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NERGÉTICA
Agosto 2013 | 1º Edição
A busca da articulação
entre ações de incentivo
Mensagem
da Diretoria
O Programa de Eficiência Energética (PEE) regulado pela Agência Nacional de
Energia Elétrica (ANEEL) foi criado a partir de obrigação fixada nos contratos de con-
cessão firmados, em 1998, entre as concessionárias do serviço público de distribuição
de energia elétrica e a Agência. Com o advento da Lei nº. 9.991, de 24 de julho de
2000, cometeu-se às concessionárias e permissionárias de distribuição o dever de apli-
car montante anual mínimo de 0,5% de sua receita operacional líquida em ações de
combate ao desperdício de energia elétrica.
Durante esses 15 anos, embora muitas mudanças tenham ocorrido, a essência
do programa permanece inalterada: a promoção da eficiência energética. Ocorre que,
apesar dos vários avanços para a obtenção de projetos mais robustos e estratégicos,
ainda existem lacunas e deficiências. E é para colmatar essas lacunas e sanar essas de-
ficiências que a ANEEL tem trabalhado, buscando, inclusive, alterações na legislação
que impõe o dever de destinação de pelo menos 60% dos recursos do PEE para proje-
tos voltados a consumidores de baixa renda. O objetivo da Agência é discutir melhor o
assunto para alocar da forma mais eficaz os recursos, com vistas a viabilizar o desen-
volvimento de projetos de eficiência energética dedicados com equidade às diferentes
classes de consumo. Na prática, em um ambiente em que a tendência é de priorizar
a oferta, são as ações equilibradas do regulador que devem, no mínimo, não deixar
o lado da demanda desprezado, ganhando-se espaços relevantes para a redução do
custo da energia.
Neste primeiro número da Revista de Eficiência Energética, são apresentados
resultados relevantes de projetos executados no âmbito do programa regulado pela
ANEEL e entrevistas com representantes de órgãos de governo, academia e associa-
ções setoriais, nas quais são tratadas com profundidade a importância da eficiência
energética no país, os resultados dos programas implementados e as perspectivas e
necessidades de aprimoramento da política de eficiência energética.
Com esta publicação, reafirma-se a enorme responsabilidade e o compromisso
da ANEEL, não só com sua missão de zelar pela qualidade, pela continuidade e pela
modicidade dos serviços de energia elétrica, mas também com o futuro do setor e,
mais ainda, com toda a sociedade brasileira.
Boa leitura!
EFICI NCIA
NERGÉTICA
Edição 01 | agosto de 2013
6 12 23
6 | Entrevista Jamil Haddad
10 | Inovação responsável norteia Citenel e Seenel
12 | O desafio da Integração
18 | Uma questão de foco
23 | O exemplo alemão
26 | Campeões de Qualidade
36 | A tecnologia em Prol da sustentabilidade
EXPEDIENTE
Jamil Haddad - Ao
“Apesar de louvável a
longo desses anos,
faltou construir um
modelo de gestão ou
construção de um Plano uma política que trou-
xesse complementari-
Nacional de Eficiência dade e sinergia a esses
programas e ações de
Energética (PNEf), essa eficiência energética.
Quando isso ocorreu,
Referências internacionais
Troca de experiênciaS
Gerente do Departamento de
Projetos de Eficiência Energética da
Eletrobrás, Fernando Perrone diz que,
a despeito de haver alguma cooperação
em ações isoladas entre os programas,
as políticas são desenvolvidas separa-
damente, sem que haja complementari-
dade. Ele acredita que o fortalecimento
das relações entre os agentes institu-
cionais é o caminho para que as ações
tenham resultados mais efetivos. “Uma Marcos Borges, do Inmetro: R$ 6 milhões economizados
nova estrutura de governança precisa procura levar em conta as ações desen-
ser formulada, além de reforços legais e volvidas por essas políticas. “Enquanto o
mecanismos de controle”, sugere. PEE entra com a maior parte dos recur-
sos, os outros programas agem na base,
Iniciativas de contato por meio de certificação, normatização,
Experiências comprovam que o programas de estímulo, capacitação
trabalho coordenado entre os vários e educação, entre outras atividades”,
programas de combate ao desperdício esclarece Máximo Luiz Pompermayer,
de energia gera maiores ganhos de efi- superintendente de Pesquisa e Desen-
ciência energética. É o caso, por exem- volvimento e Eficiência Energética da
plo, da relação entre Procel e PBE, que ANEEL. “A expectativa é que, com essas
juntos já mapearam e classificaram 32 ações, se chegue a uma transformação
categorias de equipamentos, atribuin- do mercado de energia elétrica, estimu-
do a eles a etiqueta do Inmetro e o Selo lando o desenvolvimento de novas tec-
Procel. Classificação que leva em conta nologias e a criação de hábitos racionais
a eficiência de cada equipamento, ou de uso da energia”, explica.
seja, o consumo de energia e os impac- Um projeto de troca de eletrodo-
tos ambientais provocados. mésticos, por exemplo, deve observar
A relação entre esses dois progra- a recomendação da Agência para que o
mas e o PEE surge no momento da apro- aparelho novo traga a etiqueta do Inme-
vação de um projeto pela ANEEL, que tro, com o intuito de fornecer aos consu-
midores as informações necessárias para
Bianca Tinoco / ANEEL que eles selecionem os produtos mais efi-
cientes. Marcos Borges aponta que já foi
contabilizada uma economia de mais de
R$ 6 bilhões no consumo de refrigeradores
e ar condicionado desde a implantação do
programa. “A classificação teve início com
esses dois eletrodomésticos. Atualmente,
é prática comum entre os consumidores
identificar, na hora da compra, a etiqueta
dada pelo Inmetro”, destaca.
Além da etiqueta do Inmetro, o
consumidor tem a sua disposição as in-
formações do Selo Procel, que premia os
produtos mais eficientes. São diversos sub-
programas que constituem o Procel, dentre
os quais se destacam ações nas áreas de
iluminação pública, indústria, saneamento,
Gabino, da Abradee: falta de continuidade é entrave educação, edificações, prédios públicos, de-
PEE/ANEEL: Distribuidoras entregam geladeiras novas à comunidades de baixa renda. Especialistas do setor questionam a medida.
recursos do PEE para uma subclasse de menores. Ele alega que já é uma ativi-
consumidores que consome menos de dade natural desse tipo de negócio o
4% da energia consumida no país é, no combate ao desperdíci0. “Até por uma
mínimo, incoerente”, pontua. questão de redução de custos, que é
Pompermayer afirma que a imperativo em qualquer negócio, as
ANEEL vem tentando reverter esse empresas já investem em ações de
quadro por meio de ações junto ao combate a perdas e desperdícios. Dessa
Congresso Nacional, na tentativa de forma, o papel do Estado é apenas com-
revogar esse comando da lei, deixando plementar a essas ações”, argumenta.
a cargo da própria Agência a definição Posição que não é compartilha-
do percentual que deve ser destinado a da por especialistas do setor. “Se mais
cada uma das classes de consumidores. investimentos tivessem sido dedicados
Troca de
equipamentos
A substituição de equipamentos
eletrodomésticos, como chuveiros elé-
tricos, faz parte das políticas de eficiên-
cia energética adotadas pelo governo
brasileiro. A troca de eletrodomésticos
velhos e ineficientes por equipamentos
novos e mais eficientes, ou seja, que
consomem menos energia, tem sido o
carro chefe do PEE. Entre os aparelhos
com maiores incentivos à substituição,
além do chuveiro elétrico, estão a ge-
ladeira e as lâmpadas, que são os gran-
des vilões no consumo de energia da
maioria das residências brasileiras.
Responsável por uma parcela
bastante significativa na redução do
consumo de eletricidade, mais de 26
gigawatts-hora (GWh) por ano, os sis-
temas de aquecimento solar têm ga-
os percentuais em lei comprometem o uso dos recursos nhado impulso através do PEE. A troca
de chuveiros elétricos por aquecedores
recursos destinados à eficiência energé- solares é uma das atividades desenvol-
tica”, afirma Pompermayer. vidas pelas distribuidoras de energia
Investir em projetos que con- elétrica por meio de projetos destina-
templem fontes renováveis, como a dos a promover a redução do consumo
solar, a eólica e a de biomassa, é uma de energia. Ao todo, desde a criação
das alternativas mais viáveis para pro- do PEE, em 1998, já foram substituídos
porcionar maiores ganhos em eficiên- mais de 85 mil chuveiros elétricos por
cia energética, além de conscientizar a aquecedores solares.
população. Esta é a bandeira defendida Para se ter uma ideia, o consu-
por Pompermayer. “Nós temos exem- mo de um chuveiro elétrico de potên-
plos fortes de projetos com utilização cia igual a 5.500 W utilizado por duas
de energia solar que, além de reduzir horas, por exemplo, é de 11 kWh, con-
consideravelmente o consumo de ener- siderando que a potência do chuveiro
gia, incentivam o uso de energia limpa, varia de acordo com a posição da cha-
como é o caso do projeto desenvolvido ve, sendo o consumo por hora de uso
pela Coelba no estádio de Pituaçu, na de 4,50 a 6,0 kWh na posição Inverno
Bahia, que hoje gera, a partir do sol, toda e de 2,10 a 3,50 kWh na posição Verão.
a energia que consome”. No caso de uma geladeira antiga esse
O projeto desenvolvido no es- consumo é muito mais elevado, che-
tádio baiano utiliza a tecnologia de gando a 150 kWh por mês. Além disso,
microgeração distribuída com célu- refrigeradores velhos costumam ser
las fotovoltaicas capazes de gerar 298 obsoletos ou chegam recondicionados
megawatts-hora (MWh), energia mais às residências, com a vida útil vencida,
do que suficiente para abastecer todo sem borracha de vedação, com moto-
o estádio. O excedente é injetado na res enferrujados e até sem porta, ele-
rede da distribuidora e serve para aba- vando ainda mais o consumo e o des-
ter o consumo de outra unidade (no perdício de energia. Os novos modelos
caso, a sede da Secretaria de Trabalho e
Emprego do Estado).
Revista Eficiência Energética | 21
de geladeiras gastam muito menos de baixa renda, que é responsável por
energia, em torno de 25kWh mensais, boa parte das perdas comerciais na
consumo de uma geladeira de capa- rede de baixa tensão, gerando impac-
cidade de 220 litros. Isso equivale a to tarifário significativo nas contas
dizer que o refrigerador de hoje é 70% dos consumidores em geral. Quando
mais eficiente do que aquele produzi- o programa começou a ser executado
do há 10 anos. era muito grande o número de resi-
Já foram trocadas, em todo o dências que ainda possuíam instala-
Brasil, mais de 830 mil geladeiras e ções elétricas incompatíveis com os
mais de 23 milhões de lâmpadas in- padrões técnicos exigidos. Em geral,
candescentes por lâmpadas compac- circuitos mal dimensionados, emen-
tas de 15W, que gastam três vezes das sem acabamento e paredes sem
menos energia que as de 60W, produ- tomadas e interruptores, gerando
zem o mesmo nível de iluminação no desperdício de energia e riscos para o
ambiente e duram seis vezes mais. consumidor. Dentre as atividades de
Outra atividade bastante de- melhoria dessas instalações, ganha
senvolvida por meio desses projetos é destaque a regularização de instala-
a adequação das instalações elétricas ções clandestinas, responsável por
de residências localizadas em áreas enormes perdas de energia.
de periferia, atendendo ao segmento
Políticas públicas
“Em nível nacional, existem políti-
cas de regulamento compulsório (como o
decreto para a conservação de energia nas
edificações) e a política de regulamento
fiscal (reforma fiscal ecológica, por exem-
plo). Também há medidas de incentivo
econômico para o fomento da conserva-
ção de energia (como o programa de in-
centivo do grupo bancário KfW, o Banco
de Desenvolvimento Alemão, para a área
das edificações) e a disponibilização de in-
Michael Homann - Fotolia PhotoXpress
formações e de assessoria para o aumento
da eficiência energética (assessoria ener-
em 10% até o ano 2020, chegando a 25% gética “in loco” para proprietários de con-
até 2050, tomando como base o ano de juntos habitacionais).”
2008. As ações nesse sentido começam
pela construção civil, que responde por Rede de monitoramento
quase metade da demanda total, e pelo
“A condução dessa política é
setor industrial. Isso inclui a redução
feita conjuntamente por vários mi-
da demanda de energia térmica do es-
nistérios, como o Ministério de Meio
toque de edificações em 20% até 2020
Ambiente (BMU), o Ministério de
e da demanda de energia primária em
Economia e Tecnologia (BMWi), o
80% até 2050. Até lá, pretende-se dis-
Ministério de Finanças (BMF), o Ministério
por de um estoque de edificações com
dos Transportes, Infraestrutura e
zero impacto ambiental.
Desenvolvimentos das Cidades (BMVBS),
As metas alemãs são baseadas
o Ministério da Nutrição, Agricultura
na diretriz 2006/32/EG do Parlamento e
e Defesa do Consumidor (BMELV), o
Conselho Europeu (EDL/RL), que esta-
Ministério da Educação e Pesquisa (BMBF)
beleceu aos países membros da União
e o Ministério de Cooperação Econômica e
Europeia uma meta de redução de 9% a
Desenvolvimento (BMZ).
ser atingida em termos de conservação de
A coordenação é realizada pela
energia para o período de 2008 a 2016, em
Superintendência de Eficiência Energética
relação ao consumo de 2001 a 2005. No
(BfEE), entidade pública nacional encarre-
caso alemão, o objetivo referencial de con-
gada de verificar se os objetivos estabe-
servação de energia estimado é de aproxi-
lecidos de conservação de energia estão
madamente 200 terawatts-hora (TWh).
sendo atingidos. Ela também elabora os
Para o cumprimento dessa diretriz,
Planos de Ação Nacional para Eficiência
a primeira medida adotada pela Alemanha
Energética (NEEAPs) e assegura que o setor
foi a criação da lei sobre serviços energéti-
público adote uma posição exemplar no au-
cos seguida da adoção de medidas de efi- mento da eficiência energética.
ciência energética (a EDL-G). A condução Além disso, criou-se uma grande
da política de eficiência energética envolve rede de instituições que contribuem para o
lgação
Coelce/Divu
Sheyla
Damas
ceno
o
ivulgaçã
ergia/D
RGE En
O Estádio de Pituaçu, na Bahia, foi o primeiro com geração fotovoltaica em larga escala
Um projeto desenvolvido pela Cemig noturno para a irrigação, bem como a dimi-
Distribuição tem melhorado a eficiência nuição da mão de obra. Além disso, estão
do uso da energia elétrica e água na ativi- sendo instalados medidores de tarifa no-
dade da irrigação da agricultura familiar, turna (quando necessário) e cinco estações
em Minas Gerais – é o projeto “Atualização meteorológicas.
dos Sistemas de Irrigação da Agricultura Com um investimento de R$ 17,7
Familiar – Projeto Jaíba”. Através dele, a dis- milhões, o projeto iniciado em 2010 já subs-
tribuidora está substituindo os sistemas de tituiu mais de 1,2 mil sistemas de irrigação
irrigação antigos de aspersão convencional, pouco eficientes e desgastados pela ação
de alto consumo de água e consequente do tempo, por sistemas mais eficientes,
energia e que demandam muita mão de além de realizar treinamentos e prestar
obra, por sistemas mais modernos de as- assistência técnica intensiva. Para isso, a
persão fixa e ou micro aspersão. A iniciativa concessionária conta com a parceria do
já reduziu em mais de 12% o consumo mé- Distrito de Irrigação Jaíba (DIJ), da Empresa
dio de energia dos sistemas de irrigação. de Assistência Técnica e Extensão Rural do
O Projeto foi implantado no perí- Estado de Minas Gerais (Emater – MG) e da
metro de Irrigação do Jaíba, maior projeto Companhia de Desenvolvimento dos Vales
de irrigação da América Latina, que utiliza do São Francisco e Parnaíba (Codevasf).
a água bombeada do rio São Francisco e, O consumo médio de água sofreu
através das estações de bombeamento, uma redução em torno de 12%. Comparado
leva água a todos os lotes dos colonos irri- com o ano de 2009, mesmo com o acrésci-
gantes. A infraestrutura do projeto contem- mo de área plantada, houve uma redução
pla 11 estações de bombeamento de água e da demanda registrada de aproximada-
248 km de canais por onde a água percorre mente 24% e uma redução do volume de
cada lote. Os novos sistemas são automati- água bombeada de 3%.
zados, possibilitando a utilização do horário
Revista Eficiência Energética | 31
Parceria na troca
de geladeiras
Coelba/Divulgação
subsidiados. O cliente deposita o cupom
de inscrição em uma loja parceira ou
agência da Coelba e aguarda o contato
da equipe do projeto que agenda uma vi-
sita na casa do cliente. Caso o consumidor
não esteja inscrito no Cadastro Único do
Governo Federal (CadÚnico), ele é orienta-
do a procurar o atendimento da Prefeitura
para realizar sua inscrição. Só após essa
inscrição o cliente está apto a ir a uma loja
parceira e realizar a compra de um dos
equipamentos predeterminados. A loja
parceira é responsável pela entrega do
Campanha de troca de eletrodomésticos, da Coelba novo refrigerador e pelo recolhimento do
equipamento antigo que será descartado
pela concessionária, a qual se encarrega de
Levando em conta que a utilização enviar a geladeira para a reciclagem.
de eletrodomésticos velhos e ineficientes, O projeto, que se encontra na se-
em péssimo estado de conservação, é uma gunda etapa de execução, já substituiu
das principais causas do consumo elevado mais de 1,6 mil refrigeradores de consu-
de energia nas comunidades carentes, alia- midores residenciais moradores de co-
do ao uso inadequado da energia gerado munidades populares. Para se ter uma
pela falta de informação sobre o uso racio- ideia, um refrigerador de duas portas com
nal e uso de instalações elétricas precárias, capacidade para 276 litros, que custa R$
a Companhia de Eletricidade do Estado da 790, é vendido ao consumidor por R$ 160,
Bahia (Coelba) desenvolveu, em parceria sendo o valor subsidiado pelo projeto de
com lojas varejistas, um projeto que incen- R$ 630.O valor total investido foi de apro-
tiva a substituição de refrigeradores e lâm- ximadamente R$ 1,7 milhões. A expecta-
padas antigos por equipamentos mais efi- tiva é de uma economia de energia em
cientes, trata-se do Projeto Nova Geladeira torno de mil MWh/ano e uma retirada de
- Venda, implementado em comunidades demanda na ponta de 250kW.
carentes de Salvador, na Bahia. O projeto está diretamente re-
Além de promover a redução do lacionado às três dimensões da sus-
consumo e adequação da fatura de ener- tentabilidade: a ambiental, através da
gia à capacidade de pagamento do cliente, destinação adequada dos resíduos dos
o projeto colabora para a conservação do equipamentos antigos; social, através
meio ambiente através da regeneração do da melhoria da qualidade de vida dos
gás CFC-R12 retirado e com a reciclagem consumidores, adequação da conta à
das sucatas dos refrigeradores antigos. O capacidade de pagamento, aumento
recurso oriundo da venda da sucata é desti- do poder de compra e financiamento de
nado à manutenção de projetos de geração projetos de geração de renda; econômi-
de emprego e renda em comunidades po- ca, com a redução da inadimplência dos
pulares, principalmente o Vale Luz Coelba. consumidores beneficiados, além da re-
Essa substituição de refrigerado- dução da demanda de energia no horário
res é realizada em diversas etapas em de ponta, postergando a necessidade de
parceria com lojas varejistas, a preços investimentos no sistema elétrico.
32 | Revista Eficiência Energética
Tecnologia reduz em 33%
o consumo do TRE-RJ
O uso de novas tecnologias vem de ar condicionado de janela. Dos 219
tornando o uso da energia cada vez aparelhos, 203 são “de janela”.
mais eficiente. Prova disso são os pro- A redução do consumo ocorre
jetos executados pelas distribuidoras porque o equipamento desliga o com-
por meio do Programa de Eficiência pressor e o ventilador quando atingi-
Energética (PEE), que utilizam novas da a temperatura de operação ou de
tecnologias para reduzir o consumo de conforto pré-programada. O software
energia. Foi levando isso em considera- do aparelho monitora, através de uma
ção que a Light Serviços de Eletricidade sonda ultrassensível, a temperatura do
desenvolveu um projeto piloto que con- ambiente, permitindo sua visualização
templa o uso do controlador digital de e obedecendo aos padrões determina-
temperatura (SIEG New Air), a fim de ve- dos pela Norma 16401-2 da Associação
rificar seu potencial de redução de con- Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
sumo e a retirada da demanda da ponta. Por meio da inteligência empregada, é
O projeto executado pela distribuidora possível garantir o conforto de tempera-
nas instalações de ar condicionado do tura dos trabalhadores do tribunal com
Tribunal Regional Eleitoral do Rio de a mesma qualidade observada anterior-
Janeiro (TRE-RJ) proporcionou uma re- mente e sem desperdício.
dução de 33% no consumo de energia e
uma deminuição de 15% da demanda de
eletricidade na ponta. Light/Divulgação
RGE/Divulgação
Marcos Bragatto/ANEEL
Redes inteligentes
Moacir Barbosa/ANEEL
MME – Projeto Balcar / Synergia Editora – Inova Linhas de Synergia Editora – Synergia Editora –
Coppe/UFRJ Elektro / iAbradee Transmissão Elektro / iAbradee Cemig/iAbradee/Aptel
Dinamismo e fluidez
são nossa assinatura
A transparência, o desempenho e a sustentabilidade
pautaram a elaboração da nova marca do Programa de
Eficiência Energética da ANEEL. Saiba mais no
manual Procedimentos do Programa de Eficiência
Energética – Propee, no portal da
ANEEL: www.aneel.gov.br.