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PARNASIANISMO

1) Nel mezzo del camin…


(Olavo Bilac)
Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada
E triste, e triste e fatigado eu vinha,
Tinhas a alma de sonhos povoada,
E a alma de sonhos povoada eu tinha...

E paramos de súbito na estrada


Da vida: longos anos, presa à minha
A tua mão, a vista deslumbrada
Tive da luz que teu olhar continha.

Hoje, segues de novo... Na partida


Nem o pranto os teus olhos umedece,
Nem te comove a dor da despedida.

E eu, solitário, volto a face, e tremo,


Vendo o teu vulto que desaparece
Na extrema curva do caminho extremo.

2) A Esfinge
(Olavo Bilac)

"Bem-vindo sejas à cidade de Cadmo,


nosso libertador e nosso rei, que, com
a tua penetração de espírito e o auxílio
divino, levantaste o tributo de sangue
que pagávamos à cruel Esfinge!"
(SÓFOCLES - Édipo Rei.)

Perto de Tebas, junto a um monte, sobre o Ismeno,


Águia e mulher, serpente e abutre, deusa e harpia,
Tapando a estrada, à espera, - aterrava e sorria
O monstro sedutor, horrível e sereno:

"Devoro-te, ou decifra!" Era fascínio o aceno;


A voz, morna e sensual, tinha afeto e ironia,
Graça e repulsa; e a luz dos olhos escorria
Fluido filtro, estilando um pérfido veneno.

Mas Édipo desvenda o enigma... Ruge em fúria


O Grifo, e escarva o chão, bate contra o rochedo,
Rola em vascas, em sangue ardente a areia tinge,

E fita o campeador no uivar da extrema injúria.


E o Herói recua, vendo, entre esperança e medo,
Rancor e compaixão no verde olhar da Esfinge.
3) Dante no Paraíso
(Olavo Bilac)

... Enfim, transpondo o Inferno e o Purgatório, Dante


Chegara à extrema luz, pela mão de Beatriz:
Triste no sumo bem, triste no excelso instante,
O poeta compreendera o mal de ser feliz.

Saudoso, ao ígneo horror do báratro distante,


Ao vórtice tartáreo o olhar volvendo, quis
Regressar à geena, onde a turba ululante
Nos torvelins raivando arde na chama ultriz:

E fatigou-o a paz do esplendor soberano;


Dos réprobos lembrando a irrevogável sorte,
A estância abominou do perpétuo prazer;

Porque no coração, cheio de amor humano,


Sentiu que toda a Vida, até depois da morte,
Só tem uma razão e um gozo só: sofrer!

4) O incêndio de Roma
(Olavo Bilac)
Raiva o incêndio. A ruir, soltas, desconjuntadas,
As muralhas de pedra, o espaço adormecido
De eco em eco acordando ao medonho estampido,
Como a um sopro fatal, rolam esfaceladas.

E os templos, os museus, o Capitólio erguido


Em mármor frígio, o Foro, as erectas arcadas
Dos aquedutos, tudo as garras inflamadas
Do incêndio cingem, tudo esbroa-se partido.

Longe, reverberando o clarão purpurino,


Arde em chamas o Tibre e acende-se o horizonte...
- Impassível, porém, no alto do Palatino,

Nero, com o manto grego ondeando ao ombro, assoma


Entre os libertos, e ébrio, engrinaldada a fronte,
Lira em punho, celebra a destruição de Roma.

8) Horas mortas
(Alberto de Oliveira)
Breve momento, após comprido dia –
De incômodos, de penas, de cansaço,
Inda o corpo a sentir quebrado e lasso,
Posso a ti me entregar, doce Poesia.

Desta janela aberta à luz tardia -


Do luar em cheio a clarear no espaço,
Vejo-te vir, ouço o leve passo
Na transparência azul da noite fria.

Chegas. O ósculo teu me vivifica.


Mas é tão tarde! Rápido flutuas,
Tornando logo à etérea imensidade;

E na mesa a que escrevo apenas fica


sobre o papel - rastro das asas tuas,
Um verso, um pensamento, uma saudade.

10) O ninho
(Alberto de Oliveira)
O musgo mais sedoso, a úsnea mais leve
Trouxe de longe o alegre passarinho,
E um dia inteiro ao sol paciente esteve
Com o destro bico a arquitetar o ninho.

Da paina os vagos flocos cor de neve


Colhe, e por dentro o alfombra com carinho;
E armado, pronto enfim, suspenso, em breve,
Ei-lo, balouça à beira do caminho.

E a ave sobre ele as asas multicores


Estende e sonha. Sonha que o áureo pólen
E o néctar suga às mais brilhantes flores;

Sonha… Porém, de súbito, a violento


Abalo acorda. Em torno as folhas bolem…
É o vento! E o ninho lhe arrebata o vento!
11) Vaso chinês
(Alberto de Oliveira)
Estranho mimo aquele vaso! Vi-o,
Casualmente, uma vez, de um perfumado
Contador sobre o mármor luzidio,
Entre um leque e o começo de um bordado.

Fino artista chinês, enamorado,


Nele pusera o coração doentio
Em rubras flores de um sutil lavrado,
Na tinta ardente, de um calor sombrio.

Mas, talvez por contraste à desventura,


Quem o sabe?... de um velho mandarim
Também lá estava a singular figura.

Que arte em pintá-la! A gente acaso vendo-a,


Sentia um não sei quê com aquele chim
De olhos cortados à feição de amêndoa.

13) Vaso grego


(Alberto de Oliveira)
Esta de áureos relevos, trabalhada
De divas mãos, brilhante copa, um dia,
Já de aos deuses servir como cansada,
Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.

Era o poeta de Teos que a suspendia


Então, e, ora repleta ora esvazada,
A taça amiga aos dedos seus tinia,
Toda de roxas pétalas colmada.

Depois… Mas o lavor da taça admira,


Toca-a, e do ouvido aproximando-a, às bordas
Finas hás de lhe ouvir, canora e doce,

Ignota voz, qual se da antiga lira


Fosse a encantada música das cordas,
Qual se essa voz de Anacreonte fosse.

15) Primeira missa no Brasil


(Luís Delfino)

A Vitor Meireles
Céu transparente, azul, profundo, luminoso;
Montanhas longe, encima, à esquerda, empoeiradas
De luz úmida e branca; o oceano majestoso
À direita, em miniatura; as vagas aniladas

Coalham naus de Cabral; mexem-se inda ancoradas;


A praia encurva o colo ardente e gracioso;
Fulge a concha na areia a cintilar; grupadas
As piteiras em flor dão ao quadro um repouso.

Serpeja a liana a rir; a mata se condensa,


Cai no meio da tela: um povo estranho a eriça;
Sobre o altar tosco pau ergue-se em cruz imensa.

Da armada a gente ajoelha; a luz golfa maciça


Sobre a clareira; e um frade, ao ar, que a selva incensa,
Nas terras do Brasil reza a primeira missa.

20) Prometeu
(Olavo Bilac)
Filhas verdes do mar, e ó nuvens, num incenso,
Beijai-me! e bendizei o meu sangue e o meu pranto!
Quando sucumbo e sou vencido, - exulto e venço:
A minha queda é glória e o meu rugido é canto!

Sob os grilhões, espero; escravizado, penso;


E, morto, viverei! Domando a carne e o espanto,
Invadindo de estrela a estrela o Olimpo imenso,
Roubei-lhe na escalada o fogo sacrossanto!

Forjando o ferro, arando o chão, prendendo o raio,


Dei aos homens o ideal que anima, e o pão que nutre...
Debalde o ódio, e o castigo, e as garras me consomem:

Quando sofro, maior, mais alto, quando caio,


Sou, entre a terra e o céu, entre o Cáucaso e o abutre,
- Sobre o martírio, o orgulho, e, sobre os deuses, Homem!
26) O oitavo pecado
(Olavo Bilac)

Vivendo para a morte, alegre da tristeza,


Temendo o fogo eterno e a danação sulfúrea,
Gelaste no cilício, em ascética fúria,
A alma ridente, o sangue em esto, a carne acesa.

Foste mártir e herói da própria natureza.


Intacto de ambição, de desejo ou de injúria,
Para ganhar o céu, venceste a ira, a luxúria,
A gula, a inveja, o orgulho, a preguiça e a avareza.

Mas não amaste! E, além do Inferno, um outro existe,


Onde é mais alto o choro e o horror dos renegados:
Ali, penando, tu, que o amor nunca sentiste,

Pagarás sem amor os dias dissipados!


Esqueceste o pecado oitavo: e era o mais triste,
Mortal, entre os mortais, de todos os pecados!

30) Dualismo
(Olavo Bilac)

Não és bom, nem és mau: és triste e humano...


Vives ansiando, em maldições e preces,
Como se, a arder, no coração tivesses
O tumulto e o clamor de um largo oceano.

Pobre, no bem como no mal, padeces;


E, rolando num vórtice vesano,
Oscilas entre a crença e o desengano,
Entre esperanças e desinteresses.

Capaz de horrores e de ações sublimes,


Não ficas das virtudes satisfeito,
Nem te arrependes, infeliz, dos crimes:

E, no perpétuo ideal que te devora,


Residem juntamente no teu peito
Um demônio que ruge e um deus que chora.

31) Os cisnes
(Julio Salusse)
A vida, manso lago azul algumas
Vezes, algumas vezes mar fremente,
Tem sido para nós constantemente
Um lago azul sem ondas, sem espumas,

Sobre ele, quando, desfazendo as brumas


Matinais, rompe um sol vermelho e quente,
Nós dois vagamos indolentemente,
Como dois cisnes de alvacentas plumas.

Um dia um cisne morrerá, por certo:


Quando chegar esse momento incerto,
No lago, onde talvez a água se tisne,

Que o cisne vivo, cheio de saudade,


Nunca mais cante, nem sozinho nade,
Nem nade nunca ao lado de outro cisne!

SIMBOLISMO

2) "Como se moço e não bem velho eu fosse"


(Alphonsus de Guimaraens)
Como se moço e não bem velho eu fosse,
Uma nova ilusão veio animar-me,
Na minh'alma floriu um novo carme,
O meu ser para o céu alcandorou-se.

Ouvi gritos em mim como um alarme.


E o meu olhar, outrora suave e doce,
Nas ânsias de escalar o azul, tornou-se
Todo em raios, que vinham desolar-me.

Vi-me no cimo eterno da montanha


Tentando unir ao peito a luz dos círios
Que brilhavam na paz da noite estranha.

Acordei do áureo sonho em sobressalto;


Do céu tombei ao caos dos meus martírios,
Sem saber para que subi tão alto...
4) "Encontrei-te. Era o mês..."
(Alphonsus de Guimaraens)
Encontrei-te. Era o mês... Que importa o mês? Agosto,
Setembro, outubro, maio, abril, janeiro ou março,
Brilhasse o luar que importa? ou fosse o sol já posto,
No teu olhar todo o meu sonho andava esparso.

Que saudades de amor na aurora do teu rosto!


Que horizonte de fé, no olhar tranqüilo e garço!
Nunca mais me lembrei se era no mês de agosto,
Setembro, outubro, abril, maio, janeiro, ou março.

Encontrei-te. Depois... depois tudo se some


Desfaz-se o teu olhar em nuvens de ouro e poeira.
Era o dia... Que importa o dia, um simples nome?

Ou sábado sem luz, domingo sem conforto,


Segunda, terça ou quarta, ou quinta ou sexta-feira,
Brilhasse o sol que importa? ou fosse o luar já morto?

10) Súcubo
(Emiliano Perneta)
Desde que te amo, vê, quase infalivelmente,
Todas as noites vens aqui. E às minhas cegas
Paixões, e ao teu furor, ninfa concupiscente,
Como um súcubo, assim, de fato, tu te entregas...

Longe que estejas, pois, tenho-te aqui presente.


Como tu vens, não sei. Eu te invoco e tu chegas.
Trazes sobre a nudez, flutuando docemente,
Uma túnica azul, como as túnicas gregas...

E de leve, em redor do meu leito flutuas,


Ó Demônio ideal, de uma beleza louca,
De umas palpitações radiantemente nuas!

Até, até que enfim, em carícias felinas,


O teu busto gentil ligeiramente inclinas,
E te enrolas em mim, e me mordes a boca!

11) Metamorfoses
(Emiliano Perneta)

A Mme. Georgine Mongruel.

Sei que há muita nudez e sei que há muito frio,


E uma voracidade horrível, um furor
Tão desmedido que, quando eu acaso rio,
Quantos não estarão torcendo-se de dor.

Conheço tudo, sim, apalpo, indago, espio...


Tenho a certeza que vá eu para onde for,
Como o escaravelho, hei de o ódio sombrio
Ver enodoar até o seio de uma flor.

Mas sei também que há mil aspirações estranhas,


Que havemos de subir montanhas e montanhas,
Que a Natureza avança e o Homem faz-se luz...

Que a Vida, como o sol, um alquimista louro,


Tem o dom de poder mudar a lama em ouro,
E em límpidos cristais esses rochedos nus!

12) Corre mais que uma vela...


(Emiliano Perneta)

Corre mais que uma vela, mais depressa,


Ainda mais depressa do que o vento,
Corre como se fosse a treva espessa
Do tenebroso véu do esquecimento.

Eu não sei de corrida igual a essa:


São anos e parece que é um momento;
Corre, não cessa de correr, não cessa,
Corre mais do que a luz e o pensamento...

É uma corrida doida essa corrida,


Mais furiosa do que a própria vida,
Mais veloz que as notícias infernais...

Corre mais fatalmente do que a sorte,


Corre para a desgraça e para a morte...
Mas que queria que corresse mais!

16) Vozes da Morte


(Augusto dos Anjos)
Agora, sim! Vamos morrer, reunidos,
Tamarindo de minha desventura,
Tu, com o envelhecimento da nervura,
Eu, com o envelhecimento dos tecidos!

Ah! Esta noite é a noite dos Vencidos!


E a podridão, meu velho! E essa futura
Ultrafatalidade de ossatura,
A que nos acharemos reduzidos!

Não morrerão, porém, tuas sementes!


E assim, para o Futuro, em diferentes
Florestas, vales, selvas, glebas, trilhos,

Na multiplicidade dos teus ramos,


Pelo muito que em vida nos amamos,
Depois da morte, inda teremos filhos!

19) Sinfonias do Ocaso


(Cruz e Sousa)

Musselinosas como brumas diurnas


Descem do acaso as sombras harmoniosas,
Sombras veladas e musselinosas
Para as profundas solidões noturnas.

Sacrários virgens, sacrossantas urnas,


Os céus resplendem de sidéreas rosas,
Da lua e das Estrelas majestosas
Iluminando a escuridão das furnas.

Ah! por estes sinfônicos ocasos


A terra exala aromas de áureos vasos,
Incensos de turíbulos divinos.

Os plenilúnios mórbidos vaporam...


E como que no Azul plangem e choram
Cítaras, harpas, bandolins, violinos...
21) Visão da Morte
(Cruz e Sousa)
Olhos voltados para mim e abertos
Os braços brancos, os nervosos braços,
Vens d'espaços estranhos, dos espaços
Infinitos, intérminos, desertos...

Do teu perfil os tímidos, incertos


Traços indefinidos, vagos traços
Deixam, da luz nos ouros e nos aços,
Outra luz de que os céus ficam cobertos.

Deixam nos céus uma outra luz mortuária,


Uma outra luz de lívidos martírios,
De agonies, de mágoa funerária...

E causas febre e horror, frio, delírios,


Ó Noiva do Sepulcro, solitária,
Branca e sinistra no clarão dos círios!

24) Ironia de Lágrimas


(Cruz e Sousa)

Junto da morte é que floresce a vida!


Andamos rindo junto a sepultura.
A boca aberta, escancarada, escura
Da cova é como flor apodrecida.

A Morte lembra a estranha Margarida


Do nosso corpo, Fausto sem ventura…
Ela anda em torno a toda criatura
Numa dança macabra indefinida.

Vem revestida em suas negras sedas


E a marteladas lúgubres e tredas
Das Ilusões o eterno esquife prega.

E adeus caminhos vãos mundos risonhos!


Lá vem a loba que devora os sonhos,
Faminta, absconsa, imponderada cega!

25) Velho
(Cruz e Sousa)

Estás morto, estás velho, estás cansado!


Como um suco de lágrimas pungidas
Ei-las, as rugas, as indefinidas
Noites do ser vencido e fatigado.

Envolve-te o crepúsculo gelado


Que vai soturno amortalhando as vidas
Ante o repouso em músicas gemidas
No fundo coração dilacerado.

A cabeça pendida de fadiga,


Sentes a morte taciturna e amiga,
Que os teus nervosos círculos governa.

Estás velho estás morto! Ó dor, delírio,


Alma despedaçada de martírio
Ó desespero da desgraça eterna.

27) Livre
(Cruz e Sousa)

Livre! Ser livre da matéria escrava,


arrancar os grilhões que nos flagelam
e livre penetrar nos Dons que selam
a alma e lhe emprestam toda a etérea lava.

Livre da humana, da terrestre bava


dos corações daninhos que regelam,
quando os nossos sentidos se rebelam
contra a Infâmia bifronte que deprava.

Livre! bem livre para andar mais puro,


mais junto à Natureza e mais seguro
do seu Amor, de todas as justiças.

Livre! para sentir a Natureza,


para gozar, na universal Grandeza,
Fecundas e arcangélicas preguiças.
30) Ausência misteriosa
(Cruz e Sousa)

Uma hora só que o teu perfil se afasta,


Um instante sequer, um só minuto
Desta casa que amo -- vago luto
Envolve logo esta morada casta.

Tua presença delicada basta


Para tudo tornar claro e impoluto...
Na tua ausência, da Saudade escuto
O pranto que me prende e que me arrasta...

Secretas e sutis melancolias


Recuadas na Noite dos meus dias
Vêm para mim, lentas, se aproximando.

E em toda casa, nos objetos, erra


Um sentimento que não é da Terra
E que eu mudo e sozinho vou sonhando...

31) Ismália
(Alphonsus de Guimarens)

Quando Ismália enlouqueceu,


Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,


Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...

E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu


As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu


Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...

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