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In: Botelho, Andre e Schwartz, Lilia. (Org.). Um enigma chamado: um pais e 29 interpretes.

Sao
Paulo: Companhia das letras, 2009

Joaquim Nabuco: o crítico penitente


Angela Alonso

Há livros destinados a perturbar seus leitores, enquanto outros têm o dom


de apaziguá-los. Joaquim Nabuco escreveu os dois gêneros. No Império, lançou O
Abolicionismo, o mais vigoroso e incisivo panfleto antiescravista. No ostracismo
político, na República, produziu ensaio historiográfico solene, Um Estadista do
Império, e Minha Formação, autobiografia nostálgica. Essas grandes obras
brotaram em momentos-chave de sua trajetória como político, monarquista e
diplomata e guardam vínculos com seu contexto de origem. A política é a alma
delas.

Nabuco Reformista
Joaquim Aurélio Nabuco de Araújo (1849-1910) nasceu em casa repleta de
política. Seu pai, José Thomaz Nabuco de Araújo, ocupou posições proeminentes no
Segundo Reinado e encaminhou o filho para a carreira. Nabuco cursou direito, a
trilha formativa da elite política imperial, e aguardou na diplomacia (em
Washington e Londres) até estrear no Parlamento, em 1879. Então se engajou no
movimento pela abolição da escravidão que se organizava na sociedade, criando,
com André Rebouças, a Sociedade Brasileira contra a Escravidão e exibindo seu
carisma em comícios em favor da causa.
Ganhou notoriedade, mas não a reeleição. Então, em 1882, virou
correspondente do Jornal do Comércio em Londres. Manteve o pé na campanha
abolicionista com um “volume de propaganda’’: O Abolicionismo, pronto em 1883.
Escrito de longe, sem as coerções da tradição, o livro começa como panfleto
antiescravista e assim se fecha, conclamando apoiadores, propondo um partido
abolicionista e reformas imediatas. No estilo abrasador e nos capítulos curtos,
reverbera o panfleto da Regência, vitaminado pelos liberais radicais nos anos 1860.
A prosa seca, de poucas notas e citações, se amacia com figuras de linguagem e
remissões à mitologia greco-romana, apreciadas pela tradição imperial, por
metáforas científicas (imagens da sociedade como organismo e da escravidão como
seu sangue), ao gosto da geração 1870, e por símbolos religiosos - a escravidão
como “mancha de Caim”-, à maneira dos movimentos abolicionistas inglês e norte-
americano. Ainda brandia a guerra civil norte-americana e a rebelião escrava do
Haiti como exemplos negativos da postergação em abolir a escravatura. Uma
retórica que fala ao cérebro e ao coração.
O livro avança quatro teses. Uma delas é a da ilegalidade e da ilegitimidade
da escravidão, nem baseada no direito natural, nem na lei - ausente da
Constituição, inexistente um código negreiro.
Outra é da incompatibilidade da escravidão com a modernidade. Nabuco,
como toda a sua geração, trocou a ênfase política da historiografia imperial pelo
foco na dinâmica socioeconômica, inspirado na “política científica” européia. O
esquema evolutivo da História de Roma, de Theodor Mommsem, traçando uma linha
evolutiva no Ocidente, do feudalismo aristocrático ao capitalismo democrático,
permitiu-lhe apresentar a escravidão como instituição “fóssil”, inconciliável com a
civilização moderna.
Raciocínio que a leitura de O Brasil e as Colônias Portuguesas, de Oliveira
Martins particularizou, apondo terceira tese, a de que a metrópole transmitira sua
decadência ao legar ao Brasil trinômio vicioso: organização social baseada no
latifúndio, na monocultura e no comércio de escravos.
Dessa análise histórico-estrutural a formação brasileira sai a tese principal
de O Abolicionismo: a escravidão seria uma herança colonial, que adquiriu caráter
de “sistema social”, estruturadora de todas as instituições, costumes e práticas.
Como empresa econômica principal, entranhou-se na ocupação do território e, em
par com a monocultura, esgotou a terra e a concentrou, gerando feudos auto-
isolados. Tolheu as atividades urbanas, impedindo o desenvolvimento de um
operariado assalariado e de classes médias e condenou os homens livres pobres à
dependência dos grandes proprietários.
A escravidão tornou-se o pilar de todas as profissões e negócios, gerando
uma rede de relações de clientela, que invadiu o estado e viciou toda a sociedade
no seu usufruto.. No sistema político, impediu a formação de um corpo de cidadãos
e de uma opinião pública autônoma, já que direito de voto se assentava na
propriedade de terras e escravos.
A sequela mais duradoura seria cultural. A escravidão estruturou um modo
de vida, imiscuiu-se na composição do povo brasileiro, adentrou a família, a religião
e o trabalho, semeando em tudo os germes da decadência
Nabuco, então, desenha a escravidão como instituição total, entranhada na
formação da sociedade, do estado e da cultura brasileiros, e como fenômeno
relacional, de interdependência entre senhor e escravo, aprisionando os próprios
donos de escravos em sua lógica perversa.
Com tantos tentáculos, “a obra da escravidão” não se extinguiria por lei.
Demandaria uma “refundação”: a geração de uma sociedade nova, com a abolição
completada pela instituição da pequena propriedade e a atração de imigrantes
europeus de classe média - programa inspirado nos norte-americanos.

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Nabuco conclama a opinião pública, os políticos, o imperador, os
abolicionistas e mesmo os proprietários de escravos para uma “conciliação”
nacional, visando efetivar as reformas por vias legais. Não incita os escravos à
rebelião, como faziam ativistas mais radicais, fala em nome deles, arvorando-se um
“mandato da raça negra”.
A crítica contundente deságua em programa moderado, com promessa de
“anistia do passado”, concedendo até a indenização aos proprietários de escravos,
idéia abominada pela maior parte dos abolicionistas e que Nabuco abandonaria ao
voltar ao Brasil, em 1884.
Outra ambivalência está no uso das teorias raciais. Embora aponte o caráter
socialmente construído da desigualdade, às vezes resvala para juízos sobre a
inferioridade de negros e chineses. Nisso o livro pertence ao seu tempo. Mas
destoa dele por sua largueza de vistas, por uma argúcia rara.

Nabuco historiador monarquista


De 1884 a 1888, Nabuco sagrou-se líder abolicionista. Feita a Abolição,
isolou-se na ideia de federalização da monarquia enquanto seus correligionários
faziam a República. Depois do golpe de 1889, confinou-se ao pequeno partido
monarquista e escreveu contra a República. Em Balmaceda (1895) e em A
Intervenção Estrangeira durante a Revolta (1896) execrou o estilo de vida dos
novos ricos republicanos, seu americanismo, positivismo, centralismo, militarismo,
contrapondo obliquamente a República florianista ao Segundo Reinado.
Já Um estadista do Império. Nabuco de Araujo: sua vida, suas opiniões, sua
época, publicado entre 1897 e 1899, a relação com a conjuntura é mais indireta O
livro é uma biografia do pai, mas também uma história de sua época, à maneira das
life-and-times britânicas. O estilo é austero, com remissões a políticos franceses e
ingleses, como Edmund Burke, quilate para avaliar os líderes brasileiros. A tradição
imperial comparece na opção pela história política e na periodização por ciclos, tal
qual no Ação, Reação, Transação, de Justiniano José da Rocha.
O livro deve seu tom às fontes. Ampla documentação primária - atas da
Câmara, Senado e Conselho de Estado, votações, projetos de legislação,
composições ministeriais, notícias de jornal, panfletos, correspondência, ensaios,
memórias e depoimentos - borda a narrativa, dando-lhe verniz envelhecido - como
na designação dos partidos como “luzias” e “saquaremas”. Chistes, fleumas, poses
evocam um mundo político imponente, “um salão onde as maneiras são
indispensáveis.”
Esse ar aristocrático brota dos perfis da “liga de chefes” - Euzébio, Paraná,
Rio Branco - traçados por metáforas e alegorias. Homens de moral ilibada, coragem
cívica, feitos formidáveis, mas também de defeitos e idiossincrasias, que os

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humanizam. Daí o charme do livro, que não enaltece diretamente, mas constrói
figuras a demandar enaltecimento.
Nisso tudo vai uma estilização da política. Nabuco acentuou a sobranceria
dos “estadistas”, ao passo que limou suas rudezas.
Pompa que salta ainda das reflexões sobre a política em geral. Mas a
documentação o impede de vestir o figurino do tempo e buscar leis gerais; funciona
como âncora. A obra brilha justo onde fica ao rés do que narra, dando o sentido
dos eventos para os homens que os viveram.
Um Estadista se estrutura, ao costume da época, em oito “livros”, em torno
de gabinetes parlamentares e momentos decisivos do Segundo Reinado. Começa
pela formação política de Nabuco de Araújo, que se entrelaça com a construção da
ordem política centralizada, pelos Conservadores, debelando a reação liberal da
Praieira. Segue-se a Conciliação, que consolida a ordem interna, equilibra poder
local e nacional e abole o tráfico de escravos, impulsionado o desenvolvimento.
O momento seguinte é de protagonismo de Nabuco pai, encabeçando a Liga
Progressista, que gesta agenda de reformas. Mas elas ficam travadas por novo
evento-chave, a guerra do Paraguai, “o apogeu do Império”, que reforça a unidade
nacional, ao prover inimigo comum, mas também detona grave crise política, à qual
se segue derradeiro ponto alto: o gabinete modernizador de Rio Branco e sua lei do
Ventre Livre. As reformas abrem a caixa de Pandora do Império, dando campo para
a “ideia republicana” e armando o esquadro de declínio do regime.
De fecho, vem o enaltecimento de Nabuco Araújo como advogado e jurista -
quando o filho lava a honra do pai, acusado de receber do estado pelo Código Civil,
que jamais entregou - e o balanço do Império.
O livro atribui então movimento oscilatório à história do Segundo Reinado,
com sucessão de ápices e declives. Assim ultrapassa a biografia de Nabuco de
Araújo, para narrar a política imperial. Mas seu foco se fecha no Parlamento. Pode-
se justificar a escolha pelo caráter mirrado da sociedade civil à época. Contudo,
Nabuco tampouco lhe deu relevo quando ela protagonizou movimentos regionalistas,
o republicano e mesmo o abolicionista, pessoalmente caro.
O narrador é seletivo e atribui protagonismo a um par de atores. Às vezes
em duo, às vezes um de solo, outro de coro, o Imperador e a elite política
conduzem o regime conforme uma “grande concepção política, que mesmo a
Inglaterra nos podia invejar”, produzindo um “apogeu” de civilização, a “grande era
brasileira”.
“Estadistas” vistos de meio corpo, pairando sobre a sociedade escravista
nunca narrada, e que falharam em sustar a sangria do regime. Isso Nabuco não
detalha. Como seu biografado já morrera, passa a galope pelos anos 1880 até a
“surpresa final de 15 de novembro”. Não escarafuncha os laços entre Abolição e

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República para não delatar, como em O Abolicionismo, a afinidade entre monarquia
e escravidão.
O trote se detém para exprimir juízos sobre o presente. Apelando às
conjecturas - como Nabuco de Araújo teria reagido à República? –, o filho fala pela
boca do pai. A explicação para a mudança de regime se ancora ainda na idéia de
decadência, mas restrita agora à política. Com a morte dos Estadistas, nos anos
1870, teria havido uma substituição de elites, afundando a política aristocrática
dos princípios na politicagem republicana dos interesses. Em pares antitéticos, a
República aparece como espelho invertido das qualidades imperiais: liberalismo e
positivismo; apogeu e decadência; ordem e anarquia; civilismo e militarismo;
civilização e barbárie. Um Estadista defendia a superioridade do regime deposto,
reagindo às “legendas” da historiografia republicana, como a biografia de Benjamin
Constant, por Teixeira Mendes. O livro é, assim, parte da guerra simbólica entre
monarquistas e republicanos.
E nisso resvala. Mas calçado na documentação e na própria perspicácia,
Nabuco não adere de todo ao mundo que desaba. Não quer ser lido como
monarquista ressentido. Então seu ar professoral se explica. É maneira de atestar
imparcialidade, de modo a legar ao futuro a interpretação da experiência social
passada.

Nabuco memorialista
Na República, Nabuco refletiu sobre suas escolhas, entrelaçando-as ao
destino do Império.
Em Foi Voulue. Mysterium Fidei (1892) narrou seu abandono e retorno ao
catolicismo, mas não o publicou. Em 1895, aproveitou trechos para artigos
intimistas em O Comércio de São Paulo. É que o jornal era monarquista e os
florianistas vinham empastelando publicações inimigas. Contudo, o sentido político
se denuncia no título:“Formação Monárquica”.
Em 1899, Nabuco aceitou do presidente Campos Sales um cargo diplomático
na Europa. Choveram recriminações monarquistas. Então ajuntou textos dos anos
1890 numa autobiografia, em que narra exemplarmente a formação sentimental,
intelectual e política de um aristocrata do antigo regime ao passo que se despega
do monarquismo militante. Daí o novo nome: Minha Formação (1900).
Inspirado em autobiografias recentes, Ma Vocation (1889), de Ferdinand
Fabre e Souvenirs d'enfance et de jeunesse (1884), de Ernest Renan, o texto
trafega entre o ensaio e o romance de formação. A tonalidade romântica
esmaecida, a cadência da prosa, não evoca a austeridade de Um Estadista. Exala
sim sua nostalgia: se lá o Império era orquestra de muitos naipes, agora se resume
ao solo melancólico do primeiro violino.

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A narrativa não vai em linha reta, mas destaca, como Um Estadista,
momentos decisivos. Primeiro vem a formação aristocrática do dândi; a aquisição do
gosto, do traquejo dos salões, da arte da conversão; as leituras, versos e viagens,
que ocupam a maioria dos 26 capítulos. Guiado pela “atração do mundo”, desabrocha
o cosmopolita.
Nabuco reputa suas convicções políticas, o monarquismo e o liberalismo, à
admiração juvenil pelo Velho Mundo, sobretudo pela monarquia reformada inglesa,
conhecida de perto e pelos livros de Bagehot, em contraste com a França
revolucionária e a democracia norte-americana, modelos dos republicanos
brasileiros.
Depois, em flash-back, vêm os tempos primeiros. A homenagem ao
preceptor, aristocrata bávaro, a quem tributa sua erudição. Massangana, ápice
estilístico do livro, narra primorosamente a infância no engenho de fogo de morto,
no interior de Pernambuco. Como em Um Estadista, a prosa estiliza fatos e
personagens, edulcora escolhas. A carreira política vira um “acidente”. Seu
abolicionismo é romantizado na história de um “juramento” de conversão e
tributado à formação afetiva e católica na casa-grande. As convicções políticas
aparecem então como “sentimentos”.
Até quando se ocupa da política, o memorialismo rouba a cena. Limita-se a
falar do pai, traçar perfis e ajustar contas com correligionários, respondendo às
críticas granjeadas quando pediu endosso do Papa à campanha abolicionista. Mesmo
a Abolição, Nabuco a imputa mais à ação parlamentar e da família imperial, que
assim “sacrificou” o trono, que ao movimento abolicionista de que foi líder. Seu
próprio ativismo e suas eleições momentosas são abafados como “passagem pela
política”. Completava, assim, o movimento de Um Estadista de abjurar o radicalismo
político e se filiar à tradição.
O último capítulo, escrito na Europa, e único redigido inteiramente a
propósito da edição do livro, exibe o homem se plasmando à circunstância. Nabuco
enuncia seu dilaceramento entre a “pátria” e o “mundo”, entre a profissão de fé
monárquica e o emprego republicano. Daí o recalque de suas identidades políticas
anteriores, de reformista e de monarquista, em favor de uma auto-apresentação
mais genérica, como “liberal” e como “literato”, inclusive se juntando aos
formadores da Academia Brasileira de Letras.
A atitude blasé do narrador “literário” embala ainda a tese da superioridade
da monarquia, como estilo de sociedade, forma de governo, gênero de civilização.
Ao narrar as venturas de um rebento brilhante da sociedade aristocrática
malograda, Nabuco contrasta a competência dos estadistas do Império (e dos,
como ele, impedidos de sê-lo) ao despreparo dos republicanos ascendentes. Nesse

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sentido, Minha Formação prolonga Um Estadista, lamentando a decadência e
entoando elegia à sociedade aristocrática imperial.
Nada disso é bandeira política. É ideal retido no passado - agora que a
República o puxou para si. Daí a saudade, que Massangana resume e exprime, de um
mundo morto.

Legados de Nabuco
A mesma luz atravessa os grandes livros de Nabuco, mas, como num prisma,
cada um a reverbera em cores peculiares, acompanhando os solavancos da
conjuntura. Reformista no Império, descortinou, em O Abolicionismo, os
fundamentos escravistas da formação social, vinculando a elite política à base
socioeconômica que a nutria. Monarquista no início da República, privilegiou, em Um
Estadista, a história política, autonomizando o jogo político-institucional da
sociedade escravista. Diplomata, adotou, em Minha Formação, o ângulo cultural
para recompor a formação aristocrática de que se fez exemplo. O livro do
reformista revela o que os do monarquista sonegam: o sereníssimo Império e sua
fina flor fincavam raízes no pântano da escravidão.
Os livros, contudo, suplantaram as intenções do autor. Suas teses foram
aprofundadas, desdobradas, questionadas, elevando Nabuco à categoria de
clássico. Suas abordagens, estilos e temas perduraram, alimentando três linhagens
de interpretação do Brasil. Leitores de O Abolicionismo seguiram sua análise
estrutural da dinâmica socioeconômica e do conflito entre grupos sociais, em
vizinhança com o libelo político, como se vislumbra em Caio Prado Jr.
Um Estadista deu o norte da historiografia da primeira metade do século
XX, mais atenta às instituições e à elite política que aos movimentos da sociedade
civil. Teses suas ecoam nos “homens de mil” de Oliveira Viana. Seu modelo narrativo
e até seu título se replicam, por exemplo, em Um Estadista da República, de
Afonso Arinos de Mello Franco.
De Minha Formação ficou o ensaio em flerte com a literatura, o foco na
cultura e um narcisismo narrativo, que se nota em Gilberto Freyre. Nele e numa
linhagem de escritos nordestinos reverbera a imagem da sociedade brasileira a
partir da casa-grande e a nostalgia da tradição em decadência.
Tamanha influência talvez se deva ao ostracismo de que nasceram os livros -
em terra estrangeira (O Abolicionismo e Minha Formação) e no passado (Um
Estadista) -, logrando o distanciamento que apurou seu olho, ora sociológico, ora
histórico, ora literário. Decerto vem também da mescla equilibrada da erudição de
cosmopolita, nutrindo estilisticamente o texto, com a matéria local, que o adensa e
complexifica. Em contraponto, rendem menos seus livros muito embebidos de cor
local, o ódio ao florianismo, em Balmaceda e A Intervenção Estrangeira, ou

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destacados dela, como no enredo estrangeiro de L´Option, e na pretensão
universalizante de Pensamentos Soltos
Minha Formação tenta nos convencer de que os rendimentos analíticos e
estilísticos de Nabuco se devem a um afastamento da política. Mas sua biografia,
eivada dela, sugere que seu talento de historiador e de ensaísta cozinhou
justamente nessas brasas.

Sugestões de leitura:

Alencastro, L. Felipe. (1999). Joaquim Nabuco. Um estadista do Império. In Mota, L. D. (org.)


Introdução ao Brasil. Um banquete nos trópicos. Vol I, SP, Senac
Alonso, Angela. (2007). Joaquim Nabuco: os salões e as ruas. São Paulo: Companhia das letras.
Araújo, Ricardo Benzaquen de. (2003), “Através do espelho: subjetividade em Minha formação, de
Joaquim Nabuco”. Revista Brasileira de Ciências Sociais. Vol.19 no. 56. São Paulo.
Cabral de Mello, Evaldo. (2002). “Um livro elitista?” ; “Reler O Abolicionismo” e “Minha Formação” in
Um imenso Portugal. História e historiografia. SP, editora 34
Carvalho, J. Murilo (2003). As duas repúblicas in Machado de Assis & Joaquim Nabuco.
Correspondência. Rio de Janeiro. Toopbooks/ABL, 2003
Carvalho, Maria Alice R.(2000). Joaquim Nabuco. Minha Formação. In Mota, L. D. (org.) Introdução
ao Brasil. Um banquete nos trópicos. Vol II, SP, Senac
Faoro, Raymundo. (1997).História e arte in Nabuco, Joaquim (1897-9) Um estadista do Império:
Nabuco de Araújo, sua vida, suas opiniões, sua época. Rio de Janeiro: Toopbooks,
Moriconi,Italo (2001), “Um Estadista Sensitivo. A Noção de Formação e o Papel do Literário em
Minha Formação, de Joaquim Nabuco”. Revista Brasileira de Ciências Sociais, vol. 16, nº 46, junho.
Nabuco, Carolina. (1929), Vida de Joaquim Nabuco, por sua filha. R.J., J. Olympio.
Nabuco, Carolina. (org). (1949). Joaquim Nabuco. Cartas a Amigos. Vol I (1864-1898), vol II (1899-
1909). Obras completas, Vol XIII. São Paulo: Instituto Progresso Editorial.
Nabuco, Joaquim (1883). O abolicionismo. Petrópolis: Vozes, 1988
Nabuco, Joaquim (1895), Balmaceda. São Paulo: Cosac & Naify, 2008
Nabuco, Joaquim (1896), A Intervenção Estrangeira Durante A Revolta de 1893. In (1949), Obras
Completas, Vol II. São Paulo: Instituto Progresso Editorial.
Nabuco, Joaquim (1897-9) Um estadista do Império: Nabuco de Araújo, sua vida, suas opiniões, sua
época. Rio de Janeiro: Toopbooks, 1997
Nabuco, Joaquim (1900). Minha formação. Brasília, Editora da Universidade de Brasília, 1981.
Nabuco, Joaquim (1901). Escritos e Discursos Literários. Companhia Editora Nacional/Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira. 1939
Nabuco, Joaquim (1949) Pensamentos soltos. Camões e assuntos americanos. São Paulo: Instituto
Progresso Editorial (IPE), 1949
Nabuco, Joaquim (1999). A Escravidão. RJ, Ed. Nova Fronteira
Nabuco, Joaquim (1985) Minha Fé (Foi Voulue. Mysterium Fidei), Recife, Fundação Joaquim Nabuco
Nabuco, Joaquim. (1911) Discursos e Conferências. Rio de Janeiro, Ed.Benjamin Aguila.
Nabuco, Joaquim (2005). Joaquim Nabuco Diários. Volume I e II, (edição Evaldo Cabral de Mello),
RJ/Recife: Bem Te Vi Produções Literárias, Editora Massangana.
Nogueira, Marco Aurélio. (1984), As Desventuras do Liberalismo. Joaquim Nabuco, a Monarquia e a
República. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
Salles, Ricardo.(2002) Joaquim Nabuco – Um pensador do Império. Rio de Janeiro: Topbooks.
Viana Fo. Luis.(1973) A vida de Joaquim Nabuco. São Paulo: Martins/MeC.

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