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Universidade do Contestado – Campus Porto União

Curso de Direito
3ª Fase - Disciplina de Filosofia Jurídica
Acadêmico: Luis Gustavo Abrão da Costa

Respostas às questões interpretativas sobre o artigo:


“Finalidades da Filosofia do Direito de José Luciano Gabriel”

1) Escreva sobre a importância da finalidade do Direito no item de “problematização” citando


um exemplo da prática jurídica.
R.: Uma das finalidades da Filosofia do Direito é, através da Problematização, refletir e divergir
sobre o Direito em si. É fazer uma analise crítica do Direito. Isso significa não se limitar ao
enunciado da Lei, mas sim, avaliar todos os reflexos que a atividade judicante em todos os sentidos,
sua influencia sobre todos os “atores” que compoem o universo juridico. Dessa forma, procura-se
trancender ao pensamento juridico, não se limitando ao previsto no corpo da Lei, mas sim,
estabelecer um pensamento que nos permita avaliar as razões desse Direito, visando sua evolução.
Onde o Jurista “enxerga” a solução final em sua atividade (ex.: a sentença), o Jurisfilosofo
encontra o inicio de uma nova atividade, ou seja, através da problematização, indaga e questiona
as suas razões e fundamentos.
Um exemplo que podemos abordar, é o sistema penal brasileiro, onde pelo enunciado legal, prevê o
poder punitivo do Estado, buscando a ressocialização do apenado. Numa analise sobre a ótica do
Direito, verificamos sempre que, dentro do possível, o Estado procura ater-se ao estrito
cumprimento da lei, entretanto, sob a ótica da Filosofia do Direito, nos deparamos com varias
indagações e reflexões, sobre a real eficácia dessa ressocialização do apenado.

2) Como o autor tratou na concepção da Filosofia do Direito da sua finalidade “investigação


conceitual do Direito” e quais foram as suas dificuldades apresentadas no texto?
R.: Para o autor, é necessário e primordial à Filosofia do Direito estabelecer uma investigação
conceitual deste, visando encontrar o real sentido de cada um de seus elementos, ou seja, trazer à
tona o que considera como essencial em cada realidade juridica. Entretanto, podemos verificar
algumas dificuldades nesta investigação.
Primeiramente, ao investigador é necessário não limitar-se aos enunciados tidos como
tradicionais, mas sim procurar o “algo mais” por traz deste conceito, demonstrando os resultados
obtidos desta analise, através da busca nas entranhas das manifestações juridicas.
Outra situação, é a necessidade do investigador conhecer profundamente a realidade humana, de
modo a obter exito na tarefa de conceituar uma atividade juridica. É uma atividade ardua e
complexa. O sucesso desta somente será possível, com uma analise dos diversos fatores
relacionados a ela.

3) Explique a finalidade da Filosofia do Direito de “Julgadora do Direito”.


R.: De acordo com o artigo, uma outra finalidade da Filosofia do Direito, é a de Julgadora do
Direito. O Direito positivado, pela credibilidade que detem, é tido como imune a indagações e
questionamentos. Entretanto, esse mesmo Direito deve ser analisado pela Filosofia sob a ótica da
Justiça, ou seja, avaliando seu papel dentro dos valores morais. No entendimento dos operadores
do Direito, o cumprimento daquilo que é positivado juridicamente, é primordial, sendo que, sob o
olhar do jusfilosofos, imperativo é avaliar se aquilo é justo ou não.

4) Por que na área de Filosofia do Direito é necessário avaliar a própria ação do Direito?
R.: Porque é necessário fazer uma avaliação considerando a relação entre direito e valor. É
fundamental analisar o Direito dentro de um racionalismo que considere os valores que a
sociedade humana possui, e que evoluem ao longo da história. Estes valores devem revelar um
Direito justo, de forma a que prevaleça a Justiça. Entretanto, deve-se atentar para que esses
valores não sejam deixados de lado, em detrimento de interesses particulares, pois é fundamental
que o Direito contribua para o amadurecimento social, e não seja usado para servir ou justificar
injustiças.

5) Como o profissional do Direito deve tratar da Filosofia (conhecimento) em relação ao


Direito?
R.: Aquele profissional que é capaz de conhecer a Filosofia do Direito, e que consegue filosofar
sobre o fenômeno juridico, possui condições de obter exito nesta prática, conseguindo ser criativo,
e melhorando sua capacidade crítica. O execicio da atividade juridica impoem a necessidade de se
conhecer a Lógica, a Filosofia e a Filosofia do Direito, pois é fundamental tratar de forma ampla,
complexa profunda as questões do Direito. Do Jusfilosofo se espera a capacidade de conhecer o
Direito, visando alcançar a verdade, ou seja, que tenha a capacidade de enxergar além das
aparencias que lhe impostas, além das verdade que ideológicas que se estabeleceram.

6) Escreva sobre o “Mito da Caverna” com base na interpretação do autor do artigo.


R.: Transpondo o “mito da caverna” para a realidade juridica, percebemos através da Filosofia do
Direito, que é possível enxergar além das verdades ideológicas, pois permite ao jusfilosofo
ultrapassar os limites que lhe são impostos (enxergar além das imagens que eram projetadas na
parede da cavena). A visão dos juristas tende a ficar limitada àquilo que é tido como verdade pela
sua aparencia, ou seja, de carater ideológico, da mesma forma distorcida que enxergavam aqueles
homens-prisioneiros que na caverna residiam.
Cabe aos jusfilosofos utrapassar essa barreira imposta, de forma que não permita ficar
aprisionado em conceitos e verdades impostas (muitas vezes oriundas de interesses não coletivos,
mas sim de pequenas parcelas da sociedade), mesmo que elas gozem de prerrogativas de legalidade
e que sejam legitimadas pela coletividade até então.

7) Escolher dois itens, dos nove apresentados por Bittar e Almeida (2001), analise-os, e cite
exemplos práticos de como eles são identificados conhecidos na área jurídica.
R.: Item 2 – Avaliar e questionar a atividade legiferante, bem como oferecer suporte reflexivo ao
legislador. Primeiramente cabe destacar que é através da atividade legiferante que se obtem
condições de realizar mudança no mundo juridico. À Filosofia do Direito tem por função
questionar esta atividade, de forma que seu produto final seja avaliado e analisado através de
critérios rigorosos de reflexão filosofica.
Entretanto, não basta somente a convição do “povo”, de que os eleitos por ele terão plena
capacidade de desempenhar suas funções atendendo à vontado geral e aos interesses da
coletividade. É necessário, através suporte oferecido pela Filosofia do Direito, questionar a
atividade legislativa, de forma que seu produto final seja um direito que melhor atenda as
necessidades e anseios sociais.
A título de exemplo, podemos demonstrar a realidade legislativa brasileira. Infelizmente nos
deparamos com uma grande parcela de legisladores que tendem ao exercicio da atividade visando
interesses corporativos ou escusos, deixando de lado, o interesse social e coletivo. Contudo, mesmo
diante deste lastimavel quadro, deve o jusfilosofo se manter firme em seus propositos, questionando
a atividade legiferante e oferecendo pelas suas reflexões, suporte aos legisladores.
Item 5 – Depurar a linguagem juridica, os conceitos filosoficos e cientificos do Direito. É
primordial ao jusfilosofo a busca constante pela depuração da linguagem juridica. Para tal, é
necessário buscar a purificação destes conceitos, de modo a identificar aqueles que são
fundamentais para sua compreenção, deixando de lado aqueles desnecessários. Pela complexidade
que a legislação aprensenta (muitas vezes motivada pela sua codificação), sua correta
interpretação tende a ser uma atividade ardua, propiciando incompreensões e entendimentos
inexatos. Assim, ao jusfilosofo cabe a laboriosa função de dominar esses conceitos, de forma a
permitir uma melhor interpretação e aplicação do Direito.
Podemos citar como exemplo a realidade cultural do povo brasileiro. Essas condições impoem a
uma parcela da população, não só a incapacidade de compreender as leis (como um todo), mas
principalmentalmente, a incapacidade de conhecer seus Direitos. Cabe assim, aos Jusfilosofos,
mudarem essa realidade.

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