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Introdução

Neste pertinente trabalho vamos tratar de um tema bastante sugestivo e


relevante para nós estudantes da cadeira de Introdução a Gestão da Faculdade
de Economia da UJES-Huambo. Apresentaremos conceitos gerais da Gestão
(etimologia e origem), Antecedentes Históricos propriamente a influência que a
Igreja teve na Gestão (Princípios Fundamentais, Tipo de Organização e Estilo
de Direcção).

Este trabalho, tem como objectivos:

Geral

 Compreender os antecedentes históricos da Gestão.

Específico

 Identificar a influência da Igreja na Gestão.

1- Conceitos Gerais da Gestão

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Segundo (CHIAVENATO 2003:39) A palavra administração vem do latim ad
(direção, tendência para) e minister (subordinação ou obediência) e significa
aquele que realiza uma função sob o comando de outrem, isto é, aquele que
presta um serviço a outro.

Para (TEIXEIRA 2011:3) Gestão é o processo de se conseguir obter resultados


(bens ou servidos) com o esforço dos outros.

“A gestão é o processo destinado a obter resultados com a utilização de todos


ou de uma parte dos recursos da organização” (TAMO 2006:27)

2- Antecedentes Históricos da Gestão: A Influência da Igreja

A evolução histórica da gestão sofreu grande influência de diversas


organizações e processos. Destacamos aqui a influência da igreja.

2.1- A Igreja Católica Romana

O termo grego KATHOLICÓS significa "universal", e foi aplicado à Igreja no


sentido de sua universalidade geográfica e conceptual, "apostólica" vem da
continuidade da tradição e trabalho dos apóstolos e o termo "romana" vem do
fato da sede principal estar situada em Roma. À medida que o império Romano
desaparecia, a Igreja Católica crescia na história da civilização, utilizando a
mesma base romana de administrar: hierarquia, disciplina e centralização de
comando, a Igreja de Roma regulou a vida civil e manteve, desde o Feudalismo
até a Idade Média, o monopólio da política e da economia na Europa ocidental.
É o maior ramo do cristianismo e o mais antigo como igreja organizada.

2.2- A Influência da Igreja Católica Romana na Gestão

A igreja católica romana influenciou profundamente a evolução histórica da


gestão. As normas e princípios da Administração Pública foram transferidas das
instituições dos Estados para as instituições da Igreja Católica.

Ao longo dos séculos, a Igreja Católica foi estruturando sua organização, sua
hierarquia de autoridade, seu estado-maior (assessoria) e sua coordenação
funcional. Hoje a Igreja tem uma organização hierárquica tão simples e eficiente
que a sua enorme organização mundial pode operar satisfatoriamente sob o

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comando de uma só cabeça executiva. De qualquer forma, a estrutura da
organização eclesiástica serviu de modelo para muitas organizações que, ávidas
de experiências bem sucedidas, passaram a incorporar uma infinidade de
princípios e normas administrativas utilizadas na Igreja Católica.

A igreja acrescentou uma poderosa administração central com diversas


assessorias criadas ao longo dos séculos. Simples, eficiente e poderosa
monetariamente, essa estrutura de administrar, possibilitou a igreja espalhar-se
pelo mundo todo sem concorrência, até então sem concorrência, pois esta só
surgiu com a Reforma Protestante.

2.3- Organização Católica e Seu Modelo de Gestão

 Princípios Fundamentais: Unidade de propósito e Unidade de objetivos.


 Tipo de Organização: Formal Linear baseada na hierarquia de
autoridade.
 Estilo de Direcção: Autocrática e Centralizada.

2.3.1- Princípios Fundamentais

À proporção que o cristianismo se expandia ocasionava muitos conflitos, fazendo


surgir novas seitas, a Igreja Católica teve a necessidade de se organizar, desta
forma definiu com clareza a sua missão, fins, objetivos, diretrizes, regras e
regulamento.
A Organização Católica em qualquer parte do mundo tem o mesmo propósito
que é a manutenção dos seus dogmas, regras, normas e procedimentos, daí
mantém a unidade de propósito, mantendo os mesmos objetivos do poder central
(Vaticano ou Matriz de uma empresa).
Apoiada não só na força de atração de seus objetivos, mas também na eficácia
de suas técnicas organizacionais e administrativas ela oferece um exemplo de
como conservar e defender suas propriedades, suas finanças, rendas e
privilégios e de como pôde se espalhar por todo o mundo e por isso exerce
influência para as organizações: com a criação de normas e regulamentos dentro

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de uma empresa para que seus funcionários possam segui-las, seja na matriz
ou nas filiais.
De acordo com estas normas e regulamentos todos os seus subordinados e fiéis
(ou funcionários de uma empresa) são autômatos com gestos e movimentos
dirigidos por uma disciplina que segue somente os interesses da organização
substituindo os interesses pessoais - todos se submetem a regras específicas
de vida como demonstração de fidelidade à organização.
Como exemplo disto, temos na Organização Católica:

 Para padres e religiosos: Castidade (vida celibatária), pobreza (não


adquire bens para si em função do próximo e da igreja) e obediência
(obedecer as normas de forma indiscutível);
 Para os fiéis : Batismo (torna-se filho de Deus – na infância), Eucaristia
(comunhão com Cristo) e Crisma (confirmação do batismo – quando se
adquire maturidade).

2.3.2- Tipo de Organização

Cada organização possui uma estrutura organizacional em função dos seus


objetivos, do seu tamanho, da sua natureza e da conjuntura que atravessa.
Desta forma, a Organização Católica é uma organização formal, ou seja, possui
determinação dos padrões de inter-relações entre os órgãos ou cargos, definidos
logicamente por meio dos princípios fundamentais da organização, para o
alcance eficiente dos seus objetivos mantendo o equilíbrio interno. Uma das
características da organização formal é o racionalismo – formulação de um
conjunto lógico de cargos funcionais baseada no princípio de que as pessoas
vão funcionar efetivamente de acordo com esse sistema racional.

Dentro dos tipos tradicionais de organização formal, a Organização Católica é


uma organização formal linear - existem linhas directas e únicas de autoridade e
responsabilidade entre superior e subordinados, explicando seu formato
piramidal ou vertical. Cada linha existente no organograma recebe e transmite
tudo o que se passa na sua área de competência, pois as linhas de
comunicações são rigidamente estabelecidas (hierarquia de autoridade), isto é,

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a comunicação é linear e formal limitada exclusivamente às relações formais
descritas no organograma:

Hierarquia da Igreja Católica


PAPA
 Bispo de Roma
 Líder mundial da Igreja
CARDEAL
 Nomeados pelo Papa
 Elegem o Papa
 Conselheiros do Papa
 Trabalham em assuntos administrativos
PATRIARCA
 Os Patriarcas são normalmente títulos possuídos por alguns
líderes das Igrejas Católicas Orientais
ARCEBISPO
 São Bispos das maiores Dioceses, também conhecidas de
Arquidioceses
BISPO
 Os Bispos (Diocesano, Titular, Coadjutor, Auxiliar e Emérito)
são os sucessores directos dos doze Apóstolos e, por isso,
receberam o todo do sacramento da Ordem.
PADRE
 Ministros destacados para servir uma congregação
DIÁCONO
 São os auxiliares dos bispos e possuem o primeiro grau
do sacramento da Ordem
LEIGO
 A maioria dos membros da Igreja Católica são leigos, que
têm a missão de testemunhar e difundir o Evangelho, bem
como uma vocação própria a de procurar o Reino de Deus.

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Vejamos:

O PAPA é a maior autoridade da Igreja Católica, e além de Supremo Pontífice


da Igreja Universal e soberano do Vaticano ele acumula vários outros títulos e é
o sucessor do apóstolo Pedro, o primeiro Bispo de Roma, nomeado por Jesus,
a pedra fundamental da igreja, conforme nos diz a Bíblia, que foi a primeira base
para formação desta organização, devido a isto sua autoridade é incontestável,
desde o mais alto prelado da cúpula eclesiástica ao mais humilde dos religiosos
ou fiéis, seu cargo é vitalício, eleito pelo Santo Colégio dos Cardeais reunidos
em Roma, e é o único cargo hierárquico que se manteve desde os dias do
Império Romano. Quando um papa morre, seu sucessor é eleito por um
conclave.

Depois do papa, o mais importante dignitário da Igreja é o CARDEAL, que tem o


significado de "superior eminente", de onde provém o tratamento de "eminência"
- colaboradores e conselheiros imediatos do Papa, são encarregados dos
deveres pastorais e administrativos no Vaticano. Estes formam o Alto Clero da
linha Hierárquica.

Na extremidade final da linha hierárquica da Igreja, existem duas Ordens: o Clero


Secular (Ordens Maiores) formados por Bispos vem da palavra grega
EPISKOPOI, que significa "supervisor" - os sucessores dos Apóstolos, as quais
Jesus confiou a tríplice missão de magistério, ordem e jurisdição, diáconos e
padres e o Clero Regular (Ordens Fechadas) cujos religiosos se submetem a
regras específicas de vida ou tipos de atividades, como é o caso dos monges.
Estes atuam em: Dioceses, oriundo da palavra grega "DIOKESIS" que significa
administração da casa, esta denominação antiga das províncias administrativas
romanas ou em Paróquias, termo derivado do grego PAROIKIA, que significa a
"segunda casa" , e se aplica na Igreja Católica às subdivisões da Diocese, cada
uma delas confiada a um Pároco.

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2.3.3- Estilo de Direcção

O estilo de direcção da Igreja Católica é Autocrático e Centralizado - imperativo


e autoritário, fazendo com que as ordens sejam concentradas em uma só pessoa
(o papa ou presidente da empresa), a qual não permite diálogo e contestação.

A autoridade é única e absoluta do superior sobre seus subordinados, decorrente


do princípio da unidade de comando e as decisões centralizam-se no topo do
organograma e os canais de responsabilidade são conduzidos por meio dos
níveis hierárquicos, ou seja , a autoridade máxima centraliza todas as decisões
e controla a organização.

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Conclusão

Após a pesquisa feita concluímos que a Igreja influenciou na Gestão com os


seus princípios administrativos que são: Princípios fundamentais- Unidade de
propósito e objectivo; Tipo de organização- Formal Linear baseada na
hierarquia de autoridade e Tipo de direcção- Autocrática e Centralizada.

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Referência Bibliográfica

CHIAVIENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Gestão,7ª ed. Rio de


Janeiro, Elsevier, 2003.

TAMO, Kianvo. Introdução à Gestão das organizações: Conceitos e Estudos de


Casos, 2ª ed. Luanda, CAPATÊ - Publicações Lda, 2006.

TEXEIRA, Sebastião. Gestão das organizações, 2ª ed. Portugal, 2011.

MATATEU, Luís. Material de apoio às aulas de Introdução à Gestão I, Huambo


/ Angola, 2019.

HIERARQUIA DA IGREJA CATÓLICA. Disponível em:


https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Hierarquia_cat%C3%B3lica. Aberto: 18 de
Abril de 2019.

FERREIRA, Bruna Gonzaga da Silva et al. Influência da Igreja Católica na


Administração. Disponível em:
https://www.ebah.com.br/content/ABAAAfhTwAG/influencia-igreja-catolica-na-
administracao. Aberto: 18 de Abril de 2019.

HISTÓRIA E ORGANIZAÇÃO DA IGREJA CATÓLICA. Disponível em:


https://www.trabalhosgratuitos.com/Sociais-Aplicadas/Ciências-Sociais/1-
HISTÓRIA-E-ORGANIZAÇÃO-DA-IGREJA-CATÓLICA-308320.html. Aberto:
18 de Abril de 2019.

A IGREJA ESTATAL DO IMPÉRIO ROMANO. Disponível em:


https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Igreja_estatal_do_Império_Romano. Aberto: 18
de Abril de 2019.

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