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7/2/2019 Aprovado o plano de internet das coisas - 01/07/2019 - Ronaldo Lemos - Folha

Ronaldo Lemos (/colunas/ronaldolemos/)


ronaldo@itsrio.org (mailto:ronaldo@itsrio.org)

Aprovado o plano de internet das coisas


Brasil é exímio elaborador de planos, mas ainda não os conseguimos executar

1º.jul.2019 às 2h00

EDIÇÃO IMPRESSA (https://www1.folha.uol.com.br/fsp/fac-simile/2019/07/01/)

No dia 25 de junho foi publicado o decreto que cria o Plano Nacional de


Internet das Coisas no Brasil. (https://www1.folha.uol.com.br/seminariosfolha/2019/02/plano-de-
incentivo-a-conectividade-no-pais-esta-na-geladeira.shtml) O termo internet das coisas (ou IoT,

internet of things) diz respeito à onda crescente de dispositivos, sensores e


outros aparelhos que estão progressivamente se conectando à internet. 

IoT é a camada que faz a intermediação entre o mundo digital e o mundo


real. É a partir da IoT que dados do mundo real são coletados para o digital e
também por meio dela que decisões tomadas no mundo digital (inclusive
automaticamente) são concretizadas no mundo real.

Em síntese, estamos falando de uma questão que tem impacto direto no


desenvolvimento de qualquer país e que permitirá a implementação de
temas como cidades inteligentes, GovTechs
(https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/08/governos-usam-tecnologia-e-identidade-digital-para-diminuir-

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burocracia.shtml) etc. 

Se bem utilizado, pode até levar a saltos de produtividade na indústria, à


melhoria de serviços públicos e ao aumento da competitividade
(https://www1.folha.uol.com.br/seminariosfolha/2019/02/industria-40-pode-gerar-economia-de-r-73-bilhoes-ao-ano.shtml)

no campo, com a chamada agricultura de precisão


(https://www1.folha.uol.com.br/seminariosfolha/2018/11/novas-tecnologias-trazem-eficiencia-e-sustentabilidade-ao-

agronegocio.shtml).

Por tudo isso é muito positivo que o Brasil tenha agora um plano de IoT para
chamar de seu. O plano consagra a livre concorrência e a livre circulação de
dados como seus pilares, respeitados os princípios da segurança da
informação (https://www1.folha.uol.com.br/seminariosfolha/2019/02/objeto-conectado-e-mais-sujeito-a-ataque-
virtual-que-notebook.shtml) e da proteção de dados pessoais. 

Esses princípios estão fundamentados em um estudo que desenvolve cada


um deles de forma ampla, tendo em vista sua implementação pelo poder
público. 

O estudo foi elaborado por um consórcio de organizações a pedido do


Ministério das Comunicações, Ciência, Tecnologia e Inovação e do BNDES
(vale mencionar que participei da sua elaboração).

Além disso, o decreto prioriza quatro temas para implementação da IoT no


país: saúde, cidades, indústrias e aplicações rurais. 

O plano também amplia a definição de sistemas de comunicação chamados


de “máquina a máquina”, que são o pilar da IoT. Essa definição é importante,
porque permite reduzir o valor das taxas pagas para o Fistel (Fundo de
Fiscalização das Telecomunicações), criando assim condições tributárias
mais favoráveis a esses dispositivos.

O decreto cria também um órgão responsável por implementar todas as


medidas, chamado de Câmara IoT. Esse órgão é formado por representantes
de cinco ministérios, incluindo Economia e Saúde.

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Nesse ponto o decreto foi insuficiente. O modelo mais adequado para


implementar um plano como esse é sempre o do multissetorialismo. 

A Câmara IoT deveria ser formada de forma permanente por representantes


de diversos setores da sociedade, incluindo o setor privado e a comunidade
científica.

O setor público sozinho pode fazer muito pouco em processos complexos de


implementação tecnológica, como é o caso da IoT.

Cabe agora executar o plano. Nos últimos anos, o Brasil tornou-se um exímio
elaborador de planos, que no papel são incríveis. No entanto, ainda não nos
tornamos executores dos planos que elaboramos. A maior parte deles logo é
abandonada ou é deixada de lado em nome do improviso e de mudanças de
última hora. 

Para um país se desenvolver, a premissa é simples. É preciso ter um plano. E


depois é preciso seguir esse plano. Que a área de IoT se torne um exemplo
positivo também na sua execução.

Reader

Já era Grandes cidades sem veículos compartilhados

Já é Compartilhamento de carros, bicicletas e patinetes

Já vem Compartilhamento de pula-pulas (como o Cangoroo.tech)

Ronaldo Lemos
Advogado, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro.

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