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Autores: Caroline Salvati, Claúdia Januário dos Santos,


Deise Carvalho, Elaine Latocheski, Fabiana Noronha
Dornelles, Fernanda Neumann, Giovani Novelli Pereira,
Kawoana Trautman Vianna, Luiza Abrahão Frank,
Mariana RItter Rau e Sayuri Magnabosco.

Revisores: Ana Beatriz Andrade, Andrey Silva Morawski,


Antonio Gabriel Cerqueira Gonçalves, Barbara Alves
Zolet, Cristiane Tambascia Pereira, Cristina Maki
Horimoto, Diogo Manzano Galdeano, Fabiana Noronha
Dornelles, Fernanda Neumann, Gabriel Luiz Rasch,
Heriki Vanti, Hugo Rafael Chaves da Silva, Jaqueline
Darmer Steffenon, Juliana Mello, Kawoana Trautman
Vianna, Larissa Gabrielly Barbosa Lima, Luciana Mayara
Mendonça de Almeida, Luísa Amália Ritter Rau, Luiza
Abrahão Frank, Marcell Crispim, Marina Neves Ferreira,
Rayssa Pereira do Nascimento Mendes, Rodrigo
Machado dos Santos e Vânia de Oliveira Alves.

Edição e diagramação: Mariana Ritter Rau.

4ª edição, revisada e lançada em 2020. Porto Alegre/RS.


ISBN: 978-65-993077-2-0.

Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-
NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional (CC BY-NC-SA 4.0).

O que isso significa? Você tem o direito de compartilhar e adaptar o material, e deve dar o crédito
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https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/deed.pt_BR

Cite este conteúdo como: INSTITUTO CIENTISTA BETA. Guia 1 – Por que ser cientista. Coleção
Decola Beta. Instituto Cientista Beta, 4ª ed. Porto Alegre, 2020.

Acesse a coleção completa, incluindo desafios que colocam em prática este conteúdo, em:
https://cientistabeta.com.br

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O Instituto Cientista Beta é uma organização sem fins lucrativos que iniciou sua jornada em
2015 com o objetivo de aproximar jovens da ciência, por meio de atividades voltadas para a
educação científica. Enxergamos a iniciação científica no ambiente escolar como uma ferramenta
para gerar desenvolvimento pessoal, científico e transformação social.

Nossa missão é levar a iniciação científica para dentro das escolas, despertando a
curiosidade e o potencial de estudantes e de seus professores. Assim, contribuímos para a
formação de pensamento crítico e o desenvolvimento de habilidades e competências essenciais
para o século XXI. Com o uso da tecnologia, nossas iniciativas são focadas em orientar, capacitar
e desafiar estudantes e professores para que criem projetos científicos centrados em problemas
reais e atuais, em qualquer área do conhecimento, ampliando cultura da pesquisa em suas escolas.

Entre 2016 e 2019, estes materiais eram restritos para uso exclusivo dos estudantes,
mentores e professores que participavam do Programa de Iniciação Científica Decola Beta. Nesses
4 anos, realizamos 4 edições do Programa de Iniciação Científica Decola Beta para estudantes, 4
edições da Experiência Beta (Encontro Nacional do Cientista Beta) e 1 edição do Programa de
Ensino de Iniciação Científica Decola Beta Professores. Destes programas, participaram mais de
900 estudantes, professores e pós-graduandos, e foram essas pessoas que fizeram com que o CB
chegasse a 152 cidades e 23 estados do Brasil, além de outros 5 países.

Em 2020, após 4 anos testando e aprimorando esta coleção, decidimos realizar o que já era
um sonho: disponibilizar todo nosso conteúdo de forma aberta ao público. Fizemos isso porque
nós acreditamos no poder dos jovens cientistas. Quando um jovem protagoniza um projeto de
pesquisa científica, ele muda sua forma de perceber o mundo e, consequentemente, de interagir
com ele. Acreditamos que uma das formas de mudar a realidade em que vivemos é dar espaço e
oferecer apoio para que jovens possam fazer questionamentos sobre os problemas que os cercam
e buscar respostas a essas perguntas, usando a ciência.

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Nós do Cientista Beta, assim como você, queremos usar o conhecimento para colocar em
ação ideias para transformar o mundo no lugar em que queremos viver. Para isso, devemos
compartilhar nosso conhecimento. Somos cientistas, pois estamos buscando entender o mundo,
sua beleza e complexidade; e, ao sermos Beta, reconhecemos a necessidade que temos de nos
transformar, a cada dia, na melhor versão de nós mesmos.

Este e-book faz parte de um conjunto de atividades e conteúdos que serve para incentivar
e guiar a prática e/ou orientação de pesquisas no Ensino Básico. Pode ser usado de forma
independente por estudantes ou ser apresentado por um(a) orientador(a).

Ao utilizar os materiais disponibilizados pelo Cientista Beta no desenvolvimento da sua


pesquisa, os estudantes têm condições de desenvolver habilidades, de compreender o método
científico, fazer um plano de pesquisa, manter um diário de bordo com os registros da pesquisa,
colocar a mão na massa, obter resultados, fazer um relatório de pesquisa, um pôster e
compreender e dominar a escrita científica. Os estudantes também devem ter condições de se
inscrever e participar de feiras de ciências, se assim desejarem. Além disso, também
apresentamos conteúdos sobre habilidades comportamentais, de diálogo e de trabalho em equipe.

Ao apoiar a realização de pesquisas com estes materiais, nosso objetivo é que os


estudantes consigam vivenciar experiências que permitam o exercício de liderança, de
protagonismo, trocar conhecimentos e feedbacks com outras pessoas, trabalhar em equipe e ser
capaz de resolver problemas.

O nosso objetivo principal com o uso destes materiais está no “delta”. Delta é a variação
percebida entre o estado final e o inicial de determinado processo. É isso que nos interessa: que o
estudante, ao finalizar uma pesquisa, olhe para trás e veja que algo está diferente com relação a
quando começou. Não está no centro do nosso propósito que os jovens criem um projeto que
conquista prêmios, com alto grau de complexidade e desenvolvimento. Esta pode ser
consequência, às vezes. Nosso foco é no processo, é a formação do jovem. Guardamos a certeza
de que, no futuro, pessoas que foram jovens cientistas poderão gerar contribuições ainda maiores
para a sociedade, pois se tornarão pessoas mais capazes de ler o mundo e de imaginar formas de
transformá-lo, e não apenas os criadores de uma invenção isolada. Nosso olhar está voltado para
inventar um novo jovem cientista, em uma versão beta permanente. Esse jovem é, por si só, a
solução para os problemas que enfrentamos do século XXI, não apenas o seu projeto.

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O despertar é quando você descobre a vontade de fazer ciência. Os motivos são vários: para
atender necessidades que você enxerga ao seu redor, ou porque parece legal, ou porque você viu
alguém fazendo e quis isso para você também, ou porque algum professor seu convidou para
pesquisar sobre algo.

Para decidir fazer pesquisa, é comum familiarizar-se com o que se trata essa jornada. É hora de
inspirar-se com quem já fez pesquisa. Ao ver histórias e depoimentos de outros jovens
cientistas, você é capaz de perceber o quão longe esse caminho pode te levar. Nessa etapa é
bom ter contato com a tríade dos bons projetos. Cerque-se dos recursos necessários para
desenvolver o projeto (pessoas, espaço físico, etc). Quando falamos em decisão, também
podemos incluir aqui uma decisão sobre qual é a sua área de interesse de pesquisa.

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Capítulo 1: O que é pesquisa e o que significa ser cientista .............................................................. 7

Capítulo 2: Somos todos Beta ............................................................................................................. 9

Capítulo 3: A Jornada do Jovem Cientista ........................................................................................ 10

Capítulo 4: Tríade dos bons projetos ................................................................................................ 13

Bibliografia ......................................................................................................................................... 16

Os Guias Decola Beta incluem ícones especiais.

“Botões” com links para você clicar: Vídeo Link Texto

Códigos:

Exemplo Frase Dica Beta Fim de


capítulo

Caso você esteja lendo uma versão deste material em que não é possível acessar os links
pelos ícones (impressa, por exemplo), você pode acessar todos os links do material pelo
computador entrando aqui: linktr.ee/GuiasDB

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Se você chegou até estes materiais provavelmente deseja desenvolver pesquisa na escola.
Nós estamos aqui para ajudar você nesse caminho! Mas, antes, vamos entender algumas coisas?

Pode ser que fazer uma pesquisa científica já seja uma atividade que acontece na sua
escola, e seja opcional ou obrigatória. Ou pode ser que ninguém faça pesquisa na sua escola ainda!
Não há regra para isto, pois existem muitos cenários dependendo da escola e da região do país. O
mais importante que você precisa saber é que em todos os cenários é possível desenvolver
pesquisa na escola. E que a coordenação da escola precisa ser informada de que alguma atividade
de pesquisa está sendo desenvolvida lá dentro. Por último, mas não menos importante: você
precisa encontrar um professor ou professora para ser seu orientador.

Projetos de pesquisa na escola podem ser individuais ou em grupo. Então você pode
escolher se inicia essa jornada sozinho ou se convida mais colegas. É comum também que se
desenvolvam projetos em que toda uma turma é autora.

“O começo de todas as ciências é o espanto de as coisas serem o que são”. (Aristóteles)

Prepare-se para uma jornada que vai durar alguns meses, ou até mais de um ano! A
pesquisa conta com algumas etapas (que você já vai descobrir) que levam tempo. A gente
recomenda você separar um tempinho por dia para fazer alguma coisa da pesquisa. Pode ser 15
minutos! Ao longo de uma semana é bom que você tenha dedicado pelo menos 2 horas para o

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projeto. E dependendo da época do ano e do quanto você quer/pode se dedicar a isso, pode ser
que seja necessário um número maior de horas, chegando a 8 ou mais de 12h.

Conforme o dicionário Merriam-Webster, “ciência refere-se ao sistema de adquirir


conhecimento baseado no método científico bem como ao corpo organizado de conhecimento
conseguido através de tais pesquisas”. Essa é uma definição bastante simples do que a
experiência de fazer um projeto científico significa, na prática. Isso você vai descobrindo conosco
ao longo destes guias :)

Confira alguns vídeos e textos sobre projetos desenvolvidos por alunos no ensino básico!
Atenção: todos são sobre projetos do ensino médio, mas isso não significa que não seja possível
fazer pesquisa no ensino fundamental ou na educação infantil!

O líder, o discurso e a comunidade: Um olhar sobre a localidade rural de Aroeira Vilany e o


participar nas lutas sociais (Ariele Figueredo e Leila Moreira).

Utilização de nanopartículas na adsorção de petróleo derramado (Ana Carolina Nasaro e Junia


de Castro).

Relieve to live: dispositivo para redução das dores causadas pela fibromialgia (Bruna Land).

Embalagem biodegradável para substituir bandejas de isopor, feita do bagaço da cana de


açúcar (Sayuri Magnabosco).

Aceleração do processo de recuperação de áreas antropicamente degradadas com plantas da


espécie Catteya intermedia (Arthur Sulzbach).

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“Se você acha que você é muito pequeno para causar algum impacto, tente dormir com um
mosquito no seu quarto.” (Provérbio africano)

Para nós, "Ser Beta" é viver em busca da melhor versão de si mesmo. É entender que
ninguém está pronto, que sempre pode aprender mais e ser melhor. "Ser Cientista" é ser curioso,
questionar, imaginar, testar e encontrar o porquê dos porquês.

Independente de exercer atividades com pesquisa, qualquer pessoa pode ter uma atitude
de cientista. Entendemos que uma atitude de cientista é aquela que compreende 3 ações:
Questionar, experimentar e transformar.

"Questionar" representa o olhar curioso e crítico desenvolvido por toda pessoa que tem
vontade de iniciar uma investigação. Um olhar de quem não aceita as coisas simplesmente como
são, que levanta perguntas e hipóteses e não se contenta com respostas prontas para os
problemas e desafios do mundo;

"Experimentar", pois é preciso colocar à prova nossas hipóteses e buscar respostas para o
problema que estamos enfrentando;

Por último, "Transformar", pois acreditamos que quando nos propomos a uma atitude de
cientista, acabamos transformando não só a parte do mundo que sofre com o problema que
observamos, como também a nós mesmos.

E por que somos todos Beta? A ciência também não está pronta. A cada pergunta que
respondemos com a ciência, geramos outras tantas. É necessário que a gente compreenda essa
natureza fluida e em constante construção e desconstrução da ciência, de sempre estar em busca
de uma melhor versão para explicar o mundo e os seus mistérios.

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O caminho do jovem cientista por meio da pesquisa segue algumas etapas comuns,
independente da área. Ao longo de alguns anos observando o caminho que os jovens cientistas
trilhavam ao fazer pesquisa, nós observamos padrões, sistematizamos o que encontramos e
criamos um caminho que chamamos de Jornada do Jovem Cientista. Você não encontra isso em
nenhum outro lugar, pois é fruto da observação de muitos jovens incríveis com quem interagimos
ao longo da nossa atuação com projetos.

Daqui a pouco, você conhecerá o método científico. Note que existem diferenças entre a
Jornada do Jovem Cientista e os passos do método científico. Eles não são opostos nem
conflitantes. A diferença entre os dois é que o método explica o passo a passo da realização de
uma pesquisa científica, enquanto a Jornada expressa os sentimentos e as fases que a pessoa
jovem cientista passa ao longo da experiência de realizar um projeto científico. Ambas têm pontos
em comum, sabemos que você saberá depois correlacionar as duas!

O Cientista Beta divide o caminho de fazer pesquisa em 10 fases, as quais juntas formam
A Jornada do Jovem Cientista. Ao ler e viajar por meio dessa jornada, naturalmente você irá se
identificar e encontrar a fase em que está hoje. Pronto para embarcar conosco?

A inércia é como um estágio pré-trajetória de fazer pesquisa, quando você ainda não
conhece esta possibilidade, mas talvez já tenha dentro de você alguma vontade de fazer as coisas
de um jeito diferente. Só não sabe como.

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O despertar é quando você descobre a vontade de fazer ciência. Os motivos são vários: para
atender necessidades que você enxerga ao seu redor, ou porque parece legal, ou porque você viu
alguém fazendo e quis isso para você também, ou porque algum professor seu convidou para
pesquisar sobre algo.

Para decidir fazer pesquisa, é comum familiarizar-se com o que se trata esta jornada. É
hora de inspirar-se com quem já fez pesquisa no ensino médio. Ao ver histórias e depoimentos de
outros jovens cientistas, você é capaz de perceber o quão longe esse caminho pode te levar. Nesta
etapa é bom ter contato com a tríade dos bons projetos (falaremos dela no próximo capítulo!).
Cerque-se dos recursos necessários para desenvolver o projeto (pessoas, espaço físico, etc).
Quando falamos em decisão, também podemos incluir aqui uma decisão sobre qual é a sua área
de interesse de pesquisa.

Quando você entende que é a partir de um problema e de uma pergunta que a sua pesquisa
deve ser construída, passa a perseguir conhecimento a respeito dos desafios que o cercam. Você
se sente como um buscador de problemas, tentando compreendê-los e observá-los de forma
crítica.

É quando a ideia nasce! Você já sabe qual problema quer resolver ou estudar. Toda pesquisa
acontece para responder uma pergunta baseada em curiosidade e em questionamento acerca do
mundo. Exercite essa capacidade de perguntador, pois essa etapa consiste em dar o pontapé
inicial para a pesquisa definindo qual é a pergunta que ela quer responder.

O plano de pesquisa é o ponto de partida do projeto e o espaço para descrever a bibliografia


que ajuda a basear a sua hipótese, justificar, estabelecer quais são os objetivos e uma sequência
de materiais e métodos que vão levar você até a solução desejada. Hora de criar um cronograma
de ação e determinar as demandas existentes.

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O momento de colocar a mão na massa! Se esforce para cumprir o cronograma, registre os
resultados parciais e vá aprendendo com o que a prática mostra para você.

Hora de encaixar peças, montar o quebra-cabeças com as informações que você coletou
na pesquisa e extrair o máximo dos resultados, interpretar, observar tendências e ligar os objetivos
às respostas. Você deve saber afirmar de forma clara o que os seus resultados lhe permitem dizer.
É aqui que você encontra uma solução ou uma resposta para as suas perguntas.

Uma vez que a pesquisa está pronta, é hora de documentá-la, geralmente em um relatório
de pesquisa, artigo ou outro documento, e de se preparar para divulgar o seu trabalho com a
construção do relatório de pesquisa.

Hora de mostrar para o mundo o que você criou! Pode ser por meio da participação em
feiras e apresentações, da comunicação nas redes sociais, publicação em revistas científicas…
você se coloca na posição de multiplicador do conhecimento e da resposta que encontrou,
contribuindo para uma ciência que se constrói de forma colaborativa e também mostrando sua
trajetória para que mais jovens se inspirem. :)

Muitas vezes, uma pesquisa se encerra deixando a comunidade científica com um saldo de
perguntas maior do que tinha antes. Você responde aquelas relativas ao seu projeto, mas os
resultados acabam gerando ainda mais perguntas, sobre as quais outras pesquisas podem ser
desenvolvidas.

Você foi capaz de identificar em qual etapa da Jornada do Jovem Cientista se encontra,
atualmente?

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Para nós, bons projetos são aqueles que são bem executados, seguem uma metodologia
coerente e adequada ao tema de pesquisa, que têm potencial para gerar uma solução ou
conhecimento sobre algum problema contemporâneo, e que ao mesmo tempo desafiam você,
jovem cientista e são capazes de transformar de alguma forma as suas habilidades e a forma como
você vê o mundo.

Após muitas observações sobre quais características e elementos estavam presentes tanto
nos projetos quanto nos jovens cientistas autores de bons projetos, nós do Cientista Beta
identificamos três pontos em comum entre a maioria deles: Interesse, Recursos e Impacto. A isso
nós demos o nome de Tríade dos Bons Projetos:

O interesse parte daquilo que de alguma forma nos motiva e de algo sobre o que estamos
genuinamente curiosos. É por isso, que os estudantes que desenvolvem pesquisa precisam
escolher por si o tema do projeto, que seja um tema que desperte realmente o interesse daquele
estudante.

A motivação é o que faz você superar os obstáculos que todo projeto impõe. E a curiosidade
é o que faz com que a todo tempo, você crie novas perguntas, para as quais buscará respostas.

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Como toda pesquisa impõe desafios e a boa ciência parte de boas perguntas, é o grau de interesse
do estudante que separa projetos medianos e projetos realmente muito bons.

Nós, seres humanos, tendemos a ter desempenho melhor naquilo que nos motiva
intrinsecamente. Além da motivação, o interesse está relacionado à curiosidade. Não é preciso ter
a resposta antes, e sim, um vasto leque de perguntas. Afinal, como dizia Einstein, não são as
respostas que movem o mundo, são as perguntas.

Se quiser saber mais, recomendamos que você leia o livro “Motivação 3.0” do autor Daniel
Pink. Vamos deixar alguns spoilers do autor sobre como construir a chamada motivação 3.0, pois
isso se aplica ao contexto de fazer pesquisa. Veja só:

Nutriente 1 da motivação: Autonomia sobre:


1) A tarefa em si. Você deve decidir o que quer pesquisar e, se for necessário, deve entrar em um
cenário desconhecido. Não esquecer que você é protagonista de suas escolhas mas segue com o
acompanhamento do seu orientador nas decisões;

2) O tempo. Você deve refletir sobre como e quanto precisará se dedicar em cada etapa. E claro,
alinhar com o orientador o tempo de entrega combinado;

3) Técnica (como a fazem). Deste jeito ou daquele jeito? Se for feito de um jeito que você escolheu,
garantimos que os resultados são melhores. Apenas cuide para não estar passando por cima de
ninguém nem descumprindo nenhum acordo/regra pré-estabelecido;

4) A equipe (com quem o fazem). É melhor quando você pode escolher quem é seu parceiro ou
equipe.

Nutriente 2 da motivação: Excelência


Excelência segue três regras básicas:

1) Ela é um estado mental: temos que enxergá-la não como uma prática finita, mas sim como uma
habilidade passível de melhora contínua;

2) Ela é dolorosa, exigindo esforço, determinação e prática;

3) Ela é como uma assíntota, ou seja, uma curva que nunca chega ao seu ponto máximo: nunca
seremos 100% excelentes, mas podemos chegar muito perto disso.

Nutriente 3 da motivação: Propósito


Por natureza estamos em busca de propósito, uma causa que seja maior e mais duradoura
que nós mesmos.

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Há três recursos fundamentais no desenvolvimento da sua pesquisa na escola:

1) Professor que aceite orientá-lo;

2) Espaço físico para o desenvolvimento do projeto (laboratório de informática, laboratório de


ciências, biblioteca...);

3) Tempo para o desenvolvimento do projeto.

É importante que você compreenda bem o contexto em que está inserido e de quais
recursos dispõe para que possa fazer o melhor projeto científico que for possível. Fazer pesquisa
demanda desses e de outros recursos, sem os quais o projeto não se desenvolve, mesmo com
motivação e curiosidade. E quando a escola não dispõe desses recursos pode ser necessário
buscar por apoio fora do ambiente escolar. Conciliar a pesquisa com as atividades curriculares
também é necessário (veja o guia sobre gestão de tempo!).

Projetos científicos que surgem a partir de um tema que seja relevante para a sociedade,
passam a ser bons projetos. Surgem de um sentimento de que não interessa tanto o benefício a
quem está fazendo o projeto, mas sim o potencial benefício para quem o projeto está sendo feito.
É esse sentimento de que está fazendo algo relevante que coloca o brilho nos olhos do jovem.

Que tal uma inspiração?


Deepika Kurup definiu o “porquê” da sua pesquisa aos 14 anos, quando decidiu trabalhar
para reduzir o problema da crise hídrica global e trazer mais qualidade de vida para as pessoas.
Lembre-se de ativar legendas do vídeo!

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DELORS, Jacques et al. Educação: um tesouro a descobrir: relatório para a Unesco da Comissão
Internacional sobre Educação para o século XXI. 1998.

PINK, Daniel. Motivação 3.0: os novos fatores motivacionais que buscam tanto a realização
pessoal quanto profissional. 2010.

Aos jovens cientistas que cederam suas pesquisas como exemplo para este material: Ariele
Figueredo, Leila Moreira, Ana Caroline Nasaro, Junia de Castro, Sayuri Magnabosco, Bruna Land e
Arthur Sulzbach.

Acesse a coleção completa, incluindo desafios que colocam em prática este conteúdo, em:
https://cientistabeta.com.br

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