OBJETIVO: Nessa ação o que se persegue é a verificação da compatibilidade, ou
não, da norma pré-constitucional com a ordem constitucional superveniente.
O que é a ADPF 293?
Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 293, pleiteada pela
Procuradoria Geral da República (PGR) e foi colocada em pauta ministra Carmem Lúcia em suma seria “a extinção do registro profissional de artistas e técnicos” (DRT).
Sob a alegação de que a exigência do diploma superior ou técnico ou, quando da
ausência deste, do Atestado de Capacitação Técnica para a emissão da DRT ferem os incisos IV, IX e XII do artigo 5º da Constituição Federal, que asseguram a livre manifestação do pensamento, a liberdade de expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura, além do livre exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão. O inflamado discurso no site do STF diz que ”a regulamentação da profissão acabou por retirar da arte aquilo que lhe é peculiar: sua liberdade”.
A regulamentação veio dar algum amparo jurídico e reconhecimento a toda uma
marginalizado e precarizado da sociedade, que vivia à sombra da lei, informalidade e vista como cidadãos de segunda classe. Ainda há muito que se conquistar e ser aprimorado, mas - em se confirmando essa ameaça - representará mais um retrocesso no que diz respeito a legislação trabalhista em nosso País
Defende a ação a incompatibilidade desses dispositivos com a garantia
constitucional da liberdade de expressão (art. 5o , IX, da Carta da República) e de profissão (art. 5o , XIII, da CR) e com a garantia do pleno exercício dos direitos culturais (art. 215, caput, da CR), por entender que em uma democracia constitucional não cabe ao Estado policiar a arte. Afirma que medidas restritivas à liberdade de manifestação artística só são constitucionalmente admitidas quando visem à proteção do direito de terceiros. Invoca o 4 PGR Arguição de descumprimento de preceito fundamental 293/DF julgado do Supremo Tribunal Federal no recurso extraordinário 511.961, que afastou a exigência de diploma de nível superior para exercício da profissão de jornalista. Requer que o STF declare a não recepção dos arts. 7o e 8o da Lei 6.533/1978 e, por arrastamento, dos arts. 8o , 15, 16, inc. I e §§ 1 o e 2o , 17 e 18 do Decreto 82.385/1978.
Julgada a arguição de descumprimento de preceito fundamental, o órgão ou
autoridade responsáveis pela prática do ato serão comunicados. Além disso, serão fixadas as condições e modo de interpretação e aplicação do preceito fundamental. A decisão em ADPF é imediatamente autoaplicável, podendo o presidente do STF determinar de imediato o seu cumprimento, lavrando o acórdão posteriormente. A parte dispositiva da decisão será publicada no Diário da Justiça e no Diário Oficial da União do prazo de 10 dias, contados do trânsito em julgado. A decisão tem eficácia contra todos, efeitos retroativos e vinculantespara os demais órgãos do poder público. Porém, por questões de segurança jurídica ou excepcional interesse social, o STF, pelo voto de 2/3 dos seus membros, poderá restringir os efeitos da decisão. Como, por exemplo, determinar que a decisão só tenha eficácia a partir do trânsito em julgado ou outro momento a ser fixado. Tal hipótese constitui, assim como na ADI, exceção ao princípio da nulidade, que é a regra geral.
Em via de mão contrária, temos que questionar “A exigência de um atestado
sindical para a obtenção da DRT, da forma como é apresentada pela parte majoritária da diretoria do SATED, transmite a falsa ideia de que é um grande passo para o alcance das mínimas condições de vida da categoria que, em sua maioria, vive em condições extremamente precárias”.