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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

DEPARTAMENTO: CIÊNCIAS DA INFORMAÇÃO


CURSO: BIBLIOTECONOMIA

Linguagens
Documentárias
Alfanuméricas: CDU
Prof° Heliomar Cavati Sobrinho
Doutor em Ciência da Informação
heliomarcavati@yahoo.com.br
LINGUAGEM DOCUMENTÁRIA
■ CONCEITO
▪ ...é uma linguagem convencional utilizada por uma unidade
de informação para descrever o conteúdo dos documentos,
com o objetivo de armazená-los e recuperar as informações
que eles contêm. (GUINCHAT; MENOU, 1994)
Exemplos:
▪ Classificação
▪ Taxonomia
▪ Cabeçalho de assunto
▪ Lista de palavras-chave
▪ Lista de descritores
▪ Tesauro
CLASSIFICAÇÃO
■ CONCEITO
▪ ...é uma linguagem documentária (análise de conteúdo
dos documentos e sua representação através de símbolos
convencionais) com a finalidade de organizar as
coleções de documentos de qualquer natureza e em
qualquer suporte, cujo objetivo é a organização dos
registros do conhecimento como parte do esforço
humano coletivo de progredir. (SILVA; GANIM, 1994)
▪ ...é uma operação da descrição de conteúdo de
documentos pela qual determina-se o assunto principal
e, eventualmente, um ou dois assuntos secundários que
são traduzidos para o termo mais apropriado da linguagem
documental utilizada (CDD e CDU, por exemplo) (GUINCHAT;
MENOU, 1994)
CLASSIFICAÇÃO
■ VANTAGENS:
▪ Permiti:
- a concordância entre o armazenamento material
dos documentos e a organização dos catálogos;
- classificar as informações em uma ordem
relativamente restrita de categorias que podem
corresponder cada uma ao campo de interesse
particular de um grupo de usuários;
- ordenar previamente as informações. (GUINCHAT;
MENOU, 1994)
CLASSIFICAÇÃO
■ ETAPAS:
▪ Compreendem:
- a determinação do assunto principal do doc.;
- a determinação da classe a que pertence o
assunto principal;
-a determinação dos aspectos formais
secundários do doc. (lugar, tempo e língua por
exemplo);
- a elaboração do número de chamada do doc.
(GUINCHAT; MENOU, 1994)
CLASSIFICAÇÃO
■ Elementos do doc. que indicam o assunto principal:
- o título;
- o sumário;
- a ficha catalográfica;
- os parágrafos iniciais e finais dos capítulos.
(GUINCHAT; MENOU, 1994)

▪ Os termos são expressos, geralmente, por notações ou por


termos de lista de descritores e Tesauros
▪ Ex.: 634.0 (44) DUC - Doc.: Utilização de resinas no
reflorestamento da França, de R. Duchemin. (GUINCHAT; MENOU,
1994)
CLASSIFICAÇÃO
■ DETERMINAÇÃO DO ASSUNTO:
▪ Não requer, na maioria dos casos, um
conhecimento especializado na disciplina
tratada;
- É necessário determinar de que trata o doc.,
buscando delimitar mais o assunto do que
procurar identificar o tema principal;
- Deve ser realizada ressaltando os pontos de
vista próprios à unidade de informação.
(GUINCHAT; MENOU, 1994)
CLASSIFICAÇÃO
■ SELEÇÃO DOS NÚMEROS DE CLASSIFICAÇÃO:
▪ A seleção dos números de classificação correspondentes (ao
assunto determinado) é uma operação de tradução.
▪ O caso mais simples é aquele em que o termo escolhido para
representar o assunto principal do doc. figura da mesma forma
na classificação.
▪ É preciso verificar se o descritor está empregado no sentido
preciso.
▪ Deve-se consultar Dicionários, Enciclopédias e,
principalmente, os usuários.
- É indispensável confrontar o termo escolhido com o doc.
- A reclassificação às vezes é necessária;
(GUINCHAT; MENOU, 1994)
CDU
■ CONCEITO:
▪ Linguagem documentária baseada em um sistema de
conceitos hierarquicamente estruturados, destinado à
classificação do conhecimento e dos suportes físicos de seu
registro, constituindo-se de:
▪ TABELAS PRINCIPAIS:
- dez classes principais de categorias do conhecimento;

▪ TABELAS AUXILIARES:
- subdivisões auxiliares comuns;
- subdivisões auxiliares especiais;

▪ ÍNDICE ALFABÉTICO

CDU online: http://www.udcsummary.info/php/index.php?lang=pt&pr=Y


ORIGEM
■ Francis Bacon – Classificação das Ciências.

■ Melvil Dewey - CDD.

■ Paul Otlet e Henri La Fontaine – CDU - 1905.


- Objetivo Humanista
- Repertório Bibliográfico Universal
CARACTERÍSTICAS
■ Decimalidade
- utilização dos números arábicos.
- conhecimento universal dividido em dez classes.

■ Universalidade
- oferece conceitos e símbolos que representam a
totalidade do conhecimento.
- símbolos (numéricos e não-numéricos), extraídos
da matemática e da pontuação ordinária, de
emprego universal.
CARACTERÍSTICAS

■ Estrutura Hierárquica
- concepção do mundo como um unidade
estruturada em partes subordinadas ao todo.
- paradigma sistêmico.

■ Síntese dos Contrários (Facetas)


- esquemas hierárquicos com a multifacetação dos
sistemas em que os diversos aspectos de um mesmo
assunto são tratados com o cuidado relativo a sua
importância no contexto.
ESTRUTURA
■ Notações Principais:
0 Generalidades: conhecimento, cultura, ciência, saber,
escrita, etc.
1 Filosofia. Psicologia.
2 Religião. Teologia.
3 Ciências Sociais.
4 (Vaga no momento).
5 Matemática e Ciências Naturais.
6 Ciências Aplicadas. Medicina. Tecnologia.
7 Artes. Recreação. Divertimento. Esporte.
8 Língua. Linguística. Literatura.
9 Geografia. Biografia. História.
ESTRUTURA
■ Notações Auxiliares Comuns:
Tabela 1a + Coordenação (adição)
/ Extensão consecutiva
Tabela 1b : Relação Simples
:: Ordenação
[ ] Subagrupamento
Tabela 1c = Língua
Tabela 1d (0...) Forma
Tabela 1e (1/9) Lugar INDEPENDENTES
Tabela 1f (=...) Raça
Tabela 1g “...” Tempo
ESTRUTURA
■ Notações Auxiliares Comuns:

Tabela 1h * Asterisco
Tabela 1h A/Z Ordem Alfabética

Tabela 1k -02 Propriedades


Tabela 1k -03 Materiais
Tabela 1k -04 Relações, Processos e Operações
Tabela 1k -05 Pessoas e Características Pessoais
ESTRUTURA
■ Notações Auxiliares Especiais:
-1/-9 Denotam detalhes tais como Elementos, Técnicas,
Componentes, Propriedades, Estado e Gênero dos assuntos.

.01/.09 Denotam detalhes tais como Teoria, Estudos, Processos,


Atividades, Características, Fontes de Estudo, Tendências,
Fundamentos, Leis, Propriedades, Nomenclatura, Constituição
Química, Estilos, Escolas, Técnicas, etc.

´1/´9 Permite o processo de síntese de duas ou mais subdivisões


diretas de um número principal, em que o . (ponto) da segunda
subdivisão é substituído pelo apóstrofo, eliminando-se o radical
comum.
Auxiliares Especiais Dígitos Finais: Têm função parecida com a
utilização do apóstrofo, constituindo-se em minitabelas definidas
nas classes específicas. Ver 661.8.
Tabela 1a

■ + Liga dois ou mais números não consecutivos


Ex.:
51+53 Matemática e Física
32+34+61 Política, Direito e Medicina
327(81+83) Relações internacionais do Brasil e do Chile

■ / Liga números consecutivos


Ex.:
53/55 Física, Química e Geociências
61(81/83) A medicina no Brasil, na Argentina e no
Chile
Tabela 1b
■ : Relação recíproca. Limita ao invés de ampliar.
Ex.:
51:52 ou 52:51 Matemática em relação com a Astronomia
17:7 ou 7:17 Arte em relação com a ética

■ :: Fixam a ordem dos números na composição


notacional e irreversibilidade.
Ex.:
339::633.73 Comércio de café
32::02 Política Biblioteconômica
Tabela 1b

■ [ ] Símbolo sub-agrupador.
Ex.:
336.23:[633.73+633.77] Taxas sobre o café e o mate

311:[622+669](485) Estatística de mineração e


metalurgia na Suécia
339[633.73].3 Comércio de café, interno
Tabela 1c
■ = Língua ou forma linguística. Serve de base para formação dos
auxiliares comuns de raça e das classes 811 (línguas) e 821
(literatura).
02(036)=133.1 Guia de biblioteconomia em francês
53(038)=00 Dicionário poliglota de física
37(035)=134.2 Manual de educação em Espanhol
61=133.1 Medicina em francês.

=030 Indicam documentos traduzidos


61=030.161.1 Doc. de Medicina traduzido do russo
61= 030.161.1=133.1 Doc. de Medicina traduzido
do russo para o francês
61= 133.1=030.161.1 Doc. de Medicina em francês traduzido
do russo
Tabela 1c
■ 811 Composição das línguas como objeto de estudos.
Ex.:
811.133.1 Francês
811.134.3 Português
811.124 Latim

821 Composição das literaturas específicas


821.133.1 Literatura francesa
821.134.3 Literatura portuguesa
821.124 Literatura em Latim
Tabela 1d

■ (0...) Indicam o formato ou a apresentação dos


documentos.
Ex.:
54(036) Guia de Química
53(038) Dicionário de física
37(035) Manual de educação
(01) Bibliografias
(043) Teses. Dissertações
(051) Periódicos.
(054) Jornais.
Tabela 1e
■ (1/9) Indicam o âmbito geográfico, localização ou outro
aspecto espacial.
Ex.:
331.2(44) Salários na França
338.47(81) Econ. dos transp. no Brasil
339.5(81:73) Comércio exterior entre Brasil e EUA

913 Geografia local acrescentando o n. do lugar


913(44) Geografia da França

94 História de um local acrescentando o n. do lugar


94(44) História da França
Tabela 1f
■ (=...) Indicam raça, grupos étnicos e nacionalidade. São
derivados da Tabela 1c, de línguas.
Ex.:
159.9(=581) Psicologia do povo chinês
1(=411.21) Filosofia dos árabes
(=1.81) Cidadão brasileiro
(=1.817.41) Cidadão brasiliense
Tabela 1g
■ “...” Indicam a data, o momento ou período no tempo
Ex.:
“2001.09.11.10.57.20” Dez horas, cinquenta e sete
minutos e vinte segundos do dia onze de setembro de
dois mil e um.
“0” Primeiro milênio DC.
“00” Primeiro século DC.
“000” Primeira década do séc I DC.
“311” Passado.
“313” Futuro.
“377” Tempo de repouso e lazer.
Tabela 1h
■ * O asterisco introduz uma notação que não corresponde a um número
autorizado da CDU.
Ex.:
523.44*433 Planeta menor Eros (n°
autorizado da UAI) União Astronômica Internacional

546.42.027*90 Estrôncio 90 (n° da massa


atômica do isótopo)
66-97*C150 Temperatura de 150° Celsius.

■ A/Z serve para adicionar nomes próprios a um n° da CDU.


Ex.:
025.45CDU Classificação Decimal Universal.
398(813.4Caruaru) Folclore da cidade pernanbucana de Caruaru
75REMB Pintura de Rembrandt.
Tabela 1i
■ .00... Indicam os pontos de vista mais gerais sob os quais
um assunto pode ser considerado: conceito, teoria,
função, atividade, processos, etc.
■ Mais aplicáveis nas classes 5 (Matemática, Física e
Ecologia), 6 (Ciências Aplicadas e Tecnologia) e 7
(Artes, Divertimentos, Lazer e Esportes).
Ex.:
.001.18 Prognósticos
.002.72 Montagem
.003.8 Lucratividade.
.002.68 Resíduos.
66.002.68 Resíduos da indústria química
Tabela 1i
■ .000. Indicam os pontos de vista genéricos que pode ser
do autor, de uma instituição, de um sistema filosófico,
econômico ou político.
■ É formado de dois números principais, um antes e outro
depois do .000. O segundo número influencia o primeiro.
Ex.:
02.000.32 A biblioteconomia do ponto de
vista político.
94(81).000.141.82 A história do Brasil sob o
ponto de vista do marxismo.
65.015.000.331.105.44 Estudos sobre o trabalho do
ponto de vista sindical.
Tabela 1k
■ -02 Indicam características gerais.

■ -03 Indicam os materiais ou elementos que constituem os objetos


ou produtos.
Ex.:
-035.52 Pergaminho.
683.51-033.5 Garrafas de vidro

■ -04 Indicam relações, processos e operações.

■ -05 Indicam características pessoais, étnicas, idade, saúde,


hereditariedade, ocupação, educação, situação social e outros
contextos.
-054(23) Montanheses.
025.5-052 Usuários de informação.
MECÂNICA DO SISTEMA CDU
■ Realizada a análise documentária, cabe ao
classificador identificar no sistema os símbolos
ou conjuntos de símbolos que correspondem aos
assuntos que deseja classificar.

■ Tais Assuntos, na maioria das situações,


encontrar-se-ão representados de forma direta e
simples na própria CDU. (SILVA; GANIM, 1994)
MECÂNICA DO SISTEMA CDU
■ Será suficiente transcrever os símbolos destinados
pelo sistema.

■ O usuário deve constituir preocupação maior do


classificador ao atribuir os códigos do sistema
aos documentos e suas representações, evitando
símbolos esotéricos.

■ Não é o número de assuntos mas sua pertinência


que deve servir de critério norteador do
classificador. (SILVA; GANIM, 1994)
MECÂNICA DO SISTEMA CDU
■ Quanto mais simples, mais útil e mais eficiente; mais
fácil sua compreensão e utilização.

■ A Ordem de Citação reflete a ponderação diferenciada


dos conceitos, que, se reflete no sintaxe de colocação,
fazendo com que os de maior densidade semântica no
contexto precedam os demais.

■ A Ordem de Arquivamento é empregada no


arquivamento de fichas nos catálogos e na ordenação dos
documentos na coleção. (SILVA; GANIM, 1994)
ORDENAÇÃO NAS ESTANTES
SINAIS NÚMEROS DECIMAIS

+ 622.337+662.74

/ 622.33/.34

622.33

: 622.33:338.97

= 622.33=30

(0) 622.33(021)

( 1/9) 622.33 (430)

“...” 622. 33“18”

A/Z 622.33 Glückanf

- 622.33-78

.00 622.33.004.8

. 04 622.33.04

, 622.33’131

622.331
ORDENAÇÃO NAS ESTANTES: exemplos
001 017 3 7 82

001.1 017:5/6 3:929 7(091) 82:2

001.1:003 017:5/6(01) 3:929(540) 7(44) 82(091)

001.1:003(81) 017.1:05 3:929(540)(038) 7(460) 82(81):929

001.1(01) 017.1 3(01) 7(469) 82(81)

001.1(01)-1 017.1(05) 3(036) 7.01 82(81)-3

001.891 017.1(81) 31 7.03 82-31

001.891(01) 017.1(817.1) 31:378 7.031 82.01

001.891(44) 017.11:34 31:378(81)(09) 7.031.2 82.1

001.891(7/8=6) 017.11 32 7.031.2(81) 820

001.891(73) 017.11(81) 327 711 820(091)

001.891(81) 017.2 327(7/8=6) 711.4 820-1

001.891(816.5) 327(73) 711.41 820-34

001.891(82) 33 711.41(81) 820(81)

001.891(82)-1 33(01) 820(81)-1

331
REFERÊNCIA:
GUINCHAT, Claire; MENOU, Michel.
Introdução geral às ciências e técnicas da
informação e documentação. Brasília: IBICT,
1994. 540p.

LANCASTER, F. W. Indexação e resumos: teoria e prática.


Brasília: Briquet de Lemos/Livros, 1993. 347 p.

SILVA, Odilon Pereira da; GANIM, Fátima.


Manual da CDU. Brasília: Briquet de
Lemos/Livros, 1994. 89 p.

SOUZA, Sebastião de. CDU: guia para utilização da


Edição-Padrão Internacional em língua portuguesa. 2.ed.
rev. atual. Brasília: Thesaurus, 2002. 102 p.

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