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Lei de Eficiência Energética

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esde 2001, o Brasil possui máximos de consumo de energia
um importante instrumento ou mínimos de eficiência energética
para a indução da eficiência de aparelhos consumidores de
energética: a Lei n° 10.295, também energia, estabelecer programas de
conhecida como Lei de Eficiência metas com indicação da evolução
Energética. Concebida sob o dos níveis a serem alcançados por
entendimento de que a conservação de cada equipamento regulamentado
energia deve ser finalidade da Política e constituir comitês técnicos para
Energética Nacional, a Lei estimula analisar matérias específicas.
o desenvolvimento tecnológico, a
preservação ambiental e a introdução O processo de definição dos
de produtos mais eficientes no parâmetros necessários para a
mercado nacional. regulamentação dos equipamentos
se fundamenta em metodologias e
A Lei de Eficiência Energética é o regulamentos específicos, estudos
instrumento que determina a existência de impacto e priorização, critérios de
de níveis mínimos de eficiência avaliação de conformidade, e conta
energética (ou máximos de consumo com laboratórios credenciados para
específico de energia) de máquinas e ensaios e testes do PBE, do Selo Procel
aparelhos consumidores de energia Eletrobras e do Selo Conpet. Tanto
(elétrica, derivados de petróleo ou a Lei quanto o Decreto estabelecem
outros insumos energéticos) fabricados a obrigatoriedade de realização de
ou comercializados no país, bem como audiências públicas para aprovação
de edificações construídas, com base das regulamentações específicas.
em indicadores técnicos pertinentes e
de forma compulsória. Em 2013, as principais atividades
realizadas no âmbito da Lei foram:
Com o objetivo de implementar o
disposto na Lei, foi instituído o CGIEE • Realização de Estudos de Impactos
por meio do Decreto nº 4.059/2001. Regulatórios - EIR para as “Lâmpadas
O CGIEE é composto pelo MME, a Vapor de Sódio de Alta Pressão” e
“Ventiladores de Teto”;
Ministério de Desenvolvimento,
Indústria e Comércio – MDIC, • Aprovação da proposta do “Plano
Ministério de Ciência, Tecnologia de Ação do CGIEE” com o objetivo
e Inovação - MCTI, Aneel, Agência de proporcionar maior eficácia,
Nacional do Petróleo, Gás Natural aperfeiçoar a transparência e ampliar
e Biocombustíveis – ANP, por um a participação nos procedimentos
representante da universidade e um regulatórios do CGIEE;
cidadão brasileiro. Suas principais
atribuições são: regulamentar os níveis • Aprovação do processo visando
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à etiquetagem compulsória para priorização de equipamentos, bem
edificações da administração pública como para a realização de EIR;
federal, em 01/10/2013, por ocasião da
23ª Reunião do CGIEE; • Aprovação da versão final do “Plano
de Fiscalização do CGIEE”, cujo início
• Realização de Missão Técnica ao das atividades de campo está previsto
escritório central do Collaborative para o ano de 2014;
Labeling and Applicance Standards
Program – Clasp, em Washington, • Conclusão da regulamentação
DC, entre 19 e 20 de junho de 2013. específica dos Transformadores de
Como consequência, encontra-se em Distribuição em Líquido Isolante, por
fase de elaboração uma proposta de meio de Portaria Interministerial.
Acordo de Cooperação Técnica, sob a
coordenação do PBE/Inmetro, com foco A Tabela 7 apresenta um resumo
no desenvolvimento de metodologias com o histórico, por equipamento, das
e ferramentas computacionais para regulamentações específicas e seus
a realização de estudos de seleção e respectivos programas de metas.

Histórico de regulamentações específicas e programas


TABELA 7 de metas

Regulamentação Específica Programa de Metas


Equipamento
Documento Data Documento Data

11 de dezembro Portaria Interministerial 08 de dezembro


Motores Elétricos Trifásicos Decreto n° 4.508
de 2002 nº 553 de 2005

Portaria
Lâmpadas Fluorescentes Portaria Interministerial 31 de dezembro
Interministerial 12 de junho de 2006
Compactas n° 1.008 de 2010
n° 132
Portaria
24 de dezembro Portaria Interministerial 26 de maio de
Refrigeradores e freezers Interministerial
de 2007 n° 326 2011
n° 362
Portaria
24 de dezembro Portaria Interministerial 26 de maio de
Fogões e Fornos a Gás Interministerial
de 2007 n° 325 2011
n° 363
Portaria
24 de dezembro Portaria Interministerial 26 de maio de
Condicionadores de Ar Interministerial
de 2007 n° 323 2011
n° 364

Portaria
Aquecedores de Água 10 de setembro Portaria Interministerial 26 de maio de
Interministerial
a Gás de 2008 n° 324 2011
n° 298
Reatores Eletromagnéticos Portaria
09 de dezembro
para Lâmpadas a Vapor de Interministerial - -
de 2010
Sódio e a Vapor Metálico n° 959
Portaria
31 de dezembro
Lâmpadas Incandescentes Interministerial - -
de 2010
n° 1.007

Transformadores de Portaria
Distribuição em Líquido Interministerial 22 de março de 2013 - -
Isolante n° 104

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Portanto, a Lei de Eficiência Energética se a necessidade de uma abordagem
é um dos principais componentes do integrada dos efeitos e impactos da
marco legal da política de eficiência regulamentação dos níveis mínimos
energética no Brasil, constituindo-se de eficiência energética.
num instrumento eficaz e efetivo de
política pública. Por outro lado, a sua Outro grande desafio diz respeito
implementação demanda, por parte à etiquetagem das edificações. A
do poder executivo, um importante aprovação da compulsoriedade da
esforço para a elaboração das etiquetagem das edificações da
regulamentações específicas e dos administração pública federal irá exigir
programas de metas, bem como de do poder executivo um significativo
planos para a fiscalização e estudos esforço de articulação e coordenação
de impacto para o acompanhamento para tornar esta regulamentação uma
sistemático de todo o processo. realidade prática.
Há, ainda, inúmeros aspectos da
governança da aplicação da Lei que Destaca-se, por fim, o papel
são passíveis de aperfeiçoamentos e permanente e estruturante do
melhorias contínuas. CGIEE no sentido de implementar
a Lei de Eficiência Energética, que
É preciso destacar, de modo especial, se fundamenta em uma política
os Estudos de Impactos Regulatórios, pública que estabelece, de forma
que não são tarefas triviais e requerem compulsória, a transformação do
abordagens e metodologias próprias, mercado de máquinas e equipamentos
sustentadas por uma base de produzidos e comercializados no Brasil,
dados confiável. Desde o processo fomentando a evolução tecnológica
de regulamentação específica de desses produtos, bem como das
lâmpadas incandescentes, apontou- edificações.

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