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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ESTRUTURAL E CONSTRUÇÃO CIVIL
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
DISCIPLINA DE ANÁLISE DE ESTRUTURAS I

DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURA - COMPLETO

EQUIPE
Bárbara Vitorino - 381066
Beatriz Matos - 384941
Gabriela Rezende - 390155
Gabriela Martins - 384966

Fortaleza, CE
Junho de 2019
SUMÁRIO

1.Introdução 3

2. Pré-dimensionamento das lajes do pavimento tipo 4

3. Carregamentos permanente e acidental 5

4. Esforços e flechas nas lajes do pavimento tipo 7

5. Cargas nas vigas do pavimento tipo devidas à carga total das lajes. 15

6. Análise de vigas - Método das forças 27

7. Comentários Finais 42

8. Referências Bibliográficas 42

APÊNDICES 43

ANEXO I - Tabela de Integrais 43

2
1.Introdução

Durante o dimensionamento de estruturas de concreto armado, é fundamental que haja


uma análise de desempenho de seus componentes, os quais podem ser lajes, vigas e pilares,
para verificação de atendimento dos Estados Limites Últimos e de Serviço. Para isso, deve-se
lançar o pré-dimensionamento da estrutura com base em sua arquitetura e em suas
consequentes restrições. Nessa etapa, verifica-se o posicionamento de vigas e suas respectivas
seções transversais, o posicionamento de pilares e suas respectivas seções transversais, e o
posicionamento das lajes e suas espessuras. É importante salientar que o
pré-dimensionamento das lajes deve atender especificamente aos requisitos de projeto
referentes ao Estado Limite de Serviço de Deformação Excessiva (ELS-DEF), definidos logo
abaixo no Quadro 01.

Quadro 01 - Limites de deslocamentos. Fonte: NBR-6118:2014.

A partir da verificação se o pré-dimensionamento das lajes está de acordo com o


estado limite de serviço, o próximo passo deste presente relatório consiste em calcular as
cargas que as lajes fazem nas vigas que as apoiam. Esse cálculo pode ser realizado através de
vários métodos. Nesse relatório, serão utilizados o Método das Grelhas e o Método das
Charneiras Plásticas, que serão apresentados no decorrer do corpo de cálculo do trabalho.
Calculadas as cargas das lajes nas vigas através dos métodos, segue-se em escolher os
resultado de um dos métodos para realizar a análise através do Método das Forças, que
consiste em transformar as vigas hiperestáticas em vigas Isostáticas a fim de que,
posteriormente, seja possível calcular os esforços das vigas. Serão feitas as análise pelo
método citado para as Vigas 1 e 28 do planta de forma do projeto. Além disso, os diagramas e
reações de apoios calculado serão comparados com os obtidos através do software Ftool para
verificar se o método foi calculado corretamente. Além disso, é importante verificar também
a flecha nos vãos das vigas a fim de saber se a flecha ao longo do tempo seja admissível.

3
2. Pré-dimensionamento das lajes do pavimento tipo

O pré-dimensionamento foi realizado com base nas especificações e exigências da


Norma Técnica ​NBR 6118 - Projeto de estruturas de concreto - Procedimento e também
baseada na planta de arquitetura. A planta de pré-dimensionamento está disponibilizada no
apêndice 01 deste relatório, e abaixo, na Tabela 01, encontra-se um resumo com todas as lajes
definidas e suas dimensões.

Tabela 01: Pré-dimensionamento das lajes do pavimento tipo. Fonte: O Autor.

4
3. Carregamentos permanente e acidental

O pavimento tipo do prédio foi subdividido em 26 lajes, sendo 21 lajes apoiadas e 5


lajes em balanço. A partir dos tipos de uso estabelecidos, dos componentes das lajes e das
dimensões delas, foi possível dimensionar as cargas acidentais e as cargas permanentes,
descritas na tabela 03.
De acordo com a Norma Técnica ​NBR 6120 - Cargas para o cálculo de estruturas de
edificações,​ avaliam-se as cargas permanentes e acidentais atuantes no pavimento.
O presente trabalho é baseado em uma estrutura de concreto com ​resistência
característica de ​25MPa. Além disso, a estrutura é um prédio residencial, portanto as cargas
acidentais serão divididas em apenas três principais grupos descritos na Tabela 02.

CARGA
LOCAL DESCRIÇÃO/USO
(KN/m²)
Residencial 1 Dormitório, sala, copa, cozinha, banheiro 1,5
Residencial 2 Despensa, área de serviço, lavanderia 2
Corredor Corredor com acesso ao público 3

Tabela 02: Descrição dos ambientes da estrutura e seus respectivos usos e cargas. Fonte: O Autor.

Os componentes das lajes em estudo tem suas características representadas na Tabela


03.

PESO
ESPECÍFICO DIMENSÃO CARGA
TIPO MATERIAL
APARENTE (m) (KN/m²)
(KN/m³)
Peso próprio 1 Concreto armado 25 0,07 1,75
Peso próprio 2 Concreto armado 25 0,11 2,75
Peso próprio 3 Concreto armado 25 0,12 3
Contrapiso Argamassa de cimento e areia 21 0,03 0,63
Parede Parede - gesso 0,22
Parede Parede - alvenaria 16 0,12 1,92
Revestimento Cerâmico 1

Tabela 03: Descrição dos tipos de componentes de acordo com o seu material, espessura e respectiva carga. Fonte: O Autor.

Posteriormente, pôde-se detalhar os tipos de carregamentos atuantes em cada laje, e


assim estabelecer as cargas acidentais, permanentes, totais resultantes, representadas nas
Tabelas 04 e 05, respectivamente. Realizou-se também a ponderação para as exigida pela
norma ​NBR 6118 - Projeto de estruturas de concreto - Procedimento​, de formulação expressa
abaixo:

CARGA PONDERADA = (CARGA PERMANENTE) + (0,3 x CARGA ACIDENTAL)

5
Além disso, a NBR 6118 exige que as cargas solicitantes para as lajes em balanço
sejam majoradas pelo coeficiente ૪n, que para o caso de lajes de 10 cm é 1,45. Esse
coeficiente foi multiplicado pela carga nas lajes em balanços e apresentados abaixo na coluna
de Cargas Ponderadas da tabela 5.

Tabela 04: Descrição e cálculo das cargas atuantes nas lajes do pavimento tipo. Fonte: O Autor.

6
Tabela 05: Cargas acidental, permanente, total e ponderada atuantes nas lajes do pavimento tipo. Fonte: O Autor.

4. Esforços e flechas nas lajes do pavimento tipo


Uma vez possuindo os valores de cargas atuantes, tanto o variável quanto o
permanente, ponderadas segundo a especificação, é possível realizar a análise das flechas e
esforços de todas as lajes.
Para o presente trabalho, foram escolhidas os Métodos de Marcus e de Czerny para
realizar a análise de lajes apoiadas e o método de flexão cilíndrica para lajes em balanço.

4.1 Método de Marcus

Para iniciar a análise pela tabela de Marcus, foi necessário avaliar cada laje e definir
seus parâmetros ​αx, αy, βx, βy, mx’, my’, nx e ny.
De acordo com a teoria das Grelhas, é possível encontrá-los a partir das condições de
apoio da laje, detalhado abaixo na imagem 01.
.

7
Imagem 01: Tipos de apoios de laje e seus respectivos ​αx e αy.​ Fonte: Slides fornecidos pelo professor.

Dessa forma, para lajes com dois apoios simples em determinada direção, seu
respectivo ​α ​será igual a 5. Caso ele possua apenas um engaste nessa direção, essa terá ​α
igual a 2. Porém, se a direção possuir dois engastes, ​α ​será igual a 1. Além disso, é
importante mencionar que, neste trabalho, considerou-se o eixo x como a direção da laje de
menor dimensão, então os eixos x-y irão variar de laje a laje.
Ainda para a obtenção dos parâmetros, analisou-se as seções unitárias centrais de cada
laje em suas duas direções, x e y, com o objetivo de encontrar uma das três situações
apresentadas na imagem 02, e poder, assim, definir o valor de ​ βx, βy, mx’, my’, nx e ny​ .

Imagem 02: Tipos de apoios de seção laje e seus respectivos parâmetros​.​ Fonte: Slides fornecidos pelo professor.

Para determinar finalmente todos os esforços, é preciso encontrar ainda os valores de


kx e ky. Calcula-se ky e kx pelas fórmulas:
αx
ky =
(αx + αy *λ4 )

kx = 1 - ky

Entende-se λ pela razão entre os comprimentos ly/lx da laje.

8
Para cálculo dos esforços, segue a formulação abaixo:

qx = (CARGA) * kx

qy = (CARGA) * ky

(q) * L ²
M+=
m′

(q) * L ²
M- =
n′

Q = ​β ​* (q) * L

Por fim, como este é o método de Marcus, é sabido que este se diferencia da teoria
das grelhas pois corrige os momentos positivos calculados por esta, portanto adotaram-se os
coeficientes de redução detalhados na Imagem 03 abaixo.

Imagem 03: Coeficientes de redução de momentos de Marcus​.​ Fonte: Slides fornecidos pelo professor.

Todos os coeficientes calculados de Marcus utilizados para os cálculos dos esforços,


assim como alguns dado de cada laje estão apresentados na Tabela 6 abaixo:

Tabela 06 - Coeficientes pelo Método de Marcus. Fonte: O Autor.

9
A partir desses coeficientes, é possível calcular todos os esforços, momentos fletores,
e a flecha máxima para cada laje estudada. Para verificação da flecha máxima no ELS-DEF,
observou-se se as deflexões (w) obedeciam o máximo de l/250 e de l​/350, para acidental e
total respectivamente, e, após uma verificação, todas as flechas obedeceram ao limite de
segurança.
As tabelas 6 e 7 mostram na última coluna a verificação que foi realizada comparando
o valor da flecha máxima calculada para cada laje com os limites exigidos no ELS-DEF da
NBR 6118. Foi utilizado o Método de Marcus para ambos os casos: acidental e total,
respectivamente, portanto os valores dos esforços, momentos fletores e flechas máximas,
assim como a verificação estão listados nas Tabelas 07, 08 e 09:

Tabela 07 - Esforços calculados pelo Método de Marcus para o Carregamento Acidental e Verificação da flecha máxima. Fonte:
O Autor.

Tabela 08 - Esforços calculados Método de Marcus para o Carregamento Total e Verificação da flecha máxima. Fonte: O Autor.

10
Tabela 09 - Esforços calculados pelo Método de Marcus para o Carregamento Total e Verificação da flecha máxima. Fonte: O
Autor.

4.2 Método de Czerny

Para iniciar a análise pela tabela de Czerny, foi necessário avaliar cada laje e definir
seus coeficientes​. ​É possível encontrá-los a partir do tipo de apoio da laje, detalhado abaixo
na Imagem 04 abaixo.
.

Imagem 04: Tipos de apoios de laje e suas respectivas classificações de Czerny​.​ Fonte: Slides fornecidos pelo professor.

Em cada laje, de acordo com seus apoios e a relação entre suas dimensões, obteve-se
o valor correspondente dos coeficientes localizados em tabelas Czerny fornecidas
previamente. Os tipos de cada laje analisada de acordo com Czerny e seus coeficientes estão
apresentados a seguir:

11
Tabela 10 - Coeficientes pelo Método de Marcus. Fonte: O Autor.

Por fim, para verificar a flecha máxima no ELS-DEF, observou-se novamente se as


deflexões obedeciam o máximo de l/250 e de l​/350, para acidental e total respectivamente, e
se todas as flechas obedeceram ao limite de segurança. A seguir, tem-se as tabelas, tanto para
a verificação para as cargas acidentais como para a total, com todos os coeficientes para cada
tipo de laje segundo Czerny, assim como os valores dos momentos fletores e da flecha
máxima e sua verificação com o limite exigido pela NBR 6118.

Tabela 11 - Esforços calculados pelo Método de Czerny para o Carregamento Acidental e Verificação da flecha máxima. Fonte:
O Autor.
12
Tabela 12 - Esforços calculados pelo Método de Czerny para o Carregamento Total e Verificação da flecha máxima. Fonte: O
Autor.

4.3 Flexão Cilíndrica

Por fim, no caso das quatro lajes em balanço, armadas em apenas uma direção,
existentes na edificação (L16-L20), precisou-se calcular sua deflexão pelo método de
Flexão Cilíndrica (integrando a carga nas lajes quatro vezes, calculando seus coeficientes a
partir das condições de apoio e dividindo-se pela sua rigidez de flexão (D=2096,35)). Assim,
foi possível verificar que elas também estão de acordo com o estado limite de segurança.
Segundo a NBR 6118 para ELS-DEF, a verificação para flecha máxima é de L/175 para
cargas acidentais e L/125 para carregamento total, sendo L o menor vão da laje. Os
coeficientes esforços calculados e , assim como a verificação para o carregamento
acidental e total estão apresentados respectivamente nas Tabelas 13 e 14.

Tabela 13 - Esforços calculados pelo Método da Flexão Cilíndrica para Carregamento Acidental e Verificação da flecha máxima.
Fonte: O Autor.

13
Tabela 14 - Esforços calculados pelo Método da Flexão Cilíndrica para Carregamento Total e Verificação da flecha máxima.
Fonte: O Autor.

4.4 Comparação de resultados

Ao analisar a de esforços calculados tanto para o método de Marcus como Czerny, é


possível verificar diferenças absurdas no momentos positivos na direção y para algumas
lajes 6, 9, 12, 13, 14, 15, 23 e 26, com diferenças de valores de momentos maiores que
bem maiores que 200% . Para outras lajes, a diferenças menores, mas ainda significativas e
para significativas na direção do momento y positivo. entre os momentos calculados pelo
Método de Marcus e os calculados pelas. Para os momentos na direção de y negativa,
verifica-se que pelo método de Czerny, algumas lajes vão apresentar momento negativo,
enquanto por Czerny é nulo. Entretanto, para os momentos na direção x, o método de
Marcus apresentou para muitas outras lajes diferenças entre menores que 10% em relação
ao de Czerny, mostrando que a depender do caso, a representação de algumas lajes são
adequadas às premissas do método de Marcus.
Já em relação da flexão máxima das lajes, a metodologia adotada pelo método de
marcus apresenta para algumas representações de lajes uma variação de pouco mais de
10% em relação a de Czerny, já para outras, há diferenças significativas de mais de 100%,
porém, para os dois casos a verificação em relação ao estado último de serviço foi
adequada.

14
5. Cargas nas vigas do pavimento tipo devidas à carga total das
lajes.

5.1 Teoria das Grelhas

A Teoria das Grelhas é muito semelhante ao Método de Marcus anteriormente


explicado, diferindo apenas do valor do momento fletor positivo calculado.
Tendo em vista que o cálculo das cargas transmitidas das lajes para as vigas depende
somente dos parâmetros ​αx ​e αy ​de cada laje, igualmente previstos nos dois métodos, pode-se
aproveitá-los das tabelas de Marcus apresentadas. Sendo assim, os quinhões de carga, em
KN/m, para lajes armadas em cruz calculados pela Teoria das Grelhas, são apresentados na
tabela 15.

Tabela 15: Detalhamento de coeficientes utilizados para cálculo dos quinhões de carga nas direções x e y, pela Teoria de Grelhas.
Fonte: O Autor.

Com relação ao quinhão de carga de lajes armadas em uma direção, foi definido que
este atuaria no menor vão da laje, sendo a carga na laje representada por ele. Desta forma, os
quinhões de carga, em KN/m, para lajes armadas em uma direção são apresentados na tabela
16.

15
Tabela 16: Detalhamento dos coeficientes utilizados para cálculo dos quinhões na direção do menor vão da laje. Fonte: O Autor.

Já às cargas advindas de lajes em balanço foram calculadas por meio da flexão


cilíndrica, já definida anteriormente. Assim, os quinhões de carga, em KN/m, relacionados à
este tipo de laje estão reunidos na tabela 17.

Tabela 17: Detalhamento dos coeficientes utilizados para cálculo dos quinhões na direção do menor vão da laje em balanço. Fonte: O Autor.

A fim de obter as cargas nas vigas do pavimento tipo devido à carga total das lajes
apoiadas nelas, foi feita a divisão das viga em vãos. Esta divisão foi feita de acordo com a
continuidade dos carregamentos agindo numa determinada seção da viga. Além disto, foi
adotada a nomenclatura “esquerda” e “direita” para denominar as lajes que influenciam uma
mesma viga. Ambas condições estão exemplificadas na Imagem 05 abaixo.

16
Imagem 05: Exemplo de laje e respectiva nomenclatura adotada no presente trabalho​.​ Fonte: O Autor.

O cálculo da carga de uma laje sob uma determinada seção de uma viga foi feita de
acordo com o seguinte formulário, para as duas direções x e y.
Sendo:
Q : Carga da laje exercida em uma determinada seção de uma viga (KN);
q : Quinhão de carga (KN/m);
L: Dimensão do vão da laje referente ao quinhão (m);
ß : Coeficiente ponderador do quinhão de carga.

Q=qxLxß

Dependendo da configuração de apoios da laje em determinada direção, o coeficiente


ß assume valores diferentes. As situações são representadas na Imagem 06 abaixo.

17
Imagem 06: Situações de apoio da laje em determinada direção x ou y​.​ Fonte: O Autor.

Realizou-se o processo para cada lajes do pavimento tipo e compilou-se os efeitos


destas nos vãos das vigas em que se apoiam, obtendo assim as cargas totais para cada um. Os
resultados estão reunidos nas tabelas 18 e 19.

18
Tabela 18: Cargas nas vigas horizontais do pavimento tipo. Fonte: O Autor.

19
Tabela 19: Cargas nas vigas verticais do pavimento tipo. Fonte: O Autor.

Para uma melhor visualização dos vãos, estes foram representados em planta no
apêndice 02.

20
5.2 Método das Charneiras Plásticas

Para o cálculo das cargas nas vigas devido ao peso das lajes, foi realizado o Método
das Charneiras Plásticas (Apêndice III). Este método consiste num método simples para a
obtenção de tais cargas, e é realizado a partir da divisão das lajes por meio de linhas
tracejadas com angulações que são definidas a partir das condições de continuidade das lajes
no pavimento (Imagem X).

Imagem 07 - Representação da divisão das lajes pelo Método das Charneiras Plásticas

Desta forma, as lajes são divididas em áreas e estas por sua vez são utilizadas para
determinação do peso correspondente para cada área:

QA
P= L
Onde:
Q = carga ponderada
A = área
L = vão correspondente à viga

21
A Tabelas 20 e 21 apresentam os pesos correspondentes às áreas de cada laje
analisada.

CARGAS DAS LAJES PELO MÉTODO DAS CHARNEIRAS PLÁSTICAS


LAJE ÁREA (m²) L (m) Q (KN/m²) P
A1 6,6499 6,1700 5,3379 5,7531
A2 11,5180 6,1700 5,3379 9,9647
L1 = L8 = L10 =L26
A3 2,6480 3,8050 5,3379 3,7148
A4 2,6480 3,8050 5,3379 3,7148
A1 9,7247 6,1700 5,3348 8,4083
A2 9,7247 6,1700 5,3348 8,4083
L3 = L6
A3 2,1469 3,8567 5,3348 2,9697
A4 2,1469 3,8567 5,3348 2,9697
A1 12,0275 6,1700 5,3651 10,4585

L2 = L4 = L5 = L7 = A2 12,0275 6,1700 5,3651 10,4585


L11 = L24 A3 3,7985 5,1300 5,3651 3,9726
A4 3,7985 5,1300 5,3651 3,9726
A1 4,7375 5,1300 5,0805 4,6918
A2 2,7335 5,1300 5,0805 2,7071
L12
A3 0,4983 1,6500 5,0805 1,5343
A4 0,4983 1,6500 5,0805 1,5343
A1 3,7464 5,1450 5,0795 3,6987
A2 3,5640 5,1450 5,0795 3,5186
L13
A3 0,4983 1,6500 5,0795 1,5340
A4 0,6806 1,6500 5,0795 2,0952
A1 3,7057 5,1450 5,0795 3,6585
A2 3,7057 5,1450 5,0795 3,6585
L14
A3 0,6806 1,6500 5,0795 2,0952
A4 0,3930 1,6500 5,0795 1,2098
A1 3,8517 5,1450 5,0795 3,8027
A2 3,8517 5,1450 5,0795 3,8027
L15
A3 0,3930 1,6500 5,0795 1,2098
A4 0,3930 1,6500 5,0795 1,2098
A1 3,6982 5,1160 5,0668 3,6626
A2 3,8352 5,1160 5,0668 3,7983
L9
A3 0,4320 1,7300 5,0668 1,2652
A4 0,6806 1,7300 5,0668 1,9933
A1 5,0495 9,0773 5,0300 2,7981
L21 A2 5,0495 9,0773 5,0300 2,7981
A3 0,3540 1,1910 5,0300 1,4951

22
A4 0,3540 1,1910 5,0300 1,4951
A1 1,1752 2,0000 5,0300 2,9556
A2 1,1752 2,0000 5,0300 2,9556
L22
A3 0,3248 1,5000 5,0300 1,0892
A4 0,3248 1,5000 5,0300 1,0892
A1 2,7823 5,1300 5,0805 2,7555
A2 4,5033 5,1300 5,0805 4,4598
L23
A3 0,6806 1,6500 5,0805 2,0956
A4 0,4983 1,6500 5,0805 1,5343
A1 0,9767 2,3102 5,0300 2,1266
A2 0,9767 2,3102 5,0300 2,1266
L25
A3 1,3030 1,7343 5,0300 3,7791
A4 0,7520 1,7343 5,0300 2,1810

Tabela 20: Peso das áreas correspondentes à cada laje

LAJE EM BALANÇO
ÁREA (m²) L (m) Q (KN/m²) P
27,0900 18,5000 7,2935 10,6800

Tabela 21: Peso da área da laje em balanço

Para a determinação das cargas nas vigas devido ao peso das lajes, deve-se, por meio
da planta, analisar as áreas que possuem influência para cada vão da viga e então somá-las.

As Tabelas 22 e 23 apresentam as cargas na viga devido à laje nas vigas


horizontais e verticais, respectivamente.

CARGA NA
VIGAS
VIGA DEVIDO
HORIZONTAIS
A LAJE
V1 - VÃO 1 3,7148
V1 - VÃO 2 3,9726
V1 - VÃO 3 2,9697
V1 - VÃO 4 3,9726
V1 - VÃO 5 3,9726
V1 - VÃO 6 2,9697
V1 - VÃO 7 3,9726
V1 - VÃO 8 3,7148
V2 5,7531

23
V3 - VÃO 1 1,2652
V3 - VÃO 2 10,4585
V4 - VÃO 1 3,7148
V4 - VÃO 2 8,6644
V4 - VÃO 3 2,9697
V4 - VÃO 4 7,6713
V4 - VÃO 5 7,6311
V4 - VÃO 6 2,9697
V4 - VÃO 7 7,7752
V4 - VÃO 8 3,7148
V5 - VÃO 1 2,7071
V5 - VÃO 2 10,68004946
V5 - VÃO 3 10,68004946
V5 - VÃO 4 10,68004946
V5 - VÃO 5 10,68004946
V5 - VÃO 6 10,68004946
V5 - VÃO 7 2,7981
V5 - VÃO 8 6,6007
V5 - VÃO 9 2,7981
V5 - VÃO 10 1,0892
V6 - VÃO 1 4,0890
V6 - VÃO 2 20,9169
V7 - VÃO 1 2,7981
V7 - VÃO 2 6,5772
V7 - VÃO 3 2,7981
V8 1,0892
V9 - VÃO 1 0
V9 - VÃO 2 0
V9 - VÃO 3 2,1810
V10 - VÃO 1 1,5343
V10 - VÃO 2 20,4231
V11 5,7531

Tabela 22: Cargas nas vigas horizontais devido às lajes

24
VIGAS CARGA NA VIGA
VERTICAIS DEVIDO A LAJE

V12 5,7531
V13 - VÃO 1 1,5343
V13 - VÃO 2 20,4231
V14 - VÃO 1 0
V14 - VÃO 2 1,5343
V14 - VÃO 3 18,8668
V15 - VÃO 1 0
V15 - VÃO 2 1,5340
V15 - VÃO 3 18,8668
V16 - VÃO 1 0
V16 - VÃO 2 4,1904
V16 - VÃO 3 20,9169
V17 - VÃO 1 0
V17 - VÃO 2 1,2098
V17 - VÃO 3 18,8668
V18 - VÃO 1 0
V18 - VÃO 2 0
V19 - VÃO 1 1,2098
V19 - VÃO 2 18,8668
V20 0
V21 2,1266
V22 - VÃO 1 1,2098
V22 - VÃO 2 20,4231
V23 2,1266
V24 - VÃO 1 2,9556
V24 - VÃO 2 4,4507
V25 - VÃO 1 9,4157
V25 - VÃO 2 5,7531
V26 - VÃO 1 2,7555
V26 - VÃO 2 5,7111
V26 - VÃO 3 6,6183
V26 - VÃO 4 3,6626
V27 - VÃO 1 3,7148
V27 - VÃO 2 8,4324

25
V27 - VÃO 3 7,7709
V27 - VÃO 4 3,7148
V28 - VÃO 1 3,7148
V28 - VÃO 2 3,9726
V28 - VÃO 3 3,9726
V28 - VÃO 4 3,7148

Tabela 23: Carga nas vigas verticais devido às lajes

5.3 Comparação de resultados

Ao fim dos dimensionamentos de cargas pelos dois métodos, é notória a diferença


entre os valores obtidos. Isto se dá em função da simplificação de ambos os métodos, seja a
Teoria das forças quanto o coeficiente de Poisson e esforços de cisalhamento, seja o Método
das Charneiras Plásticas pelas considerações sobre os elementos. Dentre estas suposições,
pode-se citar: consideração de material rígido plástico, lajes sub-armadas, desconsideração da
ruína prematura por cisalhamento, da não deformabilidade das vigas de apoio, a constância
do momento fletor ao longo das charneiras, entre outros.
Pode-se destacar uma maior diferença entre os resultados quando analisadas lajes
armadas em uma só direção, devido ao fato de que na teoria das grelhas as cargas da laje nos
apoios do maior vão são desconsideradas, quando no método das charneiras plásticas é
considerada uma determinada carga nestes apoios.

26
6. Análise de vigas - ​Método das forças

6.1 Análise da viga 01

Para iniciar a análise da viga 01, obteve-se a representação desta, Imagem 07,
contendo seus apoios e cargas atuantes. A carga distribuída apresentada em cada vão
corresponde ao somatório da carga proveniente das lajes apoiadas, do peso próprio da viga e
do peso das paredes.

Imagem 08: Representação da viga 01 e suas cargas atuantes Fonte: O Autor.

Verificando o total de reações de apoio da viga constata-se que seu Grau de


Hiperestaticidade é igual a (10-3=7). Abaixo está indicado o Sistema Principal adotado para
V01 para ser utilizado no Método das Forças.

Imagem 09: Representação do Sistema Principal adotado para V01. Fonte: O Autor.

Para o método adotado, será necessário definir os casos 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 de


Diagrama de Momento Fletor, uma vez que não serão consideradas as forças cortantes e
normais neste trabalho, pois são desprezíveis quando comparadas à influência do momento.

CASO 0

Imagem 10:Representação CASO 0. Fonte: O Autor.

27
Imagem 11: Diagrama de Momento Fletor do Caso 0. Fonte: O Autor.

Acima, pode-se observar o diagrama de momento fletores para o caso 0 acima e a


partir do carregamento, é possível calcular as reações de apoio em cada um dos apoios,
obtendo os seguintes valores abaixo sendo “Va” a reação de apoio no primeiro apoio acima e
“Vi” a reação de apoio no último apoio:
Va= 19,02 kN
Vb= 45,765 kN
Vc= 45,071 kN
Vd= 45,112 kN
Ve= 53,620 kN
Vf= 45,065 kN
Vg= 45,183 kN
Vh= 48,454 kN
Vi= 21,503 kN

CASO 1​ (x1 = 1kNm)

Imagem 12: Diagrama de Momento Fletor do caso 01. Fonte: O Autor.


Reações de apoio é 0 nos apoios Vd até Vi, mas

Va= -0,25 kN
Vb= 0,4376 kN
Vc= -0,1876 kN

28
CASO 2​ (x2 = 1kNm)

Imagem 13: Diagrama de Momento Fletor do caso 02. Fonte: O Autor.


Reações de apoio é 0 em Va e nos Apoios Ve até Vi, mas:

Vb= -0,1876 kN
Vc= 0,4345 kN
Vd= -0,2469 kN

CASO 3​ (x3 = 1kNm)

Imagem 14: Diagrama de Momento Fletor do caso 03. Fonte: O Autor.

Reações de apoio não nulas apenas em:


Vc= -0,2469 kN
Vd= 0,4345 kN
Ve= -0,1876 kN

CASO 4​ (x4 = 1kNm)

Imagem 15: Diagrama de Momento Fletor do caso 04. Fonte: O Autor.


Reações de apoio não nulas apenas em:
Vd= -0,1876 kN
Ve= 0,3748 kN
Vf= -0,1873 kN

29
CASO 5​ (x5 = 1kNm)

Imagem 16: Diagrama de Momento Fletor do caso 05. Fonte: O Autor.

Reações de apoio não nulas apenas em:


Ve= -0,1873 kN
Vf= 0,4354 kN
Vg= -0,2481 kN

CASO 6​ (x6 = 1kNm)

Imagem 17: Diagrama de Momento Fletor do caso 06. Fonte: O Autor.

Reações de apoio não nulas apenas em:


Vf= -0,2481 kN
Vg= 0,4354 kN
Vh= -0,1873 kN

CASO 7​ (x7 = 1kNm)

Imagem 18: Diagrama de Momento Fletor do caso 07. Fonte: O Autor.


Reações de apoio não nulas apenas em:
Vg= -0,1873 kN
Vh= 0,4379 kN
Vi= -0,2506 kN
30
Para atender à compatibilidade de deslocamentos, as relações descritas abaixo
precisam ser obedecidas.

Porém, uma vez que as rotações relativas nas rótulas são iguais a zero, pode-se
organizar a relação de compatibilidade na seguinte matriz de flexibilidade:

CÁLCULO DOS δ

Como citado anteriormente, será considerada apenas a influência dos momentos,


portanto os dois últimos termos acima serão zerados. Além disso, o cálculo da integral será
baseado na Tabela de Integrais disponibilizada no anexo I deste relatório. A seguir
apresenta-se o quadro resumo das integrais encontradas.

Tabela 24: Deslocamentos entre todos os casos, de 0 a 7. Fonte: O Autor.

31
Assim, a matriz de flexibilidade será a seguinte:

Resolvendo o sistema de equações lineares, obtêm-se os resultados a seguir.

A partir desse valores é possível calcular as reações de apoio da viga e o diagrama de


momento fletor sabendo=se que:

V = Vo + V1.x1 + V2.x2+V3.x3 + … + V7.x7

Sendo V0 o valor da reação de apoio no caso 0 e V1 no unitário quando X1=1, V1 no


unitário quando X2=2 e assim sucessivamente:
Va= 19,02 - X1*0,25=13,186 kN
Vb= 45,765 + X1*0,4376 - X2*0,1876= 52,602
Vc= 45,071 - X1*0,1876 + X2*0,4345= 44,069
Vd= 45,112 - X2* 0,2469 + X3*0,4345 - X4*0,1876= 42,739
Ve= 53,620 - X3*0,1876 + X4*0,3748 - X5*0,1873= 57,647
Vf= 45,065 - X4*0,1873 + X5*0,4354 - X6*0,2581= 42,600
Vg= 45,183 - X5*0,2481 + X6*0,4354 - X7*0,1873 = 44,754
Vh= 48,454 - X6*0,1873 +X7*0,4379 = 55,919
Vi= 21,503 - X7*0,2506 = 15,326 kN

Foi calculado as reações no Ftool e foram muito parecidas com a encontrada no


método das forças. A partir dos valores das reações e do carregamento é possível traçar o
diagrama de esforços cortantes.

32
Imagem 19: Diagrama de esforço cortante da viga 1 (software Ftool). Fonte: O Autor.

Dessa forma, com os valores definidos de x1 a x7, será possível encontrar o Diagrama
de Momento Fletor da viga 01. A nomenclatura adotada considera o primeiro apoio da
esquerda para direita como “a”, e o seguinte como “b”, e assim por diante.

M = Mo + M1.x1 + M2.x2+M3.x3 + … + M7.x7


Ma = 0
Mb = -1*23,33 = -23,33 kNm
Mc = -1*17,99= -17,99 kNm
Md = -1*16,59 = -16,59 kNm
Me = -1*27,39 = -27,39 kNm
Mf = -1*16,7 = -16,7 kNm
Mg = -1 * 17,84 = -17,84 kNm
Mh = -1*24,65 = -24,65 kNm
Mi = 0

Imagem 20: Diagrama de momento fletor da viga 1. Fonte: O Autor

Abaixo, pode-se verificar que os resultados obtidos através do Método das Forças
foram bastante parecidos com a verificação através do Ftool, tendo apenas algumas
diferenças decimais devido a arredondamentos:

33
Imagem 21: Diagrama de momento fletor da viga 1 (software Ftool). Fonte: O Autor

- Cálculo da flecha no maior vão

O maior vão de V1 é sétimo vão da esquerda para a direita, pois apresenta


comprimento de 5,34 m e uma carga distribuída de 10,09 kN/m. Como forma de calcular a
flecha no centro desse vão, utiliza-se o Método da carga Unitária, que consiste em comparar o
deslocamento que uma carga de 1kN realiza em um ponto da viga com o deslocamento do
sistema real. Para isso, considera-se apenas o efeito do momento fletor, já que a influência do
cortante é desprezível. Aplicando então a carga de 1kN no centro do sétimo vão da viga,
admitindo-se que a viga o mesmo sistema principal supracitado, obtém-se os seguinte sistema
e seu momento fletor respectivamente.

Carga Unitária aplicada no centro do maior vão

Diagrama de Momento Fletor para Carga Unitária

34
Dessa forma, tendo o diagrama momento fletor so sistema apenas com a carga
unitária e o diagrama de momento fletor da viga real, é possível calcular a flecha através da
seguinte equação, desprezando, como já dito, o efeito da cortante e da normal:

Portanto, utilizando a Tabela de integrais disponibilizada em anexo , é possível


calcular a flecha no centro do vão a partir da associação do triângulo do diagrama unitário
com a parábola e o trapézio do diagrama real a partir. Sabe-se que a viga tem 20 cm de
largura e 45 cm de altura e E é 24,15 GPa, portanto, obtém o seguinte valor para a flecha:
δ = 4, 2mm
Esse valor foi bem próximo ao calculado no ftool que foi 4,3 mm.

6.2 Análise da viga 28

Assim como foi executado anteriormente, para iniciar a análise da viga 28 obteve-se a
representação desta, Imagem 08, contendo seus apoios e cargas atuantes. A carga distribuída
apresentada em cada vão corresponde, igualmente, ao somatório da carga proveniente das
lajes apoiadas, do peso próprio da viga e do peso das paredes.

Imagem 22: Representação da viga 28 e suas cargas atuantes Fonte: O Autor.

Verificando o total de reações de apoio da viga constata-se que seu Grau de


Hiperestaticidade é igual a (6-3=3). Abaixo está indicado o Sistema Principal adotado para
V01 para ser utilizado no Método das Forças.

Imagem 23: Representação do Sistema Principal adotado para V01. Fonte: O Autor.

Para o método adotado, será necessário definir os casos 0, 1, 2 e 3 de Diagrama de


Momento Fletor, uma vez que não serão consideradas as forças cortantes e normais neste
trabalho, pois são desprezíveis quando comparadas à influência do momento.

35
CASO 0

Imagem 24: Representação CASO 0. Fonte: O Autor.

Imagem 25: Diagrama de Momento Fletor do Caso 0. Fonte: O Autor.

Para o caso 1, a partir dos carregamento, é possível calcular as reações de apoio em


cada apoio sendo “Va” o primeiro apoio de e “Ve” o último apoio da esquerda para direita.
Va= 19,022 kN
Vb= 45,828 kN
Vc= 53,487 kN
Vd= 45,835 kN
Ve= 19,155 kN

CASO 1​ (x1 = 1kNm)

Imagem 26: Diagrama de Momento Fletor do caso 01. Fonte: O Autor.


Reações de apoio não nulas apenas em:
Va= -0,25 kN
Vb= 0,4373 kN
Vc= -0,1873 kN

36
CASO 2​ (x2 = 1kNm)

Imagem 27: Diagrama de Momento Fletor do caso 02. Fonte: O Autor.

Reações de apoio não nulas apenas em:


Vb= -0,1873 kN
Vc= 0,3752 kN
Vd= -0,1880 kN

CASO 3​ (x3 = 1kNm)

Imagem 28: Diagrama de Momento Fletor do caso 03. Fonte: O Autor.

Reações de apoio não nulas apenas em:


Vc= -0,1880 kN
Vd= 0,4367 kN
Ve= -0,2487 kN

Uma vez que as rotações relativas nas rótulas são iguais a zero, pode-se organizar a
relação de compatibilidade na seguinte matriz de flexibilidade:

37
CÁLCULO DOS δ

Como citado anteriormente, será considerada apenas a influência dos momentos,


portanto os dois últimos termos acima serão zerados, pois possuem valores desprezíveis em
relação ao efeito do momento fletor. Além disso, o cálculo da integral será baseado na Tabela
de Integrais disponibilizada no anexo I deste relatório. A seguir apresenta-se o quadro resumo
das integrais encontradas.

Tabela 25: Deslocamentos entre todos os casos, de 0 a 3. Fonte: O Autor.

Assim, a matriz de flexibilidade será a seguinte:

Resolvendo o sistema de equações lineares, obtêm-se os resultados a seguir.

A partir desse valores é possível calcular as reações de apoio da viga e o diagrama de


momento fletor sabendo-se que:

V = Vo + V1.x1 + V2.x2+V3.x3

Va= 19,022 - X1*0,25 = 13,645 kN


Vb= 45,828 + X1*0,4373 - X2*0,1873 = 50,5656 kN
Vc= 53,487 - X1*0,1873 + X2*0.3752 - X3*0,1880 = 54,779 kN
Vd= 45,835 - X1*0,1880 = X2*0,4367 = 41,792 kN
Ve= 19,155 -X3*0,2487 = 13,826 kN

38
A partir das reações de apoio e do carregamento considerado é possível traçar o
diagrama de esforço cortante da viga. Abaixo, pode-se verificar o diagrama realizado através
do Ftool, já que foi verificado que as reações calculadas acima se aproximaram bastante das
mostradas no Ftool.

Imagem 29: Diagrama de esforço cortante da viga 28. Fonte: O Autor

Dessa forma, com os valores definidos de x1 a x3, será possível encontrar o Diagrama
de Momento Fletor da viga 28. A nomenclatura adotada considera o primeiro apoio da
esquerda para direita como “a”, e o seguinte como “b”, e assim por diante. A referência “ab”
está exatamente entre “a” e “b”.

M = Mo + M1.x1 + M2.x2+M3.x3

Ma = 0
Mb = -1*21,506 = -21,506 kNm
Mc = -1*24,917= -24,917 kNm
Md = -1*21,429 = -21,429 kNm
Me = 0

Imagem 30: Diagrama de momento fletor da viga 28. Fonte: O Autor

39
Abaixo, pode-se verificar que os resultados obtidos através do Método das Forças
foram bastante parecidos com a verificação através do Ftool, confirmando a efetividade da
utilização do Método das Forças:

Imagem 31: Diagrama de momento fletor da viga 28. Fonte: O Autor

- Cálculo da flecha no maior vão

O maior vão de V28 é sétimo vão da esquerda para a direita, pois apresenta
comprimento de 5,34 m e uma carga distribuída de 10,04 kN/m. Como forma de calcular a
flecha no centro desse vão, utiliza-se o Método da carga Unitária, que consiste em comparar o
deslocamento que uma carga de 1kN realiza em um ponto da viga com o deslocamento do
sistema real. Para isso, considera-se apenas o efeito do momento fletor, já que a influência do
cortante é desprezível. Aplicando então a carga de 1kN no centro do segundo vão da viga,
admitindo-se que a viga o mesmo sistema principal supracitado, obtém-se os seguinte sistema
e seu momento fletor respectivamente.

Carga Unitária aplicada no centro do maior vão

40
Diagrama de Momento Fletor para Carga Unitária

Dessa forma, tendo o diagrama momento fletor so sistema apenas com a carga
unitária e o diagrama de momento fletor da viga real, é possível calcular a flecha através da
seguinte equação, desprezando, como já dito, o efeito da cortante e da normal:

Portanto, utilizando a Tabela de integrais disponibilizada em anexo , é possível calcular a


flecha no centro do vão a partir da associação do triângulo do diagrama unitário com a
parábola e o trapézio do diagrama real a partir. Sabe-se que a viga tem 20 cm de largura e 45
cm de altura e E é 24,15 GPa, portanto, obtém-se o seguinte valor para a flecha:
δ = 3, 16mm
Esse valor foi bastante parecida com o calculado no Ftool, que foi de 3,26mm.

41
7. Comentários Finais

Ao fim deste trabalho, constatou-se que o estado limite de segurança foi obedecido
pelos dois métodos, de Marcus e de Czerny, tanto nas flechas totais quanto nas instantâneas,
o que nos retorna como um bom indicativo de dimensionamento. Além disso, é perceptiva a
mínima diferença entre os valores calculado em cada método pelo esforço total e instantâneo.
Pode-se destacar também que as diferenças entre os métodos de Marcus e Czerny são
mínimos comparados entre si, mas é notória uma maior precisão de Czerny, de acordo com o
esperado.
Além disto, a partir da comparação entre as cargas nas vigas, calculadas pelos dois
métodos, Teoria das Grelhas e Charneiras Plásticas, pode-se notar uma diferença entre os
resultados, o que sugere a decisão por parte do engenheiro calculista sobre o método que
melhor se adequa a precisão exigida do projeto.
Por fim, pode-se concluir que o Método das Forças, utilizado no cálculo dos esforços
e momentos fletores das vigas 1 e 28, gerou resultados que comparados aos reproduzidos
pelo software Ftool, apresentaram diferenças sutis de valores. Isto indica que o Método das
Forças pouco difere do Método dos Deslocamentos, utilizado pelo software citado.

8. Referências Bibliográficas

ABNT NBR 6118 – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Projeto de estruturas


de concreto - Procedimento. Rio de Janeiro, março 2003, 170p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6120:1980. Cargas para o cálculo


de estruturas de edificações. Rio de Janeiro, 1980.

SORIANO, Humberto Lima; DE SOUZA LIMA, Silvio. ​Análise de estruturas: método das forças e
método dos deslocamentos. ​Ciência Moderna, 2004.

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APÊNDICES
Os apêndices encontram-se em pdfs separados, nomeados:

- APÊNDICE_1_Planta de Forma_Beatriz M, Bárbara V, Gabriela M, Gabriela R.pdf

- APÊNDICE_2_Teoria das Grelhas_Carga nas vigas_Beatriz M, Bárbara V, Gabriela


M, Gabriela R.pdf

- APÊNDICE_3_Planta método das charneiras plásticas_Beatriz M, Bárbara V,


Gabriela M, Gabriela R.pdf

ANEXO I - Tabela de Integrais

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