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Informativo Eletrônico

34ª Edição

Panceflô - Outubro/2017
Informativo Eletrônico

Governo do Estado de Mato Grosso


José Pedro Gonçalves Taques

Secretaria de Estado do Meio Ambiente


Carlos Henrique Baqueta Fávaro

Secretaria Executiva
André Luis Torres Baby

Secretaria Adjunta de Gestão Ambiental


Alex Sandro A. Marega

Secretaria Adjunta de Administração Sistêmica


Valdinei Valério da Silva

Secretaria Adjunta de Licenciamento Ambiental


Mauren Lazzaretti

Superintendência de Educação Ambiental


Vânia Márcia Montalvão Guédes Cézar

Gerência do Conhecimento Ambiental


Gresiella Helena Vitor Almeida

34ª Edição

Panceflô - Outubro/2017
Informativo Eletrônico

34ª Edição

Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso - SEMA-MT.


Superintendência de Educação Ambiental.

ORGANIZAÇÃO: Gerência do Conhecimento A ­ mbiental,


Biblioteca “Arne Sucksdorff”.
PROJETO GRÁFICO/ARTE: Leonardo Nogueira.

COLABORADORES DESTA EDIÇÃO:

Aldeniza Rocha Venancio Josué Gusmão de Deus


Ana Carolina Steluti Paterlini Jurandi Bendito de Arruda
Camila Padilha Thiel Lúcia Shiguemi Izawa Kawahara
Creverson London Magalhães Marcos Antônio Camargo Ferreira
Enilson Jesus de França Maria Dulce Resende de Oliveira
Fábio Honório da Silva Mariana Soares Moretti
Fátima Sonoda Mary Aparecida Ramos de Jesus
Francisco Tadeu Paroli Poliana Ferreira do Couto
Giovani Eggers Renan de Oliveira Silva
Gresiella Helena Vitor Almeida Castilho Vânia Marcia Montalvão Guedes Cézar
Jane Aparecida da Silva Willian Rocha Campollin
Joelma Aparecida Cavalcanti de Castro

Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem,


necessariamente, a opinião desta Secretaria de Estado de Meio Ambiente.

Panceflô -Outubro/2017
SUMÁRIO
Seção Especial
A reserva da Biosfera do Pantanal

1 A reserva da Biosfera do Pantanal;


Complemento.
Seção FBEA
P.06

IX FÓRUM BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL P.09


Nenhum de nós é tão bom quanto todos nós juntos.

2 Formação de multiplicadores em Educação Ambiental


de Mato Grosso: caminhos desejados e trilhados
P.10

3 Espaços e instrumentos de gestão ambiental pública P.12

4 Educação Ambiental e Participação Social: experiência


em assentamentos rurais em Mato Grosso
P.14

5 REVOLUÇÃO VERDE: Alternativas aos Agrotóxicos P.16

6 Formação de gestores municipais em Mato Grosso


fortalecimento das políticas públicas ambientais
P.18

Meio Ambiente e Educação Ambiental – um diálogo

7 inicial”: formação de multiplicadores de Mato Grosso em


constante reformulação como espaços participativos
P.20

8 Educação Ambiental – capacitação do projeto MT Pró


Catador no estado de Mato Grosso
P.22

Panceflô - nº34 - Outubro/2017


SUMÁRIO
Seção Artigos
As medidas preventivas aos incendios
florestais em Mato Grosso

9 Introdução;
Olhares educativos para as políticas públicas ambientais em
Mato Grosso;
Considerações Finais;
P.26

Referências.

Incêndios florestais na Amazônia

10
brasileira
P.29
Desenvolvimento;
Conclusões;
Referências.

Estado da arte dos incêndios florestais:


uma proposta para a redução do número
de incêndios florestais no estado de Mato
Grosso

11 Introdução;
O fogo e seu uso;
Incêndios florestais em áreas rurais;
Incêndios florestais em áreas índigenas;
P.32

Incêndios florestais em assentamentos rurais


Conclusões;
Referências.

12
O que é Cadeia da Sociobiodiversidade
Dsenvolvimento; P.41
Bibliográfia.

Novidadeiro

13 Meio Ambiente P.44

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Seção Especial

01 A Reserva da Biosfera do Pantanal


Fátima Sonoda

transeuntes incautos, foi desbotada pelo


tempo, esquecida e finalmente apagada.
Passado mais de meio século,
aquela frase, ainda hoje, reflete bem o
pensamento do pantaneiro em relação
às políticas públicas para o Pantanal.
Considerado Patrimônio Brasileiro, pela
Constituição Brasileira, em 1988; Reserva
da Biosfera pela Unesco, em 2000; Sítio
do Patrimônio Mundial Natural (formado
pelo Parque Nacional do Pantanal
Matogro-ssense e as RPPNsAcurizal,
Penha e Dorochê), pela Unesco, em 2000;
e reconhecidos três Sítios Ramsar, título
internacional conferido pela Convenção
Internacional de Áreas Úmidas ao Parque
Nacional do Pantanal e as RPPNs SESC
FÁTIMA - Foi Presidente do Conselho Executivo da Pantanal e Rio Negro, o Pantanal tem
Reserva da Biosfera do Pantanal, Bióloga, Mestra títulos internacionais e pouca e devida
em Ecologia e Conservação da Biodiversidade, atenção do poder público.
Analista de Meio Ambiente e Superintendente de
Mudanças Climáticas e Biodiversidade. Faleceu As Reservas da Biosfera (RBs) foram
em 23 de junho de 2017. instituídas no âmbito da Organização das
Nações Unidas com objetivo de promover
soluções que conciliam a conservação da
biodiversidade com o uso sustentável,
“ O Pantanal está farto de elogios,
preserve-o”
Desenvolvimento
-
do
Fundação
Pantanal
de
-
assim como a valorização das culturas
regionais.
FUNDEPAN. A emblemática frase escrita A Rede Mundial de Reservas da
na lateral de um viaduto, numa das Biosfera (RMRB) reúne 669 RBs em 120
principais avenidas de Cuiabá-MT ficou países e se insere num programa de
ali grafada por muitos anos. Lida pelos cooperação científica internacional que
trata das interações entre o homem e

Panceflô - n°34 - Outubro/2017


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seu meio - o Programa Homem e a Biosfera ou MaB, sigla em inglês de Man and the
Biosphere Programme.
No Brasil, foram reconhecidas sete Reservas da Biosfera: Mata Atlântica, Cinturão
Verde de São Paulo, Cerrado, Pantanal, Caatinga, Amazônia Central e Serra do Espinhaço. A
implantação das RBs é orientada pela Comissão Brasileira do Programa MaB (Cobramab),
criada em 1974, e também pela Rede Brasileira de Reservas da Biosfera, desde 1995.
A coordenação de cada RB é feita por um Conselho, formado por representantes de
instituições públicas e de organizações da sociedade civil.
A Reserva da Biosfera do Pantanal (RB Pantanal) abrange os estados de Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul e uma pequena parcela de Goiás, mais precisamente, o
Parque Nacional das Emas, incidindo na região do Pantanal Mato-Grossense e das áreas
de influência das cabeceiras dos rios que estruturam o sistema hídrico da planície
pantaneira.
A ausência de atividades concretas, pelo governo brasileiro e governos estaduais,
foi questionada pela Unesco que “sugeriu” desligar a RB Pantanal da rede UNESCO, pois
não vinha cumprindo seus objetivos de criação e principais funções.

E m junho de 2016, a Secretaria de Biodiversidade e Florestas do Ministério Meio


Ambiente acatou as recomendações do Comitê Internacional de Aconselhamento das
Reservas da Biosfera (IACBR) e solicitou aos governos de Mato Grosso e Mato Grosso do
Sul a reestruturação do sistema de governança da RB Pantanal em seus estados (Comitês
Estaduais), para que estes possam atuar na implantação da RB Pantanal, de fato.
O início da (re) mobilização com a finalidade de organizar informações, articular
parcerias e esforços para atuar em sinergia aconteceu durante o III Congresso Brasileiro
de Áreas Úmidas (III CONBRAU), em Cuiabá, no qual a parceria com o INAU/CPP foi de
suma importância. O momento foi ideal para divulgação e iniciar os trabalhos de forma
articulada entre o Governo Federal (MMA e ICMBio), Governos de MT e MS e a sociedade
civil, com representantes da academia, das Ongs, proprietários de RPPNs e empresários
sustentáveis.
Em seguida constituiu-se Conselho Executivo da RB Pantanal, aprovado em
reunião da Comissão Brasileira do Programa Homem e Biosfera - COBRAMAB, que fez o
encaminhamento das prioridades de organização estratégica de um conjunto de ações
e atividades que garantam a gestão da RB Pantanal durante o biênio 2016 - 2018.

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Neste momento acontece, em Paris, a Reunião do Conselho Consultivo das Reservas


da Biosfera na Unesco onde será analisado o Plano Emergencial para a RB Pantanal,
elaborado pelo Conselho Executivo. A aprovação deste Plano é fundamental para a
permanência do título de Reserva da Biosfera do Pantanal e a segunda chance para os
governos federal e estaduais (MT e MS) atuarem efetivamente em prol do Pantanal.
No dia 2 de fevereiro, dia em que se comemoramos o Dia Mundial de Áreas Úmidas,
a UFMT, através do INCT-Áreas Úmidas e com o apoio do Centro de Pesquisas do Pantanal
(CPP) promoverão atividades para celebrar esta importante data. O Comitê Executivo da
RB Pantanal estará presente, pois é uma excelente oportunidade de divulgar o conceito
da RB Pantanal, a ações realizadas para as autoridades políticas, academia, além da
população em geral.
Por ter valor universal, o Pantanal, muito mais do que títulos, precisa urgentemente
de políticas públicas e trabalho a fim de garantir a proteção deste patrimônio natural e
cultural.

COMPLEMENTO

N o dia 06 de setembro de 2017, foram realizadas audiências públicas nas cidades de


Poconé e Cáceres, com a finalidade de realizar nivelamentos, esclarecer duvidas e
divulgar as ações e o PLANO DE AÇÃO EMERGENCIAL da RESERVA DA BIOSFERA DO
PANTANAL (2016-2017).

H omenagem dos servidores da Coordenadoria de Conservação e Restauração de


Ecossistemas da SUBIO, que herdaram a tarefa de fazer acontecer a reserva da
Biosfera do Pantanal.

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Seção FBEAS

IX FÓRUM BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO


AMBIENTAL
Nenhum de nós é tão bom quanto todos nós juntos

O IX Fórum foi um espaço para discussão das questões politicas, econômicas e socioambientais,
com a promoção de um diálogo de saberes e fazeres entre os diferentes segmentos da sociedade e
o poder público.

Mas o IX FBEA e IV ECEA também teve momentos de celebração, uma vez que em 2017, comemora-
se os 40 anos da histórica Conferência de Tbilisi, os 25 anos do Tratado de Educação Ambiental
para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global, e da criação da Rede Brasileira de
Educação Ambiental – REBEA, os 20 anos da I Conferência Nacional de Educação Ambiental, 18
anos da promulgação da Lei 9795/99, que instituiu a Política Nacional de EA (PNEA), 15 anos da
regulamentação da PNEA e criação do Órgão Gestor, e também da criação da Rede Sul Brasileira de
Educação Ambiental – REASul, os 12 anos do Programa Nacional de EA – ProNEA e ainda 5 anos da
aprovação, pelo Conselho Nacional de Educação – CNE, da Resolução que estabelece as Diretrizes
Curriculares Nacionais para Educação Ambiental - DCNEA.

Nesse espírito de celebração, mas também de alerta e resistência democrática, o IX FBEA teve como
tema gerador “Uma releitura crítica das políticas da educação ambiental brasileira: Repercussões
da Política (PNEA) e Programa Nacional de Educação Ambiental (ProNEA)” e como objetivo geral
o de Fortalecer a diversidade da Educação Ambiental brasileira, em suas diferentes matizes, por
meio da defesa dos direitos e conquistas alcançadas por meio das políticas públicas do campo
socioambiental.

Nessa nona edição do Fórum Brasileiro de Educação Ambiental, a REBEA, tendo como interlocutoras
as Redes Sul Brasileira de Educação Ambiental – REASul, Rede Paranaense de Educação Ambiental
– REA Paraná, Rede Linha Ecológica, Rede Materiais de Educação Ambiental REMATEA, e ainda,
sob a coordenação da Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI, - a maior Instituição Comunitária
de Educação Superior (ICES) do estado de Santa Catarina, que participa da malha da REBEA desde
os anos 2000, além de ser uma das instituições-elo fundadoras da REASul, em 2002, e também
por meio do Grupo de Pesquisa Educação, Estudos Ambientais e Sociedade – GEEAS, vinculado
ao Programa de Pós-Graduação em Educação – PPGE -, assumiram o desafio de realização do IX
FÓRUM BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL – IX FBEA, e o IV ENCONTRO CATARINENSE DE
EDUCAÇÃO AMBIENTAL - IV ECEA, este com o apoio da Comissão Interinstitucional de Educação
Ambiental - CIEA-SC e governo do Estado de Santa Catarina.

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Seção FBEAS

FORMAÇÃO DE MULTIPLICADORES EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL


DE MATO GROSSO: CAMINHOS DESEJADOS E TRILHADOS
Lucia Shiguemi I. Kawahara Eixo Tematico e tema: 2: Políticas, Programas
Aldeniza Rocha Venancio e Práticas de Educação Ambiental. Formação de
Francisco Tadeu Paroli Educadores em Educação Ambiental.
Palavras-Chave: Educação Ambiental; Formação
Jane Aparecida da Silva
de multiplicadores ambientais; Educação Não-
Willian Rocha Campollin formal.

Diante da crise socioambiental, descontextualizada da relação sociopolítica


inúmeros esforços em âmbito internacional, local. A versão do curso, em 2017, inseriu
nacional e local são realizados em em sua estrutura pedagógica, a Educação à
busca de sustentabilidades e justiças Distância em parceria com a Secretaria de
socioambientais. A manutenção de um Estado de Ciência e Tecnologia – SECITEC
ambiente saudável é resguardada pela que disponibilizou a sua plataforma para
Constituição Nacional e toda a Legislação a oferta de conteúdos e exercícios aos
Ambiental nos três níveis de governo, cursistas com o intuito incluir os munícipes
em conformidade com as diretrizes mais distantes das cidades maiores e de
internacionais atuais. A Secretaria de difícil acesso aos centros que normalmente
Estado do Meio Ambiente - SEMA se propõe ofertam cursos. Com base na perspectiva
a realizar a formação inicial e continuada de que a Educação Ambiental deve
como espaços participativos e formativos, proporcionar processo dialético entre o
buscando a inclusão, justiça social e Estado e a Sociedade Civil, possibilitando
descentralização da gestão ambiental. a construção participativa de políticas
Uma das ações da Superintendência de públicas por meio do diálogo permanente
Educação Ambiental – SUEA/ SEMA é (SORRENTINO, 2005), considerou-se a
a oferta do curso “MEIO AMBIENTE E abertura de vagas a todos os seguimentos
EDUCAÇÃO AMBIENTAL – UM DIÁLOGO da sociedade, sem restrições de formação
INICIAL” que tem como objetivo formar ou área de atuação. Assim, visando o
multiplicadores em Educação Ambiental. acolhimento de todos os cursistas, as
O Curso busca manter a indissociabilidade dinâmicas de socialização e valorização
da dimensão axiológica, epistemológica identitárias foram consideradas tão
e praxiológica da Educação Ambiental importantes quanto às atividades
(SATO, 2009), objetivando evitar a mera conceituais, pois segundo Paulo Freire
a visão comportamental, imediatista e (1996), somente haverá um verdadeiro

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diálogo pela amorosidade da qual carece o mundo atual. O curso foi realizado em 7 municípios
polos da Amazônia e alcançou o número de 324 cursistas, envolvendo 21 municípios.
Realizaram a formação, representantes dos mais diversos seguimentos da sociedade, a saber:
servidores públicos, universitários, agricultores, comerciantes, gestores, empreendedores,
donas de casa e pessoas desempregadas com interesse em aprimorar seus conhecimentos.
A diversidade não se limitou apenas à variedade dos seguimentos da sociedade, mas
acolheram-se desde pessoas sem o domínio da leitura-escrita e até aos pós-graduandos onde
todos compartilharam saberes e experiências em diálogo respeitoso e construtivo. Apesar
do entusiasmo e da boa mobilização realizada, infelizmente, a modalidade da Educação à
Distância não se mostrou promissor, pois além da dificuldade dos cursistas em acessar e
utilizar a plataforma virtual, a capacidade da internet no interior de Mato Grosso ainda
se revelou abaixo do necessário para se utilizar o site da SECITEC. Tal situação exigiu da
SEMA, a reformulação e adequação do currículo para não excluir aqueles com dificuldades
de cumprir a etapa não presencial. No entanto, a imensa demanda, as avaliações positivas e
gratificantes dos cursistas fizeram com que a SUEA continue a compreender que a Educação
Ambiental realmente é um processo constante de criar e recriar amorosamente, caminhos
para a construção de alternativas mais sustentáveis e justas.

“Se não amo o mundo,


Se não amo a vida,
Se não amo as pessoas,
Não me é possível o DIÁLOGO”

(Paulo Freire)

REFERÊNCIAS

FERRARO, JR. L. A.; SORRENTINO, M. Coletivos Educadores. In: FERRARO, JR. L. A. (org). Encontros e
caminhos: formação de educadoras(es) ambientais e coletivos educadores. Brasília: MMA, Diretoria de
Educação Ambiental, 2005.

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

SATO, M. Narrativas que constroem nação. In: SANTOS, J. E., SATO, M., ZANIN, E. M., MOSCHINI, L. E.O
cenário da pesquisa no diálogo Ecológico – Educativo. São Carlos: Rima 2009-b.

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Seção FBEAS

ESPAÇOS E INSTRUMENTOS DE GESTÃO AMBIENTAL PÚBLICA


Eixo Tematico e tema: 1- Educação Ambiental
Jurandi Bendito de Arruda na construção de Sociedades Sustentáveis.
Josué de Deus Gusmão Silva Agroecologia, Economia Campesina e Economia
Maria Dulce Rezende Solidaria: soberania alimentar, e tecnologias
Vânia Márcia Montalvão Guedes Cézar agroecológicas
Willian Rocha Campolin Palavras-Chave: Agricultura familiar,
agroecossistemas, economia campesina.

Resumo Expandido: A Secretaria de A visão sistêmica é obtida quando se


Estado de Meio Ambiente do Estado de analisa uma propriedade como um
Mato Grosso (SEMA/MT), com recursos do agroecossistema. Para que seja apreendido
FNMA/Edital nº 01/2013, vem formando em sua especificidade, esse olhar deve ser
182 Agentes Populares em Educação aplicado em uma unidade básica de gestão
Ambiental na Agricultura Familiar nos social na qual a coprodução se processa.
municípios de Tangara da Serra, Rosário Esse enfoque científico é a agroecologia
Oeste, Peixoto de Azevedo, Livramento e unidade básica é o agroecossistema
e Poconé. Dentre os temas trabalhados (GOMES DE ALMEIDA et al., 1996). A
destaca-se: Espaços e Instrumentos de análise do agroecossistema é apresentada
Gestão Ambiental Pública, que remete de forma compreensível na Cartilha de
às reflexões sobre os diferentes espaços Agroecologia do Instituto Giramundo
em que vive o/a agricultor/a familiar na elaborada em 2005 e na vivência de
sua unidade de produção familiar, pois é PINTO, et al. (2012). Este relato apresenta
neste espaço que se decide sobre as suas alguns aspectos da Formação de Agentes
transformações, como e onde instalar a sede, Populares de Educação Ambiental, quando
os cultivos, as agroindústrias, dentre outras. no desenvolvimento do tema em foco, que
Acontece, então a interação entre trabalho aconteceu de novembro de 2016 a março de
e ambiente e a mediação do Estado com 2017 e seguiu os seguintes procedimentos:
os instrumentos de gestão ambiental para 1) localização espacial do proprietário -
regular, limitar, incentivar ou desestimular endereço rural e urbano; 2) localização
a implementação de determinada atividade do Lote na microbacia; 3) inter-relação do
no sentido de manter estoques de recursos recurso hídrico e as atividades do agricultor;
naturais e consequente biodiversidade. 4) a inter-relação entre as atividades

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desenvolvidas no Lote e o conceito de agroecossistemas; 5) análise dos agroecossistemas


e a construção: do perfil da propriedade, do “mapa falante”, dos fluxogramas de insumos e
produtos, do fluxograma de renda, do fluxograma de trabalho e do mapa falante desejado;
6) visita a propriedade, para qual a turma, em três grupos, visualizou com o proprietário
os agroecossistemas e apresentou sugestões de melhorias considerando os aspectos
sociais, econômicos e ambientais; 7) construção do “mapa falante” desejado do Lote, com a
proposta de novos agroecossistemas e 8) a interface entre estes novos agroecossistemas e os
instrumentos de gestão ambiental pública, isto é a interferência do licenciamento ambiental
e outros instrumentos legais no Lote. A vivência na temática possibilitou aos Agentes
Populares em Educação Ambiental a realização de uma análise participativa e holística de
uma propriedade rural considerando os agroecossistemas ocorrentes e sua interface com
a regularidade ambiental e seus instrumentos, bem como propor melhorias aos gestores
das propriedades, considerando os aspectos sócio, econômico e ambiental. O ver as inter-
relações (dos espaços, dos insumos e produtos, de trabalho e renda) é o passo inicial para
obter uma visão sistêmica ou holística da propriedade, uma das estratégias importantes
para as atividades dos Agentes Populares de Educação Ambiental. Esta vivência pode ser
difundida aos agricultores familiares, para que estes comecem a perceber a propriedade
como um sistema vivo e apto à produção de base agroecológica, saudável e segura.

AGRADECIMENTOS

À SEMA/MT pela coordenação, logística e condução do processo formativo e aos


Agentes Populares em Educação Ambiental na Agricultura Familiar pelo envolvimento e
contribuições no desenvolvimento do tema.

REFERÊNCIAS

MUTUANDO, Instituto Giramundo, A Cartilha Agroecológica /Instituto Giramundo Mutuando. Botucatu,


SP: Editora Criação Ltda., 2005.

GOMES DE ALMEIDA, S.; CORDEIRO, A.; PETERSEN, P. Crise socioambiental e conversão ecológica da
agricultura brasileira: subsídios para a formulação de diretrizes ambientais para a agricultura. Rio de
Janeiro: AS-PTA, 1996.

PINTO, D.F.P.; CARMO, M.S.; RIBAS, L.C.; GONSALES, J.R.; LEAL, I.S.S. Análise de agroecossistemas no
assentamento rural Monte Alegre, Motuca-SP. Rev. Ciênc. Ext. v.8, n.3, p.250-257, 2012.

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EDUCAÇÃO AMBIENTAL E PARTICIPAÇÃO SOCIAL: EXPERIÊNCIA


EM ASSENTAMENTOS RURAIS EM MATO GROSSO
Eixo Temático e Tema: 2- Políticas, Programas
Aldeniza Rocha Venancio e Práticas de Educação Ambiental. Políticas
Jurandi Bendito de Arruda Públicas: formulação, espaços participativos e
Maria Dulce Resende de Oliveira monitoramento.
Josué Gusmão de Deus Palavras-Chave: Educação Ambiental;
Gresiella Helena Vitor Almeida Castilho Participação Popular; Controle Social.

O Programa de Educação Ambiental e do controle social tanto nas formulações


e Agricultura Familiar – PEAAF é um como na execução das Políticas Públicas
programa de Formação de Agentes Populares incentivando-os a ocuparem os espaços
de Educação Ambiental na Agricultura participativos. Foram abordados os seguintes
Familiar e Implementação de Projetos temas: 1) Importância da participação social;
Comunitários de Educação Ambiental. O 2) formas e espaços de participação; 3) o
mesmo tem como objetivo oferecer subsídios cidadão e seu papel no controle social. A
técnico-pedagógicos para a formação de participação popular foi estabelecida pela
Agentes Populares de Educação Ambiental Constituição Federal de 1988, que promulgou
comunitários, em especial mulheres e jovens, uma série de princípios e de diretrizes sobre
para que atuem como multiplicadores de a participação dos cidadãos no desenho,
Educação ambiental em seus respectivos na implementação e no controle social das
territórios, tratando das diversas temáticas políticas públicas. A Constituição também
concernentes à sustentabilidade ambiental reconheceu novas atribuições para as
e agricultura familiar. O relato refere aos organizações da sociedade civil dentro do
trabalhos ocorridos em assentamentos das sistema político brasileiro, destacando o seu
cidades de Barra do Bugres e Peixoto de papel protagonista na condução da “coisa
Azevedo, no Estado de Mato Grosso, onde pública”. A Educação Ambiental compreende
foram abordadas diversas temáticas ligadas à a participação e o controle social como luta
educação ambiental e meio ambiente. Dentro e resistência para garantir que as políticas
desse programa, surgiu a necessidade de atendam, de fato, às necessidades prioritárias
trabalhar a temática da Participação e Controle da população, seja esta urbana ou rural. Pelo
Social com o intuito de oferecer formação processo educativo busca-se empoderar as
política que auxilie os agentes comunitários pessoas para que participem das discussões e
a compreender a importância da participação soluções para suas demandas socioambientais.

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O “empoderamento” da comunidade, para que ela seja protagonista de sua própria história tem
sido um termo utilizado nas políticas públicas e dos analistas, neste novo milênio. Trata-se de
processos que caminhem para a autossustentabilidade, com a mediação de agentes externos - os
novos educadores socioambientais – atores fundamentais na organização e o desenvolvimento
dos projetos. Os pressupostos gerais que sustentam as afirmações sobre a participação são: a)
uma sociedade democrática só é possível via o caminho da participação dos indivíduos e grupos
sociais organizados. b) não se muda a sociedade apenas com a participação no plano local, micro,
mas é a partir do plano micro que se dá o processo de mudança e transformação na sociedade. c) é
no plano local, especialmente num dado território, que se concentram as energias e forças sociais
da comunidade, constituindo o poder local daquela região; no local onde ocorrem as experiências,
ele é a fonte do verdadeiro capital social, aquele que nasce e se alimenta da solidariedade como
valor humano (GOHN, 2004). O desenvolvimento da temática entre os participantes do PEAAF foi
bastante produtivo, visto que, distante do meio urbano, onde as decisões são tomadas, os cidadãos
e trabalhadores do meio rural costumam ficar alheios ou, ainda, “esquecidos” pelo poder público.
Com a discussão sobre a participação da comunidade nos assuntos coletivos, observamos a carência
de informação/conhecimento, a ausência, dentro do próprio grupo, de lideranças e iniciativas
que possam melhorar a vida de seus comunitários. Essa iniciativa de promover a organização e a
participação dos assentados do PEAAF indicou caminhos e possibilidades de lutas comunitárias
em prol da solução de seus problemas socioambientais.

REFERÊNCIAS

GOHN, Maria da Glória. Empoderamento e participação da comunidade em políticas sociais. Revista


Saúde e Sociedade v.13, n.2, p.20-31, maio-ago 2004.

CICONELLO, Alexandre. A Participação Social como processo de consolidação da democracia no


Brasil. Oxfam International, Junho de 2008.

RICCI. Rudá. Controle social: um conceito e muitas confusões. Revista Espaço Acadêmico, nº 98,
Julho de 2009, Ano IX, ISSN 1519-6186.

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Seção FBEAS

REVOLUÇÃO VERDE: Alternativas aos Agrotóxicos


Eixo Temático e Tema: 1- Educação Ambiental na
Jurandi Bendito de Arruda construção de Sociedades
Maria Dulce Resende de Oliveira Sustentáveis.Tema: Agroecologia, Economia
Mary Aparecida Ramos de Jesus Campesina e Economia Solidaria: soberania
Poliana Ferreira do Couto alimentar, e tecnologias agroecológicas
Vânia Márcia M. Guedes Cézar Palavras-Chave: Educação Ambiental Campesina;
Defensivos Naturais; Homeopatia; Agroecologia.

Resumo Expandido: Um dos problemas no desenvolvimento do tema “Revolução


ambientais do Estado de Mato Grosso é a Verde”, que ocorreu nos municípios de Poconé,
contaminação ambiental pelo uso extensivo Nossa Senhora do Livramento, Rosário Oeste
dos agrotóxicos. Ar, água, solo e os seres vivos e Peixoto de Azevedo, com a participação de
vêm passando por um processo progressivo 182 agentes, no período de julho a novembro
de intoxicação. O uso destes produtos surgiu de 2016, com recursos disponibilizados pelo
como um dos avanços tecnológicos da FNMA, Edital 01/2013. A temática com carga
Revolução Verde, que foi um movimento de horária de oito horas, teve por finalidade de
modernização e industrialização da agricultura apresentar as consequências, os resultados
com o propósito de aumentar a produção e as alternativas ao sistema convencional de
agrícola e erradicar a “fome” no mundo. Estes cultivo introduzido pela Revolução Verde, com
avanços vêm promovendo insustentabilidade ênfase aos defensivos naturais, tendo como
ambiental, fato que remete aos agricultores base as receitas apresentadas por Guerra,
a adoção de novas formas de cultivos com 1985; Rabelo, et. al. 2006 e Correia 2011.
bases agroecológicas, tendo por princípios Os preparados homeopáticos seguiram as
a autonomia das unidades produtivas, a recomendações do Caderno de Homeopatia
valorização do saber tradicional e o não uso elaborado pelos Produtores Orgânicos da
de agrotóxicos. A substituição destes insumos Região da Vertente do Caparaó em 2009. O
pode ser gradativa e para isto pode-se utilizar os desenvolvimento do tema teve os seguintes
defensivos alternativos, como por exemplo os procedimentos: 1) Contextualização histórica
inseticidas naturais, de origem vegetal, animal da Revolução Verde; 2) Levantamento da
ou mineral, bem como o uso dos preparados cultura principal da localidade; 3) Descrição
homeopáticos. Este relato apresenta do cultivo da principal cultura eleita; 4)
alguns aspectos da Formação de Agentes Descrição do cultivo da principal cultura
Populares de Educação Ambiental, quando do agronegócio de Mato Grosso, a soja; 5)

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Grifagem das palavras com o final cida utilizado nos cultivos escolhidos (herbicida, inseticida,
fungicida,...) e reflexões sobre o sistema de cultivo; 6) Relato do estudo realizado em Lucas do Rio
Verde - MT, sobre a contaminação do leite materno com resíduos de agrotóxicos. Questionamentos
sobre alimentação saudável ou segura: Qual mãe gostaria de fornecer alimento contaminado
para seu filho(a)? Que alternativas temos para produzir alimentos seguros? 7) Apresentação de
algumas práticas da agricultura sustentável ou de base agroecológica: adubação orgânica, adubação
verde, compostagem, biofertilizante, uso de inseticidas alternativos ou naturais, homeopatia...; 8)
Apresentação alguns inseticidas naturais já confeccionados e dispostos em garrafas pets; 9) Oficina
sobre preparo de alguns inseticidas naturais; 10) Distribuição e leitura de material informativo:
O Caderno de Homeopatia; 11) Realização de demonstração de métodos sobre preparados
homeopáticos; 12) avaliação e encerramento do encontro. A vivência nesta temática proporcionou
aos Agentes Populares em Educação Ambiental em formação a possibilidade de execução de
algumas práticas de agricultura sustentável ou de base agroecológica, em oposição para um dos
pacotes tecnológicos da Revolução Verde - os agrotóxicos. Considerações e recomendações são
reduzir ou eliminar o uso de agrotóxicos, bem como dos resíduos destes no ambiente, constituem
desafios aos agricultores, o que favorecerá a biota dos ecossistemas e a produção de alimento
seguro para o ser humano, resultando em mais saúde para os seres envolvidos. A socialização
destas experiências no meio rural constitui um dos papéis do (a) educador (a) ambiental.

AGRADECIMENTOS

À Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Estado de Mato Grosso pela coordenação,


logística e condução do processo formativo e aos Agentes Populares em Educação Ambiental na
Agricultura Familiar pelo envolvimento e contribuições no desenvolvimento do tema.

REFERÊNCIAS

CORREIA , M. E. L. Agricultura de Base Agroecológica , EMPAER - MT, Boletim Técnico, Cuiabá, 2011.

GUERRA, M. S. Receituário caseiro: alternativas para o controle de pragas e doenças de plantas


cultivadas e de seus produtos. Brasília, DF: Embrater, 1985. 166p.

RABELO, F.B.; SILVA, C.S, B.; CARVALHO, G. K. L. Uso de inseticidas alternativos no controle de pragas
agrícolas / Flávia Rabelo Barbosa, Petrolina : Embrapa Semi Árido, documentos nº 191, 2006. 47 p.

CADERNO de Homeopatia - Instruções práticas geradas por agricultores sobre o uso da homeopatia
no meio rural. Viçosa: Produtores Orgânicos da Região da Vertente do Caparaó, 2009.

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Informativo Eletrônico

Seção FBEAS

FORMAÇÃO DE GESTORES MUNICIPAIS EM MATO GROSSO


FORTALECIMENTO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS AMBIENTAIS
Eixo Temático e Tema: Políticas, Programas e
Vânia Márcia Montalvão Guedes Cézar Práticas de Educação Ambiental.Tema: Políticas
Enilson Jesus de França Públicas: formulação, espaços participativos e
Fábio Honório da Silva monitoramento.
Renan de Oliveira Silva Palavras-Chave: Gestão Ambiental, Educação
Creverson London Magalhães Ambiental, Políticas Públicas, Formação de
Gestores.

O Sistema Nacional do Meio Ambiente 140, que no seu Art. 9º, institui como dever
– SISNAMA, instituído pela Lei 6.938/81, do município “executar e fazer cumprir, em
estabelece a estrutura da gestão ambiental âmbito municipal, as Políticas Nacional e
no Brasil designando o órgão seccional Estadual de Meio Ambiente e demais políticas
estadual como responsável pela “execução nacionais e estaduais relacionadas à proteção
de programas, projetos e pelo controle do meio ambiente”; e ainda reforçou no inciso
e fiscalização de atividades capazes de XI “promover e orientar a educação ambiental
provocar a degradação ambiental”; sendo em todos os níveis de ensino e a conscientização
que tal atuação deve ser otimizada mediante pública para a proteção do meio ambiente”.
articulação coordenada entre os órgãos e Assim, de acordo com a Política Estadual de
entidades que fazem parte do SISNAMA. O Educação Ambiental de Mato Grosso – Lei n°
SISNAMA, constituído pelos órgãos e entidades 7.888/03, a gestão da Educação Ambiental
da União, dos Estados, do Distrito Federal, Não-Formal, ou seja, aquelas ações e práticas
dos Municípios é responsável pela proteção educativas não escolarizada fica sob a
e melhoria da qualidade ambiental. Cabe aos responsabilidade da Secretaria de Estado
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios do Meio Ambiente de Mato Grosso – SEMA,
a regionalização das medidas emanadas do enquanto aquela de caráter formal fica ao
SISNAMA, estes devem elaborar normas e encargo da Secretaria de Educação – SEDUC.
padrões supletivos e complementares. Diante Neste contexto de necessária descentralização
do contexto de crise socioambiental em nível da gestão de licenciamentos, o CONSEMA
planetário e das pressões internacionais estabelece que “caberá ao órgão ambiental
e nacionais, nesta década, inicia-se em estadual a capacitação dos técnicos e gestores
âmbito nacional processos orientativos de municipais para fomentar e apoiar as
descentralização do licenciamento ambiental. atividades de licenciamento, monitoramento
Em 2011 é publicada a Lei Complementar nº e fiscalização ambiental no âmbito local de

Panceflô - nº34 - Outubro/2017


Panceflô - nª34 - Setembro/2017

competência municipal” (Resolução 85/2014). A Educação Ambiental na SEMA é administrada


pela Superintendência de Educação Ambiental – SUEA, apesar das pressões desenvolvimentistas
que assola o Estado, este órgão não pode olvidar-se de sua missão em implementar políticas
públicas visando à conservação ambiental para a sustentabilidade para além do desenvolvimento
econômico, tecnológico ou de infraestrutura. Neste contexto, os princípios da Educação Ambiental
devem constituir a base pétrea orientadora das ações de todo o órgão. A Educação Ambiental
como processo mobilizador e transformador tem buscado trabalhar sistêmica e transversalmente,
orientando intervenções pedagógicas contextualizadas onde o diálogo com a comunidade é
considerado como protagonismo e não apenas como instrumento. A SUEA realiza a interação e
interlocução com a sociedade e com as demais superintendências da SEMA ofertando os cursos
de formações dos diversos seguimentos da sociedade. Em parceria com a Superintendência de
Relacionamento e Atendimento (SURAT), nos anos de 2015 e 2016, a SEMA formou 160 técnicos
e gestores, de 35 secretarias municipais em temas relacionados à gestão ambiental. Atualmente
existem 35 municípios habilitados para realizar o licenciamento ambiental de âmbito local em todo
o Estado, além de um Consórcio Intermunicipal, composto por 8 municípios. Os demais municípios
estão em processo de habilitação. Ressalta-se que os municípios habilitados já possuem em sua
estrutura administrativa órgão de meio ambiente, responsável pela gestão ambiental através do
licenciamento e fiscalização ambiental.

AGRADECIMENTOS

Aos gestores do Órgão Estadual de Meio Ambiente, às Prefeituras Municipais e aos Consórcios
Intermunicipais.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei complementar nº 140, de agosto de dezembro de 2011. Disponível em <http://www.


planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp140.htm>. Acesso em: 12 jul. 2017.

MATO GROSSO. Lei Nº 7.888, de 09 de janeiro de 2003. Disponível em: < http://www2.camara.leg.
br/legin/fed/declei/1940-1949/decreto-lei-7888-21-agosto-1945-378754-publicacaooriginal-
1-pe.html>. Acesso em: 12 jul. 2017.

MATO GROSSO. Resolução CONSEMA Nº 85, de 24 de setembro de 2014.Disponível em:<https://


www.legisweb.com.br/legislacao/?id=275428>. Acesso em: 12 jul. 2017.

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Informativo Eletrônico

Seção FBEAS

MEIO AMBIENTE E EDUCAÇÃO AMBIENTAL – UM DIÁLOGO


INICIAL”: FORMAÇÃO DE MULTIPLICADORES DE MATO
GROSSO EM CONSTANTE REFORMULAÇÃO COMO ESPAÇOS
PARTICIPATIVOS
Eixo Temático e Tema: EIXO 2: Políticas,
Lucia Shiguemi I. Kawahara Programas e Práticas de Educação Ambiental.
Aldeniza Rocha Venancio Políticas Públicas: formulação, espaços
Camila Padilha Thiel participativos e monitoramento.
Francisco Tadeu Paroli Palavras-Chave: Educação Ambiental; Formação
Jane Aparecida da Silva de multiplicadores ambientais; Políticas Públicas.

A crise socioambiental dos dias atuais decorrentes das ações humanas degradadoras
aponta para a urgência em se tratar as do ambiente. Em 2015, Mato Grosso, ao
questões ambientais com responsabilidade participar da Conferência do Clima (COP 21) em
legal e moral, clamando pela construção de Paris, trouxe para o estado, a responsabilidade
políticas públicas sustentáveis e participativas. de realizar “a expansão e aumento da eficiência
A Secretaria de Estado do Meio Ambiente - da produção agropecuária e florestal, a
SEMA, juntamente com a Secretaria de Estado conservação dos remanescentes de vegetação
de Educação - SEDUC são os órgãos gestores nativa, recomposição dos passivos ambientais
da Política Estadual de Educação Ambiental e a inclusão socioeconômica da agricultura
(LEI 7.888/03). Nesta perspectiva, buscando familiar e populações tradicionais”. (DECRETO
a inclusão, justiça social e descentralização da 468/2016) . À Superintendência de Educação
gestão ambiental, a SEMA se propõe a realizar Ambiental - SUEA coube realizar a formação
a formação inicial e continuada oferecida às de multiplicadores em educação ambiental no
diversas esferas da sociedade como espaços contexto do Projeto “Mato Grosso Sustentável”
participativos e formativos. O Curso “MEIO com fomento do Fundo Amazônia. Assim, foi
AMBIENTE E EDUCAÇÃO AMBIENTAL – UM retomada a propositura do “Diálogo Inicial”
DIÁLOGO INICIAL” surgiu em sua primeira com reformulações que incluiu o sistema de
versão em 2009 e desde então, vem sendo educação à distância para garantir os conteúdos
trabalhada para atender às necessidades de necessários à formação dos multiplicadores
mudanças de comportamentos da sociedade em educação ambiental. O Curso busca manter
que estava sofrendo com os impactos negativos a indissociabilidade da formação de valores e

Panceflô - nº34 - Outubro/2017


Panceflô - nª34 - Outubro/2017

atitudes (aprendizagem atitudinal); com bases científicas e conceituais (aprendizagem conceitual),


associadas às práticas e procedimentos sustentáveis (aprendizagem procedimental), buscando
superar a visão comportamental, simplista e descontextualizada da relação sociopolítica local.
Inicialmente, ofertava-se a formação ao longo de uma semana, em período integral. A reformulação
em 2017 foi necessária, pois no contexto do Fundo Amazônia, os municípios contemplados são
distantes de Cuiabá; bem como a dificuldade em deslocar uma numerosa equipe técnica por uma
semana e; fundamentalmente, para atender à dificuldade dos cursistas dedicarem uma semana
inteiramente em período integral à formação, visto que a maioria dos cursistas é formada por
trabalhadores, donas de casa e estudantes. Por meio da parceria estabelecida com a Secretaria
de Estado de Ciência e Tecnologia – SECITEC que possui infraestrutura para preparo e oferta da
Educação à Distância, foi possível manter a qualidade do conteúdo oferecido na proposta inicial dos
anos anteriores. A nova proposta apresenta quatro módulos, sendo organizados em um primeiro
módulo introdutório presencial (16 horas). O segundo módulo (38 h) na modalidade à distância
com vídeos-aulas e exercícios com questões dissertativas para a sistematização das aprendizagens.
No terceiro módulo (30 h) ainda à distância, os cursistas trabalham a elaboração do Plano de
Enfrentamento dos Problemas Ambientais sob orientação dos tutores da SEMA. No quarto módulo
(16 h) presencial, por meio de uma aula de campo buscar-se-á uma reflexão in lócus do conteúdo
estudado e por fim, os cursistas apresentam o plano de enfrentamento. A SEMA tem o orgulho de
levar à comunidade matogrossense o curso Diálogo Inicial com o ensejo de construir espaços de
participação e esperanças, buscando consolidar novas possibilidades, reconhecendo as diferentes
formas culturais e identitárias de cada território, fortalecendo o sentimento de pertencimento pela
Educação Ambiental.

“O papel da Educação Ambiental


não é apenas proporcionar alicerce político pedagógico,
mas é dar novo significado ao mundo”

Michèle Sato

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Informativo Eletrônico

Seção FBEAS

EDUCAÇÃO AMBIENTAL – CAPACITAÇÃO DO PROJETO MT PRÓ


CATADOR NO ESTADO DE MATO GROSSO
Eixo Temático e Tema:
Gresiella Helena Vitor Almeida Castilho
Vânia Márcia Montalvão Guedes Cézar Palavras-Chave: Educação Ambiental, catadores
de materiais recicláveis. Cidadania e inclusão.

A gestão de resíduos sólidos é um grande fortalecimento das organizações e rede de


problema na sociedade atual criando novos cooperação de resíduos sólidos, fomentando
passivos ambientais, levando ao aparecimento os sistemas de coleta seletiva, através da
de outros e, ainda, resultando num ciclo de educação ambiental, nos municípios de
problemáticas ambientais e sociais. Aos olhares abrangência do projeto, oportunizando a
da cidadania e da educação, o Estado de Mato melhoria das condições de vida, trabalho,
Grosso não se manteve indiferente a essas renda e acesso as políticas públicas do
questões. Para isso buscou, através do Projeto Estado de Mato Grosso. Neste cenário, foram
MT Pró Catador, atender as necessidades realizadas atividades nos Póloss abrangendo
dos catadores de materiais reutilizáveis os municípios circunvizinhos, designados
e recicláveis, tendo como iniciativa os como forma de apoio, sendo eles: Pólo Cuiabá:
municípios onde se concentra grande número Cuiabá, Chapada dos Guimarães, Várzea
de lixões aliado ao levantamento de população Grande, Rosário Oeste e Nobres, Pólo Cáceres:
com menores Índices de Desenvolvimento Cáceres, Mirassol do Oeste, Curvelândia, Porto
Humano (IDH). Para que esse projeto alcance Esperidião e Reserva do Cabaçal, Pólo Sinop:
os objetivos são planejadas metas de ações Sinop, Ipiranga do Norte, Sorriso, Lucas do Rio
a curto, médio e longo prazo dependendo Verde, Nova Mutum, Colíder e Tapurah, Pólo
de cada realidade local. Assim, a meta da Rondonópolis: Rondonópolis, Jaciara, Santo
Capacitação é de curto prazo, pois para Antônio do Leste, Campo Verde e Primavera
inovar é preciso formar/capacitar e informar do Leste. A expectativa é de capacitar
para que as políticas públicas realmente se 150 catadores nesses Pólos formando
efetivem e promovam a organização formal multiplicadores para as temáticas do projeto.
desses profissionais. As metas desse projeto Até o momento 78 catadores foram capacitados
são: diagnosticar a realidade dos catadores e e certificados através da Coordenadoria de
promover a inclusão sócio produtiva, por meio Educação Ambiental, com carga horária de 16
do planejamento e execução de ações para o h em quatro temáticas: Educação Ambiental -

Panceflô - nº34 - Outubro/2017


Panceflô - nª34 - Outubro/2017

4h, Economia Solidária - 4h, Associativismo e Cooperativismo - 4h e Gestão Financeira - 4h. Nesse
processo de formação e identidade com o trabalho desenvolvido, é importante salientar o papel da
Educação Ambiental segundo Rodriguez e Silva (2009, p.176) que afirma “a educação ambiental é,
também, um elemento decisivo na transição, através da qual seja transmitido um novo estilo de vida
e que se mudem profunda e progressivamente, as escalas de valores e atitudes na sociedade atual”.
Com a intenção de associar a Educação Ambiental às temáticas do projeto realizou-se a capacitação
buscando o desenvolvimento humano e cognitivo dos catadores nos aspectos Economia Solidária,
Associativismo, Cooperativismo e Gestão Financeira. Por isso, foram firmadas parcerias com as
instituições IFMT – Instituto Federal de Mato Grosso, UNEMAT – Universidade Estadual de Mato
Grosso, SECITEC - Secretaria de Estado de Ciências e Tecnologia, Escola de Governo, Escola Estadual
e Arca Multincubadora, entidades tais que abarcassem as temáticas em que a Secretaria de Estado
de Meio Ambiente não possuía expertise. À medida que se discutia a realidade e a coordenação
da capacitação nomeada para a Coordenadoria de Educação Ambiental os objetivos e métodos do
trabalho ganhavam entornos e sustentação nas metas do projeto. E para o desenvolvimento da
capacitação a metodologia propiciou: a) interação das Coordenadorias de Educação Ambiental e
Gestão de Resíduos Sólidos; b) viabilizar a participação do público alvo nos eventos de capacitação
com hospedagens e alimentação; c) deslocamento dos catadores de materiais para capacitações
nos municípios Pólos do projeto, por intermédio de fornecimento de bilhetes de passagens
intermunicipais terrestres; d) material impresso e audiovisual disponível através de ferramentas
de exposição; e) entendimento através de debate sobre as ações dos catadores e sua realidade, de
catador-para-catador. A estratégia para conduzir as ações da capacitação no projeto foi: educação,
cidadania e inclusão para o entendimento da importância dos catadores para a sociedade e
o meio ambiente. Ao abordar sobre inclusão social e direitos dos catadores, obtivemos uma
discussão muito importante que resultou na solução de dificuldades obtidas dentro do processo
de capacitação. Com isso, alusivo à educação, conseguimos vislumbrar para estes profissionais a
necessidade urgente de se unirem, se organizarem. O Estado, através do projeto, com o discurso de
educar ambientalmente e com a justificativa de ser imprescindível assegurar ocupação e renda, tem
promovido a inserção produtiva desses profissionais como forma de garantir a qualidade de vida e
a sustentabilidade através do trabalho do catador integrando-o, de forma suscinta, ao processo de
reciclagem. Ao relacionarmos as dificuldades enfrentadas pelos catadores, podemos citar Romani
(2004) que analisa a experiência desenvolvida em outras regiões destacando suas dificuldades,
a constituição de grupos organizados, a continuidade de ações e compromissos estabelecidos,
a garantia do envolvimento dos órgãos administrativos para a operacionalização da coleta de
recicláveis bem como as condições de vida e trabalho desses profissionais. É grande o desafio nos
processos de organização socioprodutiva com catadores propiciando a participação na gestão dos
resíduos e na educação ambiental. Nesse percurso de três meses as ações desenvolvidas neste
projeto procuraram apoiar os catadores de material reciclável a fim de empoderá-los para que
possam repercutir tudo que lhes fora amostrado de forma sucinta, porém coesa quebrando assim
as barreiras da inclusão e da cidadania. A Educação Ambiental foi o ponto de partida para esta
empreitada como forma de subsidiar as temáticas escolhidas. Foram detectados alguns interesses
individuais, porém superados através da discussão e intercâmbio de experiências proporcionadas
entre os municípios pertencentes aos polos.

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Panceflô - nª34 - Outubro/2017

REFERÊNCIAS

MARTINS, J. S. A sociedade vista do abismo: novos estudos sobre exclusão, pobreza e classes sociais.
Petrópolis: Rio de Janeiro, 2002.

ROMANI, A. P. O poder público municipal e as organizações de catadores. Rio de Janeiro: IBAM/


DUMA/CAIXA, 2004

SANTOS, B. de S. Lixo e cidadania. Revista Visão (Portugal), 27 set. 2007. Disponível em: <http://
www.movimentodoscatadores.org.br/artigos>. Acesso em: 11 de novembro de 2016.

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Informativo Eletrônico

Seção Fotos
FBEAS
SERVIDORES ENVOLVIDOS NA PRODUÇÃO
DOS ARTIGOS
Nenhum de nós é tão bom quanto todos nós juntos

Aldeniza Rocha Fábio Honório Gresiella Helena Vitor


Maria DulceRezende
Venancio da Silva Almeida Castilho

Jane Aparecida Josué de Deus Jurandi Bendito de Francisco Tadeu


da Silva Gusmão Silva Arruda Paroli

Lúcia Shiguemi Mary Aparecida Vânia Márcia Guedes Willian Rocha


Kawahara Ramos de Jesus Montalvão Cézar Campolin

Panceflô - nº34 - Outubro/2017


Informativo Eletrônico

Seção Artigos
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E MANEJO FLORESTAL:
09 DIÁLOGOS NECESSÁRIOS À CONSTRUÇÃO DE
POLÍTICAS PÚBLICAS AMBIENTAIS
Marcos Antônio Camargo Ferreira & Lúcia Shiguemi Izawa Kawahara

LÚCIA - Pedagoga, Doutora em Educação pela


MARCOS - Engenheiro Florestal, Doutor, Coordenador Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT, Analista
de Conservação e Restauração de Ecosistemas da de Meio Ambiente da Secretaria de Estado de Meio
Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Mato Ambiente de Mato Grosso - SEMA/MT. Pesquisadora
Grosso. do Grupo Pesquisador em Educação Ambiental,
Comunicação e Arte – GPEA/UFMT.

O presente trabalho compartilha os caminhos trilhados pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente de
Mato Grosso, na busca do fortalecimento das políticas públicas ambientais. Pela oferta do “Curso de
Manejo Florestal Sustentável: Normas e Procedimentos”, procurou-se integrar a Política Florestal à política
de Educação Ambiental. A experiência trouxe aprendizagens significativas para além dos meros aspectos
técnicos inerentes às atividades de manejo florestal, mas percebeu-se a importância da sensibilização e da
indissociabilidade das três dimensões da formação integral em Educação Ambiental.

Panceflô - nº34 - Outubro/2017


Panceflô - nª34 - Outubro/2017

OLHARES EDUCATIVOS PARA AS POLÍTICAS


PÚBLICAS AMBIENTAIS EM MATO GROSSO

A o pensar a redação de qualquer texto na área da Educação Ambiental em 2016, parece


ser impossível escrever a sua introdução, sem fazer referência ao maior desastre
ambiental brasileiro ocorrido em Mariana (MG) (Vale-Samarco), reconhecendo a catástrofe
como reflexo da crise socioambiental que assola o país e o mundo, como consequência de
uma lógica desenvolvimentista universalizada. Tal ordem da modernidade decorre de um
paradigma disjuntivo, que instituiu valores e conceitos firmados na lógica da fragmentação
das estruturas existentes, e do desenvolvimento, a todo custo, resultando na crise
socioambiental vivenciada atualmente em todo o planeta (SOUSA SANTOS, 2005).
Nesse contexto, faz-se imprescindível a retomada e a compreensão da
indissociabilidade da dimensão ambiental da social, e se faz primordial buscar
o diálogo com os diferentes seguimentos da sociedade, para a compreensão da
complexidade e para o enfrentamento dos desafios socioambientais na atualidade.
Apesar das pressões desenvolvimentistas que assolam o Estado, a SEMA não pode
se esquecer a sua missão em implementar políticas públicas, visando a conservação
ambiental para a sustentabilidade, para além do desenvolvimento econômico,
tecnológico ou de infraestrutura. Na SEMA, a Educação Ambiental é administrada pela
Superintendência de Educação Ambiental (SUEA), nesse contexto, os princípios da
Educação Ambiental devem constituir a base pétrea orientadora das ações de todo o órgão.
Infelizmente, o estado de Mato Grosso tem liderado o ranking de desmatamento nos
últimos anos, e o grande desafio do órgão ambiental está em instituir ações em respostas
às demandas, não só do nosso próprio estado, mas da crise planetária. Em acordo com
a Política Florestal de Mato Grosso, instituída pelo Decreto Estadual Nº 8.188, de 10 de
outubro de 2006 - instrumento de comando e controle de proteção de ecossistemas
florestais regulamentando suas formas de uso, a SUEA/SEMA tem buscado realizar ações
de Educação Ambiental, com enfoque na Gestão Florestal. Entre as formas de uso aceitáveis
e desejáveis para o ecossistema florestal, o manejo florestal sustentável é a única atividade
econômica permitida na área de Reserva Legal dos imóveis rurais. Com a finalidade de
realizar difusão e formação, até mesmo para reduzir as informações desnecessárias em
projetos de manejo florestal, bem como na tentativa de garantir que as obrigações legais
da condução de uma exploração de baixo impacto (AZEVEDO, 2006) fossem observadas
e previstas nos projetos apresentados à SEMA, em 2014 os analistas de meio ambiente
da Coordenação de Recursos Florestais e Gerencia de Exploração e Manejo Florestal da
SEMA-MT criaram o “Curso de Manejo Florestal Sustentável: Normas e Procedimentos”.

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Panceflô - nª34 - Outubro/2017

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A
Educação Ambiental, como processo mobilizador e transformador, deve ser trabalhada
de forma sistêmica e transversalmente. Assim, a SUEA busca orientar intervenções
pedagógicas contextualizadas, nas quais o diálogo com a comunidade é considerado
como protagonista e não apenas como instrumento. O curso de manejo desse relato
de experiência já foi ofertado para aproximadamente 400 pessoas e os depoimentos
demonstram que os caminhos trilhados estão em acordo com as diretrizes das políticas
Florestal e da Educação Ambiental. Além dos ajustes que o currículo do referido processo
de formação tem sofrido, os próximos desafios estão no alcance das proposituras
de manter a indissociabilidade da formação de valores e atitudes (aprendizagem
atitudinal), com bases científicas e conceituais (aprendizagem conceitual), associadas
às práticas e procedimentos sustentáveis (aprendizagem procedimental), dimensões
axiológica, epistemológica e praxiológica da Educação Ambiental (PASSOS & SATO,
2005), superando a visão comportamental, simplista e descontextualizada da relação
sociopolítica local.

REFERÊNCIAS
AZEVEDO, C. P. Dinâmica de florestas submetidas a manejo na Amazônia Oriental:
experimentação e simulação. 254p. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-
Graduação em Engenharia Florestal, Universidade Federal do Paraná, UFPR, 2006.

LÉVÊQUE, Christian. A Biodiversidade. Bauru: EDUSC, 1999.

SATO, Michéle e PASSOS, Luiz Augusto. Pelo prazer fenomenológico de um não-texto. In:
GUIMARÃES, Mauro (org.)., LOUREIRO, Carlos Frederico Bernardo., CARVALHO, Isabel
Cristina de Moura., PASSOS, Luiz Augusto., SATO, Michèle., LEME, Taciana Neto. Caminhos
da educação ambiental: da forma à ação. 3ª Edição, Campinas, SP. Ed: Papirus, 2005.

SOUSA SANTOS, B. (Org). Semear outras soluções: os caminhos da biodiversidade


e dos conhecimentos rivais. Rio de Janeiro: civilização Brasileira, 2005.

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Informativo Eletrônico

Seção Artigos

10 INCÊNDIOS FLORESTAIS NA AMAZÔNIA BRASILEIRA

Ana Carolina Steluti Paterlini & Marcos Antônio Camargo Ferreira

ANA CAROLINA - Engenheira Florestal, Analista


de Meio Ambiente. Pós graduada em Prevenção, MARCOS - Engenheiro Florestal, Doutor, Coordenador
de Conservação e Restauração de Ecosistemas da
Combate e Controle de Incêndios Florestais.
Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Mato
Instituição: Secretaria de Estado de Meio Ambiente,
Grosso.
SEMA – MT.

A Amazônia brasileira ocupa um território de 5,020 milhões de km2, conforme dados do


IBGE (2017). Estima-se que seja a região como a maior reserva de madeira tropical do
mundo, e consequentemente grande depósito de biomassa.
O Material combustível da floresta, ou biomassa, são termos usados como sinônimos
de matéria orgânica, viva ou não, “é constituída por cerca de 49% de carbono, em peso de
material seco, distribuídos em: 20 a 28% de lignina; 42 a 45% de celulose; 27 a 30% de
hemicelulose” (SALAZAR et al., 1983, apud SERRA. A. M. Jr. e CUNHA. A. P., 1999).

Panceflô - nº34 - Outubro/2017


Panceflô - nª34 - Outubro/2017

Os eventos de incêndios florestais são grandes vetores de perturbações e degradação


ambiental. O uso do fogo é comum na Amazônia Brasileira para limpeza de área para
implantação da agricultura e da pecuária. O uso do fogo quando sai do controle deixa de ser
uma queima e torna-se um incêndio, FEARNSIDE, P. M. et. Al., 2016.
A prevenção é a primeira linha de defesa contra os incêndios florestais, pois se não
há um incêndio florestal não há necessidade de combate e não há dano nenhum, SOARES
e BATISTA (2007). Isso por que conforme com o tipo e a magnitude do incêndio florestal
há métodos de combate recomendado. Todavia, todos estes métodos demandam recursos
financeiros, humanos e de equipamentos, além do conhecimento do comportamento do
fogo, da área e do clima onde está ocorrendo o incêndio.
Grandes emissões de gases do efeito estufa são advindas de fogo na Amazônia,
conforme FEARNSIDE, P. M., 2002, que causa além das perdas diretas, como morte da fauna
e flora e doenças respiratórias, DIAZ, M. C. V., et al. 2002.
É fundamental o conhecimento sobre o impacto do fogo na vegetação, em especial para
analise e aprovação de Plano de Manejo Florestal Sustentável em área que teve a passagem
de fogo, em função da necessidade da sustentabilidade do ecossistema florestal objeto do
manejo.
A identificação e quantificação do impacto na área ambiental e em diversas áreas do
conhecimento podem ser realizadas mediante o uso de técnicas de sensoriamento remoto,
que contribui significativamente para a obtenção de informações úteis, (Eduardo, B. F. S. e
Silva, A. J. F. M., 2013).
Como resultado das técnicas de sensoriamento remoto para a identificação e
quantificação do impacto na vegetação estão os índices de vegetação, que se constituem
em operações algébricas envolvendo faixas de reflectância específicas que possibilitam a
determinação da cobertura vegetal e a sua densidade, de acordo com Cruz et al (2011).
Um dos principais índices de vegetação é o Índice de Vegetação por Diferença
Normalizada, acrônimo NDVI em inglês, e se destaca por sua utilidade em estudos sobre cobertura
vegetal verde, (Costa, P. F. e Ramos, J. A. S. 2013).

CONCLUSÃO

O conhecimento do comportamento do fogo e os métodos de combate e prevenção a


incêndios florestais são fundamentais para minimizar os impactos negativos do uso do
fogo bem como nos eventos de incêndio de causas naturais além dos avanços nas formas de
detecção de focos de calor e quantificação do impacto do fogo na vegetação.
Também o conhecimento do custo de queima e de um incêndio florestal, através de
lavamentos de áreas queimadas, e métodos para quantificar danos à floresta, fauna e à
saúde dos seres humanos, bem como as estimativas de emissão de gases do efeito estufa, é
fundamental para orientar as politicas publicas de conservação ambiental.

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Panceflô - nª34 - Outubro/2017

REFERÊNCIAS

COSTA, P. F. e RAMOS, J. A. S.; 2013 - Avaliação da necessidade de correção radiométrica para comparação de
Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI). http://www.dsr.inpe.br/sbsr2013/files/p1687.
pdf Acesso em: 27/06/2017.

CRUZ. M. A. S. et al.; 2011 - Avaliação da cobertura vegetal por meio dos Índices de Vegetação SR, NDVI,
SAVI e EVI na bacia do rio Japaratuba-Mirim em Sergipe. http://www.dsr.inpe.br/sbsr2011/files/p0811.
pdf Acesso em 24/06/2017

EDUARDO, B. F. S. e SILVA, A. J. F. M.; 2013 - Avaliação da influência da correção atmosférica no cálculo


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Biomassa Em Florestas Tropicais. http://www.abcm.org.br/anais/cobem/1999/pdf/aaadad.pdf Acesso
em: 27/06/2017

31
Informativo Eletrônico

Seção Artigos
ESTADO DA ARTE DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS:
11 UMA PROPOSTA PARA A REDUÇÃO DO NÚMERO DE INCÊNDIOS FLORESTAIS
NO ESTADO DE MATO GROSSO
Giovani Eggers & Marcos Antônio Camargo Ferreira

GIOVANI - Coronel do Corpo de Bombeiros Militar de MARCOS - Engenheiro Florestal, Doutor, Coordenador
Mato Grosso, Pós graduado em Prevenção, Combate e de Conservação e Restauração de Ecosistemas da
Controle de Incêndio Florestais pela Escola de Governo Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Mato
de Mato Grosso. Grosso.

E m Mato Grosso, a cobertura florestal está sendo substituída por outros usos alternativos
do solo e reduzindo significativamente ao longo dos últimos anos. Aliada à crescente
busca pela produção de grãos e de produtos florestais, a ocorrência de incêndios florestais
preocupa os órgãos responsáveis pela política florestal do Estado pelos prejuízos por eles
causados, tanto aos aspectos econômicos quanto a biodiversidade.
Nos últimos 15 (quinze) anos o Mato Grosso tem figurado entre os três primeiros
no ranking nacional com maior número de focos de calor. O estado possui sua economia
baseada principalmente em atividades agrícolas. A grande extensão territorial associada

Panceflô - nº34 - Outubro/2017


Panceflô - nª34 - Outubro/2017

insuficiente estrutura viária e estradas com pavimentação deficiente dificultam não


somente a fiscalização, mas também o acesso para efetuar o combate a incêndios florestais
nas localidades onde ocorrem os incêndios.
Anualmente, o Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Mato Grosso é alvo de críticas
em função de não conseguir responder a estes sinistros, devido não possuir estrutura e
efetivo suficiente, além de não estar presente em todos os municípios.
Desta maneira, há necessidade de se criar mecanismos que atuem de forma preventiva.
Na hipótese de incêndio florestal, este deverá ser combatido de maneira eficiente e com
rapidez.
Este combate a incêndios seria mais eficiente caso as propriedades rurais possuíssem
projeto de prevenção e combate a incêndio, assim como ocorre nas ocupações industriais,
comercial, de reunião de público e multifamiliares, as quais são exigidas os preventivos
necessários para prevenção e mitigação dos riscos de incêndios.
Ainda faz-se necessário que nas áreas de assentamentos, bem como nas áreas
indígenas sejam criadas brigadas de incêndio para dar celeridade ao combate, bem como
tomar as medidas preventivas necessárias para evitar que o sinistro ocorra.

O FOGO E O SEU USO

M esmo com toda tecnologia disponível, até hoje o manejo do fogo é largamente empregado
no preparo do campo, aplicado principalmente em áreas de desmatamento e para
renovação de pastagens. O descuido no manejo do fogo causa os incêndios florestais,
bem como severas degradações ambientais a flora e fauna brasileira.

A maior parte do território mato-grossense encontra-se no planalto do centro-oeste


brasileiro. Nesta região fogo é utilizado como a ferramenta mais eficaz no trato do
campo, pois além de ser o método mais barato e disponível, na maioria das vezes não existem
outras opções para o proprietário rural.

É utilizado para abertura de novos campos, queima de resíduos sólidos provenientes do


desflorestamento e da lavoura, renovação do pasto e na preparação para colheita da
cana.

O utra parcela da população rural ou indígenas, nativos da região. Com a cultura secular,
os índios ateiam fogo na mata com o objetivo de afugentar os animais de seus abrigos e
aguardam os mesmos do lado oposto ao fogo para pegá-los. Esse fogo pode se propagar para
interior da floresta ganhando proporções difíceis de serem controladas, principalmente na
época da seca.

D e acordo com o Ministério do Meio Ambiente em 2015, Mato Grosso se encontra no


ranking dos estados que mais queimaram no Brasil no ano 2015.

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Panceflô - nª34 - Outubro/2017

Estado Focos ativos detectados Posição


Pará 45.202 1º
Mato Grosso 33.007 2º
Maranhão 30.137 3º
Bahia 18.397 4º
Tocantins 17.403 5º
Amazonas 15.170 6º
Piauí 14.730 7º
Rondônia 14.410 8º
Minas Gerais 10.625 9º
Goiás 6.861 10º

Fonte: INPE (todos os satélites).

INCÊNDIOS FLORESTAIS EM ÁREAS RURAIS

O Estado de Mato Grosso tem a base de sustentação econômica historicamente


assentada na agropecuária, e nos últimos anos, vem apresentando um crescimento
considerado extraordinário neste setor, pela expansão da área cultivada, produção e
produtividade.
Nos últimos 40 (quarenta) anos, por incentivo do governo federal, o território
mato-grossense, vem sendo ocupado, sofrendo uma série de transformações na paisagem
natural.
Para ocupar e dar uso alternativo ao solo, o produtor rural retira a vegetação nativa
(desflorestamento) para plantio de pasto ou lavoura, e a derrubada é normalmente
seguida do uso do fogo.
O manejo inadequado do fogo é uma das principais causas do incêndio florestais,
resultado da ação antropogênica no meio ambiente.
Desta maneira, a prevenção aos incêndios florestais, se torna cada vez mais
importante para preservação dos ecossistemas nativos do Estado.
A proposta de exigência de PPCIF – Projeto de Prevenção e Combate a Incêndio
florestal, a ser aplicado em todas as propriedades rurais do Estado de Mato Grosso, seja
área pública ou privada, nativa ou antropizada, protegidas ou não será imprescindível
se faz observar os preceitos legais dispostos abaixo:
A Constituição Mato-grossense de 1989 em seu artigo 82 estabelece das
competências do Corpo de Bombeiros Militar. O artigo 272, inciso IX estabelece que
o Estado deve proteger a fauna e flora [...] vedadas na forma da lei, as práticas que
coloquem em risco sua função ecológica e provoquem a extinção de espécies [...]; e no
inciso XI temos:

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Panceflô - nª34 - Outubro/2017

“ XI - controlar e regulamentar, no que couber, a produção, a


comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias
que comportem risco para a vida, qualidade de vida e o meio ambiente”
(grifo nosso).

A Lei de Organização Básica do Corpo de Bombeiros Militar do Mato Grosso, Lei


Complementar n. 404, de 30 de junho de 2010, estabelece no seu artigo 3º. as suas
competências:
“I - realizar serviços de prevenção e extinção de incêndio;
II - executar serviços de proteção, busca e salvamento;
III - executar as atividades de defesa civil do Estado, dentro de sua
área de competência no Sistema Estadual de Defesa Civil;
IV - estudar, analisar, exercer e fiscalizar todo o serviço de segurança
contra incêndio e pânico no Estado;
V - realizar socorros de urgência e emergência;
VI - executar perícias de incêndios, relacionadas com sua competência;
VII - realizar pesquisas científicas em seu campo de ação;
VIII - desempenhar atividades educativas de prevenção de incêndio,
pânico coletivo e de proteção ao meio ambiente;
IX - realizar serviços de prevenção e extinção de incêndios florestais
visando à proteção do meio ambiente, na esfera de sua competência;
X - monitorar, no âmbito de sua competência, e mediante convênio
com a autoridade de trânsito com jurisdição sobre a respectiva via, os
serviços de transportes de cargas de produtos especiais e perigosos,
visando à proteção das pessoas, do meio ambiente e do patrimônio
público e privado;
XI - desempenhar outras atividades previstas em lei.” (grifo nosso).

A fim de cumprir o inciso IV grifado acima no dia 30 de junho de 2005 foi instituída
a Lei 8399 - Legislação de Segurança Contra Incêndio e Pânico do Estado de Mato Grosso,
que dispõe sobre as medidas de segurança contra incêndio e pânico nas edificações,
instalações e locais de risco, atendendo ao previsto no art. 144, § 5º, da Constituição
Federal, no art. 82 da Constituição Estadual e ao disposto na Lei Complementar nº 32,
de 10 de outubro de 1994.

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Panceflô - nª34 - Outubro/2017

Foram constituídos pelo artigo 2º. desta Lei os seguintes objetivos:


“I - fixar os critérios mínimos de segurança necessários à prevenção e
proteção contra incêndio e pânico no Estado de Mato Grosso;
II - proteger a vida dos ocupantes das edificações, instalações e locais
de risco, em caso de incêndio, explosões e pânico;
III - impedir e dificultar a propagação do incêndio, reduzindo danos
ao meio ambiente e ao patrimônio;
IV - proporcionar meios de controle e extinção do incêndio; e
V - dar condições de acesso para as operações do Corpo de Bombeiros
Militar.” (grifo nosso).

O artigo 3º desta Lei definiu que as especificações referentes à proteção contra


incêndio e pânico serão feitas através de normas técnicas do corpo de bombeiros (NTCB)
devendo ser editadas pelo Comandante Geral e publicadas no Diário Oficial do Estado
de Mato Grosso.
A competência para aplicação desta Lei foi definida no artigo 4º onde estabelece
que a Diretoria de Segurança Contra Incêndio e Pânico do Corpo de Bombeiros Militar do
Mato Grosso deverá a qualquer tempo, planejar, pesquisar, periciar, analisar Processos
de Segurança Contra Incêndio e Pânico (PSCIP), aprovar, exigir e vistoriar as edificações
e locais de uso público e privado, atividades, instalações e equipamentos de prevenção
e proteção contra incêndio e pânico no território estadual, usando, quando a situação
assim o exigir, o poder de polícia para notificar, multar, interditar ou embargar os bens,
se necessário, podendo para tanto cobrar taxas de serviços correspondentes para
execução destas atividades.
Pode ainda aplicar penalidades pecuniárias conforme a presente lei e demais
normativos vigentes. Atendendo o que trata os incisos IV e IX do artigo 3º. da Lei
Complementar n. 404, LOB/CBMMT, refere-se a proteção ao meio ambiente, que na lei
de segurança contra incêndio e pânico foi contemplada pelo artigo 34 com o seguinte
texto:

“ As áreas públicas e privadas de terra selvagem tais como florestas,


área de proteção ambiental, reflorestamento e unidades de
conservação, deverão possuir medidas de proteção contra incêndio
apropriadas para os riscos, dimensionadas em Processo de Prevenção
e Combate a Incêndio Florestal (PPCIF) prevendo vias de fácil acesso,
materiais de combate a incêndio, aceiros, torres de observação,
mananciais, pessoal treinado para combate a incêndios e demais
especificações constantes do art. 6° desta lei.”

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Panceflô - nª34 - Outubro/2017

P odemos afirmar que estas Leis são suficientes para legitimar os serviços técnicos
prestados pela Diretoria de Segurança Contra Incêndio e Pânico do Corpo de
Bombeiros Militar do Mato Grosso no que diz respeito à especificação de norma técnica
referente a elaboração de projetos de prevenção e combate a incêndios florestais em
áreas rurais do Estado de Mato Grosso.
No Código Ambiental do Estado de Mato Grosso, o art. 50, seção II, capítulo V diz
que:

“ o uso do fogo para limpeza e manejo de áreas somente será


permitido após autorizado pela FEMA”. Parágrafo único. “A
FEMA poderá suspender o uso do fogo para limpeza, por período
determinado, com o fim de resguardar a qualidade do ar, punindo os
infratores com multas proporcionais à dimensão de área queimada,
na forma de regulamento.”

J á o art. 51, seção II, capítulo V, do mesmo código diz que:

“ Cabe ao poder público e à coletividade o combate a incêndios


florestais. Parágrafo único. A SEMA estimulará a criação de
Unidades Comunitárias visando ao combate a incêndios florestais e à
detecção e erradicação de pragas florestais.” (grifo nosso).

INCÊNDIOS FLORESTAIS EM ÁREAS


ÍNDIGENAS

O fogo faz parte da cultura de muitos povos indígenas, os quais o utilizam em


diversas atividades tradicionais/ culturais, dentre as quais como ferramenta para
caçar, ocasião em que na maioria das vezes se perde o controle do fogo e este acaba se
transformando em grandes incêndios florestais.
Existe uma grande pressão no entorno das TI’s, com a recorrente prática de ilícitos
ambientais, principalmente exploração ilegal de madeira, que avança para dentro de
tais áreas protegidas, à exemplo do que ocorre no entorno das unidades de conservação,
gerando significativos impactos negativos, danos ambientais e problemas sociais, além
da depreciação das unidades.
Tal fato, por si só, justifica o esforço do Estado em intervir em tal realidade,
ampliando a formação e estruturação de brigadas indígenas de combate aos incêndios
florestais. Fomentar a criação destas brigadas em áreas indígenas especializada no
atendimento a ocorrências relacionadas aos incêndios florestais é oportuno e necessário
para a redução destes impactos.

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Panceflô - nª34 - Outubro/2017

INCÊNDIOS FLORESTAIS EM
ASSENTAMENTOS RURAIS

A expansão da fronteira agrícola provocou aumento dos conflitos pela terra e


problemas decorrentes da falta de titulação e registro de propriedade destas.
As grilagens e disputas pela terra se somam às dificuldades geradas aos municípios
em acessar programas do governo federal por não terem estas terras devidamente
regularizadas, criando uma situação de insegurança que tem sido um obstáculo para o
desenvolvimento social, econômico e ambiental em parte do Estado.
Nesse aspecto, é importante enfatizar que o Estado possui em seu território,
cerca 547 (quinhentos e quarenta e sete) Projetos de Assentamentos (P.A), que em sua
maioria não dispõe de infraestrutura, onde notadamente os pequenos produtores fazem
o manejo do fogo para limpeza de propriedade e preparação para o plantio.
Essa situação induz conflitos, invasões, corrupção, ilícitos ambientais aos quais se
associam inúmeros outros tipos de ilícitos. A apropriação e expropriação indevida de
espaços e recursos naturais. Neste ambiente, o uso do fogo para a prática de queimadas
merece muita atenção, pois se constitui um instrumento considerado indispensável e
de difícil substituição em longo prazo pela grande maioria dos produtores rurais.
Outro componente importante para a redução do ecossistema florestal nativo na
floresta amazônica são os assentamentos de trabalhadores rurais feitos pelo próprio
Ministério do Desenvolvimento Agrário através do Instituto de Colonização e Reforma
Agrária (INCRA).
Nesses assentamentos, milhares de pequenos agricultores são levados a derrubar
pequenas áreas de floresta – entre dois e quatro hectares – para fazer roças a fim de
garantirem a sua subsistência. A somatória desses pequenos desmatamentos, porém,
acabam contribuindo nos índices finais dos desmates da floresta amazônica.
Esse quadro favoreceu a especulação fundiária na forma de grilagem de terras
públicas; a criação de grandes latifúndios, a multiplicação de assentamentos da reforma
agrária em locais inadequados, com grande evasão de assentados e abandono de áreas
já convertidas.

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Panceflô - nª34 - Outubro/2017

CONCLUSÕES

E m face do conteúdo deste trabalho, podemos verificar que existe a necessidade de


encontrarmos medidas preventivas para a diminuição dos incêndios florestais no
Estado de Mato Grosso, por ser uma das ocorrências de maior vulto.
Como figura entre o estado com maiores números de focos de calor há mais de
dez anos, o risco de grande catástrofe e destruir não apenas o patrimônio pessoal, mas
o patrimônio coletivo que é a biodiversidade do ecossistema florestal, pantaneiro e do
cerrado.
O CBMMT é uma Corporação relativamente jovem e os equipamentos que possui
destinado aos combates a incêndios florestais, são provenientes de convênios com
outros órgãos.
O estudo fomenta a produção de conhecimento cientifico na área de incêndio
florestal, objetivando-se a mitigar os danos a vida e patrimônio, mister da Instituição,
melhorando assim a qualidade de vida dos mato-grossenses, bem como a posição do
Estado de Mato Grosso no ranking nacional.
A exigência proposta da exigência de PPCIF – Projeto de Prevenção e Combate a
Incêndio florestal, a ser aplicado em todas as áreas rurais do Estado de Mato Grosso,
sem exceções, seja área pública ou privada, nativa ou antropizada, protegidas ou não;
A criação de Brigadas de incêndio Florestal nas áreas indígenas especializada no
atendimento a ocorrências relacionadas com a área ambiental, especificamente aos
incêndios florestais, bem como a criação de Brigadas nas áreas de assentamentos rurais
especializada no atendimento a ocorrências relacionadas aos incêndios florestais;
A manutenção dos recursos naturais, não se trata de gastos e sim de investimento.

39
Panceflô - nª34 - Outubro/2017

REFERÊNCIAS
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COUTO, Elmar Alfenas e CANDIDO, José Flávio. Incêndios florestais. UFV - imprensa universitária: Viçosa,
1995. 80pp.

MATO GROSSO. Lei Complementar n. 404, de 30 de junho de 2010. Lei de Organização Básica do Corpo de
Bombeiros.

_____. Lei nº 8.399, de 22 de dezembro de 2005. Lei de Segurança Contra Incêndio e Pânico

_____.Constituição, de 05 de outubro de 1989. Constituição do Estado de Mato Grosso.

_____.Lei complementar n.38, de 21 de novembro de 1995. Código Estadual do Meio Ambiente

RIBEIRO, Guido Assunção. Estratégias de prevenção contra incêndios florestais. Anais do Forest 2005.
Curitiba: Forest, 2005, 8pp.

SOARES, Ronaldo Viana e BATISTA, Antônio Carlos. Curso de controle de incêndios florestais: combate
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SOARES, Ronaldo Viana e BATISTA, Antônio Carlos. Curso de controle de incêndios florestais: prevenção
dos incêndios florestais. Módulo 5.ABEAS: Brasília, 2001. 33pp.

_____, Ronaldo Viana e BATISTA, Antônio Carlos. Incêndios Florestais: controle, efeito e uso do fogo.
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_____, Ronaldo Viana; BATISTA, Antônio Carlos e NUNES; José Renato Soares. Incêndios Florestais no
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ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/ default.shtm . Acessado em 15 MAR 16.

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Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Banco de dados de queimadas. Disponível em: http://www.
inpe.br/queimadas/estatisticas_estados.php.Acessado em 15 MAR 16.

40
Informativo Eletrônico

Seção Artigos

12 O QUE É CADEIA DA SOCIOBIODIVERSIDADE?

Mariana Soares Moretti & Marcos Antônio Camargo Ferreira

MARIANA - Analista de Meio Ambiente da


Coordenadoria de Conservação e Restauração de
MARCOS - Engenheiro Florestal, Doutor, Coordenador
Ecossistemas da Secretaria de Estado de Meio Ambiente
de Conservação e Restauração de Ecosistemas da
– SEMA-MT. Engenheira Florestal pela Universidade do
Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Mato
Estado de Mato Grosso - Unemat, Mestra em Ciências
Grosso.
Florestais e Ambientais pela UFMT, Doutoranda em
Ciências Florestais pela Universidade de Brasília – UnB.

O Brasil é um país de grandes dimensões que abriga o bioma Amazônico, o Pantanal,


Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica, Zona Costeira e o Pampa com características próprias
abrigando uma rica biodiversidade. Biodiversidade é o conjunto de todas as espécies de
seres vivos existente em uma determinada região no mesmo período de tempo.
Essa biodiversidade está associada a uma diversidade sociocultural formada povos
indígenas e comunidades tradicionais, que detêm conhecimento de formas e sistemas de
manejo, visando a sustentabilidade dos ecossistemas onde estão inseridas.
De acordo com o Plano Nacional de Promoção das Cadeias de Produtos da
Sociobiodiversidade, as comunidades tradicionais são “grupos culturalmente diferenciados
e que se reconhecem como tais, que possuem formas próprias de organização social, ocupam

Panceflô - nº34 - Setembro/2017


Panceflô - nª34 - Outubro/2017

e usam territórios e recursos naturais como condição para sua reprodução cultural, social,
religiosa, ancestral e econômica, utilizando conhecimentos, inovações e práticas gerados e
transmitidos pela tradição”.
Ainda de acordo com o trabalho “Sociobiodiversidade” do MMA, incluem-se nessa
definição as comunidades quilombolas, povo cigano, povos e comunidades de terreiros e
da matriz africana, faxinalenses, catadores de mangaba, quebradeiras de coco-de-babaçu,
comunidades pantaneiras, pescadores (as) artesanais, caiçaras, extrativistas, povos
pomeranos, retireiros do Araguaia, comunidades de fundo e fecho de pasto e comunidades
extrativistas do cerrado.
As comunidades têm significativa importância na geração de renda e segurança
alimentar, as estatísticas oficiais apontam que os valores registrados para a produção
extrativista não-madeireira representam aproximadamente 0,48% da produção primária
nacional, o que equivale, no segmento de produção primária, apenas R$ 480 milhões.
Estes valores indicam a pouca visibilidade e o pequeno espaço ocupado pelos produtos da
sociobiodiversidade na economia formal.
O conceito de sociobiodiversidade engloba bens e serviços gerados a partir de recursos
da biodiversidade. Estes bens e serviços devem estar relacionados com a estruturação de
cadeias produtivas de interesse dos povos e comunidades tradicionais e de agricultores
familiares.
A finalidade desta cadeia produtiva é a promoção da manutenção e valorização
de suas práticas e saberes, de forma a assegurar os direitos decorrentes, além de gerar
renda e promover a melhoria de sua qualidade de vida nos ambientes em que vivem estas
comunidades.
O “Plano Nacional dos Produtos da Sociobiodiversidade” propõe viabilizar acesso
aos mercados e aos instrumentos de comercialização e a política de garantia de preços
mínimos por meio de umas políticas de crédito, a assistência técnica e a extensão rural, com
a finalidade de gerar renda para as comunidades rurais.
A cadeia de produtos da sociobiodiversidade inclui a copaíba, açaí, buriti, carnaúba,
pequi, seringa, piaçava, castanha e babaçu e entre outros. O pequi, por exemplo, é utilizado
na alimentação da fauna (gado), para consumo humano (arroz com pequi, frango com
pequi, doces licor, castanha torrada salgada, azeites, pães), como fonte de renda para muitas
famílias que vivem nesse bioma (cosméticos e uso medicinal).
Desta maneira, entendemos a cadeia produtiva como um conjunto de componentes
que se inicia dentro da porteira para antes (fazenda) e depois da porteira do produtor
(comercialização). Inclui os provedores de serviços e insumos, sistemas produtivos,
processamento e transformação, distribuição e comercialização, até os consumidores finais
de produtos e subprodutos, ou seja, tudo conectado.
Na linguagem popular, a cadeia produtiva significa analisar todo o caminho percorrido
por um determinado produto ou bem, avaliando as oportunidades e as deficiências nos
empreendedores, no mercado e nos demais elos da cadeia.

42
Panceflô - nª34 - Outubro/2017

No mapeamento dessa cadeia no estado de Mato Grosso, no Plano Nacional da


Sociobiodiversidade, foi incluído, apenas a castanha do Brasil na região norte e noroeste do
Estado. No entanto, conforme dados do IBGE, o pequi é um produto bastante comercializado
no estado de Mato Grosso.
Em 2015, foram produzidos 19.241 toneladas de frutos de pequi e 2.228 ton. de
amêndoas de pequi no estado de Mato Grosso (IBGE, 2016). Inclusive já existem associações
no Portal da Amazônia que já comercializam pequi. Dessa forma, entendemos de extrema a
importância conhecer a cadeias de sociobiodiversidade do estado de Mato Grosso.

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rural/sociobiodiversidade>. Acesso 06 set. 2017 17:47

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br/sociobiodiversidade>. Acesso 06 set. 2017 17:37

Silva, Daniella Menezes da. Cadeia produtiva de pequi no estado de Goiás. Universidade de
Brasília, Estágio Supervisionado em Gestão do Agronegócio. Brasília, 2011. 63 p.

43
Novidadeiro

o vidadeiro
N
O

Pensando sobre a Justiça Ambiental!

Termo em discussão desde início da década 90


a Justiça Ambiental nos leva a refletir sobre o seu
oposto, a Injustiça Ambiental, que de acordo com Herculano
(2002, p.143) é o “mecanismo pelo qual sociedades desiguais destinam
a maior carga dos danos ambientais do desenvolvimento a grupos sociais
de trabalhadores, populações de baixa renda, grupos raciais e populações
marginalizadas e mais vulneráveis”. Mecanismo de aproximação das lutas
populares pelos direitos sociais humanos, a Justiça Ambiental é cada vez
mais necessária para que estas populações não sofram negativamente as
conseqüências ambientais, econômicas e políticas.
http://br.portalprofes.com/jussararomero/blog/o-que-
e-justica-ambiental
Seção Fotos
Biblioteca Arne Sucksdorff

Camila Nascimento Carla de Cassia dos Joelma Aparecida


Padilha da Silva Santos Cintra Cavalcanti de Castro

Leonardo Lucas Nogueiras Lúcia Sandra Nunes Akerley Suely Costa Campos

Panceflô - nº34 - Setembro/2017

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