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Refrigeração industrial
Refrigeração industrial
© SENAI-SP, 2008.
a
2 edição. Padronização, 2008.
Trabalho elaborado pela Escola SENAI “Oscar Rodrigues Alves” para o Curso Técnico de Refrigeração e
Climatização.
Ficha Catalográfica
SENAI. SP. Escola SENAI “Oscar Rodrigues Alves”. Refrigeração industrial. São Paulo: 2008. 201p.
Refrigeração industrial
CDU 621.56
SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Escola SENAI “Oscar Rodrigues Alves”
Rua 1822, 76 - Ipiranga
São Paulo – SP
CEP 04216-000
E-mail Senairefrigeracao@sp.senai.br
Home page http://www.sp.senai.br/refrigeracao
Refrigeração industrial
Sumário
Fundamentos da
refrigeração industrial
Faixas de temperaturas
Aplicações
Esta é uma área que se faz imprescindível à troca de informações entre engenheiros,
técnicos, mecânicos, químicos, gerentes, diretores de diversos setores que estão em
Fundamentos da
termodinâmica
Sistemas de unidades
Em 1960 a 11ª CGPM, por intermédio da resolução 12, adotou o nome Sistema
Internacional de Unidades, com abreviação internacional SI, para um sistema prático
de unidades de medida, e instituiu regras para os prefixos, para as unidades derivadas
e as unidades suplementares, além de outras indicações, estabelecendo, assim, uma
regulamentação de conjunto para as unidades de medidas.
Sistema SI
No sistema SI usa-se prefixos para designar múltiplo e submúltiplo das unidades e são
representados por potências de 10 e eliminam algarismos não significativos e o uso de
frações como indica na tabela de prefixo das unidades do SI.
Conversão de unidades
Exemplo de conversão
Solução:
a) 2345 x 4,7195 / 10 000 = 1,11 m3/s
b) 4,5 / (0,6039 / 10 000) = 71327 GPM
c) 175 x 0, 069 = 12,1 Bar (na prática se usa o fator 0,07 como valor aproximado)
d) 2,5 x 98067 = 245167,5 Pa (na prática se usa o fator 100 000 como valor
aproximado, igualando o Kgf/cm2 com o bar)
e) 85 x 0,098 = 8,3 Bar (na prática se usa o fator 0,1 como valor aproximado igualando
o bar como Kgf/cm2)
f) 12 300 / 860 = 14, 3 KW
g) 520/1,163=447,1Kcal/h.m
3 2
4 1
T2
3 2
A
T1
4 1
Para se obter refrigeração contínua, pode usar-se o método de passar uma substância
de trabalho (fluido refrigerante) através de uma série de processos, dos quais um pode
absorver calor e baixar a temperatura.
3 2
4 1
Qr
3 2
Wa
expansor compressor motor
Qa
4 1
potência frigorífica
mr =
h1 - h 4
A vazão volumétrica real(m 3 /seg) pode ser determinada pelo produto da vazão em
massa do refrigerante (Kg/seg) pelo volume específico do fluido refrigerante no ponto
de aspiração do compressor (m 3 /Kg), deste modo:
Vv.real = mr (Kg/seg) x vol.esp.adm (m 3 /Kg) = m 3 / seg
A taxa de rejeição de calor no condensador (Qrej.) pode ser representada pelo produto
da vazão em massa de refrigerante pela diferença de entalpia entre o ponto de
descarga do compressor e o ponto de entrada do dispositivo de expansão, ou seja:
Qrej. = mr(kg/s) x (h2 – h3) )(kJ/kg) = kJ/seg
Exemplo de cálculo
e) o COP.
Solução:
a) as entalpias dos estados 1, 2, 3 e 4 assumem os valores de acordo com o diagrama
especificado para o referido fluido refrigerante, de modo que:
h1’ = 343,31 kJ/kg
h2’= 364,00kJ/Kg
h3’= 235,68 kJ/kg
h4’= 235,68 kJ/kg
148,28
COP = = 4,88
30,37
Carga térmica
Na refrigeração industrial a carga térmica pode ser gerada por túneis de congelamento
e resfriamento, câmaras e antecâmaras de armazenamento de produtos
industrializados e das matérias prima ou por equipamentos específicos de
processamentos como máquinas fabricadores de gelo ou processadores por imersão.
Para cada caso pode-se ter ou não a geração de todos os calores, mas na maioria das
vezes é necessário um estudo mais profundo do modo de funcionamento de cada
equipamento, bem como conhecer as características de cada calor gerado.
Calor de transmissão
Qtransmissão = AxUx(Te − Ti )
Onde:
A = área total da câmara (m2)
E = espessura da parede (isolante) (m)K = condutibilidade térmica do material isolante
(kcal/h.m2°C)
He = película externa (kcal/h.m°C)
Hi = película interna (kcal/h.m°C)
U = coeficiente global de transmissão de calor (kcal/h.m°C), do qual utilizamos a
seguinte equação:
1 1 E 1
= + +
U He K Hi
Onde:
K = Condutibilidade térmica do material isolante (kcal/h.m.ºC)
E = Espessura da parede (isolante) (m)
He = Película externa (20 kcal/h.m2. ºC)
Hi = Película interna (05 kcal/h.m2. ºC)
Placas de casca
80-96 2 1 0,7 0,5 0,4 0,3 0,3 0,2 0,2 0,1
expandida
Lã de Vidro 80 1,7 0,8 0,6 0,4 0,3 0,3 0,2 0,2 0,2 0,1
Lã de vidro com capa
48-80 1,7 0,8 0,6 0,4 0,3 0,3 0,2 0,2 0,2 0,1
betuminosa
Poliestireno 24 1,7 0,8 0,6 0,4 0,3 0,3 0,2 0,2 0,2 0,1
32 1,5 0,8 0,5 0,4 0,3 0,3 0,2 0,2 0,2 0,1
64 1,7 0,8 0,5 0,4 0,3 0,3 0,2 0,2 0,2 0,2
88 1,8 0,9 0,6 0,4 0,4 0,3 0,3 0,2 0,2 0,2
Espuma de poliestireno 40 1 0,5 0,3 0,2 0,2 0,2 0,1 0,1 0,1 0,1
Placas de poliestireno 48 1,9 1 0,6 0,5 0,4 0,3 0,3 0,2 0,2 0,2
Lã de escória 136 1,7 0,8 0,6 0,4 0,3 0,3 0,2 0,2 0,2 0,2
Lã de escória a granel 176 1,8 0,9 0,6 0,5 0,4 0,3 0,3 0,2 0,2 0,2
Qtrasmissão = A × FDC
Onde:
A = área total da câmara (m2)
FDC = fator de dispersão de calor em função do isolamento (kcal/m2/24h))
Calor de respiração
Calor de produtos
O produto geralmente tem uma temperatura maior do que o interior de uma câmara
frigorífica e acaba tendo que ceder calor até sua temperatura baixar ao calor de
conservação. A carga térmica total, conforme o produto é variável por uma ou mais das
seguintes causas:
Q produto = m × c × ∆t , Onde:
• m = (massa do produto (kg));
• ∆T=(redução de temperatura que o produto irá sofrer (°C));
• c = (calor específico do produto (kcal/kg.°C));
Calor de embalagens
Q produto = m × c × ∆t , Onde:
• m = (massa do produto (kg));
• c = Calor específico da embalagem
• ∆ T = Diferença de temperatura
Infiltração de calor
Outras fontes
Outras fontes calor que devem ser levadas em consideração no projeto como o calor
emitido pelas pessoas em serviço nos locais refrigerados, por motores que trabalham
no interior das câmaras e túneis, elevadores de cargas, através da iluminação da
câmara ou outras cargas que não compõem os produtos.
Calor de motores
O cálculo de calor gerado pelos motores em uma câmara frigorífica é obtido aplicando-
se a seguinte fórmula:
Calor de iluminação
Obs. Lâmpadas fluorescentes não devem ser usadas em câmaras com temperaturas
abaixo de -6ºC, salvo em aplicações onde a mesma é hermeticamente vedada.
Calor de ocupantes
Qocupação = P × F eq × h , onde:
• P = (n° de pessoas);
• F.eq. = (fator de equivalência de calor por pessoa (kcal/h));
• h = (horas reais de permanência na câmara),
Calor de equipamentos
Outros equipamentos como empilhadeiras, esteiras entres outros podem ou não estar
presentes no interior do equipamento refrigerado, portanto deve-se observar sua
existência e considerar o valor do calor dispersado no cálculo de carga térmica.
Este valor deverá ser dividido em um número de horas necessário para a retirada do
calor total do interior da câmara de acordo com a aplicação, ou seja:
• Carga térmica para resfriados/ 20 a 22 horas.
• Carga térmica para congelados/ 18 horas.
Tabela: Calor necessário para resfriar o ar externo até a temperatura da Câmara (kcal/m³)
Temp. Condições Externas (temperatura bulbo seco e umidade relativa)
Câmara 15°C 20°C 25°C 30°C 35°C 40°C
em °C 40% 50% 60% 40% 50% 60% 40% 50% 60% 40% 50% 60% 40% 50% 60% 40% 50% 60%
10 0,2 1 1,8 2,9 4 5,1 6 7,4 8,9 9,5 11,5 13,6 13,6 16,5 19,2 18,7 22,3 26
5 2,7 3,5 4,3 5,5 6,6 7,7 8,6 10 11,7 12,3 14,4 16,5 16,5 19,4 22,2 2,17 25,4 29,2
0 5,4 6,2 7 8,1 9,3 10,5 11,4 13 14,5 15,1 17,2 19,4 19,4 25,2 24,7 28,7 28,4 32,3
-5 8 8,8 9,7 10,8 12 13,2 14,1 16 17,3 18 20,1 22,3 22,3 25,3 28,2 27,7 31,5 35,5
-10 10,2 11,1 12 13,1 14,3 15,5 16,5 18 19,7 20,4 22,5 24,8 24,8 27,9 30,8 30,3 34,2 38,2
-15 12,7 13,5 14,4 15,6 16,8 18,1 19 21 22,3 23 25,2 27,5 27,5 30,7 33,7 33,2 37,1 41,2
-20 14,8 15,7 16,6 17,9 19,1 20,4 21,3 23 24,7 25,4 27,6 30 30 33,2 36,3 35,7 39,8 43,9
-25 17 17,9 18,8 20,1 21,3 22,6 23,6 25 27 27,7 30 32,4 32,4 35,7 38,8 38,3 42,4 46,7
-30 19,2 20,2 21,1 22,4 23,7 25 26 28 29,5 30,2 32,5 35 35 38,4 41,6 41 45,2 49,5
-35 21,6 22,5 23,5 24,8 26,1 27,4 28,5 30 32 32,8 35,1 37,7 37,7 41,1 44,3 43,7 48 52,5
-40 23,8 24,8 25,8 27,1 28,5 29,8 30,9 33 34,5 35 33,7 40,3 40,3 43,8 47,1 46,5 50,9 55,4
Seleção e dimensionamento
de equipamento frigorífico
Depois de realizada a seleção dos componentes que irão ser agrupados ao ciclo,
geralmente deve-se dimensioná-los seguindo dados fornecidos por catálogos de
fabricantes especializados em seu componente fabricado.
Na sua construção os mais utilizados são os de tubo liso para serpentinas imersas ou
de contato, os de placas de contato de líquidos, ou de tubos em forma de serpentina
com aletas. Estes tipos geralmente são aplicados para resfriar líquidos ou ar.
Uma vez que o cálculo matemático não é prático, outras influências podem surgir no
desempenho do evaporador dependendo do tipo do mesmo por isso cada fabricante
desenvolve métodos de classificação e métodos de aplicação.
Já o condensador resfriado por água tem um bom desempenho nas trocas de calor,
porém pode proporcionar um grande volume de água na troca de calor não sendo
aconselhável na refrigeração industrial por motivos econômicos ou ecológicos.
Dimensionamento das
tubulações frigoríficas
Para que isso possa ser amenizado a tubulação é estudada sob vários aspectos: perda
de pressão, dimensionamento, materiais utilizados e traçados geométricos.
Perda de pressão
A perda de pressão (∆p) provocada por ficção no interior de um tubo cilíndrico, para
fluidos homogêneos, traduz-se pela equação de Darcy-Weisbach:
L V2
∆P = f × ×ρ× , onde;
D 2
∆p = perda de pressão (Pa)
f = fator de fricção (ábaco de Moody)
L = comprimento de tubo (m)
D = diâmetro interno do tubo (m)
ρ = peso especifico do fluido á temperatura média do escoamento (kg/m3)
V = velocidade média do fluido (m/s)
VD
Re = ρ × (µ = Viscosidade dinâmica em Pa. s)
µ
Então:
Re, ε
f =f× com ε = rugosidade absoluta
D
Exemplo de cálculo
Calcular a perda de pressão por metro de comprimento de tubo de aço para uma
vazão de 0,12kg/s de NH3 no estado de vapor saturado a –10ºC.
Diâmetro nominal do tubo = 3”
Solução:
VD
Re = ρ ×
µ
ρ = 2,398kg/m3
D = 0,0748m
S1 = 0,00439m2 (área interna transversal do tubo)
V = 11,43m/s
µ = 8,79 . 10-6 Pa.s
(11,43 x 0,0748)
Re = 2,398 × = 2,33.105
0,00000879
ε 45 × 10 −6
= = 6,02.10 − 4
D 0,0748
L V2 1,0 11,43 22
∆P = f × ×ρ× = 0,019 × × 2,398 × = 39,8Pa
D 2 0,0748 2
∆p = (0,000398 bar)
Dimensionamento
Aspectos técnicos:
• A perda de pressão é o fator fundamental no dimensionamento de tubulação.
Conforme a localização da tubulação no sistema frigorífico, assim as
conseqüências;
2'
3 2 ∆p desc.
∆p liq. 2"
3"
4 1 ∆p suc.
1'
h4 h 1 = h1' h 2 h 2' h
Ciclo ideal: 1 – 2 – 3 – 4 – 1
COP + (h1 - h4) / (h2 - h1)
Aspectos econômicos:
• Excluindo os tubos elevadores para frigorígenos miscíveis com óleo, num raciocínio
puramente técnico seriamos induzidos a usar bitolas o maior possível para reduzir
as perdas de pressão. Esta solução nos levaria a tubulações de preço muito
elevado;
• A otimização considera aspectos técnicos e econômicos. Nos aspectos econômicos
considera-se o custo inicial (investimento) e o custo operacional (amortização,
operação e manutenção);
• O estudo conduz a curvas como as representadas na figura.
VALOR
PRESENTE
C CT
CE
D optimo D
Dimensionamento prático
Na prática não se faz o estudo de otimização para todos os projetos, existem várias
tabelas e gráficos baseados nos métodos já referidos.
Usam-se estudos genéricos para casos padrão dentro de certos limites. Os valores
destes estudos são normalmente apresentados em gráficos ou tabelas.
Esta regra não pode aplicar-se para a sucção das bombas de líquido, alimentação de
evaporadores inundados por gravidade, tubo de ligação do condensador ao
reservatório e tubos elevadores de fluidos refrigerantes miscíveis com óleo.
São definidas faixas de velocidade para cada setor da instalação frigorífica e para cada
fluido refrigerante. Para diâmetros maiores usam-se as velocidades maiores da faixa.
Exemplo de cálculo
Solução:
h4 (40) = 93,43kcal/kg (391,11kj/kg)
h1 (-10) = 346,49kcal/kg (1450,42kj/kg)
Peso específico no ponto de descarga: ρ = 9kg/m3
∆h = 346,49 – 93,43 = 253,06kcal/kg
G = 130 000 / 253,06 = 513,71kg/h
G’ = 513,71 / 9 = 57,08m3/h
V = 10m/s ⇒ D = 0,045m = 45mm (2”)
Este método é usado como verificação e os valores vão sendo ajustados de modo a
ficarem dentro das faixas selecionadas.
Caso ocorra uma queda de energia, ocorrerá enclausuramento de líquido na linha, por
causa do fechamento da válvula solenóide (NF). Neste caso, abra manualmente a
válvula solenóide para o alívio da pressão, senão pode ser que a válvula não abra
quando re-energizada (devido à alta pressão). Além disso, a bobina pode queimar se a
situação persistir por um tempo.
Materiais utilizados
Com amônia não devem ser utilizados o cobre e suas ligas. Neste caso usa-se,
normalmente, aço carbono e aço carbono de baixa liga, usando o aço de alta liga em
casos especiais de alta pressão, baixa temperatura ou fluidos corrosivos.
O cobre, usado com os fluidos halogenados, deve ser isento de oxigênio (chamado
cobre de refrigeração).
56 Escola SENAI “Oscar Rodrigues Alves”
Refrigeração industrial
DIMENSIONAMENTO DE TUBULAÇÃO
Fluido: Amônia
Tabela: Linhas de Líquido e Gás Quente (Descarga)
Linha de descarga Linha de liq. entre condensador e reservatório Linha de liq. entre reserv. e valv. expansora
D (mm) Q (kcal/h) D (mm) Q (kcal/h) D (mm) Q (kcal/h)
20 20.000 20 45.000 10 32.000
25 30.000 25 80.000 13 60.000
32 50.000 32 130.000 20 180.000
40 110.000 40 230.000 25 280.000
50 180.000 50 400.000 32 450.000
70 300.000 70 700.000 40 750.000
80 400.000 80 1.000.000 50 1.100.000
100 700.000
Traçado geométrico
Suportes / Apoios
Para tubos retos horizontais, existem valores padronizados que servem como
orientação.
Sistemas de múltiplos
estágios de pressão
Definição
É claro que em uma instalação de múltiplos estágios o investimento inicial será muito
maior que uma instalação de simples estágio para a mesma potência frigorífica, porém
em muitos casos ele se torna imprescindível, pois a temperatura desejada é muito
baixa. É sempre importante avaliar os benefícios obtidos em relação ao custo inicial
despedido em função dos benefícios obtidos.
Qr
3 2
Wa
Compressor 2
1"
água
RI
Expansor
Qi
1'
Wa
Compressor 1
Qa
4 1
P Ganho de trabalho h g = h s - h d
∆h d
3 2
2'
1'
1"
4 1
∆h s
2'
2 Ganho de trabalho
3 do compressor
1'
1"
1
4
O ciclo com remoção de gás de “flash” apresenta algumas vantagens como à redução
da potência de compressão para uma mesma capacidade frigorífica e da capacidade
do compressor, visto que a vazão de fluido no evaporador será menor em virtude da
redução do gás de “flash” que penetra no evaporador, aumentando a eficiência do
mesmo.
Remoção do gás de “flash” no sistema simples estágio com circulação por bomba
Resfriamento intermediário
Atualmente os sistemas de duplo estágio mais usados são aqueles que utilizam um
reservatório de líquido com dupla função (tanque de “flash”/resfriador intermediário),
que utilizam dois compressores, um de baixa pressão “booster” que admite o vapor
proveniente do evaporador e eleva sua pressão até um nível intermediário e
descarrega-o no separador de líquido, misturando-o com o refrigerante líquido que está
dentro do separador a uma temperatura intermediária, isso resulta em um vapor com
uma pressão intermediária suficiente para ser admitido pelo compressor principal. O
compressor principal de alta pressão por sua vez admite o vapor proveniente do
tanque intermediário e eleva sua pressão até um nível do qual o condensador produza
líquido saturado. Tudo isso com o próprio fluido refrigerante do sistema frigorífico.
5 5 4
3
6
resfriador
intermediário
2
6
Comp. 1
7
exp. 2 evaporador BT
8 1
condensador
5 4
Comp. 2
exp. 1 resfriador
intermediário
3
2
6
5
Comp. 1
exp. 2
evaporador
7 1
5' 5 4
3 2
6
7 1
5 4
7 3 2
6
8 1
No cálculo do trabalho absorvido pelo ciclo deve ter-se em atenção que a vazão
mássica do sistema frigorífico que não é igual nos dois compressores. Também não se
podem comparar diretamente os valores das entalpias específicas. É preciso usar o
cálculo de balanceamento de massa e energia através da equação da conservação de
energia.
A media geométrica indicada é [po = √ (pe. pc)], usa-se como um valor aproximado.O
valor ótimo para o ciclo real é, normalmente, maior que esta média. Em sistemas de
amônia, é usual o acréscimo de 0,35 bar.
Em muitos casos uma instalação frigorífica deve servir a diversas aplicações, que
exigem do sistema várias temperaturas de evaporação ou para sistemas que utilizam
câmaras de produtos resfriados e câmaras de produtos congelados.
No sistema de duplo estágio esses problemas não acontecem, porque os vapores que
deveriam entrar nos evaporadores e os que saem dos evaporadores são balanceados
no tanque de “flash”/ resfriador intermediário que regularizam qualquer variação de
carga, mantendo-se as respectivas temperaturas de evaporação.
Neste caso, a pressão intermediária não pode ser livremente fixada uma vez que o seu
valor está associado para a aplicação de pressões altas, resultado das relações entre
as capacidades dos compressores de alta e baixa pressão.
Sistema duplo estágio com resfriador intermediário com dois níveis de temperatura
Exemplo de cálculo
Calcular o trabalho absorvido pelo ciclo de duplo estágio com amônia funcionando com
uma temperatura de condensação de 35ºC e de evaporação -30ºC com uma
temperatura intermediária de 0ºC para uma potência frigorífica de 150 kW. Comparar
com o ciclo de simples estágio.
Solução:
As entalpias em cada ponto do ciclo são:
h1=1424 kJ/kg
h2 = 1631 kJ/kg
h3 = 1461 kJ/kg
h4 = 1635 kJ/kg
h5 = 367 kJ/kg
h6 = 367 kJ/kg
h7 = 201 kJ/kg
h8 = 201 kJ/kg
mi = mRi +mSL
Aplicando a equação da conservação de energia
QRI = Q0
mRI - ∆h (3-6) = m0 . ∆h (2-3)
mSL . ∆h (3-6) = m0 . ∆h (6-7)
mi = 0,1226 (170 + 166) / 1094 = 0,0377 kg/s
A vazão mássica entre os pontos 3 e 4 (compressor 2), são a soma de duas parcelas
mc = m0 – mi
m0 = 0,1226 + 0,0377 = 0,1603 kg
Verifica-se que o ciclo de dois estágios consome menos 11% de energia no regime
indicado. O COP para cada caso é:
COP duplo est. = 2,82
Sistemas em cascatas
Nos sistemas em que o mesmo refrigerante passa pelos estágios de baixa e alta
pressão, valores extremos de pressão e volume específico podem causar alguns
problemas. De fato, quando a temperatura de evaporação é muito baixa, o volume
específico do vapor de refrigerante na aspiração do compressor é elevado, o que
implica num compressor de capacidade volumétrica elevada. Com relação à pressão,
pode-se afirmar que valores reduzidos, abaixo da pressão atmosférica, podem
promover a admissão de ar e umidade através de aberturas na tubulação de
refrigerante. Por outro lado, se um refrigerante for escolhido de tal modo que a pressão
de evaporação seja superior à atmosférica, a pressão de descarga pode assumir
Sistema em cascata
Um exemplo de sistema em cascata seria aquele que operasse com R12 ou R22 no
circuito de alta pressão, e R13 no de baixa pressão. Outra operação que vem sendo
pensada por especialistas do setor é a utilização do fluido CO2 no circuito de baixa
5 4
Comp. 2
exp. 1
3
subresfriador
de líquido resfriador
intermediário
6
2
5'
Comp. 1
exp. 2
evaporador
7 1
5 5 4
exp. 3 Comp. 2
evaporador MT
3
6
resfriador
exp. 1
intermediário
2
6
Comp. 1
7'
evaporador BT
exp. 2
8 1
Compressores alternativos e
de parafuso
É difícil individualizar estas perdas. Geralmente elas são agrupadas por categorias que
resultam em valores dos seguintes rendimentos:
• Rendimento da compressão (η c): é a relação entre o trabalho necessário para a
compressão isentrópica e o trabalho fornecido ao gás fluido refrigerante apenas na
compressão volumétrica;
• Rendimento mecânico (ηm): é a ralação entre o trabalho fornecido ao gás fluido
refrigerante e o trabalho absorvido pelo eixo do compressor;
• Rendimento volumétrico (ηv): é a relação entre o volume de gás do fluido
refrigerante que entra no compressor e o volume de deslocamento teórico;
• Rendimento isentrópico (ηi). É a relação entre o trabalho necessário para a
compressão isentrópica e o trabalho absorvido pelo eixo do compressor.
ηv
Potência absorvida real = × Potência ideal
ηc × ηm
Ou
ηh c
Potência real = × Potência ideal = ηc × ηm
ηi ηi
Precisa de um motor elétrico à parte para promover o acionamento e por isso tem um
selo mecânico no eixo que acopla o motor, suas características construtivas favorecem
78 Escola SENAI “Oscar Rodrigues Alves”
Refrigeração industrial
Características
Bloco
As tampas do cárter e os cabeçotes podem ser resfriados por água ou pelo próprio
fluido refrigerante.
Virabrequim
Bielas
Pistões
Os pistões são de alumínio. Têm normalmente três anéis, sendo o inferior raspador de
óleo. Conectam-se á biela por pinos de aço.
O conjunto é montado sobre a camisa, sendo a parte central convexa para reduzir o
espaço morto de acordo com a forma do pistão.
Lubrificação
O tipo de óleo deve ser indicado pelo fabricante do compressor de acordo com o
regime de funcionamento.
Selo de vedação
No compressor aberto, o eixo tem que atravessar o bloco para o exterior e precisa ter
uma vedação eficiente, é para isso que servem os selos de vedação anel ou (ou
rotativos) geralmente são simples, baratos e eficientes, porém deve-se ter um cuidado
com o óleo e o alinhamento para manter a sua eficácia de vedação.
Dispositivos especiais
Controle de capacidade
O ideal seria que a potência absorvida fosse proporcional à potência frigorífica parcial
a cada momento e alguns sistemas se aproximam mais outros menos do que seria
desejável.
Resfriamento do óleo
Usam-se diversos sistemas para esta finalidade, desde o resfriamento das tampas do
cárter aos resfriadores externos. O meio de resfriamento pode ser água ou o próprio
fluido refrigerante por expansão direta.
No tempo frio o fluido refrigerante tem tendência a migrar para os pontos frios da
instalação quando esta está parada. Isto provoca uma partida inundada e uma
lubrificação deficiente. Para se evitar isso, o óleo deve manter-se a uma temperatura
acima da temperatura ambiente. Usam-se normalmente resistências elétricas imersas
no cárter dos compressores a fim de se evaporar qualquer líquido que migre para o
compressor durante os períodos de paradas.
Para reduzir os efeitos desta situação, usa-se fixar o conjunto de válvula de descarga
por uma mola que comprime a partir de uma força, permitindo assim a passagem
folgada do fluido refrigerante e do óleo.
Dispositivos de proteção
Funções
Operação
energia e fadiga precoce dos seus componentes gerada por perda de carga, paradas e
partidas excessivas ou altas taxas de compressão.
Taxa de compressão
Quando se trabalha com uma alta taxa de compressão o resultado é na maioria das
vezes insatisfatória, pois altas taxas de compressão proporcionam maior esforço ao
compressor, resultando em altas temperaturas tanto no óleo que perde suas
características de lubrificação, quanto no aquecimento das partes metálicas do
compressor prejudicando assim o seu funcionamento.
Num sólido projeto de refrigeração como regra e bom senso, a relação entre a pressão
de descarga e a de sucção deve se situar dentro dos limites operacionais aceitos pelos
fabricantes, que dependendo do tipo do fluido utilizado é aceita na indústria entre 8 e 9.
Rendimento volumétrico
Quando o pistão se desloca para baixo, o volume do espaço morto reexpande-se até o
volume V1 onde atinge a pressão de sucção. Só a partir deste ponto que entra mais
fluido refrigerante no cilindro até atingir o volume V2 correspondente ao ponto morto
inferior.
Vem
Hvem =
(V2 - V1)
Na realidade, deveria ser feita com o rendimento volumétrico real que considera outras
perdas como vazamento de válvulas e anéis e aquecimento do vapor. Analisando os
diagramas P x H ou tabelas de características dos fluidos refrigerantes, vê-se que o
peso específico do vapor se reduz com o abaixamento de temperatura.
Exemplo de aplicação
Solução:
Considera-se em todos os casos, ciclos de simples estágios, sem sub-resfriamento,
sem superaquecimento.
Geralmente estes compressores podem estar dispostos nas versões herméticas, semi-
herméticas e abertos de acordo com as aplicações específicas.
Porém para que seu desempenho seja alcançado se faz necessário um maior aporte
de apoio em relação à lubrificação, temperaturas e pressões de modo que um
compressor parafuso geralmente trabalha em conjunto com separadores de óleo de
alta eficiência, bombas de fluxo de óleo, resfriadores de óleo, transdutores de pressão,
sensores de temperatura e um grande aporte elétrico a fim de garantir um
funcionamento adequado para este compressor, visto que sua manutenção é
específica e de custo alto.
Funções
Operação
Resfriamento de óleo
Evaporadores, serpentina de
ar e resfriadores de líquido
Expansão seca
As principais vantagens dos resfriadores de expansão seca sobre o tipo inundado, são
a menor quantidade de refrigerante requerida para a troca de calor e a segurança de
retorno positivo de óleo ao compressor. Também, como previamente estabelecido, a
possibilidade de danificar o resfriador no caso de congelamento, é menor considerando
que o líquido resfriado circula sobre os tubos em vez de através deles.
A fim de manter a velocidade do líquido dentro dos limites que produzirão uma taxa
mais efetiva de queda de pressão na transmissão de calor, a velocidade do líquido
resfriado que circula sobre os tubos é controlada, variando o comprimento e as
distâncias das placas defletoras de segmento. Quando a taxa de fluxo alta e /ou a
Resfriadores inundados
Mesmo que a principal função do trocador de calor seja assegurar que somente vapor
seco entre na linha de sucção, ele possui efeito adicional de aumentar a eficiência do
resfriador, porque ele sub-resfria o líquido que se aproxima do resfriador e deste modo
reduz a quantidade de gás instantânea que entra no resfriador.
Tipos
Evaporadores a ar
Estáticos
Os coeficientes de transmissão de calor são baixo o que exige grandes áreas de troca
de calor.
De ar forçado
Os resfriadores de tubo duplo podem ser manobrados por expansão seca ou sistemas
inundados e em cada um dos casos, o contra-fluxo dos fluídos nos tubos produz um
coeficiente relativamente alto de transmissão de calor. Contudo, este tipo de resfriador
tem a desvantagem de requerer espaço maior, principalmente altura livre ou bombas
de circulação de líquido e são muito aplicados em sistemas de água gelada e em
algumas poucas aplicações especiais. Um número muito grande destes foi usado nas
indústrias de bebidas por fermentação e na fabricação de vinho, para resfriar o vinho e
cerveja não fermentada e em indústrias de petróleo, para o resfriamento de óleos.
Tipo Baudelot
O resfriador tipo Baudelot consiste de uma série de tubos horizontais que são
localizados um embaixo do outro, e são ligados para formar um circuito refrigerante ou
circuitos. Para operação inundada ou de expansão seca, o refrigerante é circulado
através do interior dos tubos, enquanto o líquido esfriado flui para o exterior numa fina
película. O líquido flui para baixo sobre o tubo por gravidade, de um distribuidor
localizado no topo do refrigerador e é coletado dentro de uma calha na base. O fato de
que o líquido esfriado está à pressão atmosférica e em contato com o ar, torna o
refrigerador tipo Baudelot ideal para qualquer aplicação de esfriamento de líquido onde
o arejamento é um fator. O resfriador tipo Baudelot foi largamente usado para
resfriamento de leite, vinho e cerveja não fermentada e para o esfriamento de água
para carbonetação nas linhas de enchimento. Com este tipo particular de esfriamento,
é possível esfriar o líquido a uma temperatura muito perto do ponto de congelamento
sem o perigo de danificar o equipamento se ocorrer congelamento ocasional.
Tipo tanque
As serpentinas de tubo liso em forma de espiral são dois dos tipos de serpentina
freqüentemente usada em resfriadores tipo tanque em qualquer aplicação de
resfriamento de líquido onde a higiene não seja um fator principal, e são largamente
usados para esfriamento de água, salmoura e outros líquidos para serem usados como
refrigerantes secundários. Por causa de sua capacidade inerente excessiva, eles são
adequados principalmente para aplicações sujeitas a variações fortes e freqüentes na
carga. Em tais casos, é fabricado um tanque de armazenagem de liquido resfriado de
grande porte, a fim de minimizar o aumento na temperatura do líquido resfriado
durante os períodos de demanda culminante.
Carcaça e serpentina
Uma das desvantagens deste sistema é que sempre há capacidade excessiva. Dado
que o líquido não é re-circulado, ele deve ser resfriado instantaneamente quando
passa através das serpentinas. Outra desvantagem é que a falta de líquido pode torna-
se um perigo e danificar o refrigerador, pois no caso de congelamento pode haver
estrangulamento de tubos e serpentinas. Por esta razão, resfriadores que empregam
este sistema, não podem ser recomendados para qualquer aplicação onde é requerido
resfriamento do líquido abaixo de 0°C.
Tubo e carcaça
Os resfriadores de tubo e carcaça que têm uma eficiência relativamente alta requerem
um mínimo de espaço de piso e altura livre, são de fácil manutenção e são
prontamente adaptáveis a quase todo tipo de aplicação de resfriamento de líquido.
Por esta razão, o resfriador de tubo e carcaça é o tipo mais usado em resfriamento de
líquidos embora projetos individuais difiram um pouco dos usuais, dependendo do tipo
de refrigerante usado e em qual dos dois tipos (inundado ou expansão seca) ele será
operado.
qualquer um dos casos o líquido a ser resfriado circula através do resfriador por meio
de uma bomba de circulação de líquido usualmente do tipo centrífuga.
Os resfriadores projetados para uso com amônia são equipados com tubos de aço,
enquanto aqueles destinados para o uso com outros fluidos refrigerantes são
usualmente equipados com tubos de cobre, a fim de obter um coeficiente de
transmissão de calor mais alto. Por causa da condutância da película relativamente
baixa dos fluidos refrigerantes halocarbonados, os resfriadores projetados para uso
com estes, são muitas vezes equipados com tubos que são providos de aletas no lado
do refrigerante. No caso dos resfriadores de expansão seca, os tubos são providos
internamente de aletas longitudinais. Para operação inundada, os tubos são providos
externamente de aletas para maior contato das áreas das faces dos tubos. Como uma
regra geral, os resfriadores de expansão seca são empregados em instalações de
pequeno e médio porte, que requerem alcancem suas capacidades de refrigeração,
mas são acessíveis em alguns sistemas de maiores capacidades. Os resfriadores
inundados são aproveitados em sistemas de grandes capacidades frigoríficas e são
aplicados freqüentemente em grandes instalações industriais.
Tubo e carcaça
Tipo Spray
As principais vantagens desse tipo de resfriador são sua alta eficiência e a carga de
refrigerante relativamente pequena. As desvantagens são o custo elevado da
instalação e a necessidade de uma bomba de recirculação de líquido.
São utilizados para resfriar qualquer tipo de líquido utilizado em refrigeração, seja ele;
Água, etileno glicol, solução de cloreto de cálcio, até os novos fluidos secundários;
Tyfoxit (Formato de Acetona), Frizium e HyCool (ambos Formados de Potássio).
Pode operar em temperaturas tão baixas como -40ºC, (abaixo de -50ºC é necessário
que seja totalmente soldado) e com qualquer tipo de fluido refrigerante.
Devido a sua alta eficiência o trocador de calor a placas tem sido cada vez mais
utilizado em refrigeração. Isso se torna bastante evidente em aplicações como
resfriamento de água para laticínios, abatedores de aves, indústrias de bebidas, etc.
Num laticínio, o sistema mais usual até o surgimento do evaporador a placas para
resfriamento de água, era a utilização de um tanque com serpentina interna em que
circulava amônia a -10ºC.
Hoje em dia com o trocador de calor a placas é possível se obter água a 1ºC ou menos
com evaporação de amônia a 0ºC.
Para se ter uma idéia do que isso representa em termos de consumo de energia,
vejamos o seguinte exemplo onde um compressor industrial operando a 3550 RPM
produz os seguintes resultados:
Uma aplicação que está sendo bastante utilizada é o sistema de resfriamento indireto,
com a utilização de unidades resfriadores de líquido (Chillers) com trocador a placas
resfriando um fluido intermediário que é então distribuído para o processo. Esse
sistema tem-se tornado possível devido ao trocador de calor a placas e também ao
aparecimento de novos fluidos com baixa viscosidade mesmo a baixas temperaturas,
tais como Frizium e Tyfoxit, o que reduz consideravelmente o custo de bombeamento.
O calor absorvido do produto a resfriar (e/ou congelar), pode ser transmitido por
diversos meios:
• Gasoso: normalmente ar que funciona como meio intermediário;
• Líquido: pode ser meio intermediário (água, salmoura, glicol), ou produto final a
resfriar (leite, cerveja, sucos);
• Sólido: normalmente produto final em contato direto com a superfície sólida do
evaporador (congeladores de placas congelando carne ou outros alimentos).
Para câmaras com temperaturas até –18ºC e cargas latentes pequenas usam-se
afastamentos de 6 a 10 mm e para temperaturas mais baixas ou altas cargas latentes,
usam-se afastamentos de 12 a 15 mm.
kg de gelo acumulado
Nos evaporadores estáticos para ar o degelo se faz com espaçamento de tempo que
varia 4 a 24 horas. Em grandes câmaras de estocagem, o mais comum é um intervalo
de 12 horas.
Processo de degelo
Qualquer que seja o processo de degelo e água resultante é escoada para o exterior
da câmara através de tubos de dreno. Estes devem ser sifonados para evitar a entrada
de ar exterior.
Nas câmaras de temperatura negativa os drenos são aquecidos no trecho onde fica no
interior da câmara, estes normalmente são feito por resistência elétrica ou gás quente
mesmo que se use outro método de degelo no evaporador.
Degelo por ar
Indicado para o uso em câmaras frigoríficas com temperatura maior que 2ºC e seu
funcionamento se baseiam em fechar a alimentação de fluido refrigerante ao
evaporador, por meio de uma válvula eletromecânica mantendo o ventilador
funcionando. O ar vai derretendo o gelo acumulado de forma natural. É um processo
lento, mas econômico e que não exige nenhum equipamento ou acessório especial no
circuito frigorífico além do normal de funcionamento.
Degelo elétrico
Este processo tem como vantagem a lavagem do evaporador que elimina qualquer
sujeira que se acumula no mesmo, por isso, é muito usado em câmaras de
resfriamento de carnes e frutas.
Para que isso seja possível se faz necessário um bom projeto de tubulação e a adição
ao sistema de válvulas modulantes e de pressão constante.
B
C
V3V
água
VA
retorno
VS1
líquido
VPC
VS2
gás quente
A – aberta
B – fechada
M – Modulando mantendo p = constante
• Filtros antes das válvulas de solenóides são importantes para evitar que qualquer
sujeira prejudique o funcionamento. Sendo acionados são muito sensíveis a este
tipo de avaria.
Inicia-se primeiro o degelo por gás quente e só em alguns minutos depois entra o
degelo por água.
Pode dizer-se que os dois processos se completam, vindo um de dentro (gás quente) e
outro de fora (água).
Controle de degelo
Podem fazer-se programações diferentes para dias ou horárias diferentes: mas não se
pode programar o impossível.
Condensadores
Tipos
O condensador rejeita calor para um meio de resfriamento, que absorve esse calor.
Resfriado a ar
Condensador a ar
Quando o espaço o permite, os condensadores podem ser fabricados com uma fileira
de tubos, todavia, para obter um tamanho mais compacto, se constroem normalmente
com uma área frontal relativamente pequena e várias fileiras de tubos sobrepostos à
largura. O ar ao ser forçado através do condensador absorve calor e eleva sua
temperatura. Por conseqüência, diminui a eficácia de cada fileira subseqüente na
serpentina, de todo modo, são freqüentemente empregadas serpentinas de até oito
fileiras de profundidade.
Os condensadores resfriados por água podem ser muito compactos pelas excelentes
características de transferência de calor que possui a água. Utilizam-se diversos tipos
de construção:
• Shell and tube (Casco e tubo);
• Vertical;
• Horizontal;
• Shell and coil (casco e serpentina);
• Tube in tube (duplo tubo);
• Placas;
• Especiais (espiral e outros).
Cobrem uma faixa de carga térmica e podem ser usados com qualquer fluido
refrigerante dependendo dos materiais usados.
Do lado do gás, usam-se chicanas para obrigar um maior contato com a superfície de
troca que não permite a passagem direta do gás entre a entrada e a saída, sem
condensação.
A água circula dentro dos tubos e o fluido refrigerante se condensa dentro do casco no
lado exterior aos tubos.
O fluido refrigerante pode condensar dentro do tubo ou no espaço anular entre os dois
tubos, circulando a água no espaço anular ou dentro do tubo, respectivamente.
Deva-se também ter cuidados na qualidade da água que circula no interior dos tubos,
pois a limpeza devera ser do tipo circulação de fluido químico, pois o acesso para
limpeza é nulo.
Condensadores de placas
São chamados de trocador de calor a placas e podem ser utilizados tanto como
evaporador ou como condensador diferindo-se seus componentes e pressões de
trabalho. Em todos os casos são constituído por placas de aço inox (ou outro material
em casos especiais), de pequena espessura (0.4 a 0.8mm) e corrugadas. As placas
são montadas paralelamente umas às outras com afastamento de 1.5 a 3.0mm.
Estão sendo cada vez mais utilizados, devido ao seu alto coeficiente global de
transmissão de calor: 2500 a 4500 W/m2ºC (2150 a 3870Kcal/m2ºC, porém ainda não
são muito usados em refrigeração industrial).
O segundo tipo tem a vantagem de poder ser aumentado por simples inclusão de mais
placas.
Condensadores evaporativos
O vapor do refrigerante quente flui através de tubos dentro de uma câmara com
borrifadores de água onde através do borrifamento desta, produz a evaporação da
mesma quando entra em contato com os tubos da serpentina de refrigerante e a
condensação do fluido refrigerante no interior da serpentina.
Condensador evaporativo
Condensadores especiais
Características
Funcionamento
Uma vez condensado o refrigerante, este pode sair pela linha de líquido sendo deste
modo necessário o emprego de um recipiente separado, ou seja, um reservatório de
líquido.
A velocidade da água através do condensador não deverá exceder a 2,13 metros por
segundo, velocidades superiores podem produzir ”corrosão por choque”. Esta é uma
condição na qual pode produzir-se a erosão progressiva do tubo, devido a velocidade
excessiva da água que passa pela superfície interna oxidada do tubo e o desgasta em
pontos onde existem uma turbulência excessiva. Isto se inicia com uma pequena
imperfeição do tubo, em sua superfície interna, mas progressivamente se torna pior à
medida que a erosão aumenta.
Supondo que se utiliza uma bomba de circulação de água, a mesma deverá instalar-se
de modo que o condensador seja alimentado do lado de descarga da bomba, se a
bomba estiver no lado de descarga do condensador, haverá um ligeiro vácuo
provocado pela sucção da bomba e por conseqüência, a água se aproximará muito
mais do seu ponto de ebulição. A combinação ou uma zona de calor localizada no
condensador junto com o aumento localizado da velocidade pode reduzir mais a
pressão, resultando em cavitação.
Para que isso seja possível necessita-se determinar a taxa de transferência de calor
por área (Kw/m²) onde a inclusão desta área de troca de calor no cálculo ira resultar
em uma capacidade de um condensador, portanto o coeficiente global de transferência
de calor é importante como mostrada na expressão:
Q = U × A × ∆tin
Onde:
U = coeficiente global de transmissão de calor
A = área de troca de calor
(t2 − t1 )
∆tin = = diferença de temperatura média logarítmica.
Ln (tc − t1 )
(tc − t2 )
No caso da água (ou outros fluídos não puros) ainda se considera o coeficiente de
resistência de sujidade (fouling factor) (rf):
1
U = = para tubos ou placas sem aletas
1 e
+ + (ha ) + rf
hr k
Temperatura de condensação
Para a condensação do vapor que flui no condensador, o calor deve sair na mesma
proporção na que entra no refrigerante. Como se mencionou anteriormente, o único
modo de aumentar a capacidade do condensador, com uma série de condições
previamente estabelecidas, consiste em aumentar a diferença de temperatura através
de suas paredes.
Com um condensador grande esta diferença de temperatura pode ser muito pequena e
com um condensador pequeno ou no caso em que o fluxo de ar ou água do
condensador tenha sido bloqueado, as diferenças de temperatura serão muito
elevadas. Isto pode produzir altas pressões, pelo impedindo que o condensador opere
adequadamente sempre que esta em funcionamento uma unidade de refrigeração.
Tal desempenho se reflete nos catálogos dos fabricantes onde as capacidades dos
distintos modelos se baseiam nas temperaturas de condensação e nas temperaturas
de bulbo úmido do ar ambiente. Para as condições distintas, tabelas ou ábacos de
fatores de correção de capacidade são publicados como elementos auxiliares de
referencia de capacidade efetiva de calor ou de refrigeração.
Tratamento de água
Geralmente esse tipo de tratamento começa com análises da água de reposição para
assim ter-se o tratamento químico adequado para cada condensador evaporativo ou
torre de resfriamento.
Gases incondensáveis
Os cientistas descobriram que uma das leis básicas da natureza se baseia no fato de
que em uma combinação de gases, cada gás tem sua própria pressão
independentemente dos demais e, a totalidade da pressão existente em um sistema, é
a soma de todas as pressões dos gases presentes, uma segunda característica básica
do gás consiste em que se o espaço em que este está alojado permanece constante,
de forma que não pode expandir-se, sua pressão variará diretamente com a
temperatura, por conseqüência, se o ar se fecha hermeticamente em um sistema com
refrigerante, o nitrogênio e o oxigênio juntarão sua pressão a pressão do sistema e
esta aumentará à medida que se eleve a temperatura. Como o ar não é condensável
na pressão do fluido refrigerante, normalmente permanecerá retido na parte superior
do condensador e do recipiente e durante o funcionamento a pressão de descarga do
compressor será uma combinação da pressão de condensação do refrigerante, mais a
pressão exercida pelo nitrogênio e o oxigênio.
Condensadores em paralelo
Por outro lado, variando as condições do meio de condensação, pode variar a perda
de carga do fluido refrigerante. Por exemplo, um condensador evaporativo fora de
serviço (ventilador parado) tem perda de carga menor que operação.
Desuperaquecedor
Tubulações e reservatórios
Para que o arraste de óleo seja adequado nos trechos verticais ou em elevação das
linhas de aspiração deve-se permitir uma velocidade ao vapor capaz de proporcionar
seu retorno. Esta velocidade geralmente depende do tipo de fluido refrigerante, de sua
densidade (e, portanto da temperatura de evaporação e superaquecimento), da
viscosidade do óleo e do diâmetro da tubulação.
Reservatórios
Líquidos
São instalados sempre após o condensador com a finalidade de permitir que todo o
líquido condensado escoe para o interior do tanque de líquido formando uma reserva
de líquido sub-resfriado em certo nível.
Devem ser dimensionados de modo que o nível máximo do líquido acumulado ocupe
no máximo 70% do volume total do recipiente, uma vez que existe a presença do
vapor. Isto não significa que o recipiente deva ter o volume para absorver toda a carga
O recipiente em operação normal deve trabalhar com um nível de pelo menos 1/6 do
volume total (~25% no indicador nível) o que garante alimentação de líquido de forma
constante no dispositivo de expansão.
Alta pressão
Alguns vasos desses tipos podem conter serpentinas internas que possibilitam o
resfriamento de óleo através de troca de calor com outro líquido que percorre a
serpentina como água ou o próprio líquido refrigerante.
Baixa pressão
Separadores de líquido
O tipo de separação pode ser por gravidade (o que leva em conta uma altura de
separação suficiente para impedir o arraste de gotículas de líquido ao compressor) ou
por demister (onde o elemento demister retém as gotículas de líquido impedindo o seu
arraste ao compressor). Os separadores com separação por demister possuem um
volume menor por causa da altura de separação reduzida, porém, normalmente são de
maior custo devido ao elemento demister. Os separadores de líquido podem ainda ser
classificados em separadores por circulação natural onde a circulação do refrigerante
líquido entre o separador e o evaporador acontece por gravidade apenas, ou por
circulação forçada utilizando uma bomba (são os chamados separadores por bomba)
para circular o refrigerante líquido entre o separador e o evaporador. Estes últimos,
apesar de possuírem um elemento a mais (a bomba) e que consome energia elétrica,
aumentam em muito a eficácia da transferência de calor no evaporador, sendo muito
utilizados em sistemas com temperaturas de evaporação menores que -10ºC e sempre
necessários quando a distância entre o separador e o evaporador produz uma perda
de carga maior que a coluna de líquido disponível entre os dois componentes.
Um separador de líquido pode ser do tipo vertical ou horizontal e para ambos os casos
a velocidade de separação deve ser levada em consideração e todos os aspectos
relacionados anteriormente fazem total diferença na escolha do tipo de separador de
líquido.
Os mesmos são destinados a baixa pressão e temperatura, portanto deve ser bem
isolado termicamente e mesmo assim deve seguir todos os aspectos de projeto,
instalação e manutenção descrita para um vaso de pressão.
Caso ocorra algum arraste de gotas de líquido na linha de sucção, o mesmo através de
tubos e placas defletoras impede e separa o líquido do vapor protegendo o
compressor.
Porém quando isso acontece deve-se criar meios para provocar a evaporação do fluido
líquido no interior do acumulador de sucção. Para isso, geralmente o acumulador é
fabricado com orifício calibrado do qual também provoca o retorno do óleo ou de
serpentinas internas que realizam a evaporação do fluido através de circulação de
vapor ou líquido a alta pressão, neste caso o retorno de óleo deve ser feito por
sistemas de bóias com purga ou drenagem.
Tipos de válvulas
Bloqueio
Existem vários tipos de válvulas de bloqueio como; esfera, borboleta, globo, angular e
gaveta e a escolha da válvula ideal deve ser estudada junto aos fabricantes no sentido
de escolher uma válvula que satisfaça as características do trecho a se bloquear.
Expansão manual
A válvula de expansão manual tem uma aparência externa com uma válvula de
bloqueio, porém a mesma agrega uma função a mais do que bloqueio, ou seja, as
mesmas são projetadas para regular a vazão de fluido refrigerante líquido ao longo do
curso da haste balanceando o sistema e permitindo assim a queda da pressão e
temperatura do fluido provocada pelo compressor.
Solenóide
As válvulas solenóide são muito utilizadas para automação do sistema o que facilita o
controle e a manutenção ou para facilitar mudanças de direção de fluxo de fluido em
sistemas específicos principalmente de degelo por gás quente.
Reguladoras de pressão
As válvulas reguladoras de pressão são conhecidas como válvulas piloto motor (PM) e
geralmente possuem funções muito importantes nos sistemas de refrigeração e ar
condicionado, tais como manter uma pressão constante dentro de um determinado
equipamento ou tubulação, destacando-se no mercado pela sua versatilidade em
termos de função e pilotos operacionais.
Este tipo de controle pode ser necessário quando se deseja evitar problemas de
congelamento do evaporador, arraste de líquido excessivo, sobre pressão no
separador de líquido ou no compressor, bloqueamento suave na linha de líquido,
controle na pressão do condensador, entre outras.
Quando forem usadas válvulas de serviço como “by-pass” para isolar trechos que
sofrerão reparo de válvulas de controle, deve ser prevista uma válvula de dreno para
remover o refrigerante do trecho bloqueado antes de se iniciar a manutenção.
Características
Podem proporcionar efeito de ação direta, pilotagem por outras válvulas, compensação
externa, acionamento por pressão externa e controle de nível.
Ação direta
Válvulas de ação direta são válvulas que não necessitam de pilotos para realizar uma
ação de abertura ou fechamento total ou parcial e geralmente estão classificadas como
válvulas solenóides ou válvulas de bloqueios manuais.
No caso de bloqueamento, uma válvula solenóide que através de sua ação direta,
permite abertura e fechamento da válvula principal de forma gradativa, eliminando
esses tipos de problemas.
Pilotadas
As válvulas piloto motora são servo-operadas por válvulas piloto e a sua função é
determinada pelo tipo de piloto utilizado. As válvulas PM controlam a vazão de
refrigerante de forma modulante e/ou tudo ou nada (on-off), de acordo com o sinal do
impulso enviado pelo piloto.
Uma válvula reguladora de pressão pode incluir mais de cinco pilotos opcionais,
permitindo-se obter acima de 50 combinações, desde controles (on-off), ou seja, ação
direta ou serva pilotadas com controles do tipo proporcional e proporcional-integral
combinados com pressão e/ou temperatura. Para mudar a função de uma válvula,
basta trocar os pilotos ou mudá-los de posição. São de montagem simples e
econômica, pois os pilotos são rosqueados na tampa da válvula, não necessitando de
linhas externas para fixação dos pilotos. Todos os tamanhos das válvulas possuem
conexões flangeadas e padronizados em suas conexões, sendo então os pilotos
comuns a todas elas.
As válvulas pilotadas podem ser do tipo PM1, no qual sua função se baseia em um
piloto ou PM3, onde três pilotos ou mais podem acionar a válvula principal.
O grau de abertura de uma válvula PM1 é determinado pela diferença de pressão entre
P1 e P2, que atua se a pressão for maior ou igual a 0,2 bar, a válvula estará totalmente
aberta. Na faixa de 0,07 a 0,2 bar, a válvula modula proporcionalmente.
A válvula PM3 possui três conexões para pilotos, designadas S1, S2 e P, as entradas S
estão em série, enquanto a P está em paralelo em relação às S.
S1 S2
PM3
Desenho esquemático da PM 3
No caso de falha em qualquer piloto, a válvula poderá ser operada através do atuador
manual localizado na tampa da mesma.
Compensação externa
A válvula PM3, que regula a pressão de evaporação, é pilotada por dois CVP’s. A
válvula principal se fecha quando a pressão cai abaixo do valor ajustado nos pilotos.
• Opção 1: piloto solenóide (4), EVM, na posição S1 se abre. Então, a pressão de
evaporação é controlada pelo piloto (3), o qual é ajustado para pressão mais
baixa;
• Opção 2: piloto (4) se fecha. Agora a pressão de evaporação é controlada pelo
piloto (2), o qual é ajustado para a pressão mais alta.
Pilotos CVP
Geralmente esta tomada de pressão externa esta associada a um piloto solenóide que
controla a entrada de pressão externa na superfície da válvula principal.
Este tipo de controle pode ser efetuado através de duas formas distintas utilizando-se
um sistema mecânico ou um eletrônico, dependendo da utilidade necessária ao
processo.
Como pode ser visto abaixo, a temperatura do meio a ser resfriada é mantida
constante através do controle da pressão de evaporação. E, apesar de sua relativa boa
precisão, como regulador proporcional, não é recomendado onde ocorra grande
variação de carga térmica.
Regulador de capacidade
A válvula PM pode também operar como regulador de capacidade e neste caso passa-
se a chamar de conjunto PMC 3 + CVC, o qual adapta a capacidade fixada do
compressor a demanda de carga térmica. A válvula PMC 3 ou 1 é uma válvula
reguladora de capacidade tanto para compressor do tipo "on-off", como os de
regulagem automática de capacidade.
A válvula principal PMC (1) abre quando a pressão na sucção do compressor cai
abaixo da pressão de referência ajustada no piloto CVC (2). Gás quente é injetado
após o dispositivo de expansão.
Em sistemas de amônia o degelo por gás quente pode ser efetuado de duas formas:
Na fase de refrigeração a válvula 9 está fechada e a 5 está sendo modulada pelo piloto
de pressão constante 7, que é ajustado a uma pressão mais baixa.
Controle de nível
Existe no mercado uma gama bastante extensa de controles de nível com diferentes
tipos e funções, porém os mais utilizados são:
• Regulador de nível de líquido do tipo modulante com bóia mecânica;
• Transmissor de nível de líquido com bóia magnética;
• Regulador de nível eletrônico com bóia eletrônica;
• Regulador de nível de líquidos do tipo servo-operados;
• Controle de nível de líquido termostático.
Bóia mecânica
Este tipo de bóia geralmente contém um orifício calibrado redutor de pressão que
proporciona a queda de pressão e temperatura do fluido e ao mesmo tempo o controle
de nível no mesmo compartimento.
Bóia magnética
Consiste em um controlador de nível que possui no interior de uma bóia magnética que
pode medir o nível de líquido em vasos com refrigerantes, a mesma é formada por dois
tubos concêntricos que são atravessados pelo refrigerante, produzindo uma variação
de capacitância elétrica entre os tubos dependendo do nível.
Esta medição possibilita registrar quanto de líquido a haste está preenchida. O sinal é
transmitido como um sinal de corrente de 4 a 20 mA – 4 mA, quando a haste não
registra líquido a 20 mA, quando a haste está completamente cheia de líquido. O sinal
pode ser conectado a um controlador que além de monitorar o nível também pode ser
usado para operar uma válvula solenóide da linha de líquido, por exemplo.
Bóia eletrônica
Formado por dois componentes: o alojamento da bóia, que fica fixado diretamente no
vaso a controlar e o amplificador de corrente. O segundo elemento tem a finalidade de
amplificar a corrente induzida pela movimentação da haste da bóia através da bóia, a
qual se pode utilizar para acionar uma válvula solenóide de líquido ou um alarme.
Formada por uma válvula termostática cujo sensor é um bulbo carregado com um
líquido saturado imerso numa resistência de aquecimento. Conforme pode ser visto na
figura abaixo o sensor é posicionado exatamente a onde se deseja manter o nível
constante e é montado de tal forma que tenha contato com o refrigerante sempre que
suba de nível. Ao contato com o refrigerante, a pressão dentro do bulbo tende a cair
provocando o fechamento da válvula e conseqüentemente a redução do fluxo de
líquido para dentro do separador.
Refrigerantes
Para ser adequado para o uso como fluido de trabalho de um ciclo de compressão a
vapor, o mesmo deve possuir certas propriedades químicas, físicas e termodinâmicas
que o tornem um tanto seguro em termos de manuseio e aplicação e econômico tanto
na quantidade como em custo.
É importante salientar que de acordo com os estudos sobre fluidos refrigerantes não
existe um fluido ideal no qual satisfaça universalmente todas as aplicações. Por isso,
um refrigerante aproxima-se do ideal somente quando suas propriedades
correspondem às condições e aos requisitos da aplicação do qual o mesmo vai ser
utilizado.
Atualmente existe também uma preocupação intensa quanto ao impacto ambiental que
podem causar os fluidos refrigerantes que escapam das instalações frigoríficas e por
isso deve-se ter atenção na escolha do mesmo.
Alguns fluidos refrigerantes que eram muito utilizados no passado tiveram seu uso
reduzido ou eliminado com o surgimento de outros fluidos considerados mais
adequados, porém os estudos sobre a retomada de alguns fluidos antigos e o
desenvolvimento de novos, mostram novas alternativas para o futuro em termos de
fluido refrigerante.
Eles são designados por números, com distintas notações, como por exemplo, R 22. A
conveniência de se utilizarem números para designá-los fica aparente com os
compostos halogenados, caracterizados por nomes relativamente complexos. Alguns
dos refrigerantes mais populares são as famílias dos refrigerantes halogenados que se
constitui de hidrocarbonetos halogenados, contendo um ou mais halogênios: flúor,
cloro ou bromo. O hidrogênio pode ou não aparecer. As misturas azeotrópicas
apresentam propriedades distintas das duas espécies químicas que a constituem. Em
uma mistura não azeotrópica, a concentração da fase vapor é distinta da fase líquida
quando ambas ocorrem em equilíbrio, a uma dada pressão e temperatura. Uma
mistura azeotrópica apresenta um diagrama de equilíbrio em que as linhas de líquido e
vapor saturado se tangenciam em um ponto, condição para qual a mistura se comporta
como se fosse uma substância pura de propriedades distintas daquelas dos
constituintes.
As pressões superiores a 517.8 Kpa (75.1 psia), o dióxido de carbono assume a fase
líquida antes de solidificar-se. Concluindo: os pontos de congelamento para as
misturas azeotrópicas não apresentam um único valor, mas uma sucessão de
temperaturas.
Em relação à operação de refrigerante, deve ser observado que um ciclo que rejeite
calor a temperaturas superiores à crítica, não apresentará a condensação do
refrigerante, com o que não se aproveitarão as vantagens da mudança de fase. Além
disso, devido à significativa diferença entre as temperaturas limite do ciclo, o seu COP
assumirá valores muito baixos. Nessas condições, um refrigerante de temperatura
crítica relativamente baixa seria adequado para aplicações de baixa temperatura.
Alguns refrigerantes são mais “eficientes” que outros, no sentido em que apresentam
valores de coeficientes de eficácia (COP), superiores.
Os refrigerantes R22, R502 e amônia são mais utilizados nas instalações comerciais e
industriais. O R22 apresenta um COP de 7% maior em relação ao R502. Este,
entretanto apresenta algumas vantagens, como por exemplo, maior solubilidade no
óleo a baixas temperaturas. Em sistemas industriais de estágios de compressão o R22
e a amônia são os refrigerantes mais utilizados.
Características da amônia
Na CNTP se apresenta como um gás incolor, mais leve que o ar e possui um odor
muito forte e característico, o qual serve de advertência no caso de vazamentos, pois,
a sua presença é percebida mesmo em concentrações muito pequenas (desde 5 ppm).
Amônia não destrói a camada de ozônio e, por ter um tempo de vida curto na
atmosfera (máximo 15 dias), também não contribui para o efeito estufa. Ainda, devido
às suas excelentes propriedades termodinâmicas, a amônia requer menos energia
primária para produzir certa capacidade de refrigeração do que quase todos os outros
refrigerantes, de forma que o efeito indireto do aquecimento global (TEWI) devido à
utilização da energia a partir das usinas de carvão (principalmente nos países do norte)
também é um dos mais baixos disponíveis.
Para ser utilizado como fluido refrigerante utilizado nos ciclos de refrigeração a amônia
tem a característica de anidra, ou seja, um líquido obtido com pureza de (99.95%),
tecnicamente sem a presença de água. As principais propriedades físicas da amônia
anidra são mostradas na tabela a seguir:
Transporte
Flamabilidade
14,0
T = 25ºC
T = 65.5ºC
12,0 T = 79.5ºC
Concentração de Vapor D'Água (% v/v)
N ÃO FLAM ÁVEL
10,0
8,0
6,0
FLAM ÁVEL
4,0
2,0
0,0
15,0 17,0 19,0 21,0 23,0 25,0 27,0 29,0 31,0
C oncentração de A m ônia (% v/v)
Toxicidade
Tabela: TLV / STEL – Valores máximos estabelecidos de tempo para trabalho normal e
tempo máximo de 5 minutos em ambiente contaminado, respectivamente. Valores
estabelecidos pela OSHA nos EUA. No Brasil estes valores são estabelecidos pela
NR-15 do Ministério do Trabalho.
Concentração Efeitos provocados no ser Tempo de Exposição
(ppm) (v/v) humano sem proteção
O odor já é percebido pela maioria das
pessoas. Em temperaturas abaixo de 0ºC
Ilimitado
25 a partir de 5 ppm já se pode notar o
cheiro.
8 horas por dia por uma
35 (OSHA)
TLV – Threshold Limit Value* semana. Para NR-15, 48
20 (NR-15)
horas semanais
O odor já chega a ser significativo. Não permaneça mais do que
50 (OSHA) Pessoas não acostumadas reagem e o necessário. O valor de
saem da área. STEL – Short Term tempo para o STEL é de 5
Exposition Limit*. min.
Ainda não provoca nenhum efeito
Abandone a área assim que
100 perigoso à saúde humana. Porém o odor
possível.
começa a ser intolerável.
Em situações normais, não
Irritação imediata nos olhos, nas narinas
400-700 provoca males maiores até 1
e nos órgãos respiratórios.
hora de exposição.
1/2 hora de exposição pode
Tosse, irritações sérias nas narinas, nos
1700 provocar sérios danos à
olhos e nos órgãos respiratórios.
saúde.
Tosse, irritações sérias nas narinas, nos Concentrações fatais. Morte
2000-5000
olhos e nos órgãos respiratórios. em 1/2 hora.
>5000 Paralisia, sufocação. Letal em poucos minutos.
Compatibilidade
A amônia reage com uma grande quantidade de substâncias, sendo incompatível com
cobre, zinco e ligas de cobre uma vez que ocorre corrosão. A amônia é compatível
com alumínio, aço, aço inox, ferro-fundido. Em algumas ligas de aço pode haver
trincas de corrosão por stress caso a amônia seja totalmente anidra. A presença de
0.2% de água pode evitar esta corrosão.
A amônia possui vários graus de compatibilidade com elastômeros que são utilizados
como juntas de vedação e assentos de válvulas. A seguir uma tabela que apresenta a
compatibilidade e limitações da amônia com alguns elastômeros.
Esta interação do óleo com o fluido e de ambos com outros materiais dos quais entram
em contato pode acarretar problemas para a instalação. Por isso deve-se estudar qual
óleo tem melhor comportamento com o fluido utilizado, bem como com a instalação.
A viscosidade do óleo varia com o tipo com o tipo de compressor, o tipo de lubrificação
e o regime de temperatura aplicado ao circuito.
O óleo alquil benzeno é um sintético que apresenta uma boa solubilidade com o fluido
R-22 e amônia, podendo muitas vezes ser utilizado misturado ao óleo mineral,
tornando-se o chamado semi-sintético e sendo muito utilizado na família dos
refrigerantes HCFC.
Segurança
Para que essas condições se tornem satisfeitas, deve-se ter envolvido pessoas
qualificadas, empresas consagradas e utilização de normas e procedimentos baseados
em manuais de fabricantes, instituição de ensino reconhecida e publicações de normas
e procedimentos por órgãos reconhecidos como :ABNT,NBR13598, ANSI/ASME 15,
ANSI/IIAR 2,NRs do ministério do trabalho, etc.
Classe 2: Neste caso os refrigerantes podem ser inflamáveis. Uma atmosfera de 2,5 %
em volume do refrigerante pode causar sérios distúrbios a cobaias a elas submetidas
pelo período de duas horas.
Tabela: Exposição máxima permissível para oito horas (média ponderada) de acordo
com a OSHA.
Refrigerante Máximo permissível em volume, ppm
Amônia 50
Dióxido de carbono 5.000
R-12 1.000
Propano 1.000
Com algumas exceções, metais podem ser usados em sistemas frigoríficos. Uma delas
diz respeito à utilização de magnésio, zinco e ligas de alumínio contendo mais de 2 %
de magnésio em sistemas que operem com refrigerantes halogenados, particularmente
com a presença de traços de água. A amônia deve ser evitada em qualquer sistema
que utilize cobre latão ou ligas de cobre.
Os refrigerantes R22, R502 e amônia são mais utilizadas nas instalações comerciais e
industriais. O R22 apresenta um COP de 7% maior em relação ao R502. Este,
entretanto apresenta algumas vantagens, como por exemplo, maior solubilidade no
óleo à baixas temperaturas. Em sistemas industriais de estágios de compressão o R22
e a amônia são os refrigerantes mais utilizados.
Tubulações e válvulas
Nos projetos das tubulações devem-se prever escoamentos naturais de fluidos, pontos
de by-pass e as mesmas devem ser bem dimensionada para evitar perdas de carga na
instalação e problemas do tipo vibração e ruído em virtude da velocidade do fluido.
Isso poderia acarretar em rupturas e conseqüentemente uma condição insegura.
Dispositivos de alivio
Geralmente os dispositivos de alivio são do tipo ação direta e por pressão e para que
essa condição seja satisfeita podem-se instalar as válvulas de segurança e de alivio,
discos de ruptura e plugues fusível.
Os riscos podem ser gerados desde uma soldagem no interior da câmara, uma faísca
elétrica de contatos, derretimentos de bornes e fiações folgadas ou mal
dimensionadas, empilhadeiras e até um pedaço de cigarro jogado no interior da
câmara pode gerar um incêndio.
Em função disso devem-se evitar reparos de solda e consertos elétricos sem antes
esvaziar a câmara. Também deve ser previsto que toda a parte de conexão elétrica e a
instalação de válvulas eletromecânicas fiquem para o lado externo da câmara a fim de
evitar faíscas elétricas.
Detecção de vazamentos
Para refrigerantes halogenados uma solução de água e sabão para sistemas com
pressão manométrica positiva geralmente pode detectar o vazamento em pontos
acessíveis na instalação, porém para pontos de difícil acesso utiliza-se uma tocha
halóide que produz uma chama azul, quando existe a presença de vapores
halocarbonados a chama muda de cor para um verde purpúreo brilhante indicando a
presença de vazamento. Porém o seu uso deve ser feito em locais ventilados para
evitar a contaminação do ambiente prejudicando as pessoas e a resposta da tocha.
Descarga de amônia
Normalização
O Brasil ainda carece de normas para aplicações frigoríficas, sendo assim a ABNT,
recomenda o uso de normas internacionais reconhecidas por órgãos especializados
como ANSI/ASHRAE, ANSI/IIAR, ASME, ISO e etc.
Referências
- COSTA, Ennio Cruz da. Refrigeração. 3.ed. São Paulo: Hemus, 1982.
- DOSSAT, Roy J. Princípios de refrigeração. São Paulo: Hemus, 1980.
- INMETRO. Sistema Internacional de Unidades. Brasília: SENAI/DN, 2000.
- MAYEKAWA DO BRASIL REFRIGERAÇÃO LTDA. Mycom: série W. São Paulo,
[1980?].
- MAYEKAWA DO BRASIL REFRIGERAÇÃO LTDA. Mycom: compressor parafuso.
São Paulo, [1980?].
- MORAN, Michael J.; SHAPIRO, Howard N. Princípios de termodinâmica para
engenharia. 4.ed. Rio de Janeiro: LTC, 2002.
- SABROE ATLAS DO BRASIL LTDA. Manual de manutenção: peças sobressalentes.
São Paulo, 1982.
- SILVA, Alessandro. Refrigeração comercial. São Paulo: Nova técnica, 2007.
- SILVA, José de Castro; SILVA, Ana Cristina G. Castro. Refrigeração e climatização
para técnicos e engenheiros. Rio de Janeiro: Moderna, 2007.
- STOECKER, W. F. JABARDO, J. M. Saiz. Refrigeração industrial. 2.ed. São Paulo:
Edgard Blucher, [200-?].
CONTROLE DE REVISÕES