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Tópicos

Resolução

editorial
Especial

218:
Resolução 218/73

REVISTA DO CONSELHO REGIONAL DE


ENGENHARIA, ARQUITETURA E discussão
necessária
AGRONOMIA DO ESPÍRITO SANTO
Endereço: Av. Cesar Hilal, 700, 1º andar,
Bento Ferreira, Vitória-ES
CEP: 29052.232 - Tel.: (27) 3334-9900
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www.creaes.org.br

CREA-ES
DIRETORIA A aprovação da nova Lei de Diretrizes e no mundo do trabalho, particularmente
PRESIDENTE:
Eng. Eletricista Silvio Roberto Ramos Bases da Educação (Lei 9394/96) das profissões de base tecnológica, e
VICE-PRESIDENTE: estabeleceu um novo formato para a quais as conseqüências das mudanças
Arq. Anderson Fioreti de Menezes
1º TESOUREIRO: educação profissional e superior e acabou propostas no Ante-Projeto de Resolução
Eng. Mecânico Sebastião da Silveira com o chamado currículo mínimo nas em discussão na sua vida, bem como o
Carlos Neto
2º TESOUREIRO:
escolas, que, até então, era a base para a seu papel social frente ao desafio do
Téc. Agrimensura Aloísio Carnielli concessão das atribuições dos crescimento econômico necessário para
1º SECRETÁRIO: profissionais de Engenharia, Arquitetura que o Brasil atinja um novo patamar de
Eng. Civil Marco Antonio Barboza da Silva
2º SECRETÁRIO: e Agronomia. desenvolvimento.
Eng. Florestal Álvaro Garcia

CÂMARAS A mudança na LDB foi o que motivou o Após a realização das várias reuniões
ENGENHARIA CIVIL Conselho Federal de Engenharia, públicas, os Coordenadores de Câmaras
Eng. Civil Carlos Aragon Carpanedo
ENGENHARIA
Arquitetura e Agronomia (Confea) a fazer Especializadas voltaram a se reunir nos
AGRONÔMICA uma proposta para atualizar a Resolução dias 05 e 13 de outubro, com o objetivo
Eng. Agrônomo Jorge Luiz e Silva
ARQUITETURA
218/73 (que trata das atividades, de estabelecer um procedimento comum
Arquiteta Patrícia Cordeiro atribuições e competências dos para encaminhar os resultados deste rico
ENGENHARIA Engenheiros, Arquitetos e Urbanistas, processo de debates. Foi concluído que,
INDUSTRIAL
Eng. Ind. Mecânico José Carlos de Assis Engenheiros Agrônomos e demais pela importância do tema e
ENGENHARIA profissões do Sistema Confea/Crea), já profundidade das mudanças que
ELÉTRICA
Eng. Eletricista Ivan Pierozzi que foi estabelecido um novo formato para deverão ocorrer quando da implantação
a educação profissional e superior. A desta ou de outra Resolução semelhante,
INSPETORIAS
Cachoeiro de Itapemirim (28) 3522-2373 minuta do projeto de alteração da e, ainda, pela necessidade constatada da
Colatina (27) 3721-0657 Resolução 218/73, apresentada pelo ampliação do debate junto às Instituições
Linhares (27) 3264-1781
Confea em março e, posteriormente, de Ensino, os Coordenadores das
POSTOS DE ATENDIMENTO numa versão mais atualizada, em junho, Câmaras Especializadas do Crea-ES irão
Vila Velha (27) 3239-3119
São Mateus (27) 3763-5929
criou polêmica entre os profissionais. solicitar uma dilatação do prazo para o
envio das contribuições, bem como para
REVISTA DO CREA O Conselho Regional de Engenharia, deliberação pelas instâncias oficiais
CONSELHO EDITORIAL
Alcione Vazzoler Arquitetura e Agronomia do Espírito sobre o projeto de resolução.
Alexandre Cypreste Amorim Santo (Crea-ES), com o objetivo de
Álvaro Garcia
Délio Moura do Carmo ampliar ao máximo o debate no âmbito Nesta edição especial da Revista Tópicos,
Ivan Pierozzi dos profissionais, entidades, além de trazermos na íntegra a Resolução
José Antônio do Amaral Filho
Oswaldo Paiva Almeida Filho instituições de ensino e empresas, sobre 218/73 em vigor e a proposta da nova
Ronaldo Oakes a Proposta de Reformulação da Resolução, abrimos espaço para
Ruth Reis
Silvio Roberto Ramos Resolução 218/73 do Confea; realizou, manifestações vindas de todos as esferas
além das discussões nas câmaras do Sistema Confea/Crea. Esperamos que as
GERENTE DE RELACIONAMENTOS
Jornalista Ronaldo Oakes de Oliveira especializadas, reuniões públicas nos opiniões dos presidentes do Confea e do
CONSULTORA DE COMUNICAÇÃO dias 13, 16, 20, 21 e 22 de setembro. Crea-ES, coordenadores de câmaras,
Jornalista Alcione Vazzoler
REPORTAGEM: diretores de instituições de ensino,
Alessandra Fornazier e Paula Stange Nestas reuniões buscou-se aprofundar o presidentes de entidades de classe,
ILUSTRAÇÃO CAPA
Rodrigo Pimenta Sant’Anna
conhecimento e a compreensão do papel estudantes e profissionais autônomos
EDITORAÇÃO dos profissionais e as suas atribuições expressas nesta publicação contribuam
Equipe de Comunicação do Crea-ES
legais, frente às profundas transformações para esclarecer o assunto e formar opinião.

OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBRO-2004 T ó p i c o s -3
PROPOSTA DE ALTERAÇÃO DA RES. 218 PROJETO DE RESOLUÇÃO
Dispõe sobre as atividades, atribuição de
mos genéricos;
Considerando que a alínea “d” do art. 46 da Lei
cos;
Considerando que a Lei n° 9.131, de 24 de no-
Atividade 02 - Estudo, planejamento, projeto, e
especificação;
títulos e competências profissionais para n° 5.194, de 1966, atribui as câmaras vembro de 1995, conferiu à Câmara de Educação Atividade 03 - Estudo de viabilidade técnico-eco-
os diplomados nos campos profissionais especializadas a apreciação e julgamento dos Superior do Conselho Nacional de Educação a nômica;
abrangidos pelas diferentes Modalidades pedidos de registro de profissionais; competência para deliberar sobre as diretrizes Atividade 04 - Assistência, assessoria e
das Categorias Profissionais de Engenha- Considerando que o art. 56 da Lei n° 5.194, de curriculares em substituição aos currículos míni- consultoria;
ria, Arquitetura e Urbanismo, Agronomia e 1966, garante aos profissionais registrados de mos; Atividade 05 - Direção de obra ou serviço técnico;
demais profissionais inseridos no Siste- acordo com a lei, o fornecimento de carteira pro- Considerando que as diretrizes curriculares con- Atividade 06 - Vistoria, perícia, avaliação, laudo
ma Confea/Crea. fissional contendo a natureza do título e especi- ferem maior autonomia às instituições de ensino e parecer técnico;
alizações profissionais; na definição dos currículos de seus cursos, a Atividade 07 - Desempenho de cargo e função
O CONSELHO FEDERAL DE ENGENHA- Considerando que a Lei n° 4.076, de 23 de junho partir da explicitação das competências e das técnica;
RIA, ARQUITETURA E AGRONOMIA - de 1962, regula o exercício da profissão de habilidades que se deseja desenvolver, através Atividade 08 - Ensino, pesquisa, análise, expe-
Confea, no uso das atribuições que lhe geólogo; da organização de um modelo pedagógico capaz rimentação, ensaio, divulgação técnica e exten-
confere a alínea “f” do art. 27 da Lei nº Considerando que a Lei n° 6.664, de 26 de junho de adaptar-se à dinâmica das demandas da soci- são;
5.194, de 24 de dezembro 1966, e de 1979, disciplina a profissão de geógrafo; edade, preparando o profissional para enfrentar Atividade 09 - Elaboração de orçamento;
Considerando que o art. 1º da Lei nº 5.194, Considerando que a Lei n° 6.835, de 14 de outu- os desafios das rápidas transformações da soci- Atividade 10 - Padronização, mensuração e con-
de 1966, caracteriza as profissões de en- bro de 1980, dispõe sobre o exercício da profis- edade, do mercado de trabalho e das condições trole de qualidade;
genheiro, arquiteto e engenheiro agrôno- são de meteorologista; de exercício profissional; Atividade 11 - Execução de obra ou serviço téc-
mo, pelas realizações de interesse soci- Considerando que o Decreto-Lei n° 8.620, de 10 Considerando as tendências contemporâneas de nico;
al e humano que importem na realização de janeiro de 1946, reconheceu a atividade do considerar a boa formação no nível de graduação 3 Atividade 12 - Fiscalização de obra ou serviço
de empreendimentos; técnico de grau superior – tecnólogo; como uma etapa de formação inicial no processo técnico;
Considerando que o art. 2 º da Lei n° 5.194, Considerando que a Lei n° 5.524, de 5 de novem- contínuo da educação permanente; Atividade 13 - Produção técnica e especializada;
de 1966, determina que o exercício, no bro de 1968, dispõe sobre o exercício da profis- Considerando as contínuas e rápidas mudanças Atividade 14 - Condução de trabalho técnico;
País, das profissões de engenheiro, ar- são de Técnico Industrial de nível médio, obser- no conhecimento científico e tecnológico e que, Atividade 15 - Condução de equipe de instala-
quiteto e engenheiro agrônomo é assegu- vadas as condições de capacidade estabelecidas no decorrer do exercício profissional, novos co- ção, montagem, operação, reparo ou manuten-
rado aos que tenham a devida formação e na lei; nhecimentos técnicos são adquiridos, além da- ção;
observadas as condições de capacidade Considerando que a Lei n° 5.524, de 1968, foi queles obtidos nos cursos de graduação, Atividade 16 - Execução de instalação, monta-
e demais exigências legais; regulamentada pelo Decreto n° 90.922, de 6 de RESOLVE: gem e reparo;
Considerando que o art. 3° e seu parágra- fevereiro de 1985, que dispõe sobre o exercício Art. 1º Para efeito de fiscalização do exercício Atividade 17 - Operação e manutenção de equi-
fo único da Lei n° 5.194, de 1966, estabe- da profissão de técnico industrial e técnico agrí- profissional correspondente às diferentes Moda- pamento e instalação;
lece para os profissionais referidos na lei cola de nível médio ou de 2º grau, alterado pelo lidades das Categorias Profissionais de Enge- Atividade 18 - Execução de desenho técnico.
a exclusividade das denominações de en- Decreto n° 4.560, de 30 de dezembro de 2002; nharia, Arquitetura e Urbanismo, e Agronomia in- Art. 2º Para efeito de atribuição de títulos e com-
genheiro, arquiteto ou engenheiro agrôno- Considerando a necessidade de discriminar as seridos no Sistema Confea/Crea, em todos os petências profissionais para os diplomados nos
mo, acrescidas, obrigatoriamente, das ca- atividades das diferentes Modalidades das Cate- seus respectivos níveis de formação, ficam de- campos profissionais abrangidos pelas diferen-
racterísticas de sua formação básica, sen- gorias Profissionais de Engenharia, Arquitetura e signadas as seguintes atividades, caracteriza- tes Modalidades das Categorias Profissionais de
do que as qualificações poderão ser acom- Urbanismo, e Agronomia inseridos no Sistema das no Glossário do Anexo I desta resolução, Engenharia, Arquitetura e Urbanismo, e Agrono-
panhadas de designações outras referen- Confea/Crea, para fins da fiscalização de seu exer- que poderão ser consideradas, para efeito das mia inseridos no Sistema Confea/Crea, conside-
tes a cursos de especialização, aperfei- cício profissional; atribuições profissionais, de forma integral ou ram-se nesta resolução os seguintes níveis dis-
çoamento e pós-graduação; Considerando as flexibilizações decorrentes da parcial, em seu conjunto ou de per si, observadas tintos do exercício profissional:
Considerando que o art. 7º da Lei nº 5.194, Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que as disposições gerais estabelecidas nos arts. I - Nível de formação profissional técnica;
de 1966, refere-se às atividades e atribui- estabelece as diretrizes e bases da educação 9º, 10 e 11: II - Nível de formação profissional superior
ções profissionais do engenheiro, do ar- nacional, que possibilitam o aumento do número Atividade 01 - Gestão, supervisão, coordenação tecnológica;
quiteto e do engenheiro agrônomo, em ter- e a diversificação dos cursos e perfis acadêmi- e orientação técnica; III - Nível de formação profissional superior
RESOLUÇÃO 218 EM VIGOR

RESOLUÇÃO Nº 218, DE 29 JUN dente às diferentes modalidades da Enge- Atividade 14 - Condução de trabalho técni- Art. 4º - Compete ao ENGENHEIRO AGRI-
1973 nharia, Arquitetura e Agronomia em nível co; MENSOR:
Discrimina atividades das diferentes superior e em nível médio, ficam designa- Atividade 15 - Condução de equipe de ins- I - o desempenho das atividades 01 a 12 e
modalidades profissionais da Enge- das as seguintes atividades: talação, montagem, operação, reparo ou 14 a 18 do artigo 1º desta Resolução, refe-
nharia, Arquitetura e Agronomia. Atividade 01 - Supervisão, coordenação e manutenção; rente a levantamentos topográficos,
O Conselho Federal de Engenha- orientação técnica; Atividade 16 - Execução de instalação, batimétricos, geodésicos e
ria, Arquitetura e Agronomia, usan- Atividade 02 - Estudo, planejamento, proje- montagem e reparo; aerofotogramétricos; locação de:
do das atribuições que lhe conferem to e especificação; Atividade 17 - Operação e manutenção de a) loteamentos;
as letras “d” e “f”, parágrafo único Atividade 03 - Estudo de viabilidade técni- equipamento e instalação; b) sistemas de saneamento, irrigação e dre-
do artigo 27 da Lei nº 5.194, de 24 co-econômica; Atividade 18 - Execução de desenho técni- nagem;
DEZ 1966, Atividade 04 - Assistência, assessoria e co. c) traçados de cidades;
CONSIDERANDO que o Art. 7º da Lei consultoria; Art. 2º - Compete ao ARQUITETO OU ENGE- d) estradas; seus serviços afins e correlatos.
nº 5.194/66 refere-se às atividades Atividade 05 - Direção de obra e serviço NHEIRO ARQUITETO: II - o desempenho das atividades 06 a 12 e
profissionais do engenheiro, do ar- técnico; I - o desempenho das atividades 01 a 18 do 14 a 18 do artigo 1º desta Resolução, refe-
quiteto e do engenheiro agrônomo, Atividade 06 - Vistoria, perícia, avaliação, artigo 1º desta Resolução, referentes a rente a arruamentos, estradas e obras hi-
em termos genéricos; arbitramento, laudo e parecer técnico; edificações, conjuntos arquitetônicos e mo- dráulicas; seus serviços afins e correlatos.
CONSIDERANDO a necessidade de Atividade 07 - Desempenho de cargo e fun- numentos, arquitetura paisagística e de in- Art. 5º - Compete ao ENGENHEIRO AGRÔ-
discriminar atividades das diferen- ção técnica; teriores; planejamento físico, local, urbano NOMO:
tes modalidades profissionais da En- Atividade 08 - Ensino, pesquisa, análise, e regional; seus serviços afins e correlatos. I - o desempenho das atividades 01 a 18 do
genharia, Arquitetura e Agronomia experimentação, ensaio e divulgação téc- Art. 3º - Compete ao ENGENHEIRO AERO- artigo 1º desta Resolução, referentes a en-
em nível superior e em nível médio, nica; extensão; NÁUTICO: genharia rural; construções para fins rurais
para fins da fiscalização de seu exer- Atividade 09 - Elaboração de orçamento; I - o desempenho das atividades 01 a 18 do e suas instalações complementares; irriga-
cício profissional, e atendendo ao Atividade 10 - Padronização, mensuração artigo 1º desta Resolução, referentes a ae- ção e drenagem para fins agrícolas;
disposto na alínea “b” do artigo 6º e e controle de qualidade; ronaves, seus sistemas e seus componen- fitotecnia e zootecnia; melhoramento ani-
parágrafo único do artigo 84 da Lei Atividade 11 - Execução de obra e serviço tes; máquinas, motores e equipamentos; mal e vegetal; recursos naturais renováveis;
nº 5.194, de 24 DEZ 1966, técnico; instalações industriais e mecânicas relaci- ecologia, agrometeorologia; defesa sani-
Atividade 12 - Fiscalização de obra e servi- onadas à modalidade; infra-estrutura ae- tária; química agrícola; alimentos;
RESOLVE: ço técnico; ronáutica; operação, tráfego e serviços de tecnologia de transformação (açúcar, ami-
Art. 1º - Para efeito de fiscalização do Atividade 13 - Produção técnica e especi- comunicação de transporte aéreo; seus ser- dos, óleos, laticínios, vinhos e destilados);
exercício profissional correspon- alizada; viços afins e correlatos; beneficiamento e conservação dos produ-

Tópicos-4 OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBRO-2004
especializada; formação profissional pós-graduada no senso âmbito dos respectivos setores do campo pro- § 5º Para o diplomado em curso de formação
IV - Nível de formação profissional superior lato, será(ão) acrescida(s) ao título profissional fissional da Modalidade. profissional pós-graduada no senso estrito,
generalista; atribuído inicialmente a(s) denominação(ões) de § 5° Ao Engenheiro ou Tecnólogo com formação será(ão) acrescido(s) ao título profissional atri-
V - Nível de formação profissional pós-graduada especialista no(s) setor(es) específico(s) do campo profissional pós-graduada senso lato competem buído inicialmente o(s) respectivo(s) setor(es)
no senso lato (aperfeiçoamento ou especializa- profissional de seu aperfeiçoamento ou especia- as atividades de 01 a 18 do art. 1º desta resolu- ou sub-setor(es) específico(s) do campo profis-
ção); lização. ção, estendidas ao âmbito do(s) respectivo(s) sional de seu mestrado ou doutorado.
VI - Nível de formação profissional pós-graduada § 6º Para o diplomado em curso de formação pro- setor(es) ou sub-setores do campo profissional Art. 6º Compete aos profissionais dos vários ní-
no senso estrito (mestrado ou doutorado). fissional pós-graduada no senso estrito, será(ão) da Modalidade de seu aperfeiçoamento ou espe- veis da Categoria Profissional de Arquitetura e
acrescida(s) ao título profissional atribuído inici- cialização. Urbanismo o desempenho das atividades
Parágrafo único Os títulos profissionais serão atri- almente a(s) denominação(ões) de mestre ou § 6° Ao Engenheiro ou Tecnólogo com formação estabelecidas no art. 1º, circunscritas ao âmbito
buídos de conformidade com a resolução especí- doutor no(s) respectivos setor(es) ou sub- profissional pós-graduada senso estrito compe- dos setores e sub-setores do respectivo campo
fica do Confea que dispõe sobre a Tabela de Tí- setor(es) específico(s) do campo profissional de tem as atividades de 01 a 18 do art. 1º desta profissional especificado de forma ampla e
tulos Profissionais do Sistema Confea/Crea, com seu mestrado ou doutorado. resolução, estendidas ao âmbito do(s) enriquecida no Anexo II que faz parte integrante
observância do disposto nos arts. 9º, 10 e 11 desta Art. 4º Compete aos profissionais dos vários ní- respectivo(s) setor(es) ou sub-setor(es) do cam- desta resolução, observadas as disposições ge-
resolução. veis de cada Modalidade da Categoria Profissio- po profissional da Modalidade de seu mestrado rais estabelecidas nos arts. 9º, 10 e 11.
nal de Engenharia o desempenho das atividades ou doutorado. § 1° Ao Técnico com perfil de formação profissi-
CAPÍTULO I estabelecidas no art. 1º, circunscritas ao âmbito onal sub-setorializada competem as atividades
DA CATEGORIA PROFISSIONAL DE ENGE- dos setores e sub-setores dos respectivos cam- CAPÍTULO II de 01 a 18 do art. 1º desta resolução circunscri-
NHARIA pos profissionais especificados para cada Mo- DA CATEGORIA PROFISSIONAL DE ARQUITE- tas ao âmbito do(s) respectivo(s) sub-setor(es) de
Art. 3º Será atribuído aos diplomados no campo dalidade de forma ampla e enriquecida no Anexo TURA E URBANISMO determinado(s) setor(es) do campo profissional
profissional de cada Modalidade da Categoria Pro- II que faz parte integrante desta resolução, obser- Art. 5º Será atribuído aos diplomados no campo da Categoria.
fissional de Engenharia, título profissional vadas as disposições gerais estabelecidas nos profissional da Categoria Profissional de Arquite- § 2° Ao Tecnólogo com perfil de formação profis-
correlacionado com seu respectivo nível de for- arts. 9º, 10 e 11. tura e Urbanismo, título profissional sional setorializada competem as atividades de
mação para o exercício profissional, de confor- § 1° Ao Técnico com perfil de formação profissi- correlacionado com seu respectivo nível de for- 01 a 18 do art. 1º desta resolução circunscritas
midade com as seguintes disposições. onal sub-setorializada competem as atividades mação para o exercício profissional, de confor- ao âmbito do respectivo setor do campo profissi-
§ 1º Para o diplomado em curso de formação pro- de 01 a 18 do art. 1º desta resolução circunscri- midade com as seguintes disposições. onal da Categoria.
fissional técnica, o título de Técnico no(s) sub- tas ao âmbito do(s) respectivo(s) sub-setor(es) de § 1º Para o diplomado em curso de formação pro- § 3° Ao Arquiteto e Urbanista competem as ativi-
setor(es) específico(s) de determinado(s) setor(es) determinado(s) setor(es) do campo profissional fissional técnica, o título de Técnico no(s) sub- dades de 01 a 18 do art.1º desta Resolução, cir-
do campo profissional da Modalidade. de sua Modalidade. setor(es) específico(s) de determinado(s) setor(es) cunscritas ao âmbito dos respectivos setores do
§ 2º Para o diplomado em curso de formação pro- § 2° Ao Tecnólogo com perfil de formação profis- do campo profissional da Categoria. campo profissional da Categoria.
fissional superior tecnológica, o título de sional setorializada competem as atividades de § 2º Para o diplomado em curso de formação pro- § 4° Ao Arquiteto e Urbanista ou Tecnólogo com
Tecnólogo no setor específico do campo profissi- 01 a 18 do art. 1º desta resolução circunscritas fissional superior tecnológica, o título de formação profissional pós-graduada senso lato
onal da Modalidade. ao âmbito do respectivo setor do campo profissi- Tecnólogo no setor específico do campo profissi- competem as atividades de 01 a 18 do art. 1º
§ 3º Para o diplomado em curso de formação pro- onal de sua Modalidade. onal da Categoria. desta resolução, estendidas ao âmbito do(s)
fissional superior especializada, o título de En- § 3° Ao Engenheiro com perfil de formação profis- 5 § 3º Para o diplomado em curso de formação respectivo(s) setor(es) ou sub-setor(es) do seu
genheiro, acrescido da respectiva especialidade sional especializada competem as atividades de profissional superior, o título de Arquiteto e Urba- campo profissional de aperfeiçoamento ou espe-
no(s) setor(es) específico(s) do campo profissio- 01 a 18 do art. 1º desta resolução, circunscritas nista. cialização.
nal da Modalidade, ou de eventuais Modalidades ao âmbito do(s) respectivo(s) setor(es) de especi- § 4º Para o diplomado em curso de formação pro- § 5° Ao Arquiteto e Urbanista ou Tecnólogo com
distintas, constante de sua diplomação. alização dentro do campo profissional da Moda- fissional pós–graduada no senso lato, será(ão) formação profissional pós-graduada senso estri-
§ 4º Para o diplomado em curso de formação pro- lidade. acrescido(s) ao título profissional atribuído inici- to competem as atividades de 01 a 18 do art. 1º
fissional superior generalista, o título de Enge- § 4° Ao Engenheiro com perfil de formação profis- almente o(s) setor(es) ou sub-setor(es) desta resolução, estendidas ao âmbito do(s)
nheiro na Modalidade. sional generalista competem as atividades de 01 específico(s) do campo profissional de seu aper- respectivo(s) setor(es) ou sub-setor(es) do seu
4 § 5º Para o detentor de certificado de curso de a 18 do art. 1º desta resolução, circunscritas ao feiçoamento ou especialização. campo profissional de mestrado ou doutorado.
CONTINUA NO VERSO

tos animais e vegetais; zimotecnia; truturas; seus serviços afins e correlatos. renováveis; ecologia, climatologia, defesa DUSTRIAL E DE METALURGIA ou ENGE-
agropecuária; edafologia; fertilizantes e Art. 8º - Compete ao ENGENHEIRO ELETRI- sanitária florestal; produtos florestais, sua NHEIRO INDUSTRIAL MODALIDADE META-
corretivos; processo de cultura e de utiliza- CISTA ou ao ENGENHEIRO ELETRICISTA, tecnologia e sua industrialização; LURGIA:
ção de solo; microbiologia agrícola; MODALIDADE ELETROTÉCNICA: edafologia; processos de utilização de solo I - o desempenho das atividades 01 a 18 do
biometria; parques e jardins; mecanização I - o desempenho das atividades 01 a 18 do e de floresta; ordenamento e manejo flo- artigo 1º desta Resolução, referentes a pro-
na agricultura; implementos agrícolas; nu- artigo 1º desta Resolução, referentes à ge- restal; mecanização na floresta; cessos metalúrgicos, instalações e equipa-
trição animal; agrostologia; bromatologia e ração, transmissão, distribuição e utilização implementos florestais; economia e crédito mentos destinados à indústria metalúrgica,
rações; economia rural e crédito rural; seus da energia elétrica; equipamentos, materi- rural para fins florestais; seus serviços afins beneficiamento de minérios; produtos
serviços afins e correlatos. ais e máquinas elétricas; sistemas de medi- e correlatos. metalúrgicos; seus serviços afins e
Art. 6º - Compete ao ENGENHEIRO ção e controle elétricos; seus serviços afins Art. 11 - Compete ao ENGENHEIRO correlatos.
CARTÓGRAFO ou ao ENGENHEIRO DE e correlatos. GEÓLOGO ou GEÓLOGO: Art. 14 - Compete ao ENGENHEIRO DE MI-
GEODÉSIA E TOPOGRAFIA ou ao ENGE- Art. 9º - Compete ao ENGENHEIRO ELETRÔ- I - o desempenho das atividades de que NAS:
NHEIRO GEÓGRAFO: NICO ou ao ENGENHEIRO ELETRICISTA, trata a Lei nº 4.076, de 23 JUN 1962. I - o desempenho das atividades 01 a 18 do
I - o desempenho das atividades 01 a 12 e MODALIDADE ELETRÔNICA ou ao ENGE- Art. 12 - Compete ao ENGENHEIRO MECÂ- artigo 1º desta Resolução, referentes à
14 a 18 do artigo 1º desta Resolução, refe- NHEIRO DE COMUNICAÇÃO: NICO ou ao ENGENHEIRO MECÂNICO E DE prospecção e à pesquisa mineral; lavra de
rentes a levantamentos topográficos, I - o desempenho das atividades 01 a 18 do AUTOMÓVEIS ou ao ENGENHEIRO MECÂ- minas; captação de água subterrânea;
batimétricos, geodésicos e artigo 1º desta Resolução, referentes a ma- NICO E DE ARMAMENTO ou ao ENGENHEI- beneficiamento de minérios e abertura de
aerofotogramétricos; elaboração de cartas teriais elétricos e eletrônicos; equipamen- RO DE AUTOMÓVEIS ou ao ENGENHEIRO vias subterrâneas; seus serviços afins e
geográficas; seus serviços afins e tos eletrônicos em geral; sistemas de comu- INDUSTRIAL MODALIDADE MECÂNICA: correlatos.Art. 15 - Compete ao ENGENHEI-
correlatos. nicação e telecomunicações; sistemas de I - o desempenho das atividades 01 a 18 do RO NAVAL:
Art. 7º - Compete ao ENGENHEIRO CIVIL ou medição e controle elétrico e eletrônico; artigo 1º desta Resolução, referentes a pro- I - o desempenho das atividades 01 a 18 do
ao ENGENHEIRO DE FORTIFICAÇÃO e seus serviços afins e correlatos. cessos mecânicos, máquinas em geral; ins- artigo 1º desta Resolução, referentes a em-
CONSTRUÇÃO: Art. 10 - Compete ao ENGENHEIRO FLO- talações industriais e mecânicas; equipa- barcações e seus componentes; máquinas,
I - o desempenho das atividades 01 a 18 do RESTAL: mentos mecânicos e eletro-mecânicos; ve- motores e equipamentos; instalações indus-
artigo 1º desta Resolução, referentes a I - o desempenho das atividades 01 a 18 do ículos automotores; sistemas de produção triais e mecânicas relacionadas à modalida-
edificações, estradas, pistas de rolamentos artigo 1º desta Resolução, referentes a en- de transmissão e de utilização do calor; sis- de; diques e porta-batéis; operação, tráfego
e aeroportos; sistema de transportes, de genharia rural; construções para fins flo- temas de refrigeração e de ar condiciona- e serviços de comunicação de transporte
abastecimento de água e de saneamento; restais e suas instalações complementares, do; seus serviços afins e correlatos. hidroviário; seus serviços afins e correlatos.
portos, rios, canais, barragens e diques; silvimetria e inventário florestal; melhora- Art. 13 - Compete ao ENGENHEIRO Art. 16 - Compete ao ENGENHEIRO DE PE-
drenagem e irrigação; pontes e grandes es- mento florestal; recursos naturais METALURGISTA ou ao ENGENHEIRO IN- TRÓLEO:
CONTINUA NO VERSO

OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBRO-2004 T ó p i c o s -5
CAPÍTULO III solução, observadas as disposições gerais diante o devido registro no Sistema, em função do curso respectivo, como em termos da
DA CATEGORIA PROFISSIONAL DE AGRO- estabelecidas nos arts. 9º, 10 e 11. dos perfis de formação dos profissionais certificação do aproveitamento obtido pelo de-
NOMIA § 1° Ao Técnico com perfil de formação profis- diplomados pelas instituições de ensino, e por tentor do certificado respectivo.
Art. 7º Será atribuído aos diplomados no campo sional sub-setorializada competem as ativida- elas indicados em termos genéricos ao Confea, § 2º No caso em que a extensão da atribuição
profissional de cada Modalidade da Categoria des de 01 a 18 do art. 1º desta resolução circuns- em cumprimento aos arts. 10 e 11 da Lei nº 5.194, inicial de títulos profissionais, atividades e com-
Profissional de Agronomia, título profissional critas ao âmbito do(s) respectivo(s) sub-setor(es) de 1966. petências não se mantenham na mesma Cate-
correlacionado com seu respectivo nível de for- de determinado(s) setor(es) do campo profissio- § 1º O registro dos profissionais no Sistema e a goria Profissional, o procedimento estabelecido
mação para o exercício profissional, de confor- nal de sua Modalidade. respectiva concessão das atribuições serão pro- no caput deste artigo se dará no âmbito do Ple-
midade com as seguintes disposições. § 2° Ao Tecnólogo com perfil de formação profis- cedidos de acordo com critérios a serem estabe- nário do Crea, com homologação do Plenário do
§ 1º Para o diplomado em curso de formação sional setorializada competem as atividades de lecidos pelo Confea para a Confea.
profissional técnica, o título de Técnico no(s) 01 a 18 do art. 1º desta resolução circunscritas 7 normalização dos procedimentos, e depende- Art. 11. Para a atribuição de títulos profissionais
sub-setor(es) específico(s) de determinado(s) ao âmbito do respectivo setor do campo profis- rão de manifestação favorável das Câmaras e competências será observada a sistematiza-
setor(es) do campo profissional da Modalidade. sional de sua Modalidade. Especializadas dos Creas que se relacionem ção dos campos profissionais em função dos
§ 2º Para o diplomado em curso de formação § 3° Ao Engenheiro com perfil de formação pro- com os campos profissionais das atribuições. seus setores e sub-setores, e dos níveis profis-
profissional superior tecnológica, o título de fissional especializada competem as ativida- § 2º A concessão das atribuições decorrerá, ri- sionais, levando em conta as especificidades
Tecnólogo no setor específico do campo profis- des de 01 a 18 do art. 1º desta resolução, cir- gorosamente, do perfil do profissional diplomado de cada modalidade dos vários grupos integran-
sional da Modalidade. cunscritas ao âmbito do(s) respectivo(s) setor(es) e de seu currículo integralizado, em consonân- tes do Sistema Confea/Crea, apresentadas no
§ 3º Para o diplomado em curso de formação de especialização dentro do campo profissional cia com o projeto pedagógico do curso. Anexo II.
profissional superior especializada, o título de da modalidade. Art. 10. A extensão das atribuições iniciais de § 1º A sistematização mencionada no caput,
Engenheiro acrescido da respectiva especiali- § 4° Ao Engenheiro com perfil de formação pro- títulos profissionais, atividades e competênci- constante do Anexo II, tem características de
dade no(s) setor(es) específico(s) do campo pro- fissional generalista competem as atividades as dos diplomados em qualquer dos respecti- diretrizes profissionais a serem consideradas,
fissional da Modalidade, ou de eventuais Moda- de 01 a 18 do art. 1º desta resolução, circunscri- vos níveis do exercício profissional em cada no que couber, em conexão com as diretrizes
lidades distintas, constante de sua diplomação. tas ao âmbito dos respectivos setores do campo campo profissional abrangido pelas diferentes curriculares, perfis acadêmicos, históricos es-
6 § 4º Para o diplomado em curso de formação profissional da Modalidade. Modalidades das várias Categorias Profissio- colares, e projetos pedagógicos dos cursos que
profissional superior generalista, o título de En- § 5° Ao Engenheiro ou Tecnólogo com forma- nais inseridas no Sistema Confea/Crea, depen- levem à diplomação ou concessão de certifica-
genheiro na Modalidade. ção profissional pós-graduada senso lato com- derá de manifestação favorável das Câmaras dos nos vários níveis profissionais, e deverá ser
§ 5º Para o detentor de certificado de curso de petem as atividades de 01 a 18 do art. 1º desta Especializadas dos Creas que se relacionem revista periodicamente pelo Confea.
formação profissional pós-graduada no senso resolução, estendidas ao âmbito do(s) com os campos profissionais da extensão das § 2º Questões levantadas no âmbito dos Creas
lato, será(ão) acrescido(s) ao título profissional respectivo(s) setor(es) ou sub-setor(es) do seu atribuições em função dos perfis da qualifica- relativas a atribuições de títulos profissionais e
atribuído inicialmente o(s) setor(es) ou sub- campo profissional de aperfeiçoamento ou es- ção profissional adicional obtida formalmente competências serão decididas pelo Confea de
setor(es) específico(s) do campo profissional de pecialização. mediante cursos comprovadamente regulares, conformidade com o disposto no parágrafo úni-
seu aperfeiçoamento ou especialização. § 6° Ao Engenheiro ou Tecnólogo com forma- cursados após a diplomação, desde que se man- co do art. 27 da Lei nº 5.194, de 1966.
§ 6º Para o diplomado em curso de formação ção profissional pós-graduada senso estrito tenha na mesma Categoria Profissional. Art. 13. Esta resolução entrará em vigor a partir
profissional pós-graduada no senso estrito, competem as atividades de 01 a 18 do art. 1º § 1° A extensão da atribuição inicial de títulos de 180 (cento e oitenta) dias após a data de sua
será(ão) acrescido(s) ao título profissional atri- desta resolução, estendidas ao âmbito do(s) profissionais, atividades e competências aos publicação, cabendo aos diplomados dentro do
buído inicialmente o(s) respectivo(s) setor(es) respectivo(s) setor(es) ou sub-setor(es) do seu detentores de certificados de qualificação pro- intervalo de dois anos a partir da sua entrada em
ou sub-setor(es) específico(s) do campo profis- campo profissional de mestrado ou doutorado. fissional adicional obtida no nível de formação vigor optar pelo seu registro profissional de con-
sional de seu mestrado ou doutorado. CAPÍTULO IV pós-graduada senso lato será considerada den- formidade com as disposições da Resolução nº
Art. 8º Compete aos profissionais dos vários ní- DISPOSIÇOES GERAIS tro dos mesmos critérios do caput deste artigo, 218, de 29 de junho de 1973 e resoluções com-
veis de cada Modalidade da Categoria Profissi- Art. 9º As atribuições iniciais de títulos profissi- e somente mediante a prévia comprovação do plementares.
onal de Agronomia o desempenho das ativida- onais, atividades e competências para os preenchimento das exigências estabelecidas
des estabelecidas no art. 1º, circunscritas ao diplomados em qualquer dos respectivos níveis pelo Conselho Nacional de Educação – CNE Brasília, ___ de ______ de _____.
âmbito dos setores e sub-setores dos respecti- do exercício profissional, nos campos profissi- para a instituição de ensino superior ou outras Eng. Wilson Lang
vos campos profissionais especificados para onais abrangidos pelas diferentes Modalidades especialmente credenciadas para o oferecimen- Presidente
cada Modalidade de forma ampla e enriquecida das várias Categorias Profissionais inseridas to dos cursos de pós-graduação senso lato, tan-
no Anexo II que faz parte integrante desta Re- no Sistema Confea/Crea, serão efetuadas me- to em termos das condições para o oferecimento

I - o desempenho das atividades 01 a 18 to, preservação, distribuição, transporte e des profissionais; nhecida a competência concedida em seu
do artigo 1º desta Resolução referentes a abastecimento de produtos alimentares; II - as relacionadas nos números 06 a 08 registro, salvo se as resultantes desta Re-
dimensionamento, avaliação e exploração seus serviços afins e correlatos. do artigo 1º desta Resolução, desde que solução forem mais amplas, obedecido
de jazidas pretrolíferas, transporte e indus- Art. 20 - Compete ao ENGENHEIRO TÊX- enquadradas no desempenho das ativi- neste caso, o disposto no artigo 25 desta
trialização do petróleo; seus serviços afins TIL: dades referidas no item I deste artigo. Resolução.
e correlatos. I - o desempenho das atividades 01 a 18 Art. 24 - Compete ao TÉCNICO DE GRAU II - àquele que ainda não estiver registra-
Art. 17 - Compete ao ENGENHEIRO QUÍMI- do artigo 1º desta Resolução, referentes à MÉDIO: do, é reconhecida a competência resultan-
CO ou ao ENGENHEIRO INDUSTRIAL MO- indústria têxtil; produtos têxteis, seus ser- I - o desempenho das atividades 14 a 18 te dos critérios em vigor antes da vigência
DALIDADE QUÍMICA: viços afins e correlatos. do artigo 1º desta Resolução, circunscri- desta Resolução, com a ressalva do inciso
I - desempenho das atividades 01 a 18 do Art. 21 - Compete ao URBANISTA: tas ao âmbito das respectivas modalida- I deste artigo.
artigo 1º desta Resolução, referentes à in- I - o desempenho das atividades 01 a 12 e des profissionais; Parágrafo único - Ao aluno matriculado até
dústria química e petroquímica e de alimen- 14 a 18 do artigo 1º desta Resolução, re- II - as relacionadas nos números 07 a 12 à data da presente Resolução, aplicar-se-
tos; produtos químicos; tratamento de água ferentes a desenvolvimento urbano e re- do artigo 1º desta Resolução, desde que á, quando diplomado, o critério do item II
e instalações de tratamento de água in- gional, paisagismo e trânsito; seus servi- enquadradas no desempenho das ativi- deste artigo.
dustrial e de rejeitos industriais; seus ser- ços afins e correlatos. dades referidas no item I deste artigo. Art. 27 - A presente Resolução entra em
viços afins e correlatos. Art. 22 - Compete ao ENGENHEIRO DE Art. 25 - Nenhum profissional poderá de- vigor na data de sua publicação.
Art. 18 - Compete ao ENGENHEIRO SANI- OPERAÇÃO: sempenhar atividades além daquelas que Art. 28 - Revogam-se as Resoluções de nº
TARISTA: I - o desempenho das atividades 09 a 18 lhe competem, pelas características de seu 4, 26, 30, 43, 49, 51, 53, 55, 56, 57, 58, 59,
I - o desempenho das atividades 01 a 18 do artigo 1º desta Resolução, circunscri- currículo escolar, consideradas em cada 67, 68, 71, 72, 74, 76, 78, 79, 80, 81, 82, 89,
do artigo 1º desta Resolução, referentes a tas ao âmbito das respectivas modalida- caso, apenas, as disciplinas que contribu- 95, 96, 108, 111, 113, 120, 121, 124, 130,
controle sanitário do ambiente; captação des profissionais; em para a graduação profissional, salvo 132, 135, 139, 145, 147, 157, 178, 184,
e distribuição de água; tratamento de II - as relacionadas nos números 06 a 08 outras que lhe sejam acrescidas em curso 185, 186, 197, 199, 208 e 212 e as demais
água, esgoto e resíduos; controle de po- do artigo 1º desta Resolução, desde que de pós-graduação, na mesma modalida- disposições em contrário.
luição; drenagem; higiene e conforto de enquadradas no desempenho das ativi- de. Rio de Janeiro, 29 JUN 1973.
ambiente; seus serviços afins e correlatos. dades referidas no item I deste artigo. Parágrafo único - Serão discriminadas no Prof. FAUSTO AITA GAI
Art. 19 - Compete ao ENGENHEIRO Art. 23 - Compete ao TÉCNICO DE NÍVEL registro profissional as atividades constan- Presidente
TECNÓLOGO DE ALIMENTOS: SUPERIOR ou TECNÓLOGO: tes desta Resolução. Engº.CLÓVIS GONÇALVES DOS SANTOS1º
I - o desempenho das atividades 01 a 18 I - o desempenho das atividades 09 a 18 Art. 26 - Ao já diplomado aplicar-se-á um Secretário Publicada no D.O.U. de 31 JUL
do artigo 1º desta Resolução, referentes à do artigo 1º desta Resolução, circunscri- dos seguintes critérios: 1973.
indústria de alimentos; acondicionamen- tas ao âmbito das respectivas modalida- I - àquele que estiver registrado, é reco-

Tópicos-6 OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBRO-2004
KLEBER MOREIRA

Para arquitetos nova


resolução provocará
fragmentação da
profissão
Temendo prejuízos para a categoria, os Arquitetos decidi- nova proposta vai causar a deterioração do profissional, que vai receber
ram exigir a suspensão do Projeto de Alteração da Resolução 218/ um título de Arquiteto, mas não terá competência suficiente para atuar
no mercado. A formação dos novos profissionais vai ficar muito super-
73 do Confea, que trata das atribuições dos profissionais ligados
ficial”, avaliou.
ao Sistema Confea/Crea. Esse foi o resultado de diversas reuniões Essa também é a opinião da estudante do 10º período de Arquite-
entre representantes de entidades, profissionais e estudantes. tura da Univix, Luciene Ottaiano, 45 anos, que critica a fragmentação
“Não somos contra a reformulação, mas não concordamos com do curso. “Não sou a favor de desmembrar Arquitetura e Urbanismo
a forma como essa proposta foi apresentada”, sentenciou a coorde- porque acho que não daria certo fazer os cursos em separado. O Urba-
nadora da Câmara de Arquitetura do Conselho Regional de Enge- nismo poderia até ser uma complementação, mas primeiro deve-se
nharia, Arquitetura e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES), Patrícia formar em Arquitetura, que oferece uma base bem mais ampla da pro-
Cordeiro. fissão”, comentou a estudante.
Para Patrícia, a nova resolução provocaria a fragmentação da pro- Outra preocupação é com relação ao sombreamento entre as pro-
fissão de Arquiteto. “Não queremos seguir o mesmo caminho trilhado fissões, um problema antigo que, na opinião deles, não seria resolvi-
pela Engenharia. Temos a unicidade como princípio e achamos que a do com a nova resolução. O Arquiteto Augusto Alvarenga acredita que
formação generalista continua sendo a melhor opção. É como na Me- a nova resolução pode lançar ao mercado profissionais que não te-
dicina: primeiro se conhece o todo e, depois, se especializa”, comen- nham o minimo de conhecimento geral sobre Arquitetura. “Já existem
tou. A Arquiteta também afirmou que a reformulação da resolução discrepâncias em nosso currículo, com baixas cargas horárias para dis-
218/73 favorecerá o mercantilismo, com a proliferação de cursos que, ciplinas técnicas, o que tem levado o Arquiteto a um afastamento do
por sua fragmentação, não se sustentarão. conhecimento sobre a construçaõ em si. Se permitirmos que um estu-
No meio acadêmico, professores e estudantes levantam a polêmica dante aprenda apenas alguns conceitos teóricos sobre o ato de proje-
sobre a nova resolução. O arquiteto e professor universitário André Luiz tar, por exemplo, estaremos lançando ao mercado um profissional
de Souza é pessimista com relação às mudanças na Resolução 218. “A despreparado para o trabalho”, opinou Alvarenga.

Engenheiros eletricistas acreditam que


as dificuldades continuarão

RODRIGO SANT’ANNA
A baixa participação dos profissionais da área nas reuniões
promovidas pelo Crea-ES, no mês de setembro, sobre as altera-
ções na resolução 218/73, fez com que a Câmara de Engenharia
Elétrica se posicionasse a favor do adiamento do prazo para ma-
nifestação formal sobre o anteprojeto de reformulação da lei.
“Dos cerca de 1,2 mil engenheiros eletricistas, apenas 20 com-
pareceram às reuniões, o que nos atrapalha na hora de definir uma
posição”, declarou o coordenador da Câmara, Ivan Pierozzi (foto).
Ao contrário de outras categorias, que se manifestaram majo-
ritariamente contra a nova resolução, os profissionais da Enge- trabalha como profissional autônomo. Na opinião dele, a nova
nharia Elétrica, cuja modalidade não sofrerá maiores fragmenta- resolução não irá resolver o problema da falta de um currículo
ções, não as vêem como preocupação principal, segundo Pierozzi. mínimo na formação do profissional.
“Profissionais de outras áreas argumentam que a nova resolução “Surgiram várias faculdades no país e cada uma criou seu pró-
provocará a fragmentação da profissão. Mas isso já aconteceu há prio currículo, sem que houvesse um padrão. Acho que a resolu-
muitos anos dentro da Engenharia, portanto, não há mais tantas ção 218 deveria ser discutida junto às instituições de ensino e até
perdas”, comentou. ao próprio Ministério da Educação, que poderia estabelecer as
Os profissionais presentes à última reunião dessa Câmara su- referências de um currículo único”, declarou Verdibello.
geriram a inclusão, no anteprojeto, de uma proposta que estipule Para o aluno do 8º período de Engenharia Elétrica da Univer-
a carga horária mínima para concessão de atribuições. “Nossa mai- sidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Roger Puziol Amaral, a
or preocupação é com a dificuldade para se delimitar o campo de questão é preoupante: “Não posso avaliar o impacto da nova re-
atuação dos profissionais”, afirmou Pierozzi. solução porque não conheço todos os pontos, mas soube da polê-
Um dos poucos profissionais da área que tem acompanhado mica com relação à delimitação das atribuições. Ao que parece,
as discussões é o Engenheiro Eletricista André Verdibello, que muitos vão perder parte do campo de atuação”, comentou.

OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBRO-2004 T ó p i c o s -7
Câmara de Agronomia OPINIÕES
ARQUIVO PESSOAL

defende formação plena


Conselheiros do Crea/ES são favoráveis a formação do agrônomo generalista
com posterior especialização e a uma maior fiscalização das escolas para que
elas tenham um currículo mínimo

ARIADNE LOURENCINI
A reformulação da Resolução 218
propõe que as instituições de ensino in- O diretor-presidente do Instituto Capixaba
formem o perfil de seu profissional egres- de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural
so, possibilitando à câmara especializa- (Incaper), engenheiro agrônomo Enio Bergoli,
da competente realizar uma análise mais acredita que o momento é oportuno para a
apurada das competências do profissio- discussão das atribuições e atividades dos
nal. Na atual resolução, profissionais do
profissionais, como está sendo proposto.
sistema Confea/Crea recebem a mesma
atribuição independente do local onde Para ele, no campo da engenharia e
tenham realizado o curso. da agronomia, depois de mais de três dé-
De acordo com Jorge, a preocupa- cadas da última Resolução, cada vez mais
ção é com relação aos cursos que “pro- o exercício atual da profissão está relacio-
põem o milagre profissional em pou- nado fortemente a algumas áreas e
co tempo”, onde às vezes se ressalta temáticas como mercado, normatização e
mais o título do que a formação em legislação, informática, meio-ambiente,
si. “Um Tecnólogo de Café, por exemplo, sustentabilidade, dentre outras.
A aprovação da nova Lei de Diretrizes e
normalmente estuda apenas dois anos de “A academia tem percebido essas mu-
Bases da Educação (Lei 9394/96) estabeleceu um
nível superior. Esse profissional é levado danças e a reestruturação pedagógica vem
novo formato para a educação profissional e acontecendo em todo o Brasil. Portanto, ao
a crer que poderia ter uma atividade na
superior e acabou com o chamado currículo nosso ver, se faz necessária a alteração na
área agronômica, mesmo que não possa”,
mínimo nas escolas, que, até então, era a base forma de se conceder as atribuições ao pro-
destaca Jorge.
para a concessão das atribuições dos profissio- fissional, considerando-se a evolução da ci-
A CEEA do Crea/ES é favorável a forma-
nais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia. A ção do profissional generalista que possa se ência e as exigências da sociedade”, afirma.
LDB foi o que motivou o Conselho Federal de especializar posteriormente na área que es- Enio destaca a necessidade de não se
Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea) a colher e não a formação de um especialista perder de vista a formação básica e, no caso
atualizar a Resolução 218/73, já que foi sem conhecimento genérico da área que irá específico da engenharia, em sua opinião, o
estabelecido um novo formato para a educação atuar. “Defendemos uma formação plena na profissional deve sair da academia não só
profissional e superior. área de formação a nível técnico, tecnólogo com condições de ser um engenheiro de
Segundo o coordenador da Câmara Espe- ou de graduação”, diz Jorge. fato, mas também de liderar, socializar,
cializada de Engenharia Agronômica (CEEA) Segundo ele, esse posicionamento visa de- humanizar, educar e legislar. Por isso, consi-
do Crea/ES, Jorge Luiz e Silva, a LDB fez com fender a sociedade dos efeitos nocivos que po- dera a educação continuada primordial à
que cursos de Agronomia, que eram dem ser causados por escolas que formam ina- mudança do perfil dos profissionais. “Ao se
generalistas, passassem a ter o seu currículo dequadamente, já que algumas instituições “es- preservar a formação básica de excelência,
voltado para interesses regionais ou até mes- tão fazendo da educação um grande negócio”. estaremos evitando a pulverização, o
mo de donos de escolas. “Criou-se, por exem- Dentre as sugestões que serão propos- sombreamento, sobreposição ou fragmen-
plo, o profissional de agronomia voltado para tas pela câmara estão a inserção da atividade tação das profissões”, destaca.
o Agronegócio. Em função de todas essas si- de avaliação e perícia dentro da modalidade O estudante do 10º período do curso
tuações, é necessário atualizar e disciplinar profissional da Agronomia. Hoje, há casos de de Agronomia da Ufes, Marcos Antônio de
as atividades e atribuições das profissões na processos em julgamento onde um enge- Jesus, vem acompanhando as propostas de
nova Resolução 218”, afirma Jorge. nheiro civil fez a avaliação de um imóvel alteração da Resolução 218 através de pes-
O que vai mudar, de acordo com o coor- rural, sendo que este profissional não pos- quisas, já que fez recentemente um traba-
denador da CEEA, não é a profissão, mas as sui conhecimentos básicos de fisiologia ve- lho acadêmico sobre os compromissos e res-
atribuições e atividades inerentes a forma- getal, fauna, flora, doenças e pragas, próprias ponsabilidades do Engenheiro Agrônomo.
ção de cada profissão. Os cursos de especiali- da formação do Agrônomo. “Queremos que Contrário à nova proposta, Marcos consi-
zação, por exemplo, não dão atribuição pro- a atribuição seja dada a quem de fato a adqui- dera que as alterações irão favorecer a cria-
fissional atualmente, mas, com a nova reso- riu nos bancos escolares”, destaca. ção de cursos sem critérios nas diversas ins-
lução, passarão a contar como atribuição. Outra preocupação é que muitas das atri- tituições, principalmente as privadas.
O problema maior, segundo ele, é que buições podem ser suprimidas e passarem “O Agrônomo precisa ser o profissi-
a forma como a alteração está sendo pro- para outras profissões. Para Jorge, se não hou- onal mais completo do mundo, pois ele
posta permite aperfeiçoamento e especiali- ver a devida participação dos profissionais cuida da vida na fase mais importante,
zação em áreas em que os profissionais não no processo de discussão, não só os profissi-
que é o alimento. O Agrônomo precisa
obtiveram formação generalista, favorecen- onais, como toda a sociedade, sairão perden-
conhecer o máximo e não ser reduzido a
do o mercantilismo de cursos e prejudican- do. “Uma das missões do Crea é defender a
uma área restrita, afinal, são 127 anos
do a sociedade por fragmentar profissões sociedade contra os efeitos nocivos dos maus
de atuação profissional”, destaca.
consolidadas. profissionais ou dos leigos”, considera.

Tópicos-8 OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBRO-2004
Modalidade Industrial ganhará novos
setores e subsetores
Proposta única foi criada e consolidada por uma comissão formada com membros da Câmara Nacional de Engenharia Industrial

RODRIGO SANT’ANNA deral do Espírito Santo (Ufes), Aristóteles das faculdades com o mercado”, sugere.
Alves Lyrio, com a participação de todos os Na opinião do estudante de Engenha-
membros da Câmara e, a partir dos debates ria Mecânica da Ufes, Fernando Moreira de
com outros profissionais, foi elaborado um Farias, a atualização da Resolução 218 é vi-
documento final como a nova proposta de tal, já que, a cada ano, o mercado sofre mu-
alteração da resolução. danças e necessita que os profissionais es-
“Como se trata de uma resolução que tejam adequados às novas realidades. Ele
aborda a atribuição profissional, calcada em considera imprescindível que as alterações
cima da grade curricular, os professores da sejam discutidas e argumentadas por pro-
Câmara puderam utilizar suas experiências fissionais da área, para que venham trazer
para redigir uma nova proposta de projeto”, benefícios a eles e não comprometam a
explica o coordenador da Câmara, o enge- flexibilização profissional.
RODRIGO SANT’ANNA

ASSIS (AO LADO), nheiro industrial José Carlos de Assis. A maior preocupação do engenheiro
COORDENADOR DA As propostas dos Creas foram apresen- mecânico Emerson Ribeiro é o
CEEI, DISSE QUE A tadas na 3a Reunião Nacional da Câmara Es- sombreamento das profissões. “As insti-
CÂMARA INDUSTRIAL pecializada de Engenharia Industrial, reali- tuições de ensino terão um papel muito
FOI A PRIMEIRA A zada entre os dias 18 a 22 de setembro, em importante, pois elas terão que se adequar
DEBATER A QUESTÃO Porto Alegre, RS, onde as propostas dos Creas a estas novas mudanças no sentido de me-
ES e PR foram tomadas como referência para lhorar a qualidade dos profissionais e se
o documento final. adequar às grades dos cursos”, afirmou.
A minuta do projeto de alteração da Participaram dessa reunião, além de As-
Resolução 218/73 apresentada pelo Confea em sis e Aristóteles, os conselheiros Adalberto
março e, posteriormente, numa versão mais Fernando Trés, Fabio Mantovanelli e Sebas-
atualizada, em junho, criou polêmica entre os tião Carlos Neto. No encontro, foi formada PROPOSTA
profissionais da modalidade de Industrial. uma comissão com dez integrantes de di- De acordo com o conselheiro
A versão apresentada acabou com a mo- versos estados com o objetivo de chegar a Aristóteles, a proposta foi discutida du-
dalidade de Engenharia Industrial e criou uma proposta única nacional da modalidade rante dois dias pela comissão e consolida-
novas modalidades, em separado, de cada industrial. da. O trabalho será sistematizado, com o
uma das profissões até então reunidas com acompanhamento de dois engenheiros in-
o nome de industrial. As novas modalida- dicados pela Câmara Nacional.
des seriam Mecânica, Metalurgia, Naval e
QUALIFICAÇÃO “Avançamos muito no debate e che-
gamos a uma proposta que aglutina o que
Oceânica, Aeronáutica e Espaço, Química, O presidente do Centro de Desenvolvi- nós queríamos, que era voltar com o nome
Geologia e Minas, todas, atualmente, junto mento Metal-Mecânico (CDMEC), Fausto da modalidade de Engenharia Industrial”,
com a modalidade de Alimentos, são inte- Frizzera, considera que, para que sejam am- revela Aristóteles, que considera grande a
grantes da Câmara Especializada de Enge- pliadas as atribuições profissionais, é neces- possibilidade de aprovação do projeto
nharia Industrial (CEEI) do Crea-ES. sário um currículo “mais sólido” nas facul- pelo Confea.
A proposta foi enviada a todos os Creas dades, pois acha que muitos profissionais A contribuição do grupo foi enviada à Co-
do Brasil, que deveriam discuti-la e dar suas missão de Exercício Profissional (CEP), que a
não saem das universidades qualificados
encaminhará em seguida ao plenário do Confea
contribuições. A partir disso, a CEEI do Crea/ para o mercado de trabalho. para votação e aprovação. Segundo Assis, cinco
ES passou a colocar a alteração da Resolução “Os engenheiros deveriam aprender representantes da Câmara estiveram presentes
218 na pauta de todas as suas reuniões com como usar ferramentas de gestão, planeja- na reunião de Porto Alegre.
o objetivo de sugerir uma nova proposta. mento e orçamento. Os professores deveri- Dentre as mudanças previstas em relação
Sob a coordenação do conselheiro do Crea e am conhecer mais o comportamento das à resolução de 1973, a novidade está na inclu-
professor aposentado da Universidade Fe- empresas, de forma que o aluno seja quali- são de mais dois setores na modalidade in-
dustrial: “Automação e Controle” e “Meio
ficado não só para o mercado local, mas o
Ambiente”. Houve também inclusão dos
COMISSÃO NACIONAL QUE global. O profissional deve melhorar o pa- subsetores “Petróleo” e “Estrutura Metálica e
ELABOROU O NOVO PROJETO drão de aprendizagem para atender melhor outros compostos”.
às empresas e necessidades do mercado”, Outra característica é a concessão de atri-
Aristóteles Alves Lyrio - CREA/ES
Elmar Pessoa Silva - CREA/PR avalia. buições para quem faz pós-graduação,
Heleno Teixeira - CREA/PA Para testar o nível dos engenheiros que mestrado e doutorado. “O objetivo da re-
Dalva Sbruzzi - CREA/SC saem das faculdades, Fausto sugere que eles forma da 218 é flexibilizar as atribuições de
Ederson Bustamante - CREA/MG acordo com as competências e não engessar
tenham seus conhecimentos certificados
Velocino Lourenço Tonietto - CREA/DF o profissional como a atual legislação faz”,
numa prova aplicada pelo Sistema Confea/ define Assis. A atual resolução exige que as
Antônio Barbosa Telles - CREA/AL
Crea, assim como a Ordem dos Advogados atribuições sejam definidas com base na gra-
Aysson Rosas Filho - CREA/AC
Francisco Machado - CREA/DF (cons. fed.) do Brasil (OAB) faz com os advogados. “Falta duação,, sem considerar os conhecimentos
Maria José Balbaki Fetti - CREA/TO (cons. fed.) maior qualificação comprovada dos profissi- adquiridos posteriormente.
onais e é necessário alinhar os currículos

OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBRO-2004 T ó p i c o s -9
Engenharia Civil critica critérios
Os critérios de concessão de atribuições sional por parte do sistema.”, co-
ANDRÉ TAQUETTI
e o fim do currículo mínimo na formação dos mentou.
Engenheiros Civis, previsto na nova Lei de No meio acadêmico, poucos
Diretrizes e Bases da Educação, são as estudantes estão acompanhando
principais críticas apontadas pelos representan- as discussões sobre a nova reso-
tes de entidades ligadas à área, além de lução. Um deles é o aluno do 9º
profissionais e estudantes, à nova resolução período do curso de Engenharia
218/73, proposta pelo Conselho Federal de Civil da Universidade Federal do
Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea). Espírito Santo (Ufes), Adriano
O coordenador da Câmara de Engenha- Stelzer, 23 anos, que tem partici-
ria Civil, Carlos Aragon Carpanedo, vê com pado das reuniões promovidas pelo
preocupação as conseqüências para o fu- Crea-ES.
turo profissional com a eliminação do Na opinião dele, as alterações
currículo mínimo, como prevê a Lei de Di- na resolução 218 não serão bené-
retrizes e Bases da Educação (LDB). ficas para quem está se forman-
“Entendo que, antes de ser especialis- do. “Quando a resolução passar a
ta, o profissional de nível superior deve ter ser obrigatória, em dois anos, res-
formação mais ampla. Posteriormente, po- tarão ainda cerca de seis turmas de Enge- reformulação da 218 irá causar a prolifera-
deria buscar especializar-se em algum cam- nharia Civil da Ufes, que terão cursado o ção de novas categorias, sendo que o mer-
po de seu interesse”, opinou. currículo antigo. Esses alunos se forma- cado de trabalho não está tão divido,
Carpanedo destaca ainda outro proble- rão sem adequação necessária à resolução”, nem preparado para receber esses pro-
ma: “A fragmentação das atividades de en- comentou Stelzer. fissionais especialistas”, declarou o dono
genharia poderá demandar número exces- O Engenheiro Civil Marco Aurélio Ri- da empresa Marbru Engenharia Ltda.
sivo de profissionais especialistas envolvi- beiro Brunetti também acha que a nova re- Brunetti defende que a Engenharia
dos em projetos e obras de menor porte, solução acarretará em uma maior fragmen- fique delimitada a cinco categorias princi-
onerando os proprietários, propiciando tação da profissão. “A Engenharia já está pais. “Então, se o profissional quisesse se
acobertamento de profissionais não legal- muito ramificada, basta ver a qauntidade especializar em uma área, teria uma carga
mente habilitados, sobrecarregando e difi- de cursos de Engenharia de Produção ou horária complementar para fazer um cur-
cultando a fiscalização do exercício profis- Engenharia de Petróleo que existem. A so específico”, destacou.

Professores acompanham mudanças


Os professores da Universidade Segundo a diretora do Centro Tecnológico quem fizer um curso de especialização na mes-
Federal do Espírito Santo (Ufes) ouvidos da UFES, professora Maristela Gomes da Silva, ma área.
pelo CREA são unânimes em afirmar a a Universidade realizou uma reunião com os De acordo com Maristela, o fato de não exis-
necessidade de uma alteração na Resolução professores de todas as engenharias, com a pre- tir mais um currículo mínimo faz com que os
sença de alunos e de um conselheiro do CREA, conteúdos programáticos mudem bastante de
218, que já está completando 31 anos de
onde foram feitos vários questionamentos em instituição para instituição, correndo-se o risco
existência, período pelo qual o mercado relação à alteração da Resolução 218/73. de cursos de má qualidade gerarem as mesmas
passou por inúmeras mudanças. No “Nós criticamos desde a filosofia da resolu- atribuições que os de boa qualidade, já que ca-
entanto, alguns deles não concordam com a ção até os seus mecanismos de berá às instituições de ensino informar o perfil
forma como a alteração está sendo proposta operacionalização”, destaca a professora. Uma do profissional egresso, possibilitando à câmara
e acham que deveria haver um tempo maior das preocupações é com relação ao curso de especializada competente realizar uma análise
para discutir o tema. Engenharia Ambiental, aprovado pelo MEC e mais apurada das competências do profissional.
que já está em sua segunda turma. Pela atual “Se não se avaliam os conteúdos
resolução, os profissionais formados nessa área programáticos, como serão dadas as atribui-
recebem o título de Engenheiro Ambiental, mas, ções?”, questiona Maristela, que considera que
com a mudança, o curso não será contemplado deveria haver maior debate entre as institui-
em nenhuma modalidade, mas será um sub ções de ensino e os conselhos regionais.
setor de meio ambiente dentro das modalida- A diretora do CT concorda que é necessária
des das engenharias Civil, Elétrica ou Mecânica. uma mudança na legislação, mas não “na corre-
Além disso, a professora acha preocupante ria que está sendo feita”. Ela destacou que na
o fato de serem concedidas atribuições iguais reunião realizada na UFES o consenso foi de
para conteúdos tão diferenciados de diversas que seria necessário mais tempo para discutir e,
faculdades, ou seja, quem fizer uma graduação caso esse tempo não for dado, os professores
de quatro anos em Engenharia Ambiental, por não concordam com a forma como a alteração
ARQUIVO CREA exemplo, pode ter as mesmas atribuições de está sendo feita, considerada confusa.

Tópicos-10 OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBRO-2004
A FAVOR
CIVIL E ELÉTRICA Crea fica numa situação difícil no mo-
O coordenador do cur-
No caso da Engenharia Civil, mento de conceder a atribuição, já que so de Engenharia Mecâni-
Maristela cita dificuldades na conces- não há mais um parâmetro de currícu- ca da Ufes e conselheiro do
são de atribuições da forma como está lo”, avalia. Crea, Geraldo Rossoni
sendo proposta. Um exemplo é a dis- Para que o profissional seja um en- Sisquini, considera a mu- ARQUIVO CREA
ciplina Patologia de Edificações. Algu- genheiro pleno, Hans considera que a dança da resolução positi-
mas faculdades não a possuem na gra- carga horária mínima do curso deveria va, pois possibilitará ao profissional, por meio da
de curricular. De forma a se adequar à ser de 3600 horas. Em sua opinião, de- pós-graduação, agregar novas atribuições, bene-
legislação, as instituições podem in- vem ser estabelecidas regras claras de ficiando quem está em constante atualização e
serir uma cadeira no curso que pode concessão de menos atribuições para possibilitando que o profissional se oriente pelo
gerar a mesma atribuição dos cursos quem fizer um curso com carga horária próprio mercado no momento de se aperfeiçoar.
que oferecem duas cadeiras, mesmo menor. “Verificamos algumas falhas da proposta, mas a
que a carga horária seja bem diferen- “Sem um parâmetro de currículo, o câmara já encaminhou as modificações necessá-
te, o que cria distorções. Crea não tem base legal para dizer que rias”, ressalta.
Para o professor coordenador do um profissional tem determinada atri- Na opinião do diretor do Centro de Ciências
curso de Engenharia Elétrica da Ufes, buição. Sem essas regras claras, o profis- Agrárias da Ufes, professor Rosembergue Bragança
Hans Schneebeli, a alteração está sen- sional pode entrar na justiça e acabar (foto), a evolução do ensino das ciências agrárias,
do muito mal feita por não estar ata- conseguindo essa atribuição”, afirma. que engloba os cursos de Agronomia, Engenharia
cando o problema básico da profissão Para fazer um projeto de sistema elétri- Florestal e Agrícola, e o fato da resolução 218 es-
que são as condições que são dadas ao co, por exemplo, o profissional precisa tar completando 31 anos, são fatores que mos-
profissional para que ele tenha sua atri- estudar uma matéria com carga horária tram que chegou o momento de se ajustar a anti-
mínima e realizar projeto sob orientação de ga resolução.
buição. “O problema é que depois que
um professor. “Está se perdendo a oportu- “Sou a favor de ajustes/adequações da pro-
revogaram a lei 4876, não existe mais
posta do Confea, respeitando as atribuições das
um currículo mínimo para os cursos nidade de deixar claras essas regras com a
modalidades dos profissionais e resguardando
de engenharia. O resultado é que o mudança da resolução”, diz.
seus direitos”, disse.

Arquitetura:
segmentação
da profissão
O que mais pode prejudicar as universidades é a
segmentação das profissões. Essa é a opinião do diretor
do Centro de Artes da Universidade Federal do Espírito
Santo (Ufes), Kleber Frizzera, quanto à polêmica sobre a
reformulação da Resolução 218/73 do Conselho Federal de
Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea). ARQUIVO CEFETES

Para ele, questões propostas na nova LDB, como


a eliminação do currículo mínimo, vão de encontro
às tendências do mercado. “A única coisa boa da Profissionais de nível
técnico não serão afetados
Arquitetura é não ter dividido a profissão, como
aconteceu com a Engenharia, que cometeu um gran-
de erro. A proposta de fragmentar o curso reflete o
interesse das faculdades privadas que, por pura A polêmica da reformulação da Resolução 218/73, proposta pelo Conselho
picaretagem, querem criar novos cursos que não ofe- Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea), atingiu as diversas
recerão aos alunos uma visão ampla e crítica da pro- categorias profissionais do Sistema Confea/Crea. Mas os profissionais e
fissão”, criticou Frizzera. estudantes do nível técnico não precisam se preocupar. É o que defende o
O diretor do Centro de Artes acredita, porém, diretor de Relações Empresariais e Comunitárias do Centro Federal de Educa-
que a flexibilização da resolução 218 não prejudicará ção Tecnológica do Espírito Santo (Cefetes), Aloísio Carnielli.
os Arquitetos quanto às chamadas áreas de “As alterações na Resolução 218 não afetam diretamente o profissional de
sombreamento entre as profissões. “Sempre há con- nível técnico. Isso porque nossas atribuições não foram deliberadas pelo
flitos entre as categorias que disputam espaço no Confea, mas sim por lei”, explicou. Para Carnielli, no entanto, a nova resolução
mercado. Mas, atualmente, os modelos de trabalho poderá trazer problemas futuros para alguns centros de formação técnica. “É o
são muito mais flexíveis. Não existe mais competên- caso do Cefetes, que está aguardando a autorização de uma portaria ministerial
cia exclusiva. Não será, portanto, uma legislação, por para criação de cursos de graduação e pós-graduação em Engenharia. Quando
mais fechada que seja, que irá cercear o trabalho do tivermos a autorização, vamos ter que entrar com os cursos de acordo com a
bom profissional”, opinou Frizzera. nova resolução, o que pode gerar problemas”, destacou.

OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBRO-2004 T ó p i c o s -11
ARQUIVO CREA
Silvio Roberto Ramos,
presidente do Crea-ES

“O mundo moderno
exige profissionais
ecléticos”
o Brasil para que as norma. Eu sempre digo que uma resolução
câmaras interessadas como essa não pode vir para prejudicar a
diretamente ou o plenário todos, ela tem que beneficiar a maioria.
se posicionem sobre a Então, a lógica é que se quisermos alterar o
O presidente do Conselho Regional proposta. O prazo de trâmite entre o debate que existe - que é anacrônico - talvez cada
de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do e posicionamento costuma ser de 120 dias. um possa perder um pouquinho. Os Creas
Espírito Santo (Crea-ES), Eng. Eletricista Quando a minuta volta ao Confea, o plenário de todo o Brasil precisam de ter competência
do Confea é quem decide sobre a aprovação para fiscalizar melhor, ter quadros técnicos
Silvo Roberto Ramos, se considera um dos
com base no que se coletou. No caso da que permitam uma avaliação dos cursos que
maiores defensores da alteração da
Resolução 218, o dia 17 de outubro é o prazo cada profissional fizer, se este curso é válido
Resolução 218/73, que definirá uma nova e se de fato agrega conhecimento. O Crea
máximo para manifestações e, a partir daí, o
sistemática para a concessão de atribui- serve para defender os direitos da sociedade
projeto entra na próxima plenária. Então,
ções e atividades profissionais. Para ele, a quem decide é o plenário do Confea. Esse e, por conseqüência dessa lógica, nós
atual resolução engessa o profissional tempo é extremamente importante. A idéia passamos a defender os interesses
num momento em que a velocidade dos era fazer um grande congresso para debater profissionais. Nós não somos uma associação
conhecimentos e desenvolvimento isso, uma grande plenária com representação de classe ou sindicato, somos um conselho
tecnológico exigem pessoas cada vez mais por estado e o que fosse definido a partir daí de fiscalização profissional e, no nosso
ecléticas, que tenham soluções para seria acatado pelo plenário do Confea. Então entendimento, tudo que está sendo colocado
questões variadas. Nesta entrevista, ele ele só homologaria. Mas isso está sendo deverá vir para melhorar a prestação de
fala um pouco sobre as mudanças que discutido. O que está valendo efetivamente serviços por parte de engenheiros, arquitetos,
estão em discussão no momento. são as manifestações dos Creas até o dia 17 agrônomos, tecnólogos e técnicos à sociedade.
de outubro. Que tipo de profissional o Brasil pre-
Qual é a sua opinião sobre a alteração Que categorias podem perder ou ganhar cisa?
da Resolução 218? com a aprovação do documento? Todos estamos ansiosos desejando que o
Eu sempre lutei pela alteração dessa Eu prefiro não entrar muito nesse mérito, Brasil cresça pelo menos 4 ou 5% ao ano. Para
resolução, que considero anacrônica, pois na questão pontual. O que interessa é que o isso, temos que superar os gargalos físicos e
engessa as potencialidades no mundo real, conceito precisa mudar para que os estruturais, de portos, aeroportos, rodovias
no mundo do trabalho, do avanço profissionais possam se qualificar a partir da e ferrovias, gargalos normais quando se leva
tecnológico e do conhecimento. A partir do aquisição de novos conhecimentos e poder em consideração o desenvestimento das
momento em que se diz: o engenheiro atuar como profissional. Na medida em que últimas décadas, já que, quando se retoma o
eletricista só pode fazer isso, isso e isso, ou um profissional volta para a universidade e crescimento, você ocupa a capacidade ociosa
que o engenheiro civil, mesmo que faça um adquire novos conhecimentos, podendo usar dessa infra-estrutura mas logo ela se esgota.
curso com disciplinas da engenharia elétrica, esses conhecimentos para o seu Mas, além disso, nós precisamos de algo que
não pode fazer o que o engenheiro eletricista desenvolvimento profissional. Essa resolução é fundamental para o crescimento econômico
faz, isso é anacrônico. Por isso sou um dos não é maravilhosa, tem várias falhas e, se e desenvolvimento, que é a competência
maiores defensores das alteração da formos analisar do ponto de vista técnica. Precisamos de gente competente nas
Resolução 218. È claro que as mudanças corporativo, da modalidade de engenharia várias áreas para fazer o país crescer. E a nossa
introduzidas na LDB, acabando com o elétrica, por exemplo, que é a minha área, área tecnológica, as profissões de base
currículo mínimo, dificultam muito a provavelmente nós teremos muitas perdas, tecnológicas são fundamentais para o
concessão de atribuições pelo Sistema assim como outras áreas. Por isso existem desenvolvimento do país. Se nós não nos
Confea/Crea, pela ausência de parâmetros duas posições: ou perdemos um pouquinho adequarmos a isso, possibilitando
entre cursos de instituições distintas. cada para ganharmos muito lá na frente ou mesclagens, ampliando o espaço de atuação
nós permaneceremos estacionados como profissional, dando qualidade às
Quem votará e aprovará essas mudan-
estamos. universidades, abrir novas vagas, do ponto
ças na resolução e como funciona o pro- de vista de formação e, do ponto de vista da
cesso? Nem todas as áreas estão satisfeitas
atuação, nós não conseguirmos fazer uma
com o anteprojeto apresentado. O que acha
Normalmente, o projeto de resolução é um ação que potencialize mais o que o
disso?
instrumento formal dentro do sistema profissional tem, que são novos
Confea. Cada resolução é precedida de uma A democracia é assim, tem que haver conhecimentos e atribuições, vamos perder
minuta, que é encaminhada aos Creas de todo negociação permanente e ir aperfeiçoando a o bonde da história.

Tópicos-12 OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBRO-2004
ARQUIVO CONFEA
Resposta às decisões dos
congressos e ao mercado
Na avaliação do presidente do tecnólogos. E, portanto, se faz necessário
Confea, eng. Wilson Lang, a reforma da não mais apenas atender a ansiedade polí-
Resolução 218 é uma resposta concreta às tica daqueles congressos nacionais de pro-
fissionais, mas também de compatibilizar a
decisões dos Congressos Nacionais de
Profissionais (CNPs) que vem apontando
nossa regulamentação com a realidade do
Wilson Lang,
foto
mercado”, acrescenta.
sistematicamente a necessidade de
mudanças de paradigmas no sistema de
Para Lang o momento é mais do que pro-
pício. “Existe um projeto concreto em deba-
presidente do
atribuições.
A Lei que criou o Sistema Confea/Crea e
te, que deve ser alterado pelas proposições
dos segmentos organizados. Até o momen-
Confea
que definiu as profissões de engenharia, ar- to não temos conhecimento de nenhum
quitetura e agronomia, posteriormente acres- outro tipo de legislação profissional que teve terpretação e na interação com as escolas,
cida da meteorologia, geologia, geografia e uma participação tão grande e tão estimula- cujos cursos estão demandando um concei-
dos engenheiros de segurança, estabelece a da de eventos, de reuniões, de participações to de atribuições cada vez mais, de um lado,
condição de que cabe ao Confea deliberar em seminários e congressos debatendo esse amplos e genéricos, e de outro, específicos.
sobre essa regulamentação nas partes em tema. De forma que estamos num momen- Ele insiste que o esforço feito pelo Sis-
que a Lei não às detalha. to extremamente favorável para fazer as al- tema Confea/Crea para a realização do deba-
Lang explica que o sistema de atribui- terações que são necessárias. E essas altera- te com as entidades, os Creas e com os pro-
ções foi criado a partir de um conjunto de ções não completam o arcabouço jurídico, fissionais é mais do que urgente, é necessá-
atributos que existiu nas escolas, nas unida- cuja mudança é também urgente, porque rio e próprio de uma sociedade em mutação
des de formação desses profissionais e que além do sistema de atribuições nós também e em crescimento. “Portanto cremos que ao
de certa forma refletia a realidade do merca- temos que estabelecer mecanismos de um final desse debate teremos uma legislação
do e a realidade profissional daquela época. sistema de ingresso na profissão. O que é que corresponda não só as ansiedades, às
“Hoje estamos em outra realidade, com no- um outro debate a ser feito após a expectativas, a necessária circulação vertical
vos paradigmas educacionais completamen- reformulação da 218. Esta questão também e horizontal dos profissionais nas diferen-
te diferentes. Temos as diretrizes não é mais apenas política, mas também uma tes áreas do conhecimento humano, mas
curriculares que criam uma flexibilização resposta às exigência do mercado”, ressalta. também seja uma resposta às questões que
sem precedentes nos ensinos dessas profis- Mas ele enfatiza que a 218 é a preocupa- o mercado está nos impondo hoje. E, princi-
sões. Temos mecanismos políticos educaci- ção da hora, ou seja se o Sistema Profissional palmente, mostre claramente um cenário
onais do Governo Federal alterando profun- não fizer as alterações necessárias, enfrenta- futuro de novos paradigmas para um siste-
damente a formação dos técnicos e dos rá sérios problemas a curtíssimo prazo na in- ma regulamentador de profissões das dimen-
sões do Confea/Crea”, finaliza.

Passo Mais de 60 eventos foram realizados para discutir a reforma da Resolução 218. Eles contaram, entre outras, com as
participações das Comissões do Exercício Profissional (CEP), de Educação do Sistema (CES), Comitê de Avaliação e
Articulação (CAA), Colégio de Presidentes (CP), Coordenadorias de Câmaras Especializadas (CCEC) e Colégio de Entidades
a Passo Nacionais (CDEN). Acompanhe abaixo passo a passo estes encontros, reuniões e seminários. O quadro mostra a
realização de um processo extremamente democrático, que envolveu o país inteiro.

OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBRO-2004 T ó p i c o s -13
O que pensam as entidades
As entidades de classe registradas no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Espírito
Santo (Crea-ES) têm opiniões diversas em relação à mudança da Resolução 218/73. Enquanto umas a consideram
necessária para acabar com os problemas de sombreamento das profissões, outras reclamam que a alteração, da
forma como está sendo proposta, será prejudicial à sua categoria, e deveria ser mais discutida antes de ir a votação no
plenário do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea). FOTOS: ARQUIVO CREA

SENGE-ES IAB-ES AEFES


Já o presidente da As-
O presidente do Sindi- O Instituto dos Arqui-
sociação dos Engenheiros
cato dos Engenheiros do Es- tetos do Brasil (IAB-ES) se
Florestais do Espírito Santo
pírito Santo (Senge-ES), Luis manifestou contra a
(Aefes), Álvaro Garcia, consi-
Fernando Fiorotti, criticou reformulação da resolução
dera a nova sistemática para
o curto prazo estabelecido 218/73, referente às ativi-
concessão de atribuição
pelo Confea para os Conse- dades, atribuições e com-
profissional um marco subs-
lhos Regionais se manifesta- petências dos profissionais
tancial no Sistema Confea/
rem sobre as mudanças na do Sistema Confea/Crea.
Crea. “Nela, busca-se acabar
reformulação da Resolução 218, referente às atividades, atri- Para o presidente da entidade, o Arquiteto Alexandre
com os problemas crônicos de sombreamento no futuro e
buições e competência dos profissionais do Sistema Cypreste Amorim, o ponto mais conflitante na nova
ainda permite que parte desses litigiosos existentes em to-
Confea/Crea.Os diversos debates promovidos pelas Câma- proposta é a idéia da especialização sem passar pela
dos os Creas do Brasil seja resolvido com a possibilidade do
ras Especializadas, ao longo do mês de setembro, no Crea- graduação, uma medida que Amorim acredita ser preju-
profissional vir a ter novas atribuições a partir de conheci-
ES, não foram suficientes para aproximar os profissionais dicial para os profissionais da área.“Isso vai ocasionar
mentos obtidos além daqueles obtidos na graduação. Ele
e estudantes das discussões sobre o assunto uma enorme perda na qualidade do serviço prestado.
reconhece, no entanto, que há um risco de não dar certo, que
polêmico.“Ainda há muita gente desinformada sobre a nova Como formar uma pessoa em Urbanismo em dois anos
está diretamente relacionado com a capacidade do sistema
resolução. Não dá para discutir por correspondência uma sem que ela tenha a visão do todo?”, questionou.
promover as mudanças operacionais necessárias para en-
questão polêmica como a Resolução 218 e simplesmente Amorim destacou ainda que a questão do
frentar o novo regime de atribuições. “Teremos em curso
acatar ou não um documento cuja proposta afeta centenas “sombreamento” entre as profissões, uma discussão
três regimes: para aqueles egressos e na vigência do decretão;
de profissionais, entidades de classe e de ensino”, contes- antiga cuja solução não estaria prevista na nova Resolu-
os da vigência da Resolução 218 e aqueles que estarão sob a
tou Fiorotti. Na opinião do presidente do Senge-ES, a pro- ção. “Um Engenheiro, por exemplo, faz uma disciplina
cobertura da nova resolução. Tudo isso remete a uma inten-
posta da nova resolução acarretaria em uma fragmentação de projeto arquitetônico e está apto para atuar na área.
sa necessidade de melhorias no quadro operacional dos
ainda mais intensa nas diversas modalidades da Engenha- Mas um Arquiteto teve várias disciplinas sobre o as-
CREAS e principalmente, um trabalho despido de corporativos
ria. “A Engenharia já está dividida demais e não pode cau- sunto ao longo do curso. Isso fica ainda mais gritante na
nefastos nas Câmaras Especializadas”, ressalta.
sar mais perdas para os profissionais. Defendemos o con- nova resolução”, criticou o presidente do IAB.
trário, uma Engenharia única, de formação generalista. Se já
avançamos na área tecnológica, por que não avançamos no
modelo de atribuições?”, comentou.
SEEA SEE
É praticamente consenso
Na opinião do presi-
entre os membros da
dente da Sociedade Espíri-
Sociedade Espírito
IBAPE-ES to-Santense de Engenheiros
Agrônomos (SEEA), Helder
Santense de Engenheiros
(SEE) que apenas as
O vice-presidente do Paulo Carnielli, a alteração
alterações na resolução 218/
Instituto de Avaliações e Pe- que está sendo feita é uma
73 do Confea não trarão
rícias de Engenharia do Es- “rapinagem” como o currí-
vantagens aos engenheiros.
pírito Santo (Ibape/ES), culo do curso de Agrono-
Para o presidente da SEE, José Antônio do Amaral Filho,
Demilson Martins, afirmou mia, pois estaria tirando atribuições da área e passando para
deveria haver uma profunda discussão entre os setores
que o que foi colocado no outras. “Na verdade, observamos que a forma como o Confea
de ensino, produtivo e de fiscalização para de forma
anteprojeto da nova Resolu- fez a proposta de alteração da Resolução foi para atender ba-
compartilhada, traçarem o novo modelo de formação do
ção 218 não era o que estava sicamente os lobbies das escolas que estão sendo criadas,
engenheiro. “As instituições de ensino formam um tipo
sendo esperado pela categoria. “Concordo com uma nova cujos cursos não atendem aos anseios da sociedade brasilei-
de profissional, mas o mercado quer outro. E a nova
resolução sobre as atribuições profissionais, mas acho que ra”, diz Helder. Para ele, o remanejamento das atribuições
resolução não preenche essa lacuna, trata do efeito e não
deveria mudar tudo. Mas o prazo está acabando e, pelo que será muito prejudicial aos agrônomos. Ele cita como exem-
da causa”, comentou. Amaral critica a formação de
estamos vendo na área Civil, o ideal seria aumentar esse plo o fato da Engenharia Civil poder atuar no manejo eco-
especialistas na graduação. “Entende que melhor a
prazo para que houvesse mais discussão, com a participa- lógico (recursos renováveis), sendo que o seu currículo não
graduação com maior conteúdo. De que adianta o
ção das faculdades e universidades”, afirma. permite isso. Devido a essa insatisfação com as mudanças,
engenheiro nascer especializado em determinada área?
ele informou que já existe um movimento nacional para
Pode atender a uma atual demanda, e no futuro?”,
descredenciamento da categoria do Crea e criação de um
questionou. Além disso, diz, “A formação por
Conselho de Agronomia. “O Crea não é mais guardião das
especialidade numa região do país poderá não atender
profissões; deveria fiscalizar nossas faculdades mas não
ao mercado de outra, vez que, cada uma têm sua própria
está cumprindo esse papel”, ressalta.
SINTAES E ATAES demanda e características”. Enfatiza ainda: “O atual
modelo não facilita a vida do profissional”. Entende por
fim. “O momento pode ser uma excelente oportunidade
Para o conselheiro do
de avanço sobre o arrastado e cruscial questão. Porque
Sindicato dos Técnicos
Agrícolas do Espírito San- SINTEC não rever o todo?.O modelo de formação do Engenheiro”.
to (Sintaes), Dario Anto-
nio de Almeida, as mu- O presidente do Sindicato dos Técnicos Industriais do Espírito Santo (Sintec), técnico
danças não afetam os pro- metalúrgico Kepler Daniel Sérgio Eduardo, considera que a nova resolução não vai mudar em
fissionais de nível médio nada para a categoria já que continuará limitando as atribuições dos técnicos, principalmente
da área agrícola, pelo contrário, as propostas apresenta- os eletrotécnicos e técnicos em edificação, como a Resolução 218/73. “A atual e a nova
das, em parte, fazem justiça aos técnicos agrícolas, pois resolução não reconhecem a lei 5524/68 e o decreto 90922/85, que regulamenta o exercício
inserem na resolução as conquistas destes profissio- profissional dos técnicos. Esperamos que o CREA reconheça essa lei. Acreditamos que uma resolução não pode ser
nais asseguradas pela lei 5.524/68, regulamentada pelo maior que a lei. Queremos que nossas atribuições sejam respeitadas”, ressalta Kepler. A posição do Sintec se baseia num
decreto 90.922/85, alterado pelo decreto 4.560/02. estudo sobre a nova sistemática de atribuições realizado pela Federação Nacional dos Técnicos Industriais (Fentec).

Tópicos-14 OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBRO-2004

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