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Graciete José António

Prevalência das Doenças Diarreicas em Crianças de 0 a 5 Anos de Idade, no


Centro de Saúde Samora Machel, 2017 a 2018, Mocuba.

Saúde Pública

Instituto politécnico da Zambézia


Mocuba
Maio de 2019

i
Graciete José António

Prevalência das Doenças Diarreicas em Crianças de 0 a 5Anos de Idade, no Centro de


Saúde Samora Machel, 2017 a 2018, Mocuba.

Saúde Pública

Relatório de estágio profissional a ser


entregue ao IPZ, no curso de saúde
pública de curso para obtenção do grau
académico de técnica em saúde pública,
orientado pelo supervisor dr. Waferro

Instituto Politécnico da Zambézia

Mocuba

Maio de 2019

ii
Índice
CAPITULO I: INTRODUÇÃO..................................................................................................... 11
1.1 Delimitação do tema ................................................................................................................ 13
1.1.1 Limitação geográfica ............................................................................................................ 13
1.2 Problema .................................................................................................................................. 13
1.3 Justificativa .............................................................................................................................. 13
1.4 Objectivo geral ........................................................................................................................ 14
1.5 Objectivos específicos ............................................................................................................. 14
CAPITULO II: METODOLOGIA ................................................................................................ 15
2.1 Tipo de pesquisa quanto a: ...................................................................................................... 15
2.1.1 Quanto a natureza: ................................................................................................................ 15
2.1.2 Objectivos: ............................................................................................................................ 15
2.1.3 Abordagem: .......................................................................................................................... 15
2.1.4 Procedimentos: ..................................................................................................................... 15
2.2 Período de realização do estudo .............................................................................................. 15
2.3 Definição das Variáveis ........................................................................................................... 15
2.4 Técnicas de recolha de dados .................................................................................................. 16
2.4.1 População do estudo ............................................................................................................. 16
2.4.2 Amostra ................................................................................................................................ 16
2.4.3 Método de observação .......................................................................................................... 16
2.4.4 Instrumento de recolha de dados .......................................................................................... 16
2.4.5 Entrevistas ............................................................................................................................ 16
CAPITULO III: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................... 17
3.1 Diarreia .................................................................................................................................... 17
3.2 Epidemiologia.......................................................................................................................... 17
3.2.1 Mundial................................................................................................................................. 17
3.2.2 Moçambique ......................................................................................................................... 17
3.3 Sintomas .................................................................................................................................. 18
3.4 Modo de transmissão das doenças diarreicas .......................................................................... 19
3.5 Causas da diarreia .................................................................................................................... 19

iii
3.6 Factores de risco ...................................................................................................................... 19
3.7 Classificação das diarreias ....................................................................................................... 20
3.7.1 Diarreia aguda....................................................................................................................... 20
3.7.2 Diarreia crónica .................................................................................................................... 20
3.7.3 Desidratação ......................................................................................................................... 20
3.8 Tratamento da diarreia ............................................................................................................. 21
3.9 Prevenção................................................................................................................................. 22
CAPITULO IV: RELATÓRIO DO ESTÁGIO ............................................................................ 23
4.1.1 Sector 1 PAV ........................................................................................................................ 23
4.1.2 Sector II programa nacional de tuberculose ......................................................................... 23
4.1.3 Sector III planeamento familiar (PF) .................................................................................... 24
4.1.4 Sector IV serviços de tratamento anti-retroviral (TARV) .................................................... 24
4.1.5 Sector V consultas pré-natais (CPN) .................................................................................... 25
4.2 Apresentação e descrição dos resultados ................................................................................. 25
4.3 Análise e discussão dos resultados .......................................................................................... 28
CAPITULO V ............................................................................................................................... 30
5.1 Constatações ............................................................................................................................ 30
5.2 Sugestões ................................................................................................................................. 31
Direcção distrital de saúde............................................................................................................. 31
5.3 Conclusão ................................................................................................................................ 32
Bibliografias .................................................................................................................................. 33
Anexos ........................................................................................................................................... 35

iv
Lista de abreviaturas

CPN- Consultas Pré-Natais

C.S.S.M- Centro de Saúde Samora Machel

DIU- Dispositivo Intra-Uterino

DPT- Difteria, Pertussis, Tétano

HIV- Vírus da Imunodeficiência Humana

MISAU -Ministério da Saúde

NID- Número de Identificação Pessoal

OMS- Organização Mundial de Saúde

PAV- Programa alargado de vacinação

PF- Planeamento Familiar

TRO -Terapia de Rehidratação Oral

TARV- Tratamento Anti-retroviral

SII – Síndrome do Intestino Irritado

SIDA- Síndrome de Imunodeficiência Adquirida

SMI - Saúde Materno-Infantil

SRO- Sais de Rehidratação Oral

US- Unidade Sanitária

VAT- Vacina Antitetânica

UNICEF- Fundo das Nações Unidas para a Infância

v
Índice de Figuras

Figura 1: Distribuição segundo o género ....................................................................................... 25


Figura 2: Distribuição segundo as faixas etárias ........................................................................... 26
Figura 3: Nível de escolaridade das mães ..................................................................................... 26
Figura 4: Fonte de Abastecimento de água ................................................................................... 27
Figura 5: Tipo de diarreia .............................................................................................................. 27

vi
Declaração

Eu Graciete José António, declaro que este trabalho é resultado das minhas pesquisas, dedicação
e das orientações do meu supervisor, o seu conteúdo é original e suas fontes presentes nas
citações bem como na bibliografia final.

Declaro ainda que este trabalho nunca foi apresentado em nenhuma outra instituição para
obtenção de qualquer grau académico.

Mocuba, Maio de 2019

______________________________

Graciete José António

vii
Dedicatória
Dedico o meu trabalho a toda minha família em especial ao meu pai José António Nihamaquela e
a minha mãe Carlota João Pedro.

viii
Agradecimento

Primeiro quero agradecer a Deus por me deixar estar neste mundo de desafios, pela saúde, força e
por iluminar o meu caminho nesses anos de estudo e desafio árduo, pois serviram de muito
aprendizado tanto na vida académico como no fórum social.

Aos meus pais José António Nihamaquela e Carlota João Pedro, que me deram a vida e me
ensinaram valores como me comportar diante da sociedade mostrando as pessoas dignidade,
honestidade, persistência, respeito e amor ao próximo. Deixo meus votos pela confiança que me
deram em eu seguir o que gostava e por me apoiarem todos dias.

Aos meus irmãos Anifo José António, Jamilo José António, Chaide José António e Wilma José
António, por me apoiarem sempre que precisei de um incentivo da família e por sempre estarem
ao meu lado quando precisei deixo os meus votos.

Agradecer ao corpo de docentes do curso de Saúde Pública, aos docentes doutros cursos e a
coordenação do curso de Saúde Pública, pelo conhecimento que me foi transmitido e outros
ensinamentos não só da vida académica mais de como ter uma boa interacção na sociedade vai o
meu muito obrigado.

Sem me esquecer também agradecer a todos os funcionários do centro de Saúde Samora Machel
pelo acolhimento durante o estágio e por me ensinarem muito na parte prática vai o muito
obrigado a todos.

Agradeço ao meu supervisor docente Waferro, pela paciência que teve para comigo, pelo suporte
no poucotempo que lhe coube, pelas correcções, sugestões e incentivo deixo meu muito obrigado.
Finalmente agradecer a todos amigos, colegas, vizinhos pelo apoio que sempre me deram para
que hoje eu chega-se até a que onde estou vai meu muito obrigado.

ix
Resumo

Nesta pesquisa tem como tema: Prevalência das Doenças Diarreicas em Crianças de 0 a 5 Anos de Idade, no Centro
de Saúde Samora Machel, 2017 a 2018, Mocuba. Tem como objectivo analisar a prevalência das doenças diarreicas
em crianças de 0 a 5 anos, no C.S Samora Machel, 2017-2018.

A diarréia é uma alteração das funções gastrointestinais, que leva à ocorrência de três ou mais evacuações de
consistência amolecidas ou líquidas em um período de 24 horas. Existem muitos microrganismos causadores das
diarreias, por isso devemos nos precaver por esta epidemia. É um estudo descritivo transversal de carácter
quantitativo e de natureza básica, o estudo vai ser realizado na Cidade de Mocuba, no centro de saúde de Samora
Machel, de Março a Maio de 2019.

Palavra-chave: prevalência, diarreia, crianças, CSSM

x
CAPITULO I: INTRODUÇÃO

O presente trabalho de conclusão de curso tem como tema: Prevalência das doenças diarreicas
em crianças de 0 a 5 anos de idade, no Centro de Saúde Samora Machel, 2017 a 2018, Mocuba.

Objectivo é Determinar a prevalência das doenças diarreicas em crianças de 0 a 5anos, no C.S


Samora Machel, 2017-2018.

Este tema é muito importante pois aborda sobre um problema de saúde publica que quando não
controlado cria muitos óbitos nas crianças. É importante a bordar sobre a diarreia no centro de
saúde Samora Machel porque localiza-se num bairro em que as pessoas estão expostas a factores
de riscos como: a maioria das mães tem um baixo nível de escolaridade, usam água dos poços e
rios não tratadas, são mães de baixa renda económica em que a fonte de rendimento é
agricultura, muitos usam latrinas precárias e condições de higiene pessoal e colectiva baixa.
Quando fomos avaliar os casos de diarreias que deram entrada no centro de saúde notamos um
número maior que me deixou curiosa em fazer o estudo.

A diarréia é uma alteração das funções gastrointestinais, que leva à ocorrência de três ou mais
evacuações de consistência amolecidas ou líquidas em um período de 24 horas, sendo apontada
como uma das afecções que mais ocasiona transtornos à saúde das crianças. (BÜHLER, 2010)

É um grave problema de saúde pública intimamente associado às condições de higiene e da água


utilizada. A OMS aponta a diarreia como a segunda maior responsável por óbito na infância
representando em torno de 1,5 milhões de mortes anuais de crianças de até 5 anos. Em dados
mundiais, as doenças diarreicas estão entre as maiores causas de morbidade e mortalidade em
países em via de desenvolvimento, onde os investimentos em infra-estrutura sanitária encontram-
se atrasados em relação a países desenvolvidos, razão pela qual são mais frequentes e podem ser
fatais principalmente em crianças jovens. (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2005)
Vários estudos têm relacionado que o surgimento das doenças diarreicas depende localização
geográfica, condições sanitárias, tipo e local de residência, condições socioeconómicas dos pais,
idade da população estudada, nível de escolaridade e estações do ano sendo mais frequentes em
tempos chuvosos. A diarreia configura-se em primeiro lugar entre as doenças que são
ocasionadas por factores ambientais, e que intervenções nesta área podem prevenir a morte de

11
mais de 2 milhões de crianças entre 0 a 5 anos de idade. (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA
SAÚDE, 2005)

Em Moçambique a diarreia e desidratação são uma das principais causas de mortalidade na


infância. A diarreia é mais predominante em crianças maiores de 6 meses e o grupo etário dos 6-
11 meses é o mais afectado (27%), seguindo-se o dos 11-23 meses com 23%. O uso de água
potável é de 36.6%, e latrinas melhoradas de 48.3%. (MISAU/DEE, 2005)
Somente 49% das crianças procuraram tratamento nas unidades sanitárias e entre estas, apenas
49% receberam SRO. A prevalência das doenças diarreicas em Moçambique aumentou de 14%
para 18%, e a província da Zambézia apresenta uma prevalência de 14%. (LORNA et al. 2016)

O trabalho esta estruturado da seguinte forma:

 CAPITULO I- Introdução
 CAPITULO II- Metodologia
 CAPITULO III- Revisão Bibliográfica
 CAPITULO IV: Actividades do Estágio
 CAPITULO V- Constatações, Sugestões e Conclusão.
 Bibliografias

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1.1 Delimitação do tema

Prevalência das doenças diarreicas em crianças de 0 a 5anos de idade, no Centro de Saúde


Samora Machel, 2017 a 2018, Mocuba.

1.1.1 Limitação geográfica

O estudo foi realizado no centro de saúde de Samora Machel, localizado no Bairro Samora
Machel no distrito de Mocuba. Este centro encontra-se perto da antiga fabrica, ao lado da
serração do Sotomane e dista-se de 1,5km da cidade e cobre toda população residente ao seu
redor e alguns bairros circunvizinhos. O centro esta dividido em 6 sectores sendo: uma Farmácia,
um Laboratório, uma Maternidade, uma sala de consultas, uma sala de aconselhamento e
testagem de HIV/SIDA e um sala de atendimento as crianças.
Temporal: O tema tem como delimitação de 2017-2018, sendo um estudo Retrospectivo

1.2 Problema

Qual é a prevalência das doenças diarreicas em crianças de 0 a 5anos de idade, no C.S


Samora Machel, 2017 a 2018?

1.3 Justificativa

Sabe-se que as doenças diarreicas são um problema muito frequente que afecta a população em
geral e isto traz um impacto no seio da comunidade principalmente por criar muitos óbitos nas
comunidades. O motivo da escolha deste tema foi pelo facto de encontrar muitos casos de
diarreias na unidade sanitária de Samora Machel quando estava a estagiar, o que deixam com
curiosidade em estudar mais é pelo facto das diarreias ser um problema que afecta mais as
crianças por causar muitos óbitos as crianças menores de 5anos e também porque onde se
registavam maiores casos de notificações de diarreias nas consultas pediátricas. Outro motivo foi
porque muitas das mães destes menores são jovem em que o nível de escolaridade baixo,
condições económicas baixa, falta de higiene colectiva, e água potável não favorável. Este tema
é relevante por abordar um problema de saúde pública que esta precisar muitos estudos para
perceber os factores que o ocasionam a ter muitas notificações de casos de diarreias por isso a
necessidade de estudar a prevalência.

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1.4 Objectivo geral

 Analisar a Prevalência das Doenças Diarreicas em Crianças de 0 a 5 Anos, no C.S Samora


Machel, 2017-2018.

1.5 Objectivos específicos

 Diagnosticar o tipo das doenças diarreicas;


 Identificar os factores de riscos que causam diarreias no CSSM;
 Descrever o impacto das doenças diarreicas

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CAPITULO II: METODOLOGIA

2.1 Tipo de pesquisa quanto a:

2.1.1 Quanto a natureza:

É básica porque somente gera conhecimentos sem aplicação imediata

2.1.2 Objectivos:

A pesquisa é explicativa porque procura explicar os porquês das coisas e suas causas, por meio
do registro, da análise, da classificação e da interpretação dos fenômenos observados.

2.1.3 Abordagem:

É quantitativo porque se considera tudo que podemos quantificar ou traduzir números em


opiniões e informações para analisarmos

2.1.4 Procedimentos:

A revisão bibliográfica porque é feita através de matérias já publicados como; livros, artigos,
monografias, boletins.

2.2 Período de realização do estudo

O estudo será realizado no período Março a Maio de 2019.

2.3 Definição das Variáveis

Variáveis Natureza Escala de medição


Idade Independente Numérico
Género Independente Nominal
Abastecimento de água Independente Nominal
Nível de escolaridade da mãe Independente Ordinal
Diagnóstico Dependente Nominal

15
2.4 Técnicas de recolha de dados

2.4.1 População do estudo

São todas as crianças que foram atendidos no Centro de Saúde Samora Machel, 2017-2018, na
cidade de Mocuba no Bairro Samora Machel. Num universo de 10683.
Os pacientes acima citados no tema não entrou-se em contacto com eles, somente foram usadas
as fichas clínicas dos mesmos que deram entrada no Centro de Saúde Samora Machel, 2017 a
2018.
2.4.2 Amostra

Serviram como amostra um número de 182crianças

2.4.3 Método de observação

 Durante a realização do estudo houve uma observação directa no C.S.S.M


2.4.4 Instrumento de recolha de dados

 Os dados foram recolhidos através das fichas clínicas das crianças atendidas no Centro de
Saúde Samora Machel. E um questionário adaptado segundo a informação a ser recolhida.

2.4.5 Entrevistas

 Foram feitas as perguntas de forma oral as mães das crianças


 As perguntas foram fechadas

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CAPITULO III: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 Diarreia

A diarréia é uma alteração das funções gastrointestinais, que leva à ocorrência de três ou mais
evacuações de consistência amolecidas ou líquidas em um período de 24 horas, sendo apontada
como uma das afecções que mais ocasiona transtornos à saúde das crianças. (BÜHLER, 2010)

3.2 Epidemiologia

3.2.1 Mundial

A diarréia é a manifestação mais comum de doenças infecciosas intestinais onde é uma das
principais causas de morbidade em crianças <5 anos em países em desenvolvimento em especial
os menores de um ano. Isso porque envolve de forma directa ou indirecta um complexo de
factores de ordem ambiental, nutricional, socioeconómico e cultural. (VASCONCELOS et
al2008)
Segundo a Organização Mundial da Saúde e o UNICEF, cerca de 3,3 milhões de crianças
menores de cinco anos morrem anualmente por doença diarréica nos países de Terceiro Mundo.
Apesar da grande redução na mortalidade global pelas doenças diarreicas no mundo, o número
de crianças que morrem ainda permanece bastante elevado. (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE
SAÚDE e UNICEF, 1990)
A nível mundial pode-se observar que embora tenha ocorrido uma redução das taxas de
mortalidade infantil nos últimos 25 anos, as doenças diarreicas ainda constituem um grave
problema de saúde pública representado nos países subdesenvolvidos uma das principais causas
de morte entre crianças de 0 a 4 anos. (OMS, 2005)

3.2.2 Moçambique

Em Moçambique a diarreia e a desidratação constituem ainda uma das principais causas de


mortalidade na infância. Para além disso, episódios repetidos de diarreia são uma das causas
subjacentes mais importante da malnutrição grave. O Ministério da Saúde em colaboração com
seus parceiros tem desenvolvido um programa para diminuição da mortalidade por esta doença
baseando-se na estratégia do aumento da ingestão de líquidos e na continuação da alimentação
durante os episódios de diarreia. (MISAU, 2019)
17
A diarreia afecta frequentemente crianças maiores de 6 meses altura em que é introduzida a
alimentação complementar. O grupo etário dos 6-11 meses é o mais afectado (27%), seguindo-se
dos 11-23 meses com 23% O uso de fontes de água potável é a nível nacional de 36.6%,
enquanto o uso de latrinas melhoradas é de 48.3%. (MISAU/DEE, 2005).
Apesar da utilização da TRO ser largamente divulgada quer com pacotes de SRO que são
distribuídos em todas as US do país, quer em preparação de misturas caseiras, só 49% das
crianças procuraram tratamento numa US e entre estas, apenas 49% receberam SRO. Nos
últimos anos a prevalência das doenças diarreicas em Moçambique subiram de 14% para 18%, e
a província da Zambézia apresenta uma prevalência de 14% o que mostra ter maiores casos de
diarreias. (LORNA et al. 2016)

3.3 Sintomas

A diarréia pode ser aguada ou conter sangue. As fezes podem flutuar, o que pode indicar que há
aumento de gordura presente nas fezes. A diarreia também pode ser acompanhada por:

 Urgência com movimentos intestinais o que significa que as crianças sentem que precisam ir
ao banheiro imediatamente ou terão um acidente.
 Dor abdominal e inchaço
 Dor rectal
 Náusea
 Vómito
 Perda de peso
 Febre
 Indivíduos com diarréia correm o risco de desidratação. Sinais de desidratação incluem:
 Diminuição na produção de urina ou fraldas molhadas
 Lábios e boca secos
 Falta de lágrimas ao chorar
 Aumento da irritabilidade e agitação
 Sonolência aumentada
 Os médicos podem determinar se alguém está desidratado e com que gravidade eles estão
desidratados, examinando-os. Os pais podem monitorar os filhos em busca de sinais de
desidratação. (MARIA e GISÉLIA, 2000)
18
3.4 Modo de transmissão das doenças diarreicas

Quando as pessoas não lavam bem as mãos após usar o banheiro, trocar fraldas ou ajudar uma
criança a usar o toalete, os germes, pequenos demais para serem vistos, permanecem em suas
mãos e nas mãos da criança. Os germes podem se espalhar para qualquer coisa que toque
(incluindo alimentos, bebidas e brinquedos) e, em seguida, para as mãos e bocas de outras
pessoas. Os germes são então engolidos por outras pessoas, onde crescem e causam uma
infecção. Doenças diarreicas podem se espalhar facilmente entre as crianças porque é normal que
coloquem as mãos em tudo e muitas são ainda muito pequenas para lavá-las bem. (CESÁRIO e
NETO, 2006)
3.5 Causas da diarreia

Existem varias causas deste das condições alimentares, básicas e infecções de microrganismos
que são:
 Falta de água potável para beber para garantir uma boa higiene;
 Falta de condições de saneamento como latrinas;
 Malnutrição: enfraquece a criança e faz com que a diarreia por outras causas se torne mais
frequente e mais grave.
 SIDA; malária; sarampo; otite; amigdalite; infecções urinárias
 Alergias alguns alimentos como frutos do mar, e as crianças são alérgicos ao leite de vaca;
 Dificuldade em digerir o leite (como crianças malnutridas e em certos adultos);
 As crianças podem ter dificuldade em digerir alimentos que são novos para elas;

Os micróbios que causam a diarreia são: vírus, bactérias, parasitas e fungos que são cruciais para
infecções do intestino que provoca a diarreia. Dentre estes agentes etiológicos encontramos dois
que provocam graves epidemias sendo bactérias que causa a cólera e disenteria epidémica.
(VASCONCELOS e BATISTA, 2008; CLIFF et al. 2009)

3.6 Factores de risco

Os factores de risco estão relacionados ao baixo nível socioeconómico da população, ausência de


saneamento básico (abastecimento de água tratada e rede de esgoto), desnutrição protéico-
calórica, qualidade da água e alimentos, e condições higiénicas pessoais. Esta doença é causada

19
por multissectorial, como questões económicas, ambientais, nutricionais e culturais.
(MENEGUESSI et al. 2015)

3.7 Classificação das diarreias

3.7.1 Diarreia aguda

As doenças diarreicas agudas representam um risco elevado de mortalidade, principalmente para


as crianças menores de 5 anos de idade. A maior parte das crianças e de adultos que morrem de
diarreia aguda, morrem pela desidratação que é causada pela perda de água e de sais minerais,
pelas fezes. (CAMPOS et al. 2013)

3.7.2 Diarreia crónica

A diarreia crónica persiste por cerca de três a quatro semanas e pode indicar desde a síndrome do
intestino irritado (SII) até condições mais graves, como doença de Crohn e colites ulcerosas. A
diarreia crónica é causada principalmente por doenças inflamatórias e disabsortivas. (GUJRAL et
al. 2016)

3.7.3 Desidratação

Quando o doente está com diarreia, o corpo perde mais água e sais minerais, do que recebe. Isto
acontece, principalmente, quando a diarreia é abundante e agrava-se se for acompanhada de
vómitos. A perda de água e de sais faz com que o volume do sangue se vá reduzindo, o que faz o
coração bater mais depressa para compensar; reduza a produção de urina e de lágrimas; a boca e
a língua fiquem secas; e a pele perca a sua elasticidade. Se a desidratação se agrava e o coração
não consegue bater suficientemente rápido para manter o sangue a circular, a tensão arterial
baixa, o doente torna seletárgico e pode entrar em colapso circulatório, choque e morrer. (CLIFF
et al. 2009)

É muito importante que todas as pessoas conheçam os sinais de desidratação e o que é preciso
fazer para a prevenir e tratar:

 A sede é muitas vezes um dos primeiros sinais de desidratação


 Pouca ou nenhuma urina; a urina é amarela escura
 Perda súbita de peso

20
 Boca seca
 Nos bebés, fontanela afundada
 Olhos secos e encovados
 Perda de elasticidade da pele (sinal da prega cutânea)
 Uma criança com desidratação apresenta-se, muitas vezes, agitada e irritada
 A desidratação grave pode causar pulsação rápida e fraca, respiração rápida e profunda e
levar o choque. (GRAÇA, 2000; CLIFF et al. 2009)

3.8 Tratamento da diarreia

Quando uma pessoa está com diarreia, é preciso agir logo, mas a maior parte dos casos de
diarreia tratam-se sem necessidade de administrar medicamentos.

Se o paciente está com diarreia e está hidratado deverá ser tratado com o Plano A. Se está com
diarreia e tem algum grau de desidratação, deve ser tratado com o Plano B. Se tem diarreia e está
com desidratação grave, deve ser tratado com o Plano C. É fundamental para o tratamento ade-
quado a reavaliação pediátrica contínua.

Plano A: tratamento no domicílio.

É obrigatório aumentar a oferta de líquidos, incluindo o soro de reidratação oral (reposição para
prevenir a desidratação) e a manutenção da alimentação com alimentos que não agravem a
diarreia. Deve-se dar mais líquidos do que o paciente ingere normalmente. Além do soro de
hidratação oral, são considerados líquidos adequados: sopa de frango com hortaliças e verduras,
água de coco, água. Ainda no Plano A, deve-se iniciar a suplementação de zinco e manter a
alimentação habitual.

Plano B: administrar o soro de reidratação oral sob supervisão médica (reparação das perdas
vinculadas à desidratação). A primeira regra nesta fase é administrar a solução de terapia de
reidratação oral (SRO), entre 50 a 100 ml/kg, durante 2 a 4 horas. A SRO deve ser oferecida de
forma frequente, em quantidades pequenas com colher ou copo, após cada evacuação. (CLIFF et
al. 2009)

Plano C: corrigir a desidratação grave com terapia de reidratação por via parenteral (reparação
ou expansão). As indicações para reidratação venosa são: desidratação grave, contra
21
Indicação de hidratação oral (ílio paralítico, abdómen agudo, alteração do estado de consciência
ou convulsões), choque hipovolêmico.

 Correcção da desidratação: fazer reposição de líquidos


 Combate à desnutrição: recomenda-se o aumento da ingestão de líquido, como soro caseiro,
sopas e sucos; manter a alimentação habitual, em especial o leite materno e corrigir eventuais
erros alimentares;
 Uso correcto de medicamentos: só com receita médica;
 Prevenção das complicações: tratar convenientemente a desidratação (com o uso de terapia
de reidratação oral ou venosa), ter uma dieta adequada e usar os antimicrobianos, quando
indicados. (OLIVEIRA&VASCONCELOS, 2010)

3.9 Prevenção

Uma vez que as doenças diarreicas são fundamentalmente doenças de transmissão fecal-oral, a
melhor forma para a sua prevenção consiste em medidas de higiene pessoal, de higiene da água e
dos alimentos, bem como em medidas de saneamento, principalmente no que se refere à
deposição de dejectos humanos. (PEREIRA et al. 2014)

As medidas de prevenção são:

 Beber água potável, fervida ou colocar Cloro ou Certeza;


 Uso das latrinas (construir se não existir);
 Lavar as mãos antes e depois das refeições;
 Lavar bem os alimentos (frutas, vegetais, legumes) a serem consumidos;
 Proteger bem alimentos contra insectos, moscas e animais domésticos;
 Colocar lixo e dejectos em local adequado;
 Controle de vectores (insectos, ratos e outros);
 Higiene pessoal e dos alimentos.

Outra medida muito importante para a prevenção de diarreia consiste numa boa alimentação.
Isto, por causa do ciclo vicioso que se cria entre a malnutrição e a diarreia, principalmente nas
crianças menores de 5 anos de idade. (PEREIRA et al. 2014)

22
CAPITULO IV: RELATÓRIO DO ESTÁGIO

No dia 21 de Fevereiro de 2019 a autora foi apresentada no Centro de Saúde Samora Machel e
recebida pelo Director do Centro de Saúde que encaminhou para conhecer todos os sectores do
Hospital e o pessoal que trabalhavam nestes sectores, explicou sobre o funcionamento do Centro
de Saúde. Depois de toda apresentação sobre o Centro de Saúde, o Director fez um horário de
rotação de duas semanas em cada sector e depois fui escalada na sala de tuberculose.

4.1.1 Sector 1 PAV

No sector 1, fomos recebidas com agente de saúde que trabalha no mesmo sector e ela nos
explicou como funcionava o sector e depois o director veio e nos apresentou o material para o
uso durante o estágio.

No mesmo dia o director nos explicou o que é PAV, tipos de vacinas, as três camadas da pele,
preenchimento do cartão do bebe, como pesar uma criança, preenchimento do livro, os tipos de
vacinas que uma criança deve ser aplicada.

Durante a explicação nos mostraram certos materiais para realização das actividades no sector
como: fita métrica para medir o perímetro branquial, fita métrica para medir perímetro craniano.

As actividades realizadas são:

 Pesar crianças e saber se o peso é ideal ou não para o bebe e se aumentou ou diminuiu
 Preenchimento de cartão do bebe
 Preenchimento do livro
 Vacinar as crianças com todo tipo de vacinas mais principalmente para recém-nascidos
BCG que é a primeira vacina que a criança deve receber depois do parto, e poliu,
rotavirio, DPT damos depois de a criança ter dois meses.

4.1.2 Sector II programa nacional de tuberculose

A responsável é a enfermeira Ester que explicou como é o funcionamento do sector. Este sector
é para o tratamento da tuberculose dos pacientes.

23
As Actividades realizadas são:

 Fazer anamise para saber o que esta acontecer com o doente


 Dar o frasco o paciente e explicar que o frasco é para poder colocar o escarro tossindo
para o frasco e depois tapa, ele deve levar para o laboratório para se fazer analise, deve
fazer o raio X, quando forem dados os resultados deve trazer para sala de tratamento onde
é observado que tipo de tuberculose tem se caso a pessoa ter a doença é aberto uma ficha
para fazer o seguimento do tratamento.
 Abertura de fichas do paciente
 Controle do cartão do paciente o nome da pessoa ou NID e o ano que começou o
tratamento para localizar o processo e assinalava o dia em que levou os comprimidos,
dava os comprimidos e lhe explicava o dia que ele tinha que voltar na próxima consultas
e a rotação foi esta durante as duas semanas.

4.1.3 Sector III planeamento familiar (PF)

A responsável é a chefe da SMI enfermeira Matilde que explicou o funcionamento do sector.

As actividades realizadas são:

 Aconselhar sobre o uso dos métodos anticonceptivos


 Explicar a vantagem do uso destes métodos
 Facilitar na escolha do melhor método para usa da paciente
 Fazer rastreio de cancro de mama, do colo do útero, cancro da prostata

4.1.4 Sector IV serviços de tratamento anti-retroviral (TARV)

Fui recebida com o técnico Semente que é responsável do sector e explicou como funcionava o
sector.

As actividades realizadas são:

 Pesar o paciente
 Localizar os processos dos doentes e entregar ao técnico para realizar outras actividades

24
As outras actividades o técnico disse que não poderia aprender pois não se enquadrava ao meu
curso para o serviço do TARV por isso ele limitou no que eu tinha que fazer.

4.1.5 Sector V consultas pré-natais (CPN)

Fui recebida com a enfermeira Matilde que nos explicou o funcionamento do sector. As
actividades realizadas são:

 Pesar as mulheres grávidas


 Abrir fichas das mulheres grávidas
 Fazer aconselhamento e testagem das mulheres grávidas e seus parceiros como testes de
HIV e sífilis
 Medir a barriga da mulher para saber a semana de gestação,
 Aplicar o VAT, dar desprazimentos as mulheres grávidas, dar fancidar para prevenir a
malária, redes mosquiteira e sal ferrosos
 Medir o braço da mãe o perímetro branquial
 Preenchimento do livro
 Na maternidade assistir os partos.

4.2 Apresentação e descrição dos resultados

A seguir são apresentados os resultados das análises descritivas para a caracterização da amostra
de 182 submetidos no estudo, segundo as frequências dos dados sociodemográficos, do
diagnóstico e do cálculo da prevalência do estudo.

Figura 1: Distribuição segundo o género

Género
Masculino Feminino

43% 57%

Masculino Feminino

Fonte: Autora, 2019


25
Da população estudada segundo a distribuição do género, observou-se que foram atendidos mais
crianças do género feminino com 57% e homens com 43%. O que demonstra que nasce-se mais
mulheres que homens.
Figura 2: Distribuição segundo as faixas etárias

Faixa etaria
33%

22%
16%
7%
14% 8%

<6 meses 6 meses a 1 a 2 anos 2 a 3 3 a 4 anos 4 a 5 anos


1 ano anos

Fonte: Autora, 2019


Depois da análise em relação a distribuição segundo a faixa etária observou-se que: 33% dos
utentes tem 6 a 1 ano, 22% com <6 meses, 16% com 1 a 2anos, 14% com 3 a 4 anos, 8% com 4 a
5 anos e finalmente 7% com 2 a 3 anos.
Figura 3: Nível de escolaridade das mães

Nível de escolaridade das mãe

55%

29%

11% 5%

Nenhum Primário Secundário Superior

Fonte: Autora, 2019


Depois da análise em relação a distribuição segundo o nível de escolaridade das mães constatou-
se que 55% das mães das crianças tem nível primário, 29 % com nível Secundário, 11% não tem
nenhum nível e finalmente 5% com nível superior.
26
Figura 4: Fonte de Abastecimento de água

Fonte de Abastecimento de água


47%

35%

16%

2%

Torneiras Rios Lagoas Poços

Fonte: Autora, 2019


Depois da análise em relação a distribuição segundo a fonte de abastecimento de água observou-
se que 47 % das mães usavam água dos poços para beber, 35 % usavam rios, 16% usavam
torneiras e finalmente 2% usavam lagoas para obter água para beber.
Figura 5: Tipo de diarreia

Tipo de diarreia
Diarreia aguda Diarreia cronica

77%

23%

Diarreia aguda Diarreia cronica

Fonte: Autora, 2019


Mediante análise do diagnóstico da diarreia em relação aos tipos constatou-se que a diarreia
aguda é a mais comum com 77% e seguido da diarreia crónica com 23% a nível dos pacientes
atendidos no Centro de Saúde.

27
Mediante análise sobre o impacto das doenças diarreicas observou-se que 100% responderam
que não houve nenhum óbito provocado pelas doenças diarreicas. Mais de 40% das crianças
apresentavam problemas de desnutrição e 60% somente tinham diarreias.
Cálculo da prevalência do estudo
𝑪𝟏
𝒑 = 𝑵𝟏 𝒙𝟏𝟎𝟎Para o cálculo da prevalência usou-se a mostra dos números de casos de diarreias

em estes dois anos e pelo número da população atendida no hospital durante estes ambos anos.
Sendo a população do estudo de 10683 crianças e a mostra 182 casos de diarreias.
182
𝑝= 𝑥100 ↔ 𝑝 = 0.017020𝑥100 ↔ 𝑝 = 1,7%
10683
4.3 Análise e discussão dos resultados

Diante dos resultados anteriormente apresentados concluiu-se que a maioria das fichas clínicas
das crianças <5 anos atendidas no centro de saúde Samora Machel são do género feminino com
57%, e o género masculino com 47%, este resultado demonstra que ate agora em Moçambique
existem mais recém-nascidos do género feminino do que o género masculino. Um estudo
semelhante feito por OJEDA et al. 2013, diz que As crianças do sexo masculino representam
(53,3%) dos casos de internação por diarreia.

Quando analisou-se em relação a faixa etária observou-se que 33% dos utentes tem 6 meses a 1
ano, 22% com <6 meses, 16% com 1 a 2 anos, e finalmente com menor aderência 7% com 2 a 3
anos. Um estudo feito pela MISAU, 2005, diz que o grupo etário dos 6-11 meses é o mais
afectado das doenças diarreicas com 27%, seguindo-se dos 11-23 meses com 23%.
Depois da analise sobre os factores de risco em relação ao nível de escolaridade constatou-se que
55% das mães tem nível primário, 29 % com nível Secundário, 11% não tem nenhum nível e
com menor aderência 5% com nível superior. O estudo feito por RODRIGUES et al. 2014,
demonstra que a população é alfabetizada com 75%, 0% não alfabetizada e 25% negaram falar
sobre a sua situação académica, eles afirmam que mesmo que seja dado a informação as
populações com um nível de alfabetização menor a doença continuara a propagar-se por questões
culturais por isso em populações alfabetizadas a menor índice de diarreias.
Durante a pesquisa observou-se que 47 % das mães buscavam água dos poços para usar, 35 %
usavam rios, 16% usavam torneiras e finalmente 2% usavam lagoas para obter água para beber.
Um inquérito feito pela MISAU/INCAM, 2008, demonstram que a maior fonte de abastecimento

28
de água nas zonas urbanas usam mais os poços caseiros, a água dos rios e pouca população a
nível de Moçambique tem acesso a água potável. Um outro inquérito feito pela direcção distrital
de saúde em Mocuba demonstra também que a maior parte da população local usam água dos
poços seguido dos rios, o que faz com que sejam susceptíveis a desenvolverem casos de
diarreias. Ao observar o aspecto do bairro nota se que a fonte de abastecimento de água são os
poços e os rios.
Em relação ao tipo de doenças diarreicas mais prevalente encontramos a diarreia aguda com 77%
e seguido da diarreia crónica com 23%. Estudo feito por DAVID et al, 2009, diz que a diarreica
aguda representa um risco elevado de mortalidade principalmente para as crianças menores de 5
anos de idade e isto acontece pela desidratação do paciente. Em quanto a diarreia crónica a fecta
em menor proporção. Segundo o director do centro de saúde Samora Machel, ele diz que os
casos mais frequentes são da diarreia aguda e poucos são de diarreia crónica, o que sustenta com
outros estudos feitas em populações com mesmas características clínicas.
Em relação ao impacto da diarreia notou-se que não houve nenhum óbito no centro de saúde
Samora Machel de todos casos notificados e outros apresentavam se com desnutrição. Ao
comparar em relação ao primeiro trimestre do ano em curso notou-se que também o centro não
apresenta nenhum óbito. Isto acontece porque depois de serem notificados os casos são
transferidos para o Hospital Rural todos pacientes com diagnóstico de doenças diarreicas. Um
estudo feito pelo SUS, 2011 diz que as doenças diarreicas são responsáveis por 1258 óbitos por
ano ou mais óbitos.

29
CAPITULO V

5.1 Constatações

 A falta de entendimento dos funcionários do Centro de Saúde Samora Machel


 Os agentes de serviço não querem realizar as suas actividades que lhes foram atribuídas
deixando muito o pátio do centro de saúde sujo e muitas vezes são mandadas os estudantes
para realizar actividades de limpeza do pátio do centro.
 A deposição do lixo não é adequado porque lançam em um local que coloca em risco a saúde
das pessoas que residem ao redor do hospital principalmente as crianças.
 A falta de organização da parte dos funcionários do centro.

30
5.2 Sugestões

Direcção distrital de saúde

A direcção distrital de saúde tem que implementar umas salas no Centro de Saúde Samora
Machel para permitir o internamento das pessoas diagnosticas com problemas de diarreias
porque:
 Vão permitir que os utentes que residem a grandes distâncias do Hospital Rural de Mocuba,
usem o centro de saúde Samora Machel por estar mais perto.
 Formar activistas de cada local principalmente senhoras, lideres, secretários e chefes de zona
para permitir que elas façam chegar as medidas preventivas da diarreia, fazendo com que a
população local seja inserida no projecto e adoptarem segundo os aspectos culturais e o estilo
de vida da região.
 Promover feiras de saúde em colaboração com os líderes comunitários
A. Para o instituto
 Sendo um curso de saúde pública ministrado somente nesta instituição a nível do distrito tem
que investir na investigação para saúde criando memorando com outras instituições de ensino
para permitir a publicação de artigos científicos, trabalhos de culminação de curso e fazer
com que os estudantes deste curso se interessem pela investigação de modo aprofundar mais
os conhecimentos e o crescimento do curso e da instituição na produção da ciência.
 Ensinar aos estudantes no uso de programas estatísticos para permitir que seja mais fácil no
processamento dos dados, nas cadeiras de epidemiologia, metodologia de investigação
científica e estatística.
B. Para o centro de saúde Samora Machel
 A necessidade de continuar a intensificar no aconselhamento das mães sobre as medidas de
prevenção das doenças diarreicas dando exemplos concretos.
 Adquirir um financiamento para obtenção da certeza e o cloro para dar gratuitamente as mães
dos bebes nas consultas pediátricas explicando como usar, para alem disso usar outros
métodos como aquecer água, lavar as maus com cinza quando não tiver sabão e outras
medidas.

31
5.3 Conclusão

Este trabalho representa um estudo descritivo, transversal, desenhado para estudar a prevalência
das doenças diarreicas onde nos permitiu descrever os aspectos sociodemográficos, clínicos dos
pacientes menores de cinco anos diagnosticados no centro de saúde em estudo.
Contudo, conclui-se que nesse estudo observa-se com maior aderência das crianças a tendidas
mais mulheres com 57% do que os homens com 43%. Ao se referir em relação a faixa etária
observa-se que as crianças que apresentam maiores casos de diarreias são as de 6 meses a 1 ano
com 33%, seguido de> 6 meses e as 1 a 2 anos por ser uma fase mais susceptível a doenças
principalmente quando a mãe não tem muitos cuidados e os de 3 a 4anos são menos afectados
com 7%. Em relação ao acesso a educação escolar notei que existem mais mães com nível
primário com 55%, seguido de nível secundário com 29% e outras que não entraram na escola
com 11%. Ao analisar sobre a fonte de abastecimento de água notei que usavam mais os poços
com 47%, seguido de rios com 35 % usavam rios.
Em relação ao diagnóstico notei que a diarreia aguda é a mais comum com 77% e seguido da
diarreia crónica com 23%. E a prevalência deste estudo é de 1,7%.
Observando as características da população em estudo é notório que apesar dos agentes da saúde
difundirem sobre as medidas de prevenção das doenças diarreicas muita gente negligenciam e
isto faz com que haja maiores casos de diarreias. O estudo demonstra que não houve nenhum
impacto negativo pois não houve nenhum caso de óbito por diarreia e outras crianças apareciam
com problemas de desnutrição.
Deve-se criar políticas públicas relacionadas à saúde consoante as características da população e
do ambiente onde eles residem permitindo dar a educação para saúde do meio ambiente e
medidas de prevenção das comunidades residentes ao redor do centro de saúde Samora Machel,
de modo a pautar por boas práticas de higiene, alimentação saudável, medidas de prevenção das
doenças diarreicas e continuando a dar acesso atenção a saúde básica as comunidades residentes
distante do centro de saúde.

32
Bibliografias

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34
Anexos

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