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plug cultura INFOR MATIVO DA SECRETARIA DE CULTURA DO ESTADO DA BAHIA | ANO I / N 1 | JAN –JUN 2007

Secretaria de Cultura dialoga com municípios


Bahia cria Fórum de Dirigentes Municipais de Cultura
TVE ampliam audiência para o interior
Kit-Livros para a população
Centro Cultural Plataforma abre suas portas
Governo abre ouvidoria no Pelourinho

PROGRAMA
destina R$ 48 milhões para a cultura
Editorial

Cultura de todos nós


A eleição de um governo popular trouxe uma mudança significativa
sobre a forma de conceber e gerir a cultura na Bahia. A cultura pas-
sa a ser entendida como toda criação simbólica do ser humano, os
ritos e manifestações populares; as etapas criativas dos processos
de produção; os modos de fazer; os valores, comportamentos e prá-
ticas que constroem a nossa identidade e diversidade cultural.
Nosso desafio é fazer uma gestão democrática, transparente e
participativa; descentralizar os programas governamentais para o
interior; ampliar o acesso aos meios de produção e bens culturais;
inserir a Bahia nos fluxos culturais contemporâneos e torná-la uma
referência internacional.
Esses e muitos outros êxitos dependerão da nossa capacidade
de trabalhar e atuar coletivamente, de construir um espaço de in-
terlocução entre todos os municípios e, principalmente, de somar
esforços para, junto com a sociedade, reafirmar o papel estrutu-
rante da cultura para o desenvolvimento econômico, social, político
e ambiental.

Marcio Meirelles
Secretário de Cultura do Estado da Bahia
Expediente

Plug Cultura – Informativo da Secretaria de Cultura do


Estado da Bahia | Ano 1 – Nº 1 – Janeiro a Junho 2007
Governador do Estado da Bahia: Jaques Wagner
Secretário de Cultura: Marcio Meirelles
Chefe de Gabinete: Carlos Paiva
Superintendente de Cultura: Ângela Andrade
Superintendente de Promoção Cultural:
Paulo Henrique de Almeida
Diretor da FPC: Ubiratan Castro
Diretor do Irdeb: Pola Ribeiro
Diretora da Funceb: Gisele Nussbaumer
Diretor do Ipac: Frederico Mendonça

Editores: Shirley Pinheiro (DRT – BA 836) & Iuri Rubim


Textos: Ana Paula Vargas, André Santana, Gabriela
Diniz, Geraldo Moniz, Marcos Pierry, Marcus Gusmão,
Shirley Pinheiro. Projeto Gráfico e Diagramação:
Iansã & Inara Negrão (Estúdio Quimera)
Fotos: Aristeu Chagas, Daniele Canedo, Lázaro Sérgio,
Luiz Henrique, Manu Dias,
Maurício Requião, Tomaz Neto, Raimundo Silva.

Capa: Arte digital de Inara Negrão sobre foto de Lázaro


Sérgio. Na foto: Nádia Acauã, índia Tupinambá.
O Plug homenageia artistas digitais. Nesta edição: Iansã
Negrão. Para receber o Plug Dsemanalmente, envie
email para: plug@cultura.ba.gov.br

Assessoria de Comunicação – Secretaria de Cultura do Estado da Bahia: Contato: 71 3116-4109 / ascom@cultura.ba.gov.br


www.cultura.ba.gov.br / Av. Tancredo Neves, 776, Ed. Desenbahia, Pituba Salvador BA CEP 41.820-904
Notas
Artesanato de Maragogipinho Filarmônicas do Recôncavo
Ainda durante a Feira de Caxixis 2007, foi O fortalecimento da cultura popular tradi-
realizada uma mostra com peças repre- cional é uma das diretrizes da Secretaria
sentativas da cerâmica tradicional de Ma- de Cultura da Bahia, que promoveu pela
ragogipinho, além de fotos e vídeos da pro- primeira vez na Feira de Caxixis o Encontro
dução dos oleiros nas décadas de 70 e 80 e de Filarmônicas do Recôncavo. Dez bandas
uma demonstração viva da técnica artesa- dos municípios de Nazaré, Santo Antônio
nal daquela comunidade em frente à Pre- de Jesus, Maragogipe, Cachoeira, Muritiba,
feitura de Nazaré. Aproximadamente 4.500 Mata de São João e São Félix reuniram cer-
pessoas visitaram a exposição nos quatro ca de 300 músicos que ajudaram a animar
dias de sua montagem. Uma produção da a tradicional feira de artesanato na Semana
Secretaria de Cultura, através da Fundação Santa. Entre elas estava a mais antiga fi-
Cultural, e Instituto Mauá, com curadoria larmônica baiana: a Sociedade Filarmôni-
de Ayrson Heráclito e Marlice Almeida, em ca Erato Nazarena, fundada em 1863, em
Representantes de parceria com a Secretaria de Cultura de Nazaré. Os grupos desfilaram pela cidade
17 Tribos Indígenas Nazaré. e tocaram num palco montado especial-
debateram políticas mente para as manifestações populares. A
públicas de iniciativa também teve o apoio da Prefeitura
cultura para suas de Nazaré e da Petrobras.
comunidades

Política cultural para Indígenas


Lideranças e integrantes de comunidades
indígenas de todo o Estado participaram,
em abril, do I Seminário Política Cultural
para os Povos Indígenas. Representantes
de 17 tribos indígenas construíram juntos
com a Secretaria de Cultura um documento
propositivo de políticas públicas. Na opor-
tunidade, o grupo elegeu e indicou Nádia
Acauã, da tribo Tupinambá de Olivença,
para integrar o Conselho Estadual de Cul-
tura. “Esse é um novo momento político,
estamos recontando nossa história e é im-
portante estarmos organizados para dialo-
gar com o novo governo”, disse a índia Ná-
dia Acauã.
Para o secretário de Cultura, Marcio
Meirelles, o encontro foi fundamental “para
escutar os índios de diferentes regiões da
Bahia e iniciar uma parceria para o fortale-
cimento da identidade cultural destes povos
e suas aldeias”. Os resultados do Seminá-
rio também vão servir de subsídios para a
articulação de políticas governamentais
com programas acadêmicos realizados por
universidades públicas, a exemplo do Pro-
grama Universidade Indígena e Quilombola,
da Universidade Federal da Bahia.

Informativo da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia 3


Domingo no tca
a preço popular
O Teatro Castro Alves abre suas portas para a população, com des-
taque para o projeto Domingo no TCA, que oferece ao público es-
petáculos de qualidade nas áreas de dança, teatro, música e circo
por um preço popular de apenas R$1 (um real). Realizado em ho-
rário alternativo, às 10 horas da manhã, o projeto permitiu que o
teatro recebesse um grande público que nunca antes teve acesso
ao TCA.
Até o mês de maio, foram realizadas três edições do projeto Do-
mingo no TCA com apresentação do Balé do Teatro Castro Alves, do
Circo Picolino e da peça “Mestre Haroldo e os Meninos”, reunindo
um público superior a cinco mil pessoas. Os próximos espetáculos
são o Recital do pianista Ricardo Castro, no dia 17 de junho, e a pre-
miada peça “Barrela” em julho.

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TCA 40 Cultura Colaborativa
Pautando suas ações e projetos pela bus- A cultura colaborativa é uma das priorida-
ca da qualidade, formação profissional, ex- des da Secretaria de Cultura da Bahia, que
celência artística, o Teatro Castro Alves se está trabalhando para a descentralização
revigora no ano em que completa 40 anos. na produção de informação e a criação com-
Nessa nova gestão, o TCA pretende con- partilhada. “Estes são alguns dos pilares
solidar-se como um dos mais importantes da nova forma de pensar a cultura, na qual
complexos de cultura do Estado, além de o conhecimento deve ter livre circulação”,
espaço para formação e reflexão. Uma das explica o assessor para Cultura Digital da
ações nesse sentido é o projeto Conversas secretaria, Iuri Rubim. Segundo ele, a tec-
Plugadas, que oferece novos aprendizados nologia digital pode atuar como peça-chave
aos baianos, através do intercâmbio com na difusão da pluralidade cultural baiana.
profissionais de excelência no cenário na- O tema está no centro das atenções do
cional e internacional. Encontro de Cultura Colaborativa (Ecco), de
12 a 15 de junho. Inédito no país, encontro
cospos esteaveis tem o objetivo de consolidar políticas de in-
O TCA mantém dois corpos artísticos está- clusão social, cultural e digital em âmbito
veis: o Balé do Teatro Castro Alves, que está estadual e nacional. O Ecco é fruto de uma
trabalhando junto com a nova diretoria e a parceria entre o governo federal, governo
Fundação Cultural para sua reestruturação estadual e Prefeitura de Salvador. Mais in-
e reformulação, e a Orquestra Sinfônica formações: www.culturacolaborativa.net
da Bahia, que já vive novos momentos. Em
2007, sob a nova gestão artística do pianista Intercâmbio internacional
baiano Ricardo Castro, a OSBA amplia suas A Secretaria de Cultura investe também no
ações. intercâmbio internacional da Bahia, atra-
Desde janeiro, já foram realizadas mais vés da cultura. O Embaixador de Portugal,
de 50 apresentações de seu corpo princi- Francisco Seixas da Costa, e o secretário de
pal e de suas Cameratas, incluindo espetá- Cultura da Bahia, Marcio Meirelles, anun-
culos gratuitos na sala principal do Teatro ciaram a intenção de criar um programa
Castro Alves e em outros espaços públicos, regular de circuito cultural entre os países
como igrejas, colégios da rede estadual e lusófonos e acertaram a parceria para as
associações. O corpo principal da Orques- comemorações do bicentenário da abertu-
tra se apresentou 11 vezes, sendo nove no ra dos portos no Brasil, que acontecem em
TCA e quatro com entrada gratuita, com um março do próximo ano.
público superior a quatro mil e quinhentas Em viagem à Venezuela, o secretário
pessoas. A OSBA também ganhou maior Marcio Meirelles acertou a parceria da Se-
reconhecimento como integrante do projeto cretaria com a Fesnojiv. O objetivo: promo-
Série TCA, com sete apresentações durante ver a inserção social de crianças e jovens
o ano. A OSBA prioriza a redefinição de seu baianos, através da educação musical, o
papel na sociedade, com a implantação de que será viabilizado através da Orquestra
um núcleo de formação e um programa de Sinfônica da Bahia e da criação de orques-
Orquestras Infanto-Juvenis (o Neojibá), que tras juvenis pelo Estado.
vem sendo firmado através de uma parce- Na França, a convite do governo francês,
ria com o Fesnojiv, da Venezuela. Com intui- o secretário negociou as mudanças para o
to de levantar fundos para a orquestra, foi Museu Rodin, que agora vai se transformar
realizado um projeto para a Lei Rouanet já no museu do diálogo. Além de abrigar obras
com um patrocínio do Desenbahia. de outros artistas, vai funcionar como espa-
ço para troca e convivência entre artistas.

Informativo da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia 5


Suprocult / Superintendência de Promoção Cultural

Secretário Marcio Meirelles anuncia que o


programa vai atender também ao interior, em
solenidade no Palácio da Aclamação / Foto Tomaz
Neto

Programa destina R$ 48 mi
para fomento à cultura
democratização A cultura baiana receberá um aporte de R$ o Fundo de Cultura, que já passam a operar
48 milhões, que serão liberados através do com novas regras a partir deste ano.
Programa de Fomento à Cultura, anunciado Descentralização, transparência e demo-
pela Secretaria de Cultura da Bahia no últi- cratização dos recursos são algumas das
mo dia 31 de maio. A solenidade, no Palácio metas da Secretaria, que assegurou, por
da Aclamação, reuniu mais de 350 artistas, exemplo, 50% dos recursos do Fazcultura
produtores e gestores culturais. Os recursos para as produções a serem desenvolvidas
serão destinados ao Fundo de Cultura, Faz- no interior. “Isso vai acabar com uma das
cultura e editais públicos nas diversas lin- distorções do programa: a concentração
guagens artísticas. A iniciativa também traz dos benefícios na capital”, afirma o secre-
novidades como uma linha de microcrédito tário estadual de Cultura, Márcio Meirelles,
– que está sendo desenhada para assegurar lembrando que, em 2006, produtores de
pequenos negócios na área de cultura – e Salvador e Lauro de Freitas levaram 93,5%
critérios diferenciados para o Fazcultura e dos recursos.

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Investimentos
Os investimentos do Programa de Fomento
à Cultura estão assim distribuídos: o Fundo
de Cultura conta com R$ 30 milhões, sendo
25% destinados ao Fundo de Participação
dos Municípios. O Fazcultura disponibili-
za até R$ 15 milhões através de incentivos
fiscais a empresas que apóiem projetos na
“o mais importante “É a primeira vez que “com o novo formato área cultural. Os R$ 3 milhões restantes se-
nessa mudança é eu vejo o projeto ser de cotas todas as rão investidos em projetos vencedores dos
a preocupação em explanado dessa forma. áreas passarão a ser 17 editais que serão lançados Funceb, Ipac,
englobar o interior” Agora ele deixou de ser beneficiadas. ” Fundação Pedro Calmon e Irdeb.
Dody, ator e diretor de uma coisa velada” Diana Gurgel, artista
teatro Gaio, artista plástico plástico Fazcultura e Fundo de Cultura
O Fundo de Cultura foi reformulado e
vai garantir já em 2007 uma antiga reivin-
dicação da classe artística: verba específi-

Economia da cultura ca para a manutenção de grupos de teatro


e dança. Outra inovação é a abertura para
projetos na área de cultura digital. O Fazcul-
A cultura hoje representa de 3 a 7% do PIB planetário e tem uma tura também passou por alterações signifi-
taxa de expansão de 6,3% ao ano. Esse é um dos indicadores do po- cativas, entre elas a inclusão da cota de 50%
tencial da cultura para o desenvolvimento econômico. Além disso, para os projetos produzidos ou realizados
no setor de serviços, a cultura apresenta uma das maiores taxas de no interior. A Secretaria também dá início ao
empregos do país. Os indicadores econômicos da cultura estão na debate com artistas, produtores e gestores
pauta da Secretaria de Cultura, que vem articulando com parceiros culturais para criar um novo modelo para a
nacionais e internacionais projetos voltados para o incremento da política de fomento à cultura, com a mudan-
economia da cultura na Bahia. “É fundamental discutir não apenas ça nas leis que regulamentam os dois pro-
o incremento da participação da cultura no PIB, mas também a in- gramas. Informações: www.cultura.ba.gov.
terferência da cultura na economia, na agregação de valor aos pro- br/fomentoacultura
dutos”, afirma o superintendente de Promoção Cultural do Estado,
Paulo Henrique de Almeida. Microcrédito
Técnicos de som, iluminadores, costureiras,

Carnaval 2007 maquiadores, cenógrafos, músicos e figuri-


nistas são alguns dos profissionais que fa-
zem as produções culturais acontecerem. É
O Carnaval de Salvador gera mais 130,7 mil empregos temporários, pensando neles que a Secretaria de Cultura
sem contar com as ocupações informais e as gratificações aos ser- da Bahia, em parceria com a Desenbahia,
vidores públicos. Este é um dos dados do estudo que está levantan- a Prefeitura de Salvador e o Sebrae, está
do os impactos do Carnaval 2007 sobre a economia de Salvador. O montando uma linha de microcrédito. Pela
documento está em fase final e é fruto de uma parceria entre as se- primeira vez profissionais da área cultural
cretarias estaduais de Cultura, Turismo, Fazenda e Planejamento, e terão a chance de conseguir empréstimos
a Prefeitura de Salvador. O estudo incluirá também dados sobre as de R$ 200 a R$ 5 mil para viabilizar peque-
receitas e despesas públicas, movimentação de pessoas e a taxa de nos negócios. O projeto piloto começa no
ocupação da rede hoteleira durante o período da festa. O trabalho início do segundo semestre, no Centro An-
faz parte do Programa de Estudos e Pesquisas da Secretaria Esta- tigo de Salvador. Em seguida, o projeto deve
dual de Cultura, que contará ainda com documentos como a Rede ser estendido para o interior do Estado.
Produtiva do Audiovisual na Bahia e o Informe Municipal do IBGE.
As iniciativas vão subsidiar a dinamização da Economia da Cultura
no Estado.

Informativo da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia 7


Sudecult / Superintendência de Cultura

descentralização
Secretaria dialoga com
municípios baianos

Descentralizar as políticas e ações culturais Governador Jaques de Cultura promoveu nos dias 6, 7 e 8 de
e democratizar o processo de formulação Wagner destacou o maio, o I Encontro de Dirigentes Municipais
das políticas públicas para o desenvolvi- diálogo franco com os de Cultura, com a participação do Governa-
mento da cultura. Para cumprir essas es- municípios, na abertura dor Jaques Wagner e secretários estaduais.
tratégias definidas pelo Governo da Bahia, a do I Encontro de Estiveram presentes secretários e gestores
Secretaria de Cultura da Bahia (Secult) está Dirigentes Municipais públicos de 139 municípios. Após três dias
desenvolvendo um trabalho integrado para o de Cultura do Estado de debates, foi criado o primeiro Fórum de
desenvolvimento territorial em todo o Esta- Dirigentes Municipais de Cultura, cujo de-
do, a partir da cultura. De janeiro a junho, já safio é pactuar com os 417 municípios um
foram realizados encontros e debates com protocolo de intenções para implementação
artistas, produtores e gestores públicos de de políticas de cultura que promovam o de-
dezenas de municípios, abrangendo os 26 senvolvimento.
Territórios de Identidade, além de reuniões “A partir do diálogo franco e da troca de
com 150 prefeituras, através de associações idéias, poderemos construir uma política
e consórcios municipais. estadual de cultura”, afirmou o governador
As ações empreendidas pela Secreta- Jaques Wagner, na abertura do Encontro.
ria visam a criação do Sistema Estadual de Para o secretário estadual de Cultura, Mar-
Cultura, a implantação das representações cio Meireles, a interlocução com os gesto-
territoriais da Secretaria de Cultura, a reali- res municipais é um passo importante para
zação da II Conferência Estadual de Cultura a democratização do acesso à cultura. “Va-
e o desenvolvimento territorial da cultura. mos trabalhar junto com o Fórum para o de-
Como passo inicial para a construção do senvolvimento cultural de todo o Estado da
Sistema Estadual de Cultura, a Secretaria Bahia”.

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Desenvolvimento territorial
A Secretaria de Cultura da Bahia optou pelo
planejamento e desenvolvimento territorial
da cultura por considerar o território como
a dimensão fundamental para viabilizar as
políticas culturais, afinal é onde a popula-
ção constrói a sua identidade e onde pode
ser potencializada a articulação entre os
municípios. O trabalho começou pelo Baixo
O Fórum vai promover A criação do Fórum vai O Encontro foi um Sul, onde foram realizados vários encon-
o intercâmbio e fortalecer uma política grande marco para o tros e debates com a classe artística, pro-
articulação da rede de cultura que tenha fomento da cultura, dutores e também com as representações
de municípios. Essa a cara da Bahia e não de valorização dos políticas, empresariais e da sociedade.
iniciativa é importante apenas da capital. Uma agentes culturais. A própria comunidade definiu as ações
para formatar uma oportunidade ímpar Vai fortalecer todas prioritárias para o território em reunião
visão diferenciada de dos municípios terem as políticas que há pública no dia 21 de maio, no Centro Cul-
cultura na Bahia. voz. Isso nunca tinha muito tempo nós tural de Valença: capacitação dos agentes
Cláudio Bonetti acontecido. sonhávamos. culturais, mapeamento das expressões
– secretário de Cultura Maria das Graças Silva Pitágoras Luna culturais e fortalecimento da gestão cultu-
de Santa Cruz Cabrália Pinto – secretária de – diretor do ral. A Secretaria de Cultura anunciou que
Educação e Cultura de Departamento de tem recursos assegurados para atender à
Jequié Turismo do município primeira prioridade e vai começar a capa-
de Seabra citação de 80 agentes culturais nos próxi-
mos meses. O próximo desafio é atuar nos
municípios do Nordeste e Semi-Árido, atra-
vés do programa Terra de Valor, coorde-
nado pela Secretaria de Desenvolvimento
Regional do Estado.OPrograma Integrado
de Desenvolvimento Territorial da Cultura
envolve ações transversais, incluindo ou-
tras secretarias estaduais, os municípios,
iniciativa privada, ONGs, universidades e os
agentes culturais

O Encontro respondeu Pela primeira vez o Finalmente quebramos Pontos de irradiação cultural
as aspirações dos Governo está dando um jejum de quase O Governo da Bahia vai ter representações
dirigentes municipais um passo importante 40 anos sem discutir da Secretaria de Cultura da Bahia em to-
de cultura da Bahia. para a dimensão a questão cultural. dos os territórios de identidade. A Secult
O modelo do Fórum democrática, Agora temos a já visitou e fez um diagnóstico dos 13 Cen-
é ideal porque mostrando que a possibilidade do tros de Cultura vinculados à estrutura da
respeita a diversidade Bahia não está restrita interior ser ouvido com Fundação Cultural e está implantando um
organizativa dos apenas ao Recôncavo. a pluralidade própria novo sistema de gestão. Além disso, está
municípios. A grande diferença do da Bahia e do Brasil. em negociação com a Uneb a instalação
Vicente Lima Neto – Fórum é a participação Gildelson Felício de outras representações, visando atingir
secretário de Cultura, do interior. – secretário de Cultura os 26 territórios de identidade. Cada centro
Esporte e Lazer de Soraya Pinto e Turismo de Vitória da vai funcionar como ponto de convergência
Lauro de Freitas - secretária de Conquista e irradiação cultural para os municípios do
Educação, Cultura e território onde está localizado.
Lazer de Irecê

Informativo da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia 9


Bahia tem primeiro Fórum de COORDENAÇÃO

Dirigentes Municipais de Cultura Coordenador Geral:


Gildelson Felício (Vitória
da Conquista)
Em quatro meses de governo, numa experiência inédita na Bahia, a Vice-coordenador:
Ricardo Bitencourt
Secretaria de Cultura do Estado sugeriu e viu aprovada a criação do (Senhor do Bonfim)
Fórum de Dirigentes Municipais de Cultura, com a participação de Secretário: Cláudio
um terço dos municípios (139) e a representação de todos os 26 Ter- Bonetti (Santa Cruz
ritórios de Identidade. De acordo com a superintendente de Cultura Cabrália)
do Estado, Ângela Andrade “a idéia é atuar em rede para assegu- Articulação e
rar de forma mais eficiente as ações de descentralização da cultura Integração: Júlio César
Oliveira (Valença)
para o interior”.
Política Sócio-Cultural:
O coordenador geral eleito para o Fórum, Gildelson Felício (se- Weldon Bitencourt (Boa
cretário de Cultura de Vitória da Conquista), anuncia os desafios Vista do Tupim)
para o Fórum: “vamos sensibilizar os prefeitos para manter essa Produção Cultural:
chama acesa e discutir as políticas culturais de forma aberta e livre Marcelo Batista de
Souza (Camacã)
com a sociedade. Enquanto gestores da área de cultura devemos
Patrimônio Artístico e
sugerir questões dentro do orçamento, das leis de incentivo e colo- Arqueológico: Fátima
car em prática o que foi alinhado no Fórum em termos de propostas Fróes (Salvador) e
para o Sistema Estadual de Cultura”. Pitágoras Luna (Seabra)

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Territórios de identidade da Bahia

I Fórum de Dirigentes Municipais de Cultura elege representantes dos Territórios de Identidade

Território Representante 15 Bacia do Jacuípe Normelita Oliveira da Silva


01 Irecê Marivaldo L. do Sacramento 16 Piemonte da Diamantina Wellighton de Melo O Silva
02 Velho Chico Jorge Serra 17 Semi-Árido Nordeste II Jucimar Pereira dos Santos
03 Chapada Diamantina Pitágoras Luna Agreste Alagoinhas Lit.
18 Aislan Reis Rocha
Norte
04 Sisal Erivaldo Oliveira da Silva
19 Portal do Sertão Antonio Maurício S. de Carvalho
05 Litoral Sul Marcelo Batista de Souza
20 Vitória da Conquista Gildelson Felício de Jesus
06 Baixo Sul Julio Cesar de Oliveira
21 Recôncavo Cátia Santana Garcez
07 Extremo Sul Cláudio Bonetti
22 Médio Rio de Contas Gentil de Almeida Neto
08 Itapetinga Uilson Silva Pedreira
23 Bacia do Rio Corrente Valdeci Augusto de Oliveira
09 Vale do Jiquiriçá Carlízia Pacheco da Silva
24 Itaparica José Ivaldo de Brito Ferreira
10 Sertão do São Francisco Hertz Félix
Piemonte Norte do
11 Oeste Baiano Sid James Lopes 25 Ricardo Bitencourt
Itapicuru
12 Bacia do Paramirim Flordenice Rego P. O. Costa
26 Met. de Salvador Fátima Fróes
13 Sertão Produtivo Etelvina de Queiroz Santos
14 Piemonte de Paraguaçu Weldon Bitencourt
FPC / Fundação Pedro Calmon

Livros são
distribuídos para
a população
Cerca de 30 mil obras literárias e artísticas, “A Fundação Pedro Calmon assume, nes-
além de Cds, DVDs e artigos multimídia, ta nova gestão à frente da cultura da Bahia,
financiados pela Secretaria de Cultura do a missão de promover o livro, a leitura e a
Estado nas últimas gestões foram encon- literatura, através da edição de novos e re-
trados empilhados nos arquivos da Fun- nomados autores, da qualificação dos espa-
dação Cultural e na Biblioteca Pública do ços de leitura como as bibliotecas e da valo-
Estado (Barris). Obras de importantes au- rização e estímulo aos leitores. Entendemos
tores como Antonio Brasileiro, Ildásio Tava- este acervo como um bem público de grande
res e Assis Brasil passaram, desde então, a valor e que deve estar ao alcance de todos”,
compor o Kit Livros, que a Fundação Pedro afirmou Ubiratan Castro, diretor-geral da
Calmon tem distribuído para bibliotecas co- Fundação Pedro Calmon.
munitárias, associações e demais entidades Dentre as ações de valorização da leitura,
que promovem a leitura na Bahia. É o Pro- a Fundação realizou nos últimos cinco me-
jeto “Livros à Mão Cheia”, lançado no dia 14 ses diversas ações literárias gratuitas nas
de março, na data em que se comemorou o bibliotecas públicas do estado. Diariamente
Dia Nacional da Poesia, em homenagem ao são realizadas atividades voltadas para os
nascimento de Castro Alves. diferentes públicos e faixas etárias, para que
a população mantenha uma relação íntima e
constante com as bibliotecas. “Estamos po-
tencializando as bibliotecas públicas como
espaços de conhecimento, lazer e desco-
bertas”, afirma Solange Mattos, responsá-
vel pela Diretoria de Bibliotecas Públicas,
que coordena os cinco espaços na capital,
além de Itaparica e Lençóis.

12 plug cultura jan — jun 2007


Ciclo de conferências
reviveu período de maior
desenvolvimento da Bahia

O período de 1945 a 1964 na Bahia foi mar-


cado por importantes transformações po-
líticas, econômicas e culturais e por um
governo democrático, garantido pela al-
ternância de poder entre diferentes grupos
políticos. Para organizar a memória sobre Bienal do Livro
este período e debater rumos para a Bahia, A 8º edição da Bienal do Livro da Bahia,
que experimenta agora um novo momento realizada em abril, reuniu cerca de 200 mil
democrático, a Fundação Pedro Calmon pessoas no Centro de Convenções, fruto de
promoveu um ciclo de conferências intitu- parcerias entre a Fagga Eventos e o Gover-
lado Memória do Desenvolvimento da Bahia no do Estado. Com a Bienal, foi reafirmada
(1945-1964), reunindo personalidades polí- a importância da leitura para formação dos
ticas e acadêmicas que protagonizaram as cidadãos, para a difusão do conhecimento,
mudanças político-culturais deste período movimentação da economia e expressão
na história baiana. cultural baiana, diretrizes culturais da nova
“Ao possibilitar à platéia o diálogo com gestão do Estado. Realizando vídeo-confe-
personalidades como José Sérgio Gabrielli, rências, a Fundação Pedro Calmon levou o
José Carlos Capinam, Fernando da Rocha evento para o interior do Estado e para Por-
Peres, Aninha Franco, Fernando Schimdt, tugal, descentralizando e democratizando a
dentre outros, o ciclo de conferências apre- cultura e a literatura. A fim de criar a base
sentou um rico panorama daquela época”, para o Plano Estadual do Livro, Leitura e Li-
afirmou Wlamyra Albuquerque, responsá- teratura (PELLL), a Bienal também foi ponto
vel pela Diretoria de Arquivos da Fundação. de encontro entre o Governo e o Ministério
Segundo ela, os registros dos eventos já da Cultura, com o seminário “Construindo o
se fazem valiosos para o acervo da Funda- PELLL”, com a participação de professores
ção Pedro Calmon, que irá organizar o Pa- e gestores culturais baianos.
lácio da Memória, disponibilizando este co-
nhecimento de forma atraente e interativa e Comemorações nas Bibliotecas
com acesso livre para a população baiana O primeiro semestre foi de comemora-
ções nas bibliotecas públicas do estado:
Encontros de Arquivistas aniversário de 10 anos da Biblioteca Tha-
A Associação dos Arquivistas da Bahia les de Azevedo (Costa Azul em 30/3); os 57
(AABA) e a Fundação Pedro Calmon re- anos da Infantil Monteiro Lobato (Nazaré,
alizaram entre os dias 25 e 28 de abril o I em 18/4) com inauguração do Infocentro;
Simpósio Baiano de Arquivologia (SBA) e o 196 anos da Biblioteca Pública do Estado
III Encontro Baiano de Arquivos Municipais (Barris, em 13/5), a primeira do Brasil e da
(EBAM), reunindo gestores e profissionais América Latina; celebração na Juracy Ma-
de arquivos públicos, em fóruns sobre as galhães Júnior (Itaparica, em 25/5), com
novas políticas de gestão documental no o II Encontro com os Artistas. No próximo
estado. Os encontros constituíram um semestre, as comemorações se estendem
marco na relação entre o poder público e os às bibliotecas Juracy Magalhães Júnior (Rio
profissionais envolvidos no setor na Bahia. Vermelho) e Anísio Teixeira (Ladeira de São
Bento), que celebrará em 12 de julho, o ani-
versário de seu patrono, o educador baiano
Anísio Teixeira. A Casa de Cultura Afrânio

Informativo da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia 13


Irdeb / Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia

TV pública para todo o interior


O Irdeb (Instituto de Radiodifusão Educativa
da Bahia) vem recuperando a malha de an-
tenas da TVE em várias cidades e aumen-
tou a potência da Educadora FM. Após um
diagnóstico que identificou falta de manu-
tenção em 150 estações de transmissão da
TVE no interior, o Irdeb já recuperou, desde
março, em parceria com a Secretaria de In-
fra-Estrutura, 40 dessas estações.
O próximo passo é aumentar a produção
local. A temporada junina na TVE contará
com uma série de reportagens e especiais
produzidos em mais de vinte municípios
do estado. A idéia é mostrar a diversidade
cultural, gastronômica, musical e religiosa
quando o assunto é festa de São João, San-
to Antônio e São Pedro na Bahia.
No próximo dia 25, a TVE irá transmitir, ao
vivo, a tradicional Festa da Independência
da Bahia, que acontece anualmente em Ca-
choeira. E o 2 de Julho em Salvador tam-
bém terá ampla transmissão e cobertura,
com veiculação em rede nacional pela TV
Cultura, de São Paulo.

Cobertura afro
Doc tv
A Bahia aumentou sua participação no
DOCTV, programa de incentivo à produção
e difusão de documentários coordenado
A cobertura do Carnaval de Salvador, em A ênfase nos blocos nacionalmente pelo Ministério da Cultura e
fevereiro, priorizou o carnaval afro que não e na música afro foi regionalmente pelas tevês públicas estadu-
era visto na TV. Foram mais de 40 horas de uma aposta vitoriosa ais. Na quarta edição do concurso, este ano,
transmissão ao vivo pela TVE e boletins da da TV E e da Rádio os documentaristas baianos serão contem-
folia veiculados pela Educadora FM. A ên- Educadora no carnaval plados com seis prêmios de R$ 100 mil. Até
fase nos blocos e na música afro foi uma deste ano. o ano passado, a TVE contemplava apenas
aposta vitoriosa. Salvador e mais 150 mu- dois projetos. Os quatro novos orçamentos
nicípios da Bahia, além de 300 emissoras serão viabilizados com as parcerias fir-
de outros estados, puderam acompanhar madas com a Federação das Indústrias do
os musicais, as reportagens e o desfile na Estado da Bahia, Assembléia Legislativa,
avenida das agremiações carnavalescas de Câmara de Vereadores de Salvador, além
matriz africana. do aporte direto da Secretaria de Cultura do
Estado para o quarto prêmio.

14 plug cultura jan — jun 2007


Apoio à produção independente
A Diretoria de Artes Visuais e Multimeios -
Dimas tem concentrado todos os recursos
audiovisuais disponíveis no apoio à produ-
ção independente. Este novo foco permitiu
o apoio dos técnicos e a utilização do par-
que de equipamentos por cerca de 90 pro-
duções, em vários suportes. O apoio da Di-
mas nestes primeiros cinco meses do ano
foi essencial na realização de filmes como
Cordeiros, de Amaranta César, Vaqueiros
Canudos, de Miguel Teles, A lenda da Lagoa
Vermelha, de Eutímio Rodrigues, Luz, Câ-
mara e Axé, de Élson Rosário, Rezadeiras,
de Patrícia Carla e Memória e Resistência,
de Bartolomeu Dias.

Convênio com Cinemateca


Parte significativa da memória audiovisual
da Bahia começa a ser catalogada e passa-
rá a integrar o SIBIA – Sistema Brasileiro de
Parcerias Informação Audivisual. O trabalho é resul-
Ao longo de cinco meses, o Irdeb firmou parcerias com diversas tado de parceria da Dimas com a Cinema-
instituições com o objetivo de promover o intercâmbio cultural, teca Brasileira e possibilitará a inserção do
tecnológico e profissional, buscando qualificar a TVE e a Educa- acervo baiano nos projetos e estratégias do
dora FM como atores engajados na conjuntura da comunicação na Ministério da Cultura para a preservação
Bahia, no Brasil e no mundo. Foram firmados protocolos de inten- do audiovisual nacional. O convênio com a
ções com uma emissora estrangeira – a TPA, de Angola –, e ainda Cinemateca brasileira é o primeiro passo
com o Grupo Cultural Olodum, o Instituto Anísio Teixeira e a Secre- para a criação da Cinemateca da Bahia. O
taria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos. . A TVE já tem exibido acervo da Dimas é composto por cerca de
programas angolanos e o Olodum anunciou para o mês de agosto 400 rolos de filmes, cerca de 1700 videos e
o início dos trabalhos para a produção de uma minissérie sobre a 300 DVDs.
Revolta de Búzios que contará com o cineasta Joel Zito Araújo na
direção e elenco encabeçado por Lázaro Ramos, Ruth de Souza e TV pública
Camila e Antonio Pitanga. Mais de 1.200 pessoas participaram do se-
minário TV Pública: Gestão & Tecnologia,
Bahia Film Comission promovido pelo Irdeb, no mês de março.
Órgão base da futura instituição pública que irá centralizar todas O evento reuniu estudantes, professores,
as ações da Secretaria de Cultura para o segmento audiovisual, em pesquisadores, produtores independentes,
uma iniciativa inédita no Brasil, o Irdeb constituiu, em parceria com jornalistas e gestores de emissoras públi-
a Secretaria de Turismo, a Bahia Film Comission (BFC), que tem cas de diferentes estados, além de repre-
realizado ações institucionais em escolas, festivais e outros even- sentantes dos governos estadual e federal.
tos da classe audiovisual, além de já ter garantido a participação Na pauta de discussão, a diferença entre o
da Bahia em três longas que serão rodados em 2008 – Capitães público e o estatal, o impacto tecnológico
da Areia, de Cecília Amado, Mátria, de Jom Tob Azulay, e Faroeste e de conteúdo da tevê digital, os diversos
Caboclo, de Paulo Lima. A BFC colabora com a realização de dois desenhos institucionais da tevê pública no
filmes que serão rodados ainda este ano: o curta-metragem baiano Brasil e outros temas. As propostas vão
Doido Lelé, de Ceci Alves, e o documentário Favela Resistence, da subsidiar as ações da nova gestão para a
italiana Albertina Pizzano. TV Educativa – a TV Pública da Bahia.

Informativo da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia 15


Funceb / Fundação Cultural do Estado da Bahia

Após 14 anos de protestos, o Subúrbio Fer- jeto Plataforma Cultural prevê um mês de
roviário reintegra a sua vida cultural um atividades diversificadas nas áreas de ci-
espaço que simboliza a luta do movimento nema, dança, teatro, música, além de ofi-
social da região. O Centro Cultural Plata- cinas artísticas e palestras, valorizando a
forma (com capacidade para 200 pessoas produção da cultura local. “O Centro Cul-
e infra-estrutura de som, luz, projeção de tural Plataforma reabre suas portas com
vídeo, além de quatro salas para ensaio), uma intensa programação, devolvendo o
finalmente abre suas portas com o Proje- equipamento à comunidade, valorizando
to Plataforma Cultural. A cerimônia oficial e estimulando a produção local”, disse
de abertura aconteceu no sábado, dia 9 de Gisele Nussbaumer, diretora geral da
junho, com a presença de autoridades e Fundação.
representantes da comunidade local. Na O resultado alcançado é fruto de intensa
cerimônia apresentaram-se dois dos mais mobilização. Desde janeiro, a Fundação
antigos grupos artísticos da região: o Grupo interage com diversos grupos artísticos,
de Dança Herdeiros de Angola e o Grupo de culturais e sociais do subúrbio ferrovi-
Teatro É ao Quadrado. ário. Em abril, o I Seminário do Centro
Promovido pela Fundação Cultural do Esta- Cultural Plataforma, realizado pela Fun-
do da Bahia (Funceb), em parceria com mais ceb, congregou artistas, produtores cul-
de 20 organizações que constituem o Fórum turais e representantes de mais de 30
Comunitário do Subúrbio e a Dimas, o Pro- organizações da sociedade.

Centro Cultural
de Plataforma abre
suas portas
Encontros com a classe artística
Marca da nova gestão cultural do estado, o diálogo com a sociedade civil também foi pro-
movido pela Funceb através dos Encontros Setoriais com a comunidade artística dos seg-
mentos de artes visuais, dança, música e teatro, reunindo, em duas edições, quase mil
participantes. O primeiro encontro aconteceu em fevereiro, na sala do Coro do TCA, com
produtores e gestores culturais, num processo de consulta pública e debate. O evento foi
reeditado no início do mês de junho (dias 5 e 6), com a proposta de apresentar os editais,
programas e projetos da Fundação Cultural. Além de promover um processo mais partici-
pativo de construção das políticas públicas da cultura, os encontros também mobilizam a
classe artística para a formação das Câmaras Setoriais, que vão participar da elaboração
do Plano Estadual de Cultura e ter assento no Conselho de Cultura do Estado. No interior
da Bahia, o primeiro Encontro Setorial aconteceu em Valença, em maio.

Encontros Setoriais
com a classe artística/
foto Raimundo Silva

Novas áreas, novas políticas Primeiros editais de 2007


A Fundação Cultural do Estado da Bahia Oito editais serão lançados pela Funceb
vem realizando um amplo processo de re- na segunda quinzena de junho e mais nove
formulação de suas diretrizes e políticas. serão abertos até o final do ano. O objetivo
As linguagens artísticas ganharam mais é garantir a democratização do acesso aos
foco, com a criação de diretorias específi- recursos públicos e favorecer a descentra-
cas para as Artes Visuais, Dança, Música e lização das atividades culturais no Estado.
Teatro, e uma assessoria de Artes Circen- Artes visuais: editais para os Salões Re-
ses. Além disso, passa a investir em novas gionais de Artes Visuais da Bahia e Portas
áreas, como moda e design, e implementar Abertas para as Artes Visuais, destinado à
ações estruturais, como workshops de crí- exposições em espaços da Fundação.
tica cultural e um programa de fomento ao Música: um edital de apoio à produção
investimento privado em cultura. fonográfica e audiovisual, contemplando
Para o interior do Estado, a política da a produção de conteúdo digital. Dança: o
Fundação alinha-se à descentralização Quarta que Dança e outro que apóia proje-
proposta pela Secretaria, prevendo per- tos de pesquisas artística e atividades ar-
centuais específicos para proponentes do tísticas educacionais. Teatro: apoio a inicia-
interior em alguns editais, e elaborando ou- tivas que fortaleçam o teatro baiano, como
tros que vão ter suas atividades realizadas temporadas, cursos, oficinas, seminários,
exclusivamente nos territórios. Os equipa- intercâmbios, publicações, sites. E um edi-
mentos culturais da Funceb também pas- tal de ocupação do Espaço Xisto Bahia por
sam a ter diretrizes definidas em relação à grupos residentes (iniciativa inédita que vai
democratização do acesso e dos processos selecionar pelo menos um grupo de teatro
de gestão, tanto no que se refere à seleção e um de dança para realizar a gestão par-
dos seus coordenadores, quanto na política ticipativa do espaço) e de cessão de pauta
de cessão de pautas. em diversos espaços da Fundação.

Informativo da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia 17


Ipac / Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural

Ouvidoria no Pelourinho
Uma antiga reivindicação dos moradores enquanto bairro integrante do Centro Anti-
do Pelourinho finalmente é atendida pelo go de Salvador e traçar estratégias de ação
Governo da Bahia: a instalação, no dia 12 considerando a conservação do patrimônio
de junho, do posto de Ouvidoria, na Casa e a inclusão social”, afirma o diretor geral
12, no Largo do Pelourinho. A demanda por do Ipac, Frederico Mendonça. Segundo ele,
um diálogo com o poder público foi uma das “a nova postura de gestão pública resga-
principais demandas apresentadas pelos ta o centro antigo e inclui os moradores no
moradores em audiência pública com os se- processo”. Afinal, o Centro Antigo de Salva-
cretários estaduais Marcio Meirelles (Cultu- dor reúne uma população total de mais de
ra) e Luiz Alberto (Promoção da Igualdade). 13 mil pessoas, dos quais, 40% têm até 24
anos, e 46% das famílias são chefiadas por
Diálogo com moradores – O diálogo com os mulheres, conforme estudos realizados
moradores e associações representativas pela Sei/Faufba.
para promover a governança do Centro An- Para realização do projeto do Centro An-
tigo de Salvador (do qual faz parte o Pelou- tigo de Salvador será assinado, em breve,
rinho) é uma das prioridades do Ipac (Ins- um convênio do Governo da Bahia com o Mi-
tituto do Patrimônio Artístico e Cultural). nistério das Cidades, que envolve diversas
Desde janeiro, o Ipac trabalha com mais de secretarias estaduais e a Prefeitura de Sal-
15 órgãos municipais, 20 do governo esta- vador. O Ipac já participa do Comitê Gestor
dual, cinco do governo federal e mais de 80 da 7ª etapa de recuperação, que está sendo
associações e instituições, representando conduzida pela Conder, vinculada à Secre-
moradores, comerciantes e artistas. taria Estadual de Desenvolvimento Urbano,
“A proposta é construir com todos os se- através do Programa Monumenta, finan-
tores da sociedade o projeto do Pelourinho ciado pelo Ministério da Cultura e BID.

O diálogo com os
moradores do Centro
Antigo de Salvador é
uma das prioridades
do Ipac

18 plug cultura jan — jun 2007


Baiano aumenta Museus do Estado Realizações em parcerias

visitação a museus
abrem em novos As ações do Ipac no Centro Antigo são re-
horários e ganham alizadas, sempre, em parcerias. Como o
adesão dos baianos Carnaval do Pelourinho, quando 120 parcei-
O número de visitantes nos 12 museus ad- ros estiveram juntos para garantir qualida-
ministrados pelo Ipac aumentou em 400% de, bem-estar e satisfação para milhares
de janeiro a junho deste ano, com picos na de foliões brasileiros e estrangeiros. Assim
Semana de Museus, em maio. O principal também foi na Festa de Aniversário da Ci-
motivo foi a abertura desses espaços em dade do Salvador e nas ações de manuten-
novos horários e também nos finais de ção e limpeza do Pelourinho e adjacências,
semana, além de visitas guiadas e campa- iniciado simbolicamente na Vila Nova Espe-
nhas comunitárias para garantir o acesso rança (antiga Rocinha). Agora, as parcerias
da população. O museu do Recôncavo, por se intensificam para os festejos juninos e
exemplo, conseguiu freqüência recorde de a passagem patriótica do cortejo do 2 de
sua história com mais de 600 visitantes. Julho.
Localizado às margens da Baía de Aratu, o
museu já tem recursos garantidos da Pe- Ipac no interior
trobrás para obras emergenciais de con- O Ipac amplia suas ações para o interior,
solidação. Agora, o Ipac ganha mais um sobretudo através do programa Monumen-
museu, o Rodin, temporariamente batizado ta em Cachoeira e Lençóis. Mantém as suas
de ‘museu do diálogo’ que será nova refe- ações no Recôncavo e amplia seu trabalho
rência cultural na Bahia. para a Chapada Diamantina, Sertão Baia-
O interesse pelos museus estaduais aca- no e Baixo-Sul. Neste último, atua através
ba com o mito de que o baiano só freqüen- de projetos de Educação Patrimonial e do
ta praias e festas. “Nas maiores cidades Inventário Nacional de Referências Cultu-
do mundo os museus ficam abertos quase rais, sob a liderança da 7ª SR Iphan e junto
todos os dias, principalmente, nos finais às prefeituras de Valença, Ituberá e Cairu.
de semana e é esse o entendimento que Dentre as ações de salvaguarda, vale re-
a Secretaria de Cultura tem desses espa- gistrar o atendimento emergencial às pre-
ços”, diz o diretor-geral do Ipac, Frederico feituras de Alagoinhas (Estação Ferroviá-
Mendonça. Até 2006, os museus estaduais ria São Francisco) e de Maragogipe (igreja
permaneciam fechados nos fins de semana local), além de elaboração de medidas de
e só abriam nos dias úteis para a visitação salvaguarda para o Museu Ecológico do
de turistas. artista internacionalmente reconhecido,
Franz Krajcberg.

Informativo da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia 19


Conferência Estadual
de Cultura
O diálogo com a sociedade para a realiza-
ção da II Conferência Estadual de Cultura
já começou. Essa é uma etapa importante
no processo de construção democrática de
uma política de cultura para o Estado da
Bahia, a ser viabilizada através do Plano Es-
tadual de Cultura.
Desde janeiro, a Secretaria de Cultura da
Bahia vem promovendo encontros a fim de
estimular a organização de grupos de traba-
lho. Até o momento, já foram realizados en-
contros preparatórios em 40 cidades de 25
territórios de identidade, com a participação
de cerca de 2 mil pessoas, representando
mais de 160 municípios.
“Em articulação com artistas, produto-
res, gestores, empresários e organismos
culturais em todos os territórios, está sendo
criado um ambiente participativo para a re-
flexão sobre as principais questões relativas
ao desenvolvimento cultural de cada terri-
tório”, afirma a Superintendente de Cultura,
2 MIL Ângela Andrade.
A próxima etapa será a realização de en-
pessoas já discutiram contros municipais, seguidos dos encontros
territoriais. A Conferência vai acontecer no
políticas culturais com a segundo semestre. A expectativa é contar
Secretaria de Cultura com mais de 1 mil participantes. Os repre-
sentantes dos municípios serão escolhidos
nos encontros municipais, a partir da pro-
porcionalidade por número de habitantes.
As políticas culturais propostas em todo o
processo de preparação e na própria Confe-
rência vão nortear a construção do Plano Esta-
dual de Cultura, informa o secretário estadual
de Cultura, Marcio Meirelles, convocando to-
dos os municípios a participarem e explicando
que “o Plano vai funcionar como uma carta de
navegação para o desenvolvimento de políticas
públicas de cultura na Bahia”.

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