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34ª Edição
Panceflô - Outubro/2017
Informativo Eletrônico
Secretaria Executiva
André Luis Torres Baby
34ª Edição
Panceflô - Outubro/2017
Informativo Eletrônico
34ª Edição
Panceflô -Outubro/2017
SUMÁRIO
Seção Especial
A reserva da Biosfera do Pantanal
9 Introdução;
Olhares educativos para as políticas públicas ambientais em
Mato Grosso;
Considerações Finais;
P.26
Referências.
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brasileira
P.29
Desenvolvimento;
Conclusões;
Referências.
11 Introdução;
O fogo e seu uso;
Incêndios florestais em áreas rurais;
Incêndios florestais em áreas índigenas;
P.32
12
O que é Cadeia da Sociobiodiversidade
Dsenvolvimento; P.41
Bibliográfia.
Novidadeiro
Seção Especial
seu meio - o Programa Homem e a Biosfera ou MaB, sigla em inglês de Man and the
Biosphere Programme.
No Brasil, foram reconhecidas sete Reservas da Biosfera: Mata Atlântica, Cinturão
Verde de São Paulo, Cerrado, Pantanal, Caatinga, Amazônia Central e Serra do Espinhaço. A
implantação das RBs é orientada pela Comissão Brasileira do Programa MaB (Cobramab),
criada em 1974, e também pela Rede Brasileira de Reservas da Biosfera, desde 1995.
A coordenação de cada RB é feita por um Conselho, formado por representantes de
instituições públicas e de organizações da sociedade civil.
A Reserva da Biosfera do Pantanal (RB Pantanal) abrange os estados de Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul e uma pequena parcela de Goiás, mais precisamente, o
Parque Nacional das Emas, incidindo na região do Pantanal Mato-Grossense e das áreas
de influência das cabeceiras dos rios que estruturam o sistema hídrico da planície
pantaneira.
A ausência de atividades concretas, pelo governo brasileiro e governos estaduais,
foi questionada pela Unesco que “sugeriu” desligar a RB Pantanal da rede UNESCO, pois
não vinha cumprindo seus objetivos de criação e principais funções.
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Panceflô - nª34 - Outubro/2017
COMPLEMENTO
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O IX Fórum foi um espaço para discussão das questões politicas, econômicas e socioambientais,
com a promoção de um diálogo de saberes e fazeres entre os diferentes segmentos da sociedade e
o poder público.
Mas o IX FBEA e IV ECEA também teve momentos de celebração, uma vez que em 2017, comemora-
se os 40 anos da histórica Conferência de Tbilisi, os 25 anos do Tratado de Educação Ambiental
para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global, e da criação da Rede Brasileira de
Educação Ambiental – REBEA, os 20 anos da I Conferência Nacional de Educação Ambiental, 18
anos da promulgação da Lei 9795/99, que instituiu a Política Nacional de EA (PNEA), 15 anos da
regulamentação da PNEA e criação do Órgão Gestor, e também da criação da Rede Sul Brasileira de
Educação Ambiental – REASul, os 12 anos do Programa Nacional de EA – ProNEA e ainda 5 anos da
aprovação, pelo Conselho Nacional de Educação – CNE, da Resolução que estabelece as Diretrizes
Curriculares Nacionais para Educação Ambiental - DCNEA.
Nesse espírito de celebração, mas também de alerta e resistência democrática, o IX FBEA teve como
tema gerador “Uma releitura crítica das políticas da educação ambiental brasileira: Repercussões
da Política (PNEA) e Programa Nacional de Educação Ambiental (ProNEA)” e como objetivo geral
o de Fortalecer a diversidade da Educação Ambiental brasileira, em suas diferentes matizes, por
meio da defesa dos direitos e conquistas alcançadas por meio das políticas públicas do campo
socioambiental.
Nessa nona edição do Fórum Brasileiro de Educação Ambiental, a REBEA, tendo como interlocutoras
as Redes Sul Brasileira de Educação Ambiental – REASul, Rede Paranaense de Educação Ambiental
– REA Paraná, Rede Linha Ecológica, Rede Materiais de Educação Ambiental REMATEA, e ainda,
sob a coordenação da Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI, - a maior Instituição Comunitária
de Educação Superior (ICES) do estado de Santa Catarina, que participa da malha da REBEA desde
os anos 2000, além de ser uma das instituições-elo fundadoras da REASul, em 2002, e também
por meio do Grupo de Pesquisa Educação, Estudos Ambientais e Sociedade – GEEAS, vinculado
ao Programa de Pós-Graduação em Educação – PPGE -, assumiram o desafio de realização do IX
FÓRUM BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL – IX FBEA, e o IV ENCONTRO CATARINENSE DE
EDUCAÇÃO AMBIENTAL - IV ECEA, este com o apoio da Comissão Interinstitucional de Educação
Ambiental - CIEA-SC e governo do Estado de Santa Catarina.
Seção FBEAS
diálogo pela amorosidade da qual carece o mundo atual. O curso foi realizado em 7 municípios
polos da Amazônia e alcançou o número de 324 cursistas, envolvendo 21 municípios.
Realizaram a formação, representantes dos mais diversos seguimentos da sociedade, a saber:
servidores públicos, universitários, agricultores, comerciantes, gestores, empreendedores,
donas de casa e pessoas desempregadas com interesse em aprimorar seus conhecimentos.
A diversidade não se limitou apenas à variedade dos seguimentos da sociedade, mas
acolheram-se desde pessoas sem o domínio da leitura-escrita e até aos pós-graduandos onde
todos compartilharam saberes e experiências em diálogo respeitoso e construtivo. Apesar
do entusiasmo e da boa mobilização realizada, infelizmente, a modalidade da Educação à
Distância não se mostrou promissor, pois além da dificuldade dos cursistas em acessar e
utilizar a plataforma virtual, a capacidade da internet no interior de Mato Grosso ainda
se revelou abaixo do necessário para se utilizar o site da SECITEC. Tal situação exigiu da
SEMA, a reformulação e adequação do currículo para não excluir aqueles com dificuldades
de cumprir a etapa não presencial. No entanto, a imensa demanda, as avaliações positivas e
gratificantes dos cursistas fizeram com que a SUEA continue a compreender que a Educação
Ambiental realmente é um processo constante de criar e recriar amorosamente, caminhos
para a construção de alternativas mais sustentáveis e justas.
(Paulo Freire)
REFERÊNCIAS
FERRARO, JR. L. A.; SORRENTINO, M. Coletivos Educadores. In: FERRARO, JR. L. A. (org). Encontros e
caminhos: formação de educadoras(es) ambientais e coletivos educadores. Brasília: MMA, Diretoria de
Educação Ambiental, 2005.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
SATO, M. Narrativas que constroem nação. In: SANTOS, J. E., SATO, M., ZANIN, E. M., MOSCHINI, L. E.O
cenário da pesquisa no diálogo Ecológico – Educativo. São Carlos: Rima 2009-b.
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AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
GOMES DE ALMEIDA, S.; CORDEIRO, A.; PETERSEN, P. Crise socioambiental e conversão ecológica da
agricultura brasileira: subsídios para a formulação de diretrizes ambientais para a agricultura. Rio de
Janeiro: AS-PTA, 1996.
PINTO, D.F.P.; CARMO, M.S.; RIBAS, L.C.; GONSALES, J.R.; LEAL, I.S.S. Análise de agroecossistemas no
assentamento rural Monte Alegre, Motuca-SP. Rev. Ciênc. Ext. v.8, n.3, p.250-257, 2012.
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O “empoderamento” da comunidade, para que ela seja protagonista de sua própria história tem
sido um termo utilizado nas políticas públicas e dos analistas, neste novo milênio. Trata-se de
processos que caminhem para a autossustentabilidade, com a mediação de agentes externos - os
novos educadores socioambientais – atores fundamentais na organização e o desenvolvimento
dos projetos. Os pressupostos gerais que sustentam as afirmações sobre a participação são: a)
uma sociedade democrática só é possível via o caminho da participação dos indivíduos e grupos
sociais organizados. b) não se muda a sociedade apenas com a participação no plano local, micro,
mas é a partir do plano micro que se dá o processo de mudança e transformação na sociedade. c) é
no plano local, especialmente num dado território, que se concentram as energias e forças sociais
da comunidade, constituindo o poder local daquela região; no local onde ocorrem as experiências,
ele é a fonte do verdadeiro capital social, aquele que nasce e se alimenta da solidariedade como
valor humano (GOHN, 2004). O desenvolvimento da temática entre os participantes do PEAAF foi
bastante produtivo, visto que, distante do meio urbano, onde as decisões são tomadas, os cidadãos
e trabalhadores do meio rural costumam ficar alheios ou, ainda, “esquecidos” pelo poder público.
Com a discussão sobre a participação da comunidade nos assuntos coletivos, observamos a carência
de informação/conhecimento, a ausência, dentro do próprio grupo, de lideranças e iniciativas
que possam melhorar a vida de seus comunitários. Essa iniciativa de promover a organização e a
participação dos assentados do PEAAF indicou caminhos e possibilidades de lutas comunitárias
em prol da solução de seus problemas socioambientais.
REFERÊNCIAS
RICCI. Rudá. Controle social: um conceito e muitas confusões. Revista Espaço Acadêmico, nº 98,
Julho de 2009, Ano IX, ISSN 1519-6186.
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Grifagem das palavras com o final cida utilizado nos cultivos escolhidos (herbicida, inseticida,
fungicida,...) e reflexões sobre o sistema de cultivo; 6) Relato do estudo realizado em Lucas do Rio
Verde - MT, sobre a contaminação do leite materno com resíduos de agrotóxicos. Questionamentos
sobre alimentação saudável ou segura: Qual mãe gostaria de fornecer alimento contaminado
para seu filho(a)? Que alternativas temos para produzir alimentos seguros? 7) Apresentação de
algumas práticas da agricultura sustentável ou de base agroecológica: adubação orgânica, adubação
verde, compostagem, biofertilizante, uso de inseticidas alternativos ou naturais, homeopatia...; 8)
Apresentação alguns inseticidas naturais já confeccionados e dispostos em garrafas pets; 9) Oficina
sobre preparo de alguns inseticidas naturais; 10) Distribuição e leitura de material informativo:
O Caderno de Homeopatia; 11) Realização de demonstração de métodos sobre preparados
homeopáticos; 12) avaliação e encerramento do encontro. A vivência nesta temática proporcionou
aos Agentes Populares em Educação Ambiental em formação a possibilidade de execução de
algumas práticas de agricultura sustentável ou de base agroecológica, em oposição para um dos
pacotes tecnológicos da Revolução Verde - os agrotóxicos. Considerações e recomendações são
reduzir ou eliminar o uso de agrotóxicos, bem como dos resíduos destes no ambiente, constituem
desafios aos agricultores, o que favorecerá a biota dos ecossistemas e a produção de alimento
seguro para o ser humano, resultando em mais saúde para os seres envolvidos. A socialização
destas experiências no meio rural constitui um dos papéis do (a) educador (a) ambiental.
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
CORREIA , M. E. L. Agricultura de Base Agroecológica , EMPAER - MT, Boletim Técnico, Cuiabá, 2011.
RABELO, F.B.; SILVA, C.S, B.; CARVALHO, G. K. L. Uso de inseticidas alternativos no controle de pragas
agrícolas / Flávia Rabelo Barbosa, Petrolina : Embrapa Semi Árido, documentos nº 191, 2006. 47 p.
CADERNO de Homeopatia - Instruções práticas geradas por agricultores sobre o uso da homeopatia
no meio rural. Viçosa: Produtores Orgânicos da Região da Vertente do Caparaó, 2009.
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O Sistema Nacional do Meio Ambiente 140, que no seu Art. 9º, institui como dever
– SISNAMA, instituído pela Lei 6.938/81, do município “executar e fazer cumprir, em
estabelece a estrutura da gestão ambiental âmbito municipal, as Políticas Nacional e
no Brasil designando o órgão seccional Estadual de Meio Ambiente e demais políticas
estadual como responsável pela “execução nacionais e estaduais relacionadas à proteção
de programas, projetos e pelo controle do meio ambiente”; e ainda reforçou no inciso
e fiscalização de atividades capazes de XI “promover e orientar a educação ambiental
provocar a degradação ambiental”; sendo em todos os níveis de ensino e a conscientização
que tal atuação deve ser otimizada mediante pública para a proteção do meio ambiente”.
articulação coordenada entre os órgãos e Assim, de acordo com a Política Estadual de
entidades que fazem parte do SISNAMA. O Educação Ambiental de Mato Grosso – Lei n°
SISNAMA, constituído pelos órgãos e entidades 7.888/03, a gestão da Educação Ambiental
da União, dos Estados, do Distrito Federal, Não-Formal, ou seja, aquelas ações e práticas
dos Municípios é responsável pela proteção educativas não escolarizada fica sob a
e melhoria da qualidade ambiental. Cabe aos responsabilidade da Secretaria de Estado
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios do Meio Ambiente de Mato Grosso – SEMA,
a regionalização das medidas emanadas do enquanto aquela de caráter formal fica ao
SISNAMA, estes devem elaborar normas e encargo da Secretaria de Educação – SEDUC.
padrões supletivos e complementares. Diante Neste contexto de necessária descentralização
do contexto de crise socioambiental em nível da gestão de licenciamentos, o CONSEMA
planetário e das pressões internacionais estabelece que “caberá ao órgão ambiental
e nacionais, nesta década, inicia-se em estadual a capacitação dos técnicos e gestores
âmbito nacional processos orientativos de municipais para fomentar e apoiar as
descentralização do licenciamento ambiental. atividades de licenciamento, monitoramento
Em 2011 é publicada a Lei Complementar nº e fiscalização ambiental no âmbito local de
AGRADECIMENTOS
Aos gestores do Órgão Estadual de Meio Ambiente, às Prefeituras Municipais e aos Consórcios
Intermunicipais.
REFERÊNCIAS
MATO GROSSO. Lei Nº 7.888, de 09 de janeiro de 2003. Disponível em: < http://www2.camara.leg.
br/legin/fed/declei/1940-1949/decreto-lei-7888-21-agosto-1945-378754-publicacaooriginal-
1-pe.html>. Acesso em: 12 jul. 2017.
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A crise socioambiental dos dias atuais decorrentes das ações humanas degradadoras
aponta para a urgência em se tratar as do ambiente. Em 2015, Mato Grosso, ao
questões ambientais com responsabilidade participar da Conferência do Clima (COP 21) em
legal e moral, clamando pela construção de Paris, trouxe para o estado, a responsabilidade
políticas públicas sustentáveis e participativas. de realizar “a expansão e aumento da eficiência
A Secretaria de Estado do Meio Ambiente - da produção agropecuária e florestal, a
SEMA, juntamente com a Secretaria de Estado conservação dos remanescentes de vegetação
de Educação - SEDUC são os órgãos gestores nativa, recomposição dos passivos ambientais
da Política Estadual de Educação Ambiental e a inclusão socioeconômica da agricultura
(LEI 7.888/03). Nesta perspectiva, buscando familiar e populações tradicionais”. (DECRETO
a inclusão, justiça social e descentralização da 468/2016) . À Superintendência de Educação
gestão ambiental, a SEMA se propõe a realizar Ambiental - SUEA coube realizar a formação
a formação inicial e continuada oferecida às de multiplicadores em educação ambiental no
diversas esferas da sociedade como espaços contexto do Projeto “Mato Grosso Sustentável”
participativos e formativos. O Curso “MEIO com fomento do Fundo Amazônia. Assim, foi
AMBIENTE E EDUCAÇÃO AMBIENTAL – UM retomada a propositura do “Diálogo Inicial”
DIÁLOGO INICIAL” surgiu em sua primeira com reformulações que incluiu o sistema de
versão em 2009 e desde então, vem sendo educação à distância para garantir os conteúdos
trabalhada para atender às necessidades de necessários à formação dos multiplicadores
mudanças de comportamentos da sociedade em educação ambiental. O Curso busca manter
que estava sofrendo com os impactos negativos a indissociabilidade da formação de valores e
Michèle Sato
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4h, Economia Solidária - 4h, Associativismo e Cooperativismo - 4h e Gestão Financeira - 4h. Nesse
processo de formação e identidade com o trabalho desenvolvido, é importante salientar o papel da
Educação Ambiental segundo Rodriguez e Silva (2009, p.176) que afirma “a educação ambiental é,
também, um elemento decisivo na transição, através da qual seja transmitido um novo estilo de vida
e que se mudem profunda e progressivamente, as escalas de valores e atitudes na sociedade atual”.
Com a intenção de associar a Educação Ambiental às temáticas do projeto realizou-se a capacitação
buscando o desenvolvimento humano e cognitivo dos catadores nos aspectos Economia Solidária,
Associativismo, Cooperativismo e Gestão Financeira. Por isso, foram firmadas parcerias com as
instituições IFMT – Instituto Federal de Mato Grosso, UNEMAT – Universidade Estadual de Mato
Grosso, SECITEC - Secretaria de Estado de Ciências e Tecnologia, Escola de Governo, Escola Estadual
e Arca Multincubadora, entidades tais que abarcassem as temáticas em que a Secretaria de Estado
de Meio Ambiente não possuía expertise. À medida que se discutia a realidade e a coordenação
da capacitação nomeada para a Coordenadoria de Educação Ambiental os objetivos e métodos do
trabalho ganhavam entornos e sustentação nas metas do projeto. E para o desenvolvimento da
capacitação a metodologia propiciou: a) interação das Coordenadorias de Educação Ambiental e
Gestão de Resíduos Sólidos; b) viabilizar a participação do público alvo nos eventos de capacitação
com hospedagens e alimentação; c) deslocamento dos catadores de materiais para capacitações
nos municípios Pólos do projeto, por intermédio de fornecimento de bilhetes de passagens
intermunicipais terrestres; d) material impresso e audiovisual disponível através de ferramentas
de exposição; e) entendimento através de debate sobre as ações dos catadores e sua realidade, de
catador-para-catador. A estratégia para conduzir as ações da capacitação no projeto foi: educação,
cidadania e inclusão para o entendimento da importância dos catadores para a sociedade e
o meio ambiente. Ao abordar sobre inclusão social e direitos dos catadores, obtivemos uma
discussão muito importante que resultou na solução de dificuldades obtidas dentro do processo
de capacitação. Com isso, alusivo à educação, conseguimos vislumbrar para estes profissionais a
necessidade urgente de se unirem, se organizarem. O Estado, através do projeto, com o discurso de
educar ambientalmente e com a justificativa de ser imprescindível assegurar ocupação e renda, tem
promovido a inserção produtiva desses profissionais como forma de garantir a qualidade de vida e
a sustentabilidade através do trabalho do catador integrando-o, de forma suscinta, ao processo de
reciclagem. Ao relacionarmos as dificuldades enfrentadas pelos catadores, podemos citar Romani
(2004) que analisa a experiência desenvolvida em outras regiões destacando suas dificuldades,
a constituição de grupos organizados, a continuidade de ações e compromissos estabelecidos,
a garantia do envolvimento dos órgãos administrativos para a operacionalização da coleta de
recicláveis bem como as condições de vida e trabalho desses profissionais. É grande o desafio nos
processos de organização socioprodutiva com catadores propiciando a participação na gestão dos
resíduos e na educação ambiental. Nesse percurso de três meses as ações desenvolvidas neste
projeto procuraram apoiar os catadores de material reciclável a fim de empoderá-los para que
possam repercutir tudo que lhes fora amostrado de forma sucinta, porém coesa quebrando assim
as barreiras da inclusão e da cidadania. A Educação Ambiental foi o ponto de partida para esta
empreitada como forma de subsidiar as temáticas escolhidas. Foram detectados alguns interesses
individuais, porém superados através da discussão e intercâmbio de experiências proporcionadas
entre os municípios pertencentes aos polos.
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REFERÊNCIAS
MARTINS, J. S. A sociedade vista do abismo: novos estudos sobre exclusão, pobreza e classes sociais.
Petrópolis: Rio de Janeiro, 2002.
SANTOS, B. de S. Lixo e cidadania. Revista Visão (Portugal), 27 set. 2007. Disponível em: <http://
www.movimentodoscatadores.org.br/artigos>. Acesso em: 11 de novembro de 2016.
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Seção Fotos
FBEAS
SERVIDORES ENVOLVIDOS NA PRODUÇÃO
DOS ARTIGOS
Nenhum de nós é tão bom quanto todos nós juntos
Seção Artigos
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E MANEJO FLORESTAL:
09 DIÁLOGOS NECESSÁRIOS À CONSTRUÇÃO DE
POLÍTICAS PÚBLICAS AMBIENTAIS
Marcos Antônio Camargo Ferreira & Lúcia Shiguemi Izawa Kawahara
O presente trabalho compartilha os caminhos trilhados pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente de
Mato Grosso, na busca do fortalecimento das políticas públicas ambientais. Pela oferta do “Curso de
Manejo Florestal Sustentável: Normas e Procedimentos”, procurou-se integrar a Política Florestal à política
de Educação Ambiental. A experiência trouxe aprendizagens significativas para além dos meros aspectos
técnicos inerentes às atividades de manejo florestal, mas percebeu-se a importância da sensibilização e da
indissociabilidade das três dimensões da formação integral em Educação Ambiental.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A
Educação Ambiental, como processo mobilizador e transformador, deve ser trabalhada
de forma sistêmica e transversalmente. Assim, a SUEA busca orientar intervenções
pedagógicas contextualizadas, nas quais o diálogo com a comunidade é considerado
como protagonista e não apenas como instrumento. O curso de manejo desse relato
de experiência já foi ofertado para aproximadamente 400 pessoas e os depoimentos
demonstram que os caminhos trilhados estão em acordo com as diretrizes das políticas
Florestal e da Educação Ambiental. Além dos ajustes que o currículo do referido processo
de formação tem sofrido, os próximos desafios estão no alcance das proposituras
de manter a indissociabilidade da formação de valores e atitudes (aprendizagem
atitudinal), com bases científicas e conceituais (aprendizagem conceitual), associadas
às práticas e procedimentos sustentáveis (aprendizagem procedimental), dimensões
axiológica, epistemológica e praxiológica da Educação Ambiental (PASSOS & SATO,
2005), superando a visão comportamental, simplista e descontextualizada da relação
sociopolítica local.
REFERÊNCIAS
AZEVEDO, C. P. Dinâmica de florestas submetidas a manejo na Amazônia Oriental:
experimentação e simulação. 254p. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-
Graduação em Engenharia Florestal, Universidade Federal do Paraná, UFPR, 2006.
SATO, Michéle e PASSOS, Luiz Augusto. Pelo prazer fenomenológico de um não-texto. In:
GUIMARÃES, Mauro (org.)., LOUREIRO, Carlos Frederico Bernardo., CARVALHO, Isabel
Cristina de Moura., PASSOS, Luiz Augusto., SATO, Michèle., LEME, Taciana Neto. Caminhos
da educação ambiental: da forma à ação. 3ª Edição, Campinas, SP. Ed: Papirus, 2005.
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Seção Artigos
CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS
COSTA, P. F. e RAMOS, J. A. S.; 2013 - Avaliação da necessidade de correção radiométrica para comparação de
Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI). http://www.dsr.inpe.br/sbsr2013/files/p1687.
pdf Acesso em: 27/06/2017.
CRUZ. M. A. S. et al.; 2011 - Avaliação da cobertura vegetal por meio dos Índices de Vegetação SR, NDVI,
SAVI e EVI na bacia do rio Japaratuba-Mirim em Sergipe. http://www.dsr.inpe.br/sbsr2011/files/p0811.
pdf Acesso em 24/06/2017
IBAMA e MMA; 2000 - Sistema Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais PREVFOGO.
http://portal.tcu.gov.br/lumis/portal/file/fileDownload.jsp?inline=1&fileId=8A8182A14D92792C014D9
28532EF3201 Acesso em 22/06/2017
DIAZ, M. C. V. et al.; 2002 - O Preço Oculto do Fogo na Amazônia: Os Custos Econômicos Associados
às Queimadas e Incêndios Florestais. https://www.researchgate.net/profile/Ramon_Ortiz/
publication/267683182_O_Preo_Oculto_do_Fogo_na_Amaznia_Os_Custos_Econmicos_Associados_s_
Queimadas_e_Incndios_Florestais/links/5461f68a0cf2c1a63c01830e.pdf Acesso em: 27/06/2017
FEARNSIDE. P. M.; 2002 - Fogo e emissão de gases de efeito estufa dos ecossistemas florestais da Amazônia
brasileira. http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-40142002000100007&script=sci_arttext Acesso
em: 01/03/2016
FEARNSIDE. P. M. et al.; 2013 - Emissões de gases do efeito estufa por desmatamento e incêndios florestais
em Roraima: fontes e sumidouros. http://revista.ufrr.br/index.php/agroambiente/article/view/971/1026
Acesso em: 01/03/2016
SAULO R. F.; et. al.; 2005 - Emissões de queimadas em ecossistemas da América do Sul. http://www.scielo.
br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142005000100011 Acesso em: 01/03/2016
SOARES; R. V. e BATISTA; A. C.; 2007 - Incêndios Florestais: controle, efeitos e uso do fogo.
SERRA. A. M. Jr. e CUNHA. A. P.; 1999 - Metodologia Para Determinação Da Eficiência De Combustão Da
Biomassa Em Florestas Tropicais. http://www.abcm.org.br/anais/cobem/1999/pdf/aaadad.pdf Acesso
em: 27/06/2017
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Seção Artigos
ESTADO DA ARTE DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS:
11 UMA PROPOSTA PARA A REDUÇÃO DO NÚMERO DE INCÊNDIOS FLORESTAIS
NO ESTADO DE MATO GROSSO
Giovani Eggers & Marcos Antônio Camargo Ferreira
GIOVANI - Coronel do Corpo de Bombeiros Militar de MARCOS - Engenheiro Florestal, Doutor, Coordenador
Mato Grosso, Pós graduado em Prevenção, Combate e de Conservação e Restauração de Ecosistemas da
Controle de Incêndio Florestais pela Escola de Governo Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Mato
de Mato Grosso. Grosso.
E m Mato Grosso, a cobertura florestal está sendo substituída por outros usos alternativos
do solo e reduzindo significativamente ao longo dos últimos anos. Aliada à crescente
busca pela produção de grãos e de produtos florestais, a ocorrência de incêndios florestais
preocupa os órgãos responsáveis pela política florestal do Estado pelos prejuízos por eles
causados, tanto aos aspectos econômicos quanto a biodiversidade.
Nos últimos 15 (quinze) anos o Mato Grosso tem figurado entre os três primeiros
no ranking nacional com maior número de focos de calor. O estado possui sua economia
baseada principalmente em atividades agrícolas. A grande extensão territorial associada
M esmo com toda tecnologia disponível, até hoje o manejo do fogo é largamente empregado
no preparo do campo, aplicado principalmente em áreas de desmatamento e para
renovação de pastagens. O descuido no manejo do fogo causa os incêndios florestais,
bem como severas degradações ambientais a flora e fauna brasileira.
O utra parcela da população rural ou indígenas, nativos da região. Com a cultura secular,
os índios ateiam fogo na mata com o objetivo de afugentar os animais de seus abrigos e
aguardam os mesmos do lado oposto ao fogo para pegá-los. Esse fogo pode se propagar para
interior da floresta ganhando proporções difíceis de serem controladas, principalmente na
época da seca.
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A fim de cumprir o inciso IV grifado acima no dia 30 de junho de 2005 foi instituída
a Lei 8399 - Legislação de Segurança Contra Incêndio e Pânico do Estado de Mato Grosso,
que dispõe sobre as medidas de segurança contra incêndio e pânico nas edificações,
instalações e locais de risco, atendendo ao previsto no art. 144, § 5º, da Constituição
Federal, no art. 82 da Constituição Estadual e ao disposto na Lei Complementar nº 32,
de 10 de outubro de 1994.
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P odemos afirmar que estas Leis são suficientes para legitimar os serviços técnicos
prestados pela Diretoria de Segurança Contra Incêndio e Pânico do Corpo de
Bombeiros Militar do Mato Grosso no que diz respeito à especificação de norma técnica
referente a elaboração de projetos de prevenção e combate a incêndios florestais em
áreas rurais do Estado de Mato Grosso.
No Código Ambiental do Estado de Mato Grosso, o art. 50, seção II, capítulo V diz
que:
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INCÊNDIOS FLORESTAIS EM
ASSENTAMENTOS RURAIS
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CONCLUSÕES
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Relatório Geral do Prevfogo - 1999. IBAMA: Cuiabá, 1999. 43pp.
CASTRO, Antônio Luiz Coimbra. Manual de desastres: Desastres naturais – Vol 1, 1996.67 pp
COUTO, Elmar Alfenas e CANDIDO, José Flávio. Incêndios florestais. UFV - imprensa universitária: Viçosa,
1995. 80pp.
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Informativo Eletrônico
Seção Artigos
e usam territórios e recursos naturais como condição para sua reprodução cultural, social,
religiosa, ancestral e econômica, utilizando conhecimentos, inovações e práticas gerados e
transmitidos pela tradição”.
Ainda de acordo com o trabalho “Sociobiodiversidade” do MMA, incluem-se nessa
definição as comunidades quilombolas, povo cigano, povos e comunidades de terreiros e
da matriz africana, faxinalenses, catadores de mangaba, quebradeiras de coco-de-babaçu,
comunidades pantaneiras, pescadores (as) artesanais, caiçaras, extrativistas, povos
pomeranos, retireiros do Araguaia, comunidades de fundo e fecho de pasto e comunidades
extrativistas do cerrado.
As comunidades têm significativa importância na geração de renda e segurança
alimentar, as estatísticas oficiais apontam que os valores registrados para a produção
extrativista não-madeireira representam aproximadamente 0,48% da produção primária
nacional, o que equivale, no segmento de produção primária, apenas R$ 480 milhões.
Estes valores indicam a pouca visibilidade e o pequeno espaço ocupado pelos produtos da
sociobiodiversidade na economia formal.
O conceito de sociobiodiversidade engloba bens e serviços gerados a partir de recursos
da biodiversidade. Estes bens e serviços devem estar relacionados com a estruturação de
cadeias produtivas de interesse dos povos e comunidades tradicionais e de agricultores
familiares.
A finalidade desta cadeia produtiva é a promoção da manutenção e valorização
de suas práticas e saberes, de forma a assegurar os direitos decorrentes, além de gerar
renda e promover a melhoria de sua qualidade de vida nos ambientes em que vivem estas
comunidades.
O “Plano Nacional dos Produtos da Sociobiodiversidade” propõe viabilizar acesso
aos mercados e aos instrumentos de comercialização e a política de garantia de preços
mínimos por meio de umas políticas de crédito, a assistência técnica e a extensão rural, com
a finalidade de gerar renda para as comunidades rurais.
A cadeia de produtos da sociobiodiversidade inclui a copaíba, açaí, buriti, carnaúba,
pequi, seringa, piaçava, castanha e babaçu e entre outros. O pequi, por exemplo, é utilizado
na alimentação da fauna (gado), para consumo humano (arroz com pequi, frango com
pequi, doces licor, castanha torrada salgada, azeites, pães), como fonte de renda para muitas
famílias que vivem nesse bioma (cosméticos e uso medicinal).
Desta maneira, entendemos a cadeia produtiva como um conjunto de componentes
que se inicia dentro da porteira para antes (fazenda) e depois da porteira do produtor
(comercialização). Inclui os provedores de serviços e insumos, sistemas produtivos,
processamento e transformação, distribuição e comercialização, até os consumidores finais
de produtos e subprodutos, ou seja, tudo conectado.
Na linguagem popular, a cadeia produtiva significa analisar todo o caminho percorrido
por um determinado produto ou bem, avaliando as oportunidades e as deficiências nos
empreendedores, no mercado e nos demais elos da cadeia.
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Panceflô - nª34 - Outubro/2017
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Silva, Daniella Menezes da. Cadeia produtiva de pequi no estado de Goiás. Universidade de
Brasília, Estágio Supervisionado em Gestão do Agronegócio. Brasília, 2011. 63 p.
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Novidadeiro
o vidadeiro
N
O
Leonardo Lucas Nogueiras Lúcia Sandra Nunes Akerley Suely Costa Campos