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Olá, mentor!
Fim de capítulo
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Esta é a sua caixa de ferramentas: ela tem tudo o que você precisa
para lidar com as mais variadas situações que aparecem pelo caminho nessa
vida de mentor de um jovem cientista.
Vamos lá?
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Nosso objetivo, como você pode concluir, não é que o jovem crie um
projeto que realmente solucione hoje algum problema real de maneira eficaz e
que conquista prêmios por isso. Essa é uma consequência para alguns, e
certamente ficamos felizes quando isso ocorre. No entanto, nosso foco é o
processo, é o jovem. Se hoje ele não criar uma solução que funcione, se hoje
não for reconhecido, está tudo bem. Temos a certeza de que se ele vivenciar a
experiência de maneira intensa e transformadora, no futuro ele poderá gerar
contribuições ainda maiores para a sociedade. Esse jovem será alguém ativo
no mundo, um agente de mudanças, e não o criador de uma invenção isolada e
única em sua vida. Dentro das possibilidades de invenções, nosso olhar está
voltando a inventar um novo jovem, uma versão beta, esse jovem que é a
solução ideal do século XXI, não o seu projeto.
Para nós, você é a ponte direta para os mentorados, parte vital para a
construção do programa e parte vital na construção da jornada do mentorado.
E este material foi preparado justamente para lhe ajudar nesta jornada.
Na essência, ser um mentor para nós é “ser aquela pessoa que você
precisava quando tinha a mesma idade do jovem mentorado”. É ser o
exemplo, o guia da jornada, a luneta que ajuda a enxergar a
oportunidades distantes. É pegar no pé ao mesmo tempo em que
se é doce e compreensível. É facilitar o protagonismo do jovem ao
mesmo tempo que ajuda a mudar a educação e a ciência do Brasil
por meio de microrrevoluções!
Então, entenda que somos uma rede de pessoas que trabalham com o
mesmo propósito: decolar jovens cientistas. Assim, você tem liberdade para (e
nós incentivamos) conversar com outros mentores, trocar experiências,
conversar com outros mentorados que podem se beneficiar de alguma
observação sua, conversar com a equipe do Cientista Beta sobre qualquer
coisa - qualquer coisa mesmo - que tenha como intuito o bom andamento do
programa.
Ser um conselheiro;
Ser um motivador;
Desafiar;
O mentor 2017 do Decola Beta é alguém que está na faixa etária entre
17 e 42 dois anos, com 52% de chances de ser mulher. Vocês são 50, neste
ano, e desses 50, 35 estão em gap year ou já completaram graduação, 7 estão
no mestrado e 8 no doutorado, terminados ou não. A média de idade é de 20,8
anos com mediana de 21 anos e 8,7 de desvio padrão.
Eles são jovens que têm mil e uma preocupações: pais colocando
pressão na próxima etapa (o vestibular), escolha da carreira da vida,
quinhentas provas por semana, o futuro do país... e agora, também têm uma
pesquisa que pode mudar o mundo! Muito provavelmente esse jovem nunca
esteve tão ocupado como ele está neste ano. O Decola Beta demanda muito
tempo e nós sabemos disso. Sabemos que é preciso muito tempo investido
para uma boa pesquisa sair do papel.
Como você era nessa época? Como você lidava com essas pressões?
- De todas as experiências que você teve, qual foi a mais importante para
Pare de ler ao fim dessa frase, feche os olhos e gaste pelo menos 5
minutos pensando nas duas últimas perguntas acima: quais as principais
falhas e as experiências que moldaram você?
Mas como você pode lidar com tais emoções? Antes de tudo,
precisamos entender melhor o que são emoções e como elas se formaram ao
longo da evolução humana.
Porém, o mundo mudou e não temos mais tigres correndo atrás de nós
no dia-a-dia.
Quantas vezes você não gritou ou foi rude com alguém por
simplesmente não respirar? Quantas vezes você tomou uma decisão, num
momento de raiva, que só piorou a situação? Quantas vezes você ficou triste
sem nem saber o porquê?
que colocar mais esforço para melhorar a sua técnica. Sugerimos 5 minutos
diários, todos os dias. Você deve estar se perguntando por que 5. Justamente
porque é um tempo pífio até para as pessoas mais ocupadas. E é muito mais
fácil criar um micro-hábito do que um hábito complexo propriamente dito :)
Qual o propósito dele dentro do Decola Beta? Quais são suas metas?
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E todo o processo que falamos acima tem a ver com o quê? Com a
EMPATIA!
Muitas vezes mentores mundo afora não percebem que, quando ele,
mentor, se frustra é porque o mentorado não atingiu uma expectativa que era a
do próprio mentor, e não genuinamente do mentorado.
Afinal, empatia é você dar ao outro o que o outro precisa, e não o que
você acha que ele deveria querer. Empatia não é "fazer pelo outro o que
gostaria que fizessem para ti", mas "fazer pelo outro o que o outro gostaria de
receber”.
escritos a mão? Temos que garantir que o jovem esteja fazendo suas tarefas
do jeito que mais gosta.
Se você sentir que o caso ainda pode ser resolvido apenas por
você, mentor, que tal usar algumas perguntas no melhor estilo do
coaching para guiá-lo em uma conversa a fim de restaurar a motivação
intrínseca? Dá uma olhada nessas perguntas:
Você está tomando as decisões por conta própria? Seu orientador está
pressionando demais a tomada de decisão? Você acha que eu (ou ele,
orientador) estou impondo algo?
Alguém está exigindo que você entregue algo de uma forma que você
não gosta ou não quer entregar?
Por último, você pode fazer uma reflexão com seu mentorado baseada
nesses dois vídeos, ou simplesmente repassá-los quando ele se sentir
desmotivado:
Jack Andraka na
Intel ISEF de 2012
Caso você senta que o caso está mais sério e difícil, poder chamar o
Giovani, ele lhe ajudará no caso de forma mais “cirúrgica”!
Um exemplo: um amigo seu chega e diz “meu chefe disse que o meu
relatório deste mês está péssimo, estou muito triste e frustrado”. Então, você reage:
“nossa, que horror! E o que mais ele disse?” e aí o seu amigo responde: “ah, ele
também disse que eu sou o melhor funcionário do setor...”
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Viu como o foco sempre tende a ser na parte ruim? A boa notícia é que existe
uma técnica para driblar isso e utilizar esse balanço de coisas boas e coisas não tão
boas, de forma que fique agradável para quem recebe o feedback:
Shit sandwich!
Ao invés de “você não fez tal coisa” use “isso foi feito da maneira
errada”. O nome disso é voz passiva, e ela transfere a atenção da pessoa para
o objeto.
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Não tente resolver esse problema sozinho, estamos aqui para ajudá-
lo. No primeiro sinal de indício de desistência, avise o Giovani, somaremos
forças nesse caso!
Orientadores são pessoas ocupadas, mas isso não pode ser desculpa
para desleixo com orientando. Tente obter mais informação sobre este caso,
tente entender se o mentorado não está descontando no orientador
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Depoimento da Letícia,
mentorada em 2016
Com essas duas leituras em dia, você está pronto para botar tudo no
papel e olhar o que pode ser melhorado, com muito mais embasamento para
fazer essa planilha (surpresa!) de acompanhamento, que mapeia a rotina e
o dia-a-dia do jovem mentorado, JUNTO com o mentorado! Preparamos
ela com a grande ajuda da mentora Ana Valls. Acesse no link da lupa ao
lado e crie uma cópia para você, aí é só alterar tudo que precisar.
Mais exemplos:
““Quando meu
chefe fala alto e Assim que você identificar o
usa sentimento por trás do fato (tente não passar
xingamentos eu
de dois!), podemos ir para a segunda fase da
me sinto muito
CNV.
intimidado”
Todo sentimento tem por trás uma necessidade não atendida! Qual é a
sua necessidade não atendida nesse caso? Para ajudar, trazemos a Lista de
necessidades Universais do Centro de Comunicação Não-Violenta:
“Eu me sinto
intimidado porque
eu tenho
necessidade de ter
respeito no meu
ambiente de
trabalho”
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Assim que você encontra sua necessidade não atendida, você deve
fazer um pedido para as pessoas que estavam envolvidas no conflito:
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Você deve sempre olhar para os três passos anteriores antes de fazer
um pedido! Você deve ser claro e específico no seu pedido, também procure
evitar o “não-pedido”, ou seja, pedidos antecedidos por um não.
“Olá, chefe, tudo bem? Preciso falar uma coisa com você. Quando você
fala alto e usa xingamentos comigo na frente dos outros, eu me sinto
muito intimidado, pois necessito de respeito no meu ambiente de trabalho.
Você pode me dar esses feedbacks em um ambiente onde estejam
apenas eu e você, sem xingamentos e em um tom mais baixo, por favor?”
Faça o processo da CNV com seu mentorado, comente que ele está
deixando de te responder, que isso gera determinado sentimento/necessidade
e faça um pedido sincero para ele!
“If you want to follow your dreams, you have to say no to all the
alternatives”
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Muito obrigado por ler até aqui, querido mentor! É incrível ter você ao
nosso lado.
PINK, Daniel. Motivação 3.0: os novos fatores motivacionais que buscam tanto
a realização pessoal quanto profissional. Elsevier, 2010.