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TÉCNICAS BÁSICAS DE
ENSINO
PARA INSTRUTORES DE QSMS
2019
Alexandre Castro
TÉCNICAS BÁSICAS
DE ENSINO
PARA INSTRUTORES DE QSMS
1ª edição
Rio de Janeiro
Grupo Portal Marítimo
2019
Direitos Autorais
Todos os direitos são reservados.
Nenhuma parte deste livro digital pode ser reproduzida,
copiada ou transmitida livremente de alguma forma, sem
o consentimento prévio dos seus autores.
É vedada a comercialização total ou parcial desta obra.
Legislação
Este produto virtual respeita a legislação pátria em vigor,
estando em consonância com a seguinte norma:
Produção
www.portalmaritimo.com
ÍNDICE
INTRODUÇÃO 04
Capítulo 1
O USO DAS TECNOLOGIAS COMO APOIO AO ENSINO 05
Capítulo 2
ALUNOS OPOSITORES E/OU DESAFIANTES 06
Capítulo 3
TRÊS MÉTODOS DE ENSINO DE SUCESSO 09
Capítulo 4
COMO OS ALUNOS APRENDEM SEGUNDO A 13
NEUROCIÊNCIA
Capítulo 5
AS DEZ ATITUDES POSITIVAS DO INSTRUTOR 15
Capítulo 6
PREPARAÇÃO PARA AS AULAS 17
Capítulo 7
ROTEIRO SIMPLIFICADO PARA ELABORAÇÃO DE PLANO 19
DE AULA
03
TÉCNICAS BÁSICAS DE ENSINO PARA
INSTRUTORES DE QSMS
INTRODUÇÃO
Uma boa técnica de ensino está intrisicamente ligada à metodologia que o
Instrutor vai escolher para realizar para realizar a exposição de determinado
assunto ou disciplina. Desta forma, técnicas de ensino nada mais são do que o
caminho que o Instrutor escolhe para alcançar os seus objetivos. Para isso, ele
utiliza algumas ferramentas como recursos didáticos e estratégias, os quais
você conhecerá durante a leitura desse livro digital.
04
CAPÍTULO 1
05
CAPÍTULO 2
06
Iniciando a sua aula abrindo para seu público o direito a participação, você
assume desde já o controle dos possíveis alunos opositores/desafiantes.
Como Instrutor você é o líder independente dos profissionais envolvidos no
curso/treinamento e suas posições hierárquicas na organização. Caberá sempre
a você o papel de administrar e gerenciar conflitos de forma adequada e lidar
com essas situações, conduzindo os participantes aos objetivos do curso.
Todavia, nunca permita debates, eles podem instigar alunos
opositores/desafiantes ou atrair outros à discussão.
Ter um aluno opositor/desafiante não é atípico nos cursos e treinamentos do
QSMS. A pluraridade de profissionais em sala de aula conduz naturalmente a
essa situação. Quando citamos o exemplos de cursos de reciclagem de
segurança para trabalho em altura , a presença de alunos no mínimo desafiantes
é carta marcada em sala de aula.
Um aluno IRATA fazer uma reciclagem é um desafio certo para você em sala de
aula, principalmente nas aulas práticas. Como Instrutor você deve
primeiramente avaliar caso a caso, administrando e gerenciando esses conflitos,
sem que você perca sua autoridade em sala de aula. Por outro lado, reconhecer
a capacidade técnica de um IRATA com experiência não faz de você um pior
Instrutor; ao contrário, ele será um grande aliado na sua aula prática. Faça uso
disso!
Identificar se você está realmente diante de um aluno opositor/desafiante e as
suas motivações são importantes nesse gerenciamento de conflitos:
1. Você está realmente diante de um aluno opositor/desafiante?
R. Não! Conceda a palavra ao aluno, entenda as suas colocações e faça a
mediação correspondente.
R. Sim! Conceda a palavra ao aluno, endenda as suas colocações e compreenda
as motivações aceitando o desafio, em seguida faça a mediação correspondente.
07
Controle sua emoções
Mantenha sempre o controle das suas emoções antes de aceitar o desafio, seja
gentil, cortês e entenda a situação. Ignore ataques e mantenha o foco nos
objetivos da aula. Se as motivações forem frustrações profissionais e/ou
conflitos profissionais internos com a organização, de forma sutil e educada
desvie o foco e não alimente seus comentários ou reclamações, por mais que
você até os considere coerentes.
Entretanto, se as suas motivações forem por algo que você ensinou ou
comentou, e que o aluno considere errado ou desatualizado, lembre-se: você
está diante de um público com uma pluralidade profissional que merece
respeito e atenção. Conceda a palavra, porém de uma forma que você não perca
o controle da aula. Em sendo constatado que as indagações do aluno estão
corretas, reconheça diante de todos o que esse aluno ensinou e aprenda com
ele. Nesse momento, fazer um elogio ao aluno é importante, porém sem
excessos. Diga algo como:
- “Obrigado pelos esclarecimentos e parabéns pelas suas colocações!”
Qualquer palavra além disso em seu elogio, poderá conduzir esse aluno a um
nível hierárquico em sala de aula acima do seu, colocando em xeque o seu
gerenciamento em sala de aula. Outro perigo é relacionado ao perfil egocêntrico
de boa parte dos alunos opositores/desafiantes. Desta forma, um elogio em
demasiado irá estimulá-lo a interagir de forma constante em sala de aula, o que
ocasionará interrupções frequentes que consequentemente causarão impactos
negativos em perda de tempo em alcançar os objetivos do curso/treinamento.
A organização antes da aula
Antes de iniciar a sua aula, garanta que tudo esteja adequado. Alunos podem se
tornar desafiantes quando reconhecem desordem ou falta de regras e
procedimentos.
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CAPÍTULO 3
09
Se o Estudo de Caso utilizado é uma ferramenta de aprendizagem à aula expositiva,
elabore questões para orientar os alunos na compreensão dos fundamentos
teóricos.
O Instrutor pode criar seus próprios casos. Entretanto, tratando-se de uma aula de
QSMS, é sempre mais eficaz o uso de casos existentes.
As seguintes questões devem ser levadas em conta ao escolher ou criar um caso:
O que você deseja que os alunos aprendam com a discussão do caso?
Que conhecimentos os alunos já possuem que podem ser aplicados no caso?
Quais questões podem ser levantadas na discussão?
Como o caso e a discussão serão introduzidas na aula?
Como os alunos devem se preparar? Precisam ler o caso com antecedência?
Pesquisar? Escrever algo?
Que instruções você precisa fornecer aos alunos sobre o que devem fazer e
cumprir?
Você usará simulações de papéis, facilitadores ou relatores? Se afirmativo
como fará?
Quais são as questões de abertura?
Quanto tempo será necessário para que os alunos discutam o caso?
Que conceitos devem ser aplicados durante a discussão?
Como você avaliará os alunos?
Características que melhoram a qualidade desse
método de ensino
Um bom caso para ensino deve apresentar um problema
desafiador, suficientemente complexo para criar escolhas e fazer
emergir cenários alternativos.
Casos puramente descritivos oferecem o instantâneo de uma
questão interessante ou importante, mas geralmente o seu valor
para a aprendizagem é limitado.
Um caso adequado para o ensino envolve um problema real.
Como fazer uso dessa metodologia de ensino?
Após seguir todas as orientações acima, siga o roteiro abaixo e
inicie com seus alunos o estudo de caso:
a) Apresentando um tema (situação ou um problema), no qual a
meta é encontrar a solução.
b) Organizando a turma em pequenos grupos (3 ou 4 participantes) no
máximo, número maior que 4 afetará o desempenho do grupo.
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c) Determine as regras de apresentação de cada grupo no final do estudo
(simulações de papéis, facilitadores ou relatores).
d) Determine um tempo para que os alunos desenvolvam o estudo. Monitore a
todo momento e esteja preparado para responder a todas as dúvidas e perguntas.
Não se permita em hipótese alguma ser surpreendido com alguma dúvida ou
pergunta ao qual você não tenha a resposta ou solução.
e) Ao final avalie como os alunos assimilaram o conteúdo, e nâo exite em aplicar
reforços, se considerar necessário, ao final do estudo de caso.
MÉTODO 2: AVALIAÇÃO PRÁTICA
Quando os alunos praticam, eles aprendem mais. Portanto, é sua função avaliar se
essas atividades práticas estão de acordo com os parâmetros. Isso deve ser
analisado por meio do preenchimento de listas de verificação (checklist) no
material didático.
1. Definindo o conceito de aula prática
Após ficar por dentro do conteúdo teórico, os alunos estão prontos para
conferir tudo isso, literalmente, na prática. Entretanto, muitos
cursos/trienamentos de QSMS não contemplam aulas práticas, sendo
nessas situações o estudo de caso e os exercícios de progressão, técnicas
eficazes a serem utilizadas. A aula prática busca fixar o conteúdo
aprendido em sala de aula, permitindo que os alunos aprendam a
usar ativamente o conhecimento adquirido e, dessa maneira,
possam estabelecer novas relações com o assunto aprendido e
comprometimento com a segurança e saúde individual e
coletiva no ambiente de trabalho, nos processos de qualidade
e mudanças e no aprendizado individual. Durante as aulas
práticas, instigue os alunos a refletirem sobre o que eles
estão fazendo, provocando-os a encontrar significado no
que for visto na aula prática.
Como e por que determinada coisa, ou situação acontece?
Essas são algumas das principais perguntas que devem se
respondidas. Avalie individualmente cada aluno. As avaliações em
grupo nas aulas práticas costumam deixar a desejar no
aprendizado individual.
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MÉTODO 3: EXERCÍCIOS DE PROGRESSÃO
Os exercícios de progressão são um método muito eficaz em temas nos quais é
necessário fazer abordagens teóricas mais longas em cursos/treinamentos onde a
aula prática não é contemplada. Os exercícios de progressão, devem ser inseridos
na metodologia de ensino com pausas interativas de tempo em tempo.
Quais os tipos de exercícios de progressão?
É importante não fazer uso de exercícios de progressão com questões massantes
e difícies, dessa forma os exercícios consumirão um bom tempo de sua aula,
compromentendo a aplicação completa do seu plano de aula. Exercícios de
progressão devem ter como objetivo a fixação dos ensinamentos aplicados até
aquele momento. Os exercícios de progressão podem incluir:
Preencher lacunas no material didático;
Testes de múltiplas escolhas;
Questionários com consulta ao material didático; e
Perguntas do tipo "verdadeiro ou falso” e/ou “certo ou errado”.
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CAPÍTULO 4
13
Sempre que for explicar algo novo, faça uma comparação ou mesmo aproveite
algum conhecimento que ele já tenha. Mais uma vez a metodologia de estudo de
caso é uma boa opção.
As interferências no aprendizado
Estresse e preocupações: Os alunos em cursos/treinamentos de QSMS
estão geralmente submetidos a cargas maiores de estresse e
preocupações. Eles têm responsabilidades diferentes e muitas vezes
podem estar em sala de aula com a "cabeça em outro mundo". Fazer
uso da motivação e do bom humor em sala, como já descrito acima, é
uma boa técnica para “quebrar o gelo” e despertar a atenção do aluno.
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CAPÍTULO 5
15
5. Ser honesto
O instrutor deve ser sempre sincero com os alunos. Uma relação honesta gera
confiança e credibilidade. Mesmo sendo educador, você não é obrigado a saber
tudo. Não reconhecer isso e tentar “enrolar” as pessoas é cometer um grande erro.
Hoje é muito fácil para estes alunos saírem da aula, ou mesmo dentro de sala,
pesquisar na internet e confrontar o instrutor. E isso pode ser usado como
benefício: não sei, não lembro, vou pesquisar ou ainda, vamos pesquisar agora…
Essa pode ser a grande chance de não apenas repassar conteúdos, mas fazer com
que saibam onde buscar mais conhecimento.
6. Estar atento às novas tecnologias
Em um mundo onde vivemos cada vez mais conectados e cercados pela tecnologia,
é importante que o instrutor as utilize durante suas aulas (Capítulo 1). Aproveite
toda a vontade e disposição dos alunos em utilizar as mídias, sem lutar contra elas,
para fazer com que o aprendizado seja mais significativo e relevante.
7. Se entregar à profissão com entusiasmo
Em uma sala de curso/treinamento do de QSMS as diferenças cognitivas, culturais,
sociais e econômicas são sempre uma realidade presente. É importante que o
Instrutor consiga transmitir e contagiar os alunos sem se importar com essas
diferenças. Além disso, o bom Instrutor é capaz de motivar os seus alunos e
contagiá-los na vontade de aprender.
8. Levar bom humor para as aulas
Apesar de ser um assunto muito importante,
as aulas de QSMS não devem ser sempre sérias. Quando a aula é divertida e
engraçada, os estudantes enxergam o lado mais humano do instrutor,
aumentando o respeito e a confiança. (Capítulo 4)
9. Capacidade de comunicação
Sua postura, voz, entusiasmo, vícios de
linguagem, seu humor. Saiba como portar-se CAPÍTULO 5
perante seu público. Faça com que sua AS DEZ ATITUDES POSITIVAS DO INSTRUTOR
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CAPÍTULO 6
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Mantenha aparência profissional
A apresentação pessoal é muitas vezes ignorada como algo que faça parte da
nossa comunicação social. Quando você está falando em público, você está
representando sua organização ou apenas a si mesmo. Você está na linha de
frente das atenções. É a sua imagem a primeira coisa que é vista pelas pessoas,
grupos ou públicos, antes mesmo que você tenha a chance de abrir a boca.
Cuide dessa imagem! Certos pressupostos, tanto conscientes quanto
inconscientes, já aconteceram e por isso é
importantíssimo que se vista adequadamente.
Esteja limpo e asseado. Evite excesso de adornos ou
perfumes. Mostre aos seus alunos sua motivação
através do seu entusiasmo. Use gestos de forma
adequada. Controle sua voz, altere timbre e evite
palavras repetitivas, aqueles vícios de linguagem
como “né”, “então”, e outros tantos.
Logística
Evite surpresas de última hora. Tenha o zelo de
verificar no dia anterior as suas formas de transporte,
distância, localizações, passagens aéreas e reserva de
hotel. Calcule os tempos de deslocamento até o local de
aula. Mantenha ao seu alcance (nunca em bolsas ou
malas), anotações com todas as informações de
contato como telefone da pessoa responsável,
endereço do local de treinamento e outras
informações que julgar importantes.
Carregue a bateria de seu telefone celular,
tablet e/ou notebook. Se possível, tenha baterias
extras. Você não sabe que tipos de imprevisto pode
ocorrer e por isso é bom adiantar-se aos mesmos.
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CAPÍTULO 7
ROTEIRO SIMPLIFICADO
TURMA:
DISCIPLINA:
INSTRUTOR:
DATA:
ASSUNTO:
DURAÇÃO:
1. CAPTAR a atenção dos alunos - Como fortalecer os vínculos dos alunos com você
com o tema em pauta. Venda seu peixe!
2. INFORMAR os objetivos da aula para os alunos.
3. RECORDAR os PRÉ-REQUISITOS - Descreva assuntos e conceitos já tratados (ou
não) e que se relacionam ao tema da aula de hoje.
4. IMPLEMENTAR a aula - Esquematize aqui a técnica escolhida, passo a passo. O
tempo previsto de cada etapa, os recursos que serão utilizados (textos, tabelas,
transparências, roteiros de estudo e de discussão, livros, material prático,
multimidia, etc.) e que deverão ser providenciados com antecedência).
5. CONCLUIR a aula - Fixar ideias, conceitos, habilidades, SÍNTESE
6. AVALIAR a aula - Sua avaliação e a dos alunos (quando possível) para melhoraria
contínua.
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SOBRE O AUTOR
ALEXANDRE CASTRO
Coordenador de ensino do Grupo Portal
Marítimo e Diretor de Ensino da Sociedade
Brasileira de Marinha Mercante (SOBRAMAM).
Graduado em enfermagem e gestão de
recursos humanos com especialização em
educação corporativa e pedagogia empresarial.
Enfermeiro da Marinha Mercante e Técnico de
Segurança com mais de 30 anos de experiência
acumulados em embarcações, plataformas, no
ensino profissional marítimo (incluíndo
docência na Escola de Formação de Oficiais da
Marinha Mercante - EFOMM) e em
desenvolvimento humano, sendo mentor de
dezenas de profissionais na área de saúde em
especial na enfermagem e marinha mercante.
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Como posso
lhe agradecer?
Fale para todo
o mundo!
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Métodos de utilização dos mapas mentais para Desenvolver cursos e treinamentos nos
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COLABORAÇÃO E REVISÃO
RODRIGO CINTRA
Profissional de Gestão Marítima,
Oficial da Marinha Mercante graduado pelo
Centro de Instrução Almirante Graça Aranha,
Administrador de Empresas e Mestre em
Administração de Negócios especializado em
Engenharia e Gestão da Manutenção pela UFRJ
e pós graduado em Gestão pela Fundação
Getúlio Vargas. Profissional com atuação na
área de Operações e Desenvolvimento de
Negócios em ambiente internacional. Membro
do Project Management Institute.
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