar ainda
dividir o tempo conforme suas necessidades e tendo
mais o trabalho.
em vista os objetivos de seu estudo.
Quantos ensaios? Não há um número padrão. Tudo
parece sugerir que o acúmulo de experiência tende a Uso adequado de recursos didáticos e
deixar os indivíduos mais seguros e, portanto, com equipamentos
menor necessidade de ensaios. Por outro lado, os en-
saios parecem auxiliar alguns indivíduos a adquirirem Afirmamos que o recurso predominante na exposi-
segurança. Outros, no entanto, preferem evitá-los por ção oral é o corpo do apresentador. Sua presença deve
julgarem que eles geram mais ansiedade. De qualquer ser discreta, isto é, a gesticulação não deve ser exage-
forma, a recomendação permanece válida tanto para os rada de forma a direcionar a atenção da audiência
expositores mais experientes quanto para os iniciantes. mais para a teatralidade do expositor do que para o
conteúdo da exposição. Da mesma forma, sua postura
Uso adequado do tempo física não deve oferecer motivos para comentários
jocosos. O olhar deverá ser direcionado ao público,
A duração de uma apresentação deve seguir as não se prendendo em uma só pessoa, ao contrário,
normas previamente definidas para o evento. Infeliz- deverá percorrer toda a platéia. Este ponto merece
mente, às vezes presenciamos uma situação bastante atenção especial, pois o direcionamento consciente do
olhar é bem mais difícil do que possa parecer. Basta quado, da inabilidade do expositor, ou em razão de o
uma sinalização qualquer, mesmo que sutil, como um aparelho estar sendo operado por outra pessoa, sem
meneio com a cabeça de um membro da platéia, para que tenha havido um acerto prévio entre expositor e
fazer que o olhar do apresentador fixe-se proporcio- operador acerca dos detalhes da apresentação. Mas
nalmente por mais tempo naquela direção. não vá para o extremo oposto de simplesmente ler o
A altura da voz deverá ser adequada às dimensões que está escrito na sua projeção. Este é outro mau uso
do ambiente, o número de pessoas na audiência e a dos recursos. A audiência sabe ler, e muito bem. Ler o
acústica do recinto. Procure informar-se sobre técni- que está sendo projetado, além de tornar a apresenta-
cas de uso da voz e outros recursos para obter os má- ção cansativa, chata mesmo, subestima as pessoas que
ximos resultados desse nosso precioso instrumento e a estão assistindo.
preservação da saúde vocal. Os fonoaudiólogos têm Por mais clara que seja a exposição, a compreen-
dicas bastante simples, mas muito úteis e eficazes. são do ouvinte pode não corresponder exatamente
Recursos visuais. É bastante comum, e até espera- àquilo que você quis dizer. Isso é perfeitamente natu-
do, que o expositor utilize recursos visuais e/ou audi- ral e até esperado. Portanto, lembre-se: clareza nunca
ovisuais para facilitar sua comunicação com o públi- é demais. Por isso, ao preparar sua apresentação, tente
co. Dentre os recursos mais utilizados temos: retro- colocar-se na perspectiva do ouvinte. Isso poderá aju-
projetor, projetor de slides (atualmente em desuso), dá-lo a prever possíveis dúvidas e má compreensão e,
videocassete, DVD, projetor multimídia (datashow). por conseguinte, também a dar à sua apresentação
Não é nossa intenção tratar detalhadamente qualquer uma maior clareza.
um destes recursos em particular. Antes, preferimos Ao preparar suas projeções (transparências, slides,
destacar alguns aspectos relacionados ao seu uso. apresentações em datashow etc.), leve em conta as
Assim, o expositor deve estar familiarizado com a dimensões e as condições de iluminação do ambiente
operação do equipamento que terá à sua disposição. onde será feita a apresentação. Isso o ajudará a deci-
Muitos de nós já assistimos a situações constran- dir-se sobre detalhes tais como o tamanho das letras e
gedoras e, ao mesmo tempo cômicas, quando um de- figuras e sobre as cores a serem utilizadas. Como nem
terminado apresentador liga o retroprojetor e a ima- sempre é possível obter-se essas informações com
gem é projetada de ponta cabeça, espelhada, ou não antecedência, vamos apresentar algumas sugestões
enquadrada na tela; ou quando o expositor retrocede gerais.
os slides ao invés de avançá-los; ou ainda, quando o Já dissemos que uma projeção não deve conter
expositor sequer sabe o que fazer com o videocassete uma quantidade excessiva de informações. Isso obvia-
ou com o datashow. Evidentemente, ninguém nasce mente o obrigaria a “espremê-las” num espaço reduzi-
sabendo operar esses recursos e não há nenhum demé- do, usando letras em tamanho pequeno, o que
rito em perguntar como devem ser usados. O proble- dificultaria a decodificação e a compreensão das
ma está em deixar isso para o momento da apresenta- informações. Opte por letras grandes, por exemplo:
ção, pois corre-se o risco de não receber a ajuda espe- Times New Roman tamanho 48 para títulos e 32 para
rada. Mais uma vez, portanto, ressaltamos a necessi- textos. Quanto ao uso das cores, o máximo contraste
dade do planejamento e do ensaio como atividades possível é o preto sobre fundo branco. Mas se você
que ampliam nossas possibilidades de êxito durante as preferir valorizar esteticamente sua apresentação
apresentações. usando cores, opte por usar cores claras para o segun-
Por um outro lado, precisamos ter o cuidado de não do plano e escuras para o primeiro. Só faça o inverso
apresentarmos uma quantidade excessiva de informa- se você tiver certeza de que a iluminação do ambiente
ções numa mesma tela. Use o mínimo possível de pode ser reduzida a um nível próximo da ausência
informações escritas a fim de não criar uma espécie de total de luz.
concorrência entre sua fala e o que é projetado. O Não abuse de recursos gráficos como variação em
conteúdo da projeção deve ser um auxiliar, não um demasia de tipos de letras e outros elementos como
concorrente da exposição, um apoio visual ao que se efeitos 3D, sombreamento, setas, formas geométricas
está expondo. etc. Use esses recursos com parcimônia e opte sempre
Outro problema, encontrado freqüentemente, diz pela simplicidade e o bom senso. Tente adotar um
respeito à sincronia entre a fala do expositor e o con- padrão. Isto é, use um mesmo tipo de letra em todas as
teúdo da tela. Algumas vezes projetam-se informações telas. Você poderá adotar uma formatação especial
que não se relacionam ao que está sendo exposto, seja para títulos, outra para subtítulos e uma terceira para o
porque o expositor simplesmente esqueceu do recurso texto propriamente dito. Adote um padrão também
visual, seja porque não foi projetada a informação para diagramas, setas, conectores e outros recursos
adequada no momento preciso. Possivelmente, este gráficos. Sempre que possível, use a simetria (hori-
problema decorre de uma falta de planejamento ade- zontal e vertical). Evite figuras assimétricas e linhas
que se cruzam. Ao usar gráficos, como histogramas ção no computador, gravando-a em uma mídia qual-
por exemplo, lembre-se que o efeito tridimensional quer e depois não ter como usá-la. Isso é um desastre!
pode conferir-lhes uma aparência atraente, mas a lei- Portanto, por via das dúvidas, prepare e leve com você
tura é bem mais fácil sem esse efeito. Seja como for, transparências com o mesmo conteúdo do disquete,
tenha por princípio que se por um lado, uma apresen- CD etc. E se houver alguém para auxiliá-lo na apre-
tação mal cuidada expressa desleixo e pode compro- sentação – seja um voluntário ou um profissional
meter a qualidade do conteúdo da apresentação, por contratado – combine com ele os detalhes que forem
outro, a estética perfeita não compensará um trabalho importantes para o seu caso: o arquivo (ou arquivos)
ruim. que você usará (caso disponha de um microcomputa-
Algumas recomendações adicionais. Recomenda- dor), a ordem de apresentação das telas e/ou transpa-
mos a chegada ao local da apresentação com alguma rências etc. E na hipótese de haver um microcomputa-
antecedência e uma checagem geral das condições. dor disponível, é recomendável que você copie seus
Isso inclui um teste. Ele permitirá verificar o funcio- arquivos no disco rígido, pois isso permitirá ao equi-
namento do equipamento e também se não há proble- pamento funcionar com sua velocidade máxima, agili-
mas decorrentes do uso de versões diferentes de um zando a apresentação e evitando alguns riscos comuns
mesmo programa de computador, caso haja um dispo- que se corre quando se usa equipamento desse tipo.
nível. E ainda, a depender das características do equi- O uso do microfone. A maioria das pessoas,
pamento, ele pode não projetar sua apresentação exa- quando usa um microfone pela primeira vez, fica mais
tamente como você a preparou. Em qualquer dos ca- ou menos embaraçada e acaba fazendo algum co-
sos, as alternativas são: fazer as adequações necessárias mentário quanto à sua própria inabilidade ou pouca
ou ter à mão uma cópia da apresentação em transpa- familiaridade com ele, desculpando-se. Isto é dispen-
rências. A primeira delas não é fácil de ser imple- sável, toma tempo e pode ser evitado com uma boa
mentada, pois você poderá não dispor de tempo sufi- simulação, como já sugerimos. Eis mais algumas di-
ciente e/ou equipamento necessário. Quanto à segun- cas simples e úteis. Segure o microfone a uns 15 cm à
da, é a mais recomendável, mas certifique-se de haver frente da boca e com uma inclinação de aproximada-
retroprojetor disponível. mente 45º. Fale usando um tom natural. Não eleve o
O uso de apontadores. Não fique de costas para a tom da sua voz, pois o microfone a amplificará por
audiência. Não é de bom tom dar as costas para você. Esta é exatamente a função dele. Mas também
alguém. Mas, além das boas maneiras, há uma razão não fale baixo demais, pois assim nem o próprio mi-
funcional para não fazer isso. Se você não estiver crofone terá como captar a sua voz para poder ampli-
usando um microfone, falar de costas para a audiência ficá-la e ninguém o ouvirá com clareza.
dificultará a audição. Por isso, se você estiver usando Qualquer som ou ruído emitido pelo seu próprio
um retroprojetor, lembre-se de que você pode apontar corpo que não fizer parte da apresentação, deverá ser
detalhes da projeção sobre a própria lente do aparelho. feito “fora” do microfone. Por exemplo, se houver
A sombra do objeto usado será projetada na tela e alguém auxiliando-o com as projeções e essa pessoa
você poderá permanecer de frente para o público. estiver próximo a você, ao pedir para ela avançar a
Se a projeção estiver sendo feita através de outro projeção, faça-o com o microfone afastado da boca.
recurso, você poderá usar como apontador uma haste Afaste-o também se for inevitável tossir, espirrar,
suficientemente longa (atualmente em desuso) ou um pigarrear etc.
apontador a laser. Em qualquer caso, evite dar as cos- Roteiro da exposição. Por fim, gostaríamos de
tas para a platéia. Fique de perfil. E lembre-se, se usar ressaltar um recurso importante, mas freqüentemente
apontador a laser, faça movimentos lentos, procurando negligenciado: uma folha de papel com o roteiro da
fixar o facho de luz no ponto da tela a ser destacado. apresentação em mãos. Dispor de anotações sobre a
Movimentos rápidos e/ou confusos confundem as seqüência da apresentação ou o conteúdo da mesma
pessoas que o estão assistindo. Elas tentarão acompa- poderá auxiliar o apresentador durante situações deli-
nhar o ponto luminoso, desviando a atenção da fala do cadas, como o esquecimento de informações ou difi-
expositor e sem se fixar na projeção. culdades no seguimento dos passos da apresentação.
Notou a importância de levar o planejamento a sé- Uma breve pausa para consultar as anotações já sal-
rio? Isso inclui informar-se sobre os recursos disponí- vou muitas apresentações. Imprima um roteiro com os
veis e se haverá ou não o apoio de pessoas designadas pontos principais do que vai apresentar. E use letras
para operá-los. Nem todos os eventos contam com grandes para facilitar a leitura a uma certa distância,
recursos sofisticados. Ainda é comum que em algu- de modo que você não precise ficar a todo momento
mas situações só se disponha do retroprojetor. Se você aproximando o papel dos olhos.
não estiver bem informado, correrá o sério risco de
perder um tempo precioso preparando sua apresenta- Uso adequado da linguagem
res e optem por ler o conteúdo daqueles que mais lhes va tarefa de ficar em pé ao lado de seu pôster durante
interessem, podendo interagir com o expositor através um tempo demasiadamente longo, porém, de certa
de pedidos de esclarecimentos, questionamentos, su- forma relegou a sessão de painéis a uma posição se-
gestões etc. cundária.
O expositor, por seu lado, pode ser o autor princi- Para evitar que o debate ficasse esvaziado, introdu-
pal ou um dos autores do trabalho veiculado. Portanto, ziu-se a figura do debatedor, o qual ficava responsável
certifique-se de estar bem preparado para apresentá- por visitar um número fixo e específico de pôsteres a
lo. Sobre isso, temos algumas sugestões. Porém, antes fim de gerar discussão com o expositor e, em alguns
de apresentá-las, julgamos importante situá-lo histori- casos, avaliar a qualidade do trabalho apresentado
camente, acreditando que isso possa dar-lhe uma no- com vistas a uma eventual publicação.
ção mais clara de como evoluiu a modalidade e de Mais recentemente, uma variante bem sucedida
algumas de suas variantes atuais. tem sido a de promover sessões paralelas de painéis,
cada sessão organizada por área de conhecimento e
Uma breve e despretensiosa história com um número limitado de pôsteres. Em cada sessão
há um coordenador, que também faz o papel de deba-
A sessão de painéis, na qual são apresentados os
tedor. A principal inovação é que a sessão divide-se
pôsteres, tem recebido tratamento diferenciado ao
em dois momentos: primeiramente os pôsteres são
longo dos anos, de acordo com o que as comissões
visitados e, após um tempo previamente estipulado
organizadoras dos eventos científicos julgam ser mais
pelo coordenador, a platéia é convidada a assistir a
adequado. Tentativas são feitas através de implemen-
uma breve exposição do apresentador, seguida de
tação de variantes, de modo a tornar a sessão mais
debates. Esta última variante leva a uma fusão entre a
funcional e valorizada. Assim, podemos identificar
comunicação oral e a comunicação através de painéis,
uma certa evolução tanto no que diz respeito ao for-
permitindo uma melhor apreciação do trabalho apre-
mato da sessão, quanto à sua dinâmica.
sentado, bem como a valorização do mesmo.
Até o final da década de 80, tínhamos a seguinte
Como se pode ver, há formatos diferenciados de
configuração: os pôsteres ficavam afixados em um
sessões de painéis, porém a idéia central permanece a
local que permitisse a circulação de pessoas; podia ser
mesma, ou seja, a exposição de um cartaz (pôster) no
um salão ou até mesmo corredores. O tempo da sessão
qual se resume um trabalho e a presença de um expo-
variava de aproximadamente duas a quatro horas,
sitor para esclarecimentos gerais sobre ele. As tentati-
período no qual o expositor deveria permanecer pre-
vas de tornar as sessões mais funcionais e valorizadas
sente para receber e dialogar com os visitantes. Desig-
possivelmente têm por intenção superar uma noção
nava-se um coordenador geral, que era incumbido de
amplamente difundida de que os painéis são utilizados
visitar cada painel e debater com o expositor. Ele
para trabalhos de menor importância, para trabalhos
também verificava se o pôster estava afixado em local
produzidos por alunos de graduação ou recém ingres-
apropriado e se o expositor estava presente ao lado do
sos na pós-graduação. Esta noção é altamente prejudi-
mesmo. Esta primeira variante era bastante cansativa
cial e talvez esteja aí a gênese da pouca valorização
para todos os envolvidos, principalmente por dois
dada por alguns aos painéis. Feitas essas considera-
motivos: geralmente o local destinado à sessão de
ções, passemos aos aspectos referentes à elaboração
painéis era pouco adequado (iluminação e ventilação
de pôsteres e à conduta do apresentador durante a
podiam ser inadequadas, não se dispunham cadeiras
sessão de painéis.
para os apresentadores etc.). Alguns pôsteres acaba-
vam sendo pouco visitados, o que tinha um efeito
desestimulante para o apresentador. O que fazer?
Uma forma alternativa encontrada foi diminuir o Ao elaborar seu pôster, considere seriamente
tempo das sessões, o que não reduziu muito as difi- aquele que é provavelmente um dos maiores limitado-
culdades; ao contrário, essa alteração fez com que o res de sua eficácia enquanto meio de comunicação
público se aglomerasse mais ainda em razão do tempo científica: o contexto no qual ele é exposto. O que
agora reduzido, o que algumas vezes impossibilitava a ocorre normalmente numa sessão de painéis é que há
interação com o expositor e, até mesmo, a leitura do uma quantidade considerável de trabalhos sendo apre-
pôster. sentados simultaneamente, uma grande circulação de
Outra variante foi a permanência do pôster por um pessoas e o inevitável burburinho que isso provoca.
tempo mais prolongado, podendo variar de algumas Ou seja, os interessados têm de lidar com um grande
horas até durante todo o evento, e a programação de volume de informações e em condições nas quais
um horário específico para que o expositor pudesse muitos estímulos concorrem para desviar-lhes a aten-
interagir com os visitantes. Este formato, presente até ção. Além disso, a disposição do pôster é tal que re-
hoje em alguns eventos, livrou o expositor da cansati- quer que o interessado o leia em pé, numa posição
pouco confortável e cansativa. E ainda, para acessar às cindível. Nas condições de apresentação descritas,
informações dispostas nas partes inferiores, o leitor poucas serão as pessoas dispostas a examiná-los. E se
deverá agachar-se ou curvar-se. Horrível! Observe eles forem excessivamente numerosos, isso dificultará
que todas essas condições podem facilmente induzir ao leitor discriminar entre o que é relevante e o que é
desvios do assunto principal, o que recomendamos secundário. Já o uso adequado do texto facilitará o
veementemente seja evitado. conhecimento das informações essenciais sobre o
trabalho. Quem estiver realmente interessado em
Considerações sobre os elementos gráficos aprofundar-se em alguns detalhes, o fará através de
perguntas apresentadas diretamente a você.
Em razão de tudo o que se expôs até aqui, o princí- Como a leitura é, em geral, feita por mais de uma
pio fundamental a nortear a elaboração de um pôster pessoa ao mesmo tempo, é comum vermos um peque-
é: pouco texto, muita ilustração. Considerando tratar- no aglomerado de visitantes em torno de um pôster
se de um recurso eminentemente visual, a idéia é tor- tentando ler as informações nele contidas. Há, então, a
nar a apresentação o mais intuitiva possível. Como se necessidade de considerar o tamanho e o tipo da fonte
faz isso? (letra) a ser usada. Se considerarmos que um leitor
Aspectos harmônicos. Cores berrantes são pouco
atraentes. A distribuição das cores deve ser harmônica Participantes
e garantir um bom contraste. A cor do fundo não deve
competir com a dos elementos colocados em primeiro
plano. Imagine um pôster com fundo amarelo e letras
brancas, ou letras na cor preta sobre um fundo azul Grupo Grupo
escuro! A leitura se tornaria difícil, cansativa e, como experimental controle
resultado, o pôster seria pouco visitado. Por um outro
lado, ultimamente temos verificado uma verdadeira
disputa em torno da dimensão estética. Pura banalida- Medida Medida
de. Nada mais infantil. O que realmente qualifica um comportamental comportamental
bom trabalho é o seu conteúdo e a clareza com que ele
é apresentado. Nunca é demais lembrar que a simpli-
cidade (não simplismo!) deverá ser o toque principal
em qualquer comunicação científica. Manipulação
da VI “Placebo”
Distribuição dos elementos. Na parte superior
dispõe-se o cabeçalho com as seguintes informações:
título do trabalho, nomes dos autores acompanhados
das respectivas afiliações institucionais e, muito im- Medida Medida
comportamental comportamental
portante, a indicação das agências financiadoras,
quando for o caso. Um bom título sintetiza todo o
trabalho (lembre-se de que você tem pouco espaço). Figura 1: Exemplo de um diagrama esquemático para ilustrar um procedimento hipoté-
Por isso, ele é um elemento fundamental e deverá tico com delineamento experimental usando grupos de participantes (experimental e de
controle).
aparecer em destaque. Abaixo, colocam-se os nomes
dos autores, sublinhando-se o do que desempenhará a
função de apresentador. Em alguns casos, solicita-se a
indicação da localização geográfica da instituição comum pode ler sem dificuldades palavras escritas
(cidade, estado, país). Além dessas informações iniciais, com letra do tipo Times, tamanho 24, a cerca de um
sugerimos que sejam acrescentados os endereços ele- metro e meio de distância, poderemos usar esta medi-
trônicos dos autores. da como padrão, variando-a para mais ou para menos
de acordo com a função específica do texto: título (do
A seguir, apresenta-se o corpo principal do traba-
próprio trabalho, de figuras, tabelas etc.), subtítulos,
lho que, em linhas gerais, compõe-se de introdução,
notas explicativas etc. Evite espaços muito reduzidos
desenvolvimento e conclusão. O que conterá cada um
entre linhas e entre letras. O espaçamento deve ser
desses elementos variará de acordo com a natureza do
suficiente para facilitar a fluidez da leitura.
trabalho e suas particularidades. As considerações já
apresentadas anteriormente repetem-se aqui. Outras Use diagramas, fluxogramas, esquemas enfim, que
mais específicas para a modalidade serão desenvolvidas. sejam razoavelmente auto-explicativos e possam
substituir da forma mais eficiente possível a descrição
Faça o possível para dispor o texto na forma de tó-
verbal/textual de procedimentos e/ou outros aspectos
picos e use frases curtas, porém, informativas e gra-
de seu trabalho. Apenas à guisa de exemplo, apresen-
maticalmente corretas. Isso possibilitará a todos o
tamos na Figura 1 uma situação hipotética em que um
conhecimento daquilo que é essencial no seu trabalho.
pesquisador em psicologia tivesse usado um delinea-
A inclusão de muitos detalhes é perfeitamente pres-
mento de pesquisa usando grupos experimental e de pendente (VI) qualquer sobre um determinado evento
controle para testar os efeitos de uma variável inde- comportamental, a variável dependente (VD)1.
Obviamente a Figura 1, em particular, apresenta crição é a melhor atitude para deixar o visitante ple-
um diagrama muito simplificado e genérico. Informa- namente à vontade, respeitando sua individualidade.
ções adicionais poderiam constar em texto, na forma Obviamente, o visitante será recebido com o devido
já sugerida, e/ou no próprio diagrama. O número de respeito, sem qualquer desmerecimento de suas apre-
participantes, sua faixa etária e outras informações são ciações, perguntas e sugestões, quer estas sejam ou
algumas possibilidades. Na linha sob o retângulo ro- não relevantes, quer sugiram conhecimento ou a
tulado como “Participantes”, poderia constar a inscri- ausência dele.
ção: “Divisão aleatória”, para informar que os mem- Outro aspecto importante relacionado à postura,
bros dos grupos experimental e de controle foram diz respeito à disponibilidade para a ampliação de
designados aleatoriamente. Em lugar de “Medida intercâmbios com a comunidade científica. Algumas
comportamental”, os retângulos correspondentes po- providências simples e úteis sinalizarão para o público
deriam conter o nome do teste específico empregado, sua disposição para compartilhar informações e co-
se fosse o caso. Igualmente, no lugar de “Manipulação nhecimento. Tenha em mãos cópias reduzidas do pôs-
da VI”, poderia constar uma palavra ou sentença des- ter e cartões de visita com seus dados para eventuais
crevendo sucintamente o procedimento, ou que alu- contatos futuros. Quanto ao resumo, se você está
disse a algo melhor descrito textualmente. Os retân- apresentando seu trabalho significa que anterior-
gulos correspondentes aos grupos experimental e de mente você o submeteu e ele foi aceito. Logo, ele
controle poderiam ser desenhados em cores distintas. encontra-se publicado nos anais do evento e é de fácil
Um histograma apresentando os dados usaria as mes- acesso a todos. Por conseguinte, cabe a você decidir
mas cores, facilitando a correspondência para o leitor. sobre preparar ou não cópias do resumo para serem
Ilustrações devem conter um título próprio (veja o distribuídas aos interessados. Adicionalmente, é pos-
exemplo da Figura 1). Quadros e tabelas levam o tí- sível que você disponha de um texto completo sobre o
tulo acima, ao passo que gráficos, diagramas, fotos trabalho (seja na forma de relatório para uma agência
etc., têm o título disposto abaixo da figura. O tamanho de fomento e/ou para o seu orientador, ou um texto
e o tipo de fonte poderão ser menores (em tamanho submetido para publicação ou já publicado num perió-
18, por exemplo) a depender da necessidade e da dico etc.). Considere a possibilidade de também dis-
quantidade de informações contidas nas figuras. tribuir cópias dele. Finalmente, embora possa parecer
um pouco de preciosismo, é recomendável ter um
bloco de anotações para o registro de informações de
A postura do apresentador interesse fornecidas por visitantes, sugestões de biblio-
Em primeiro lugar, é indispensável que se compa- grafia etc. Essas são formas de se ampliar a interação
reça ao recinto com certa antecedência (dez minutos, com um público certamente privilegiado, a qual pode
em geral, são suficientes), pois isto facilitará afixar o resultar num intercâmbio muito produtivo e até mes-
pôster e apresentar-se ao coordenador da sessão, evi- mo em novas parcerias.
tando atrasos e outras inconveniências. O pôster só Há situações em que mais de um autor estão pre-
deverá ser retirado após autorização do coordenador, sentes. Em casos assim, uma atitude de cooperação e
ou conforme instruções da comissão organizadora. de divisão de responsabilidades redundará num dese-
Temos presenciado ocasiões em que o expositor retira jável e salutar revezamento. Isso possibilitará a todos
seu pôster imediatamente após a apresentação, ou até experienciarem o papel de expositor e também que
mesmo antes do encerramento da sessão, sem qual- tomem conhecimento de outros trabalhos de seu inte-
quer justificativa. Estas são atitudes deselegantes e de resse. Ademais, esta medida reduz o tempo individual
profundo desrespeito e desconsideração ao caráter de exposição, tornando-a menos cansativa e, ao mes-
coletivo de uma sessão de painéis e da ciência como mo tempo, ampliando o tempo disponível de cada um
um todo. para uma participação mais intensa no evento.
Em segundo lugar, considerando que o expositor
pode ser um co-autor, é fundamental que ele esteja
bastante familiarizado com o trabalho, de modo a CONCLUSÃO
estar suficientemente preparado para responder a
indagações e apresentar detalhes ulteriores quando Neste trabalho, propusemo-nos a apresentar consi-
estes forem requeridos. Além disso, é absolutamente derações e sugestões julgadas úteis para um público
imprescindível que se assuma uma postura discreta. composto principalmente por aqueles que se iniciam
Haverá leitores muito interessados, alguns que visitam nos meandros do fazer científico. Apresentamos as
o painel por mera curiosidade e outros que poderão modalidades de comunicação de pesquisa oral e por
até demonstrar um certo desinteresse. Portanto, a dis- painéis como atividades científicas. Sobre cada uma
Nota:
1
Note que o exemplo tem a finalidade exclusiva de ilustrar o uso do diagrama como recurso gráfico para substituir a descrição ver-
bal/textual. Recomendamos ao leitor interessado em metodologia de pesquisa que procure livros sobre o assunto, adequados à sua área
de atuação.
Sobre os autores:
João dos Santos Carmo: Psicólogo, Doutor em Educação pela Universidade Federal de São Carlos.
Paulo Sérgio Teixeira do Prado – Pedagogo, Doutor em Psicologia Experimental pela USP. Endereço para correspondência: Faculdade
de Filosofia e Ciências – UNESP, Campus de Marília – Departamento de Psicologia da Educação – Av. Hygino Muzzi Filho, 737 –
Campus Universitário – 17525-900. Marília, SP – Tel.: (14) 3402-1300, Ramal 1371 – Endereço eletrônico: pradopst@marilia.unesp.br.