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O sexual redescoberto

Um casal de mamífero, macho e fêmea, copulam de maneira que um


espermatozoide fecunde um ovulo para poder dar a origem a um filhote com
características dos genitores, mas para ocorrer a copulação é preciso que os indivíduos
sejam levados a isso por uma “vontade” ou “necessidade” de fazê-lo. A necessidade de
acoplamento sexual requer uma maturação do organismo, que em nosso caso ocorre
durante a puberdade.
Ao se referir a homens e mulheres, a sexualidade não pode ser reduzida, pois ela
é permeada por paixões, sensações, fantasias, peculiaridade, malícia e culpa. O intuito de
se reproduzir aparece apenas como uma parte menos apimentada e talvez a menos sexual,
um casal com dificuldade de engravidar provavelmente não fará sexo em sua forma mais
sexual, pois em algum momento haverá aconselhamento e consultas médicas de
inseminação artificial, o desejo de ter um filho é legitimo, mas tem pouco a ver com a
sexualidade.
Desde de o início a sexualidade despertou intensas reações nas culturas humanas,
como se fosse algo de perigo letal e trouxesse risco de desagregação, a religião e a moral
social mostraram a necessidade de “domar o perigo”, por meio de preconceitos, ritos e
punições que procuravam enquadrar a sexualidade dentro de limites. A sexualidade, exige
que cada indivíduo encontre uma solução para a necessidade de se adequar as normas e
aos valores do grupo e da cultura, em caso de insucesso dessa adequação formaram
sintomas e sofrimento neuróticos.
Freud, respeitado médico vienense, sempre quis realizar algo importante e ficar
famoso, queria alcançar isso com a qualidade de seus trabalhos, mas jamais por
sensacionalismo ou por escândalo. Trinta anos antes, publicava artigos sobre anatomia e
fisiologia do cérebro, durante dez anos fez pesquisas no laboratório de Ernst von Brücke
e esteve perto da descoberta do neurônio.
Participou, do debate de questões fundamentais da anatomofisiologia cerebral nas
perturbações da linguagem, com o livro sobre afasias, doença neurológicas com
perturbação na compreensão e expressão da linguagem. Em 1886, após seu estágio com
Charcot, passou a se dedicar ao tratamento das doenças nervosas, as neuroses. Junto com
Joseph Breuer desenvolveu uma forma de tratamento, o método catártico que deu origem
a psicanálise.
Freud escreveu e publicou Os três ensaios sobre a teoria sexual, onde nesse livro
ele afirma contra todas as expectativas e ideias que se tem sobre a sexualidade humana,
ela existe antes da puberdade e que nos primeiros anos não está presente somente em
jogos com outras crianças, mas também na relação com adultos, a ideia de sexualidade
proposta por ele não está conectada à reprodução e nem restrita à genital.
Após a morte de seu pai, Freud passou a submeter seus sonhos ao método
psicanalítico, baseando-se nas livres associações, então fez a descoberta do complexo de
Édipo, o terreno conflitivo em que se organiza a nossa sexualidade.
Qualquer parte ou atividade do corpo pode ser fonte de satisfação prazerosa,
erótica ou auto eróticas, Freud afirma que após a amamentação o bebê se sente satisfeito
e relaxado, ou seja, um protótipo do ápice de uma relação sexual. É esse tipo de
experiência de prazer que que torna o sujeito capaz de apegar-se à vida e sentir-se
impulsionado a viver.
Ao longo do desenvolvimento de Os três ensaios, desenvolveu a o teoria da libido,
a libido seria o apetite erótico transformável que, graças a sua plasticidade pode tomar
infinitas formas, até de prazer sem qualidade de sensação erótica. As pulsões só buscam
a satisfação, como exemplo o prazer em ouvir música.
Focou nas chamadas “aberrações sexuais”, descrito por Kraft-Ebbing, os
“desvios" que não causavam incomodo, pois não tinham nada a ver com maioria das
pessoas que eram consideradas normais, porém Freud propõe uma subversão, onde
chamaria a pessoa ou o que exerça atração de “objetos sexual” e o que se deseja fazer
com ela de “objeto”, também refuta as teorias sobre a natureza inata dos “desvios” e diz
que na busca de satisfação, a pulsão é móvel, variável e circunstancial.

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