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Aula: Disciplinas e
competências
Professor: Vivian Rio
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Disciplinas e competências
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Desde a Grécia Clássica, já existia um currículo básico para formação do cidadão grego, nomeado de Trivium,
composto pelas disciplinas:
O Trivium destinava-se a todos os cidadãos da polis e não visava a qualquer formação específica ou à preparação
para o trabalho.
Depois do Trivium, havia o Quadrivium, currículo para aperfeiçoamento da mente, composto pelas disciplinas:
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Na Idade Média, houve a inversão das disciplinas “Estudamos matérias, conteúdos disciplinares,
clássicas e a inclusão de disciplinas da Filosofia Natural: para chegar ao conhecimento científico, que
garantiria uma boa educação formal; a formação
pessoal decorreria daí naturalmente”. (Machado,
2002, p. 138)
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pode ter iniciado com a explosão da primeira bomba atômica, “quando a desconfiança na crença na ciência como um
valor em si, independentemente do cenário de valores em que se insere, foi abalada, crescendo consideravelmente a
cada novo passo da física das partículas ou da engenharia genética, por exemplo.”.
Essas pressuposições ficaram em evidência maior, no Brasil, com a reforma recente do Ensino Médio e com o Exame
Nacional do Ensino Médio. Além disso, a demanda por uma organização alternativa do trabalho escolar em seus diversos
níveis, contemplando o desenvolvimento de competências pessoais, tem crescido.
Para refletir:
Você acha que as competências vêm ganhando espaço na prática docente na escola onde você atua como professor/
educador?
Sua sensação é a de que as competências são muito faladas, discutidas, mas pouco aplicadas na prática docente?
Será que existe alguma barreira para mudar o foco do conteúdo e incorporar o foco em competências? Qual(is)?
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Já Macedo (1999, 2000) apresenta a concepção de O C significa conhecimento sobre algo. Diz respeito
competência como uma síntese plena de concorrência. à pessoa dominar um determinado know-how a respeito
Entende-se, nesse caso, que diferentes habilidades de algo que tenha valor para empresa e para ela mesma.
concorrem em uma determinada situação para que a É o saber.
competência possa emergir.
O H significa habilidade para realizar/ produzir
Como já vimos na aula anterior, as teorias são sempre resultados com o conhecimento que se possui. Diz respeito
um modo de ver, uma construção; não são verdades à pessoa conseguir fazer algum uso real do conhecimento
absolutas. E mais: uma boa teoria é aquela que tem que têm, produzindo algo efetivamente. É o saber fazer.
impacto na prática.
O A significa atitude assertiva e pró ativa/ iniciativa.
Então, embora as definições apresentadas acima, com Diz respeito ao indivíduo não ser agressivo nem passivo,
base em Perrenoud, sejam interessantes, há uma definição não esperar algo acontecer ou alguém ter que dar ordens,
de competência muito utilizada na área empresarial, e fazer o que percebe que deve ser feito por conta própria.
especialmente na de gestão de pessoas por competências, É o querer fazer.
que parece ser mais concreta, pragmática e, portanto,
mais aplicável. O grande diferencial dessa abordagem é que, antes,
a noção de competência era associada principalmente ao
Essa definição é conhecida pelo famoso ideograma domínio de um determinado conhecimento. Assim, alguém
“CHA”, que serve para designar Conhecimento, Habilidade que dominava muito bem algum assunto era chamado de
e Atitude, os quais compõem a competência. É uma competente. Então quem saía da escola ou da universidade
maneira de se procurar definir o sentido de competência a “sabendo” muito ou era um aluno “muito estudioso” era
partir de um referencial no qual ela possa ser mensurada considerado muito competente.
- e até mesmo comparada a padrões internacionais. E é
um dos modelos mais atuais com o quais as melhores Segundo a concepção atual, alguém pode ser
empresas trabalham hoje para avaliar seus colaboradores. considerado bastante incompetente mesmo que domine
Vale a pena trazer para a realidade do professor/educador muito bem um assunto, se não tiver a habilidade e a
esse ideograma: atitude para produzir resultados com isso. É o caso daquela
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pessoa que leu mil livros, fez diversos cursos, mas não Para pensar:
consegue realizar um trabalho sequer. Na escola, diz-se
muito: aquele professor sabe muito do assunto, mas não Em relação ao professor/ educador:
sabe ensinar.
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Para refletir:
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e mobiliza todo nosso processo psíquico, pois é um fenômeno intelectual e emocional. O conhecimento desprovido de
sentido e de sentimento não se acomoda na memória.
É essencial que, numa aprendizagem com foco em competências, o professor/educador considere as 3 fases do
aprendizado:
• Sensibilização = ao longo da qual o sujeito estabelece uma relação com o mundo, apoiando-
se na percepção do seu eu o dos objetos que o cercam. Essa fase exige atenção, concentração,
pesquisa e organização das impressões. É desencadeada pelo interesse e motivação do
aprendiz.
• Significação = na qual o sujeito integra a novidade percebendo seu interesse, o uso que dela
pode fazer ou o sentido que pode dar a ela. Essa fase exige compreensão e discussão para o
esclarecimento.
• Utilização = o sujeito reinveste o conhecimento, o utiliza para fins pessoais, domina seu uso e o
“possui” realmente. Essa fase exige experimentação, prática, compartilhamento e sedimentação
da nova informação.
Níveis de Aprendizagem
Solução de Analisar Separação das partes para compreender estrutura, a relação entre
problemas as partes, os princípios; reconhecimento de princípios não explícitos,
de erros lógicos, distinção entre fatos e inferências, determinação de
relevância.
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Observe na tabela acima que aplicação e solução de problemas se referem à habilidade (saber fazer).
Além desses níveis apontados na tabela acima, voltados ao conhecimento e à habilidade, há mais dois níveis
importantes no processo de aprendizado:
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1- Conhecimentos Prévios
• conquistas: os sucessos aumentam
Toda aprendizagem nova apóia-se em aprendizagens a eficácia pessoal, enquanto os fra-
anteriores, que servem de ponto de partida e que têm cassos a diminuem, especialmente se
valor cumulativo. eles ocorrem no início do processo de
aprendizagem e se não estiverem re-
O que é determinante em uma aprendizagem é o “já lacionados à falta de esforço,
existente”. Portanto, é necessário identificar os vários tipos • observações de outras pessoas:
de conhecimento que o aprendiz já possui. quando observamos outras pesso-
as realizando bem uma atividade,
sentimo-nos encorajados a fazer o
mesmo,
• gerais: conhecimentos e infor-
mações não ligados diretamente • estímulo verbal: quando alguém
3- Prática reflexiva
2- Eficácia Pessoal
• reflexão durante e após a ação = é
o processo de “voltar os pensamentos”
A percepção pessoal sobre a própria habilidade de lidar
sobre o que está acontecendo durante
com diferentes situações e de aprender novas informações
a aula, o semestre e, em um momento
é essencial para o direcionamento das ações. Tais ações
posterior sobre o que aconteceu. Essa
incluem o que as pessoas escolhem fazer, quanto esforço
elas dedicam para a atividade, quanto tempo elas persistem
frente à adversidade e que nível de estresse é aplicado.
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O erro faz parte de todo processo de aprendizado, afinal, como diz o ditado “quem não erra não aprende”.
Na primeira fase do aprendizado, o aprendiz é incompetente inconsciente, ou seja, “não sabe que
não sabe”. A partir do momento que ele vai sendo exposto e vai trabalhando novas competências, passa
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a ser incompetente consciente, isto é, “sabe que não sabe”. Esse é um momento desconfortável, pois
ninguém gosta de saber que está errando, que poderia estar fazendo melhor e de forma mais eficaz algo.
Só que é importante persistir nesse estado de desconforto para se chegar ao terceiro momento, de
competência consciente. Nesse estágio, o aprendiz “sabe que sabe” e se monitora o tempo todo para
verificar que está fazendo corretamente algo. Depois, com a repetição e a internalização/ estabilização
daquela competência e das disposições para agir a partir de certo conhecimento (lembra-se de Bourdieu e
sua noção de habitus?), o aprendiz se torna competente inconsciente, em outras palavras, ele já mal sabe
que sabe, pois faz tudo de forma adequada, com qualidade, sem precisar se monitorar o tempo todo.
Uma analogia interessante é lembrar-se de como foi o aprendizado para conseguir a carteira de habilitação.
Antes de começar a tentar, parece muito fácil e que rapidamente o indivíduo saberá dirigir (estágio 1). No
início das aulas práticas, parecia que seria impossível fazer uma baliza ou parar em uma ladeira e sair sem
deixar o carro morrer (estágio 2). Depois de conseguir tirar a carta, realizando todas as tarefas exigidas pelo
examinador de forma muito consciente, o futuro motorista se monitora o tempo todo para não errar, mas
ainda comete algumas falhas. De tanto dirigir, passa a perceber que não comete mais erros (estágio 3). Com
mais experiência ainda, o motorista nem se lembra mais que marcha colocou para passar por uma lombada,
pois internalizou aquele processo (estágio 4).
Mas note que interessante: os motoristas experientes também precisam de cursos de reciclagem, já
que a prática faz com que o indivíduo adquira vícios que nem sempre são aceitos pelas normas de trânsito.
Então, volta-se ao estágio inicial e assim sucessivamente.
Veja que essa é apenas uma analogia. Toda aprendizagem, inclusive a do professor/educador em como
se aprimorar cada dia mais, passa por esses estágios e o ciclo se reinicia de tempos em tempos.
• falsa ideia sobre algo: quando o aprendiz já tem um pré-conceito sobre o tópico que não é o
correto, mas que pode considerado pela pessoa como o certo/adequado;
• desconhecimento: por não saber o que é ou como fazer uma certa atividade, sobre um tópico;
Por estar presente no processo de aprendizado, deve-se dar um tratamento didático do erro:
• identificação = descrição da causa do erro, para que o aprendiz saiba o que está errado e
entenda o porquê;
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Vale ressaltar que o erro do aprendiz deve levar o professor/educador a refletir sobre sua prática
didática.
• Será que foi usada a melhor estratégia para ensinar esse (s) aluno (s)?
• O que será que pode ser feito diferente em uma próxima aula/atividade para que, de fato, o
indivíduo aprenda?
Desse modo, as competências revelam-se em um professor reflexivo, capaz de avaliar e de se autoavaliar de acordo
com uma postura crítica. Consequentemente, as competências refletem-se nas tomadas de decisões, no que diz respeito
à escolha de estratégias adaptadas aos objetivos educacionais e às exigências éticas da profissão. Por isso, focaremos,
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a partir desse momento da disciplina, nas competências presente para tê-la no futuro. E a infelicidade acaba com a
do professor/educador para que essa reflexão sobre a motivação de poupar.
própria prática possa contribuir para suas decisões em sala
de aula. Refletir sobre a própria prática como educador/ Isso tudo mudou minha forma de atuar e de orientar.
professor é um passo importante para o aprimoramento. Hoje, vejo que é uma vida feliz e segura que garante a
Veja o texto abaixo de um consultor empresarial que atua poupança, e não o contrário. É por isso que, quando me
como educador. consultam sobre a escolha da moradia, proponho antes que
as pessoas me descrevam a verba prevista para os gastos
Prática Reflexiva com qualidade de vida, lazer, prazer e pequenos mimos
pessoais, e também a verba para guardar para um futuro
O que Aprendi ao Ensinar
sólido. Somente após definir essas duas verbas é que trato
Por Gustavo Cerbasi
da verba para a escolha do padrão de moradia. Um imóvel
mais simples oferece menos espaço, mas comporta uma
Em meus primeiros trabalhos de consultoria, eu
felicidade que não caberia em um lugar mais caro. Esse foi
procurava ser racional ao orientar meus clientes, fazendo
o meu maior aprendizado. Se um cafezinho diariamente
contas e provando a eles que um cafezinho por dia seria
compra um carro em 30 anos, a falta do mesmo cafezinho
pode levá-lo a perder o emprego, ao acabar com tardes
produtivas, com o networking e com um pequeno e
motivante prazer pessoal. O futuro é importante, mas
também é a simples continuação de sua vida presente.
Valorize mais seu hoje, sem esquecer o amanhã.
Revista Você S/A. Edição 126. Dezembro de 2008.
Para refletir:
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Justificativas Considere
Minha aula é bem Há professores organizados e todas as aulas são bem arrumadas, mas esse
arrumadinha cuidado pode ser em vão se a aula não contribuir para o aprendizado.
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que se espera (e se deveria ganhar), sentir-se Que tal ler um texto que realmente convida à reflexão
pouco valorizado, ver-se relegado à margem da do que é ser professor neste novo milênio:
sociedade. De qualquer forma, a escola é a sua
“republiqueta” e nela sente-se à vontade: manda, Professor, Profissão Estratégica
reprova, desfila impávido, faz as regras e a elas
não se submete, elege o diretor para confirmar Cresce a expectativa sobre as oportunidades de
a autonomia do espaço e acobertar mazelas aprendizagem neste novo milênio, já que a sociedade
individuais e coletivas, comanda currículos e inteira vai pressionar por ofertas sistemáticas de
alunos, ocupa espaços constitucionais, e nisto aprendizagem durante a vida toda, muito além do
são importantes, quer a sociedade reconheça que chamamos “educação formal”, restrita aos anos
ou não. Ainda por cima, não permite que seja previstos, em parte obrigatórios, de freqüência à escola/
avaliado, por mais que viva de avaliar os alunos. universidade. Aprender confunde-se com a própria vida
porque soube aprender, aprender é razão central da vida.
Esse trecho, adaptado de uma das interessantes Segundo teorias atuais sobre a evolução do universo,
discussões do livro Professor do Futuro e reconstrução vida e inteligência sempre estiveram inscritas na dinâmica
do conhecimento, revela o descaso a que foi relegado o da matéria e são, em algum sentido, a razão de ser da
educador/ professor e suas consequências para o ensino. evolução (Gardner, 2003; Davies, 1999; Wright, 2000).
O educador/ professor foi historicamente encurralado O direito de aprender confunde-se com o direito à vida
nesta condição, seja: e realça o desafio de construção da autonomia do ser
humano. Somos, na verdade, seres muito dependentes,
em todos os sentidos, em particular porque precisamos
• pela visão de que o educador/
dos outros para sobreviver, viver e nos desenvolver.
professor tem uma missão – e
Sociologicamente falando, o “outro” nos constitui (Demo,
não uma profissão (quem nun-
2002): o indivíduo é construído em sociedade e esta é
ca ouviu a intrigante frase “mas
composta de indivíduos (Morin, 2000), de tal sorte que
você só dá aulas ou também tra-
a sociedade não pode descartar os indivíduos, nem
balha?”);
estes podem dispensar a sociedade. Todavia, a vida nos
• pela não valorização de sua dotou da capacidade de conhecer e aprender, facultando
profissão na sociedade brasileira o alargamento da autonomia para níveis que, em nossa
– mas não só; tradicional soberba, os tomamos como ilimitados. (Barrow,
• pela fragilidade de sua forma- 1998; Horgan, 1997; Malone, 2001; Nolte, 2001).
ção;
A saga humana é, em grande parte e talvez
• pela remuneração incompatí-
substancialmente, a saga do conhecimento e da
vel;
aprendizagem (Klein, 2002; Diamond, 1999). Há 40 mil
anos ainda vivíamos em cavernas. Hoje, vivemos em
cidades sofisticadas como Nova York: comparando caverna
Independente de qual seja a explicação, o que ocorreu com Nova York, podemos ter uma ideia do salto que demos
foi uma agressão secular à dignidade profissional do em espaço tão limitado de tempo.
educador/professor e é fato: a sociedade que não valoriza
seus professores não mereceria aprender. Falamos hoje de sociedade “intensiva” de conhecimento,
primeiro para não incidir na ideia comum e imprópria
da “sociedade do conhecimento” (a sociedade humana
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sempre foi sociedade do conhecimento) (Albrow & King, Não só a demanda por professores vai aumentar muito,
1990; Böhme & Stehr, 1986; Aronowitz, 2000), e, segundo, como principalmente os reclamos sobre sua qualidade vão
para conotar fase possivelmente diferenciada através da crescer exponencialmente. Dificilmente o professor será
penetração globalizada do conhecimento em nossas vidas: o que é. Em geral, hoje: alguém que dá aula transmite
organizamo-nos fundamentalmente por parâmetros do conhecimento, instrui e ensina. Mais do que outras
conhecimento (saúde, alimentação, moradia, locomoção, profissões, esta precisa de reconstrução completa, dentro
transporte, educação, urbanização, trabalho). da máxima: ser profissional hoje é, em primeiro lugar,
saber renovar, reconstruir, refazer a profissão. Isto não
Um dos horizontes mais típicos é a demanda infinita por denigre o desafio do domínio dos conteúdos, mas, como
aprendizagem nesse tipo de sociedade, desde o nascimento esses se desatualizam no tempo, é fundamental saber
até a morte de cada um de seus membros, o que, ademais, renová-los de maneira permanente. Para os renovar, não
vai aguçar enormemente a expectativa sobre produção e basta conhecimento transmitido, reproduzido.
uso de tecnologias em educação, em particular modos de
educação a distância (Moraes, 2002; Demo, 2001, 1999). É essencial saber reconstruir conhecimento com
Na economia, a intensividade do conhecimento é marcante mão própria. A definição de professor inclina-se para
(Castells, 1997), correspondendo à expectativa já lançada o desafio de cuidar da aprendizagem, não de dar aula.
por Marx de mais-valia relativa, comandada pela ciência Professor é quem, estando mais adiantado no processo
e tecnologia (Demo, 1998): o sistema capitalista tende de aprendizagem e dispondo de conhecimentos e práticas
a explorar menos os braços, do que a inteligência do sempre renovados sobre aprendizagem, é capaz de cuidar
trabalhador. da aprendizagem na sociedade, garantindo o direito
de aprender. Professor é eterno aprendiz, que faz da
Esta marca revela, por sua vez, o lado ambíguo do aprendizagem sua profissão, como diria Assmann com seu
conhecimento: o conhecimento que esclarece, ilumina e conceito de aprendizagem aprendente (1998), ou como
questiona é o mesmo que imbeciliza, censura, coloniza. diria Becker com sua proposta de sentido piagetiano da
Quando a educação é atrelada à competitividade construção do conhecimento (2001).
globalizada, espera-se dela que cultive o saber pensar
do trabalhador, mas que se evite, ao mesmo tempo, Ao mesmo tempo que a interdisciplinaridade avança,
a formação da consciência crítica (Frigotto & Ciavatta, aparecem cada vez mais novos desafios, de toda ordem. As
2001; Frigotto, 1995), introduzindo típica esquizofrenia áreas das ciências comunicam-se pouco e resistem, muitas
capitalista própria do neoliberalismo atual. Este, colocando vezes, a comunicar-se. Até dentro do mesmo espaço a
o mercado como regulador último da sociedade, não tem comunicação é, frequentemente, pequena ou inexistente.
como privilegiar o bem comum, intensificando sua marca
predatória da sociedade e da natureza (Wilson, 2002; Em nome das autonomias, criam-se feudos, que como
Stiglitz, 2002). Na história do conhecimento humano não todos estão fartos de saber, só prejudicam a inovação.
é difícil constatar: quem sabe pensar, nem sempre aprecia Ainda assim, a discussão avança, porque, colocando a
que outros também saibam pensar (Demo, 2006). realidade como condutora da ciência (não o contrário),
aquela é naturalmente interdisciplinar, dinâmica e fugidia.
A intenção deste texto é discutir a importância do Não cabe em nenhuma teoria. Pode ser vista de mil
professor nesta sociedade intensiva de conhecimento, maneiras, todas parciais.
considerando-o figura estratégica. Por figura estratégica
entendo sua centralidade na constituição e funcionamento O que teria um sociólogo a dizer para outros
desta sociedade, ocupando lugar decisivo e formativo. profissionais é sempre questão intrigante, até porque nem
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sempre representam parceiros da mesma jornada. Mais Esse conceito foi ampliado, (numa perspectiva
facilmente apontam para direções opostas, geralmente por construtivista) e definiu-se que não se trata de apenas
vícios e usos históricos já ultrapassados, que se alimentam transmitir, mas também de possibilitar apropriação
de dicotomias metodológicas apressadas ou de aspirações e reconstrução pessoal e coletiva de conhecimentos
pretensamente antagônicas, sem falar nos substratos socialmente valorizados.
ideológicos, que arrebatam a cena, colocando o essencial
na periferia (Passeron, 1995; Bourdieu, 1996). Piaget (1988) redimensionou o papel do professor
Demo, P. Professor do futuro e reconstrução do
ao defender a importância dos chamados métodos ativo
conhecimento. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2009.
no ensino, que pretendem proporcionar à criança e ao
adolescente a possibilidade de conhecimento de modo que
Foco da Aprendizagem por “a verdade a ser adquirida seja reinventada pelo aluno, ou
Competências pelo menos reconstruída e não simplesmente transmitida”.
• Palestras
• Tempo curto
• Demonstrações (modelo)
Centrado no
instrutor • Objetivos educacionais básicos (como, por exemplo, conhecer, em oposição a
aplicar, avaliar)
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A partir dessa perspectiva, portanto, ensinar não é transmitir conteúdos, mas sim desenvolver competências. E mais:
É deixar respirar, facilitar a aprendizagem, não inocular idéias. É abrir múltiplas portas a fim de possibilitar
aos aprendizes o livre trânsito de uma secção para outra, com possibilidade de escolha para inúmeras
combinações. Sócrates disse há 25 séculos: “Ensinar é ajudar a pensar”. Conhecimento não se transfere,
constrói-se a partir de estímulos, como a curiosidade, o reforço positivo e de substratos intelectuais, como
os livros. O professor/educador não pode obrigar o aprendiz a ler, mas pode aguçar sua curiosidade, de
tal sorte que a leitura seja a conseqüência natural, óbvia e desejada. Sócrates adorava fazer observações
críticas e a partir delas nasceu o método socrático de ensinar: a maiêutica, palavra que, em grego significa
“a arte de dar à luz”. O método maiêutico pressupõe que o aprendiz deve fazer “nascer a aprendizagem”, a
partir de estímulos que ele recebe do instrutor e do mundo exterior. Sócrates também lançava mão da arte
de perguntar. Ele dificilmente respondia; ele perguntava, o que obrigava seus discípulos a usar a cabeça de
fato, refletir sobre o assunto em questão, criar novas idéias, propor novas visões. Para ele, ensinar é um
estado de espírito.
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de suas ações por meio de uma atitude interdependente, progressão da aprendizagem e também pode refletir sobre
cooperativa, consciente e afetiva. Portanto, a aprendizagem como isso pode ser feito. Nesse sentido, a competência do
insere-se em um contexto complexo, no qual a necessidade professor pode revelar-se na transformação de uma ação
vai muito além da transmissão de conteúdo para o aluno. educacional previamente estabelecida em uma intervenção
Trata-se de abarcar o desenvolvimento do potencial criativo adaptada, frente a uma necessidade específica emergente
que pode manifestar-se em todos os aspectos de sua vida. no contexto educacional.
CONHECIMENTOS
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HABILIDADES
Saber reconhecer e aplicar conceitos de aprendizagem Não basta saber a diferença entre conhecimento,
habilidade e atitude. É preciso aplicá-las
no plano de aula, no projeto pedagógico,
reconhecê-las em cada atividade proposta.
Lidar com conflitos Sempre haverá um (ou mais) aprendiz que tem aversão
à disciplina, que não tem simpatia pelo professor/
educador, que enfrenta o professor/educador por
esporte. Há também o aprendiz que acha que sabe
tudo daquela matéria e acaba criando problemas
em sala. Enfim, a sala de aula é um ambiente com
conflitos em potencial Cabe ao professor/educador
saber lidar com eles de modo a minimizá-los e não
maximizá-los – o que, nesse último caso, pode
comprometer o processo de ensino-aprendizado.
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ATITUDES
Para pensar:
Segundo FREIRE (1996: 96), “o bom professor é o que consegue, enquanto fala, trazer o aluno até a
intimidade do movimento do seu pensamento. Sua aula é assim um desafio e não uma cantiga de ninar.
Seus alunos cansam, não dormem. Cansam porque acompanham as idas e vindas de seu pensamento,
surpreendem suas pausas, suas dúvidas, suas incertezas”.
Ainda segundo o autor, “o professor autoritário, o professor licencioso, o professor competente, sério, o
professor incompetente, irresponsável, o professor amoroso da vida e das gentes, o professor mal-amado,
sempre com raiva do mundo e das pessoas, frio, burocrático, racionalista, nenhum deles passa pelos alunos
sem deixar sua marca”.
Logo, a relação entre professor e aluno depende, fundamentalmente, do clima estabelecido pelo
professor, da relação empática com seus alunos, de sua capacidade de ouvir, refletir e discutir o nível de
compreensão dos alunos e da criação das pontes entre o seu conhecimento e o deles. Indica também, que
o professor, educador da era industrial com raras exceções, deve buscar educar para as mudanças, para a
autonomia, para a liberdade possível numa abordagem global, trabalhando o lado positivo dos alunos e para
a formação de um cidadão consciente de seus deveres e de suas responsabilidades sociais.
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depois supervisiona seu cumprimento fiel, corrigindo de ter fixado claramente as metas e os meios para alcançá-
todo erro ou desvio. Ao atuar como treinador, o instrutor los. Pergunta aos aprendizes em vez de lhes dar respostas.
começa a delegar a responsabilidade da aprendizagem Assessor = deixa que os aprendizes fixem seus
para o próprio aprendiz, mas ainda detém grande controle próprios objetivos e planejem sua aprendizagem. Essa
do processo de ensino-aprendizagem. função é verdadeiramente a função de um facilitador,
pois considera o aprendiz como um agente de sua própria
Orientador = deixa que os aprendizes assumam parte aprendizagem.
da responsabilidade de sua aprendizagem, mas só depois
No entanto, para que o assessor seja eficaz, é necessário que os aprendizes tenham maturidade, responsabilidade e
um alto nível de conhecimento do assunto em questão.
• é melhor do que outra: é necessário que o educador saiba diferenciá-las e aplicá-las no dia
a dia de acordo com as necessidades da aprendizagem e das características dos aprendizes;
• ocorre independente de outra: o educador pode combinar as diferentes funções para que os
aprendizes desenvolvam as competências e habilidades. Em uma aula, ele pode atuar mais como
provedor, em outra, mais como orientador.
Mas uma informação que pode ser muito valiosa para que o educador decida que função é mais adequada é em
relação ao estágio do aprendiz:
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Note que, à medida que o aprendiz vai se tornando autônomo, mais o professor vai atuando como um orientador, um
assessor. Quanto mais o aprendiz é dependente do professor para o aprendizado, mais ele deve atuar como provedor.
O interessante é sempre variar as funções que o educador pode exercer em vez de apenas centra-se na função
provedor do conhecimento.
Funções do Professor/Educador
e os Tipos de aulas
Depois de avaliar que função (ou quais funções combinadas) é a mais apropriada para desenvolver certa habilidade
do aluno, o professor/educador precisa decidir que tipo de aula ministrará.
Cuidado com a ideia de que aula é apenas aquela instrucionista, em que ao aluno cabe escutar, tomar
nota, um contexto extremamente reprodutivo. E mais: é comum a pretensão – do aluno e do professor – de
que, escutando uma aula sobre algum conteúdo, já saberá essa conteúdo.
Lembre-se que aula não é a centralidade didática e pode não ter nada a ver com aprendizagem.
Evite definir-se como professor/educador pela sua aula. Ela é a apenas um suporte.
A aula deve fazer aprender; deve ser elaborada, estudada, reconstruída; deve ser de orientação,
envolvente; deve lançar dúvidas e levar à pesquisa.
O professor dá uma pausa para explicar algum conceito, alguma teoria, algum autor, com o
Aula de explicação intuito de disponibilizar referências relevantes para o trabalho; isto não dispensa a análise
aprofundada do aluno; por meio da aula apenas há a referência para orientar os trabalhos.
Havendo pesquisa disponível, novos dados, obra nova, cabe informar o público;
Aula de informação
aparecendo novas polêmicas, convém tomar conhecimento e informar.
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De teor informativo, com algum palestrante convidado, pode funcionar como instigação,
Aula conferência
comunicação, compartilhamento de idéias e horizontes de conhecimento.
Pode-se usar uma aula para instigar as pessoas a se confrontarem com certo
Aula de motivação tema ou área do conhecimento, acenar com horizontes atraentes, divisar linhas de
indagação que possam demover pessoas e reestabelecer a vontade de estudar.
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Veja que, após 20 a 30 minutos, se não houver algum Sem dúvida, o maior desafio do educador não é
tipo de interação entre professor/educador e aluno/ somente desenvolver suas próprias competências e
aprendiz, a retenção da informação cai drasticamente, ao habilidades – o que requer muita atitude e autorreflexão,
passo que a curva de retenção é modificada para cima mas também lidar com os aprendizes, que têm trajetórias
quando há algum tipo de interatividade. de vida, características, motivações, formas de aprender
tão variadas.
Lembre-se:
Veja só a tirinha do Calvin e compare com a
Diga-me, e eu esqueço. poesia de Paulo Freire:
Mostre-me, e eu me lembro.
Envolva-me, e eu entendo.
Provérbio Chinês
“Escola é...
o lugar onde se faz amigos
não se trata só de prédios, salas, quadros,
programas, horários, conceitos...
Escola é, sobretudo, gente,
gente que trabalha, que estuda,
que se alegra, se conhece, se estima.
O diretor é gente,
O coordenador é gente, o professor é gente,
Existe um bordão bem conhecido no mundo empresarial o aluno é gente,
que é: gerenciar processos não é tão complexo quanto cada funcionário é gente.
gerenciar pessoas. E a escola será cada vez melhor
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Disciplinas e competências
Muitas vezes, esse desinteresse em estar na escola e aproveitar o momento de aprendizado pode estar relacionado
ao fato de que, nas aulas, não se abordam os temas que interessam a esse aprendiz.
Por isso, abordamos tanto a importância da aprendizagem contextualizada, os fatores de influência para o aprendizado.
Mas também o tipo de relacionamento que se estabelece entre professor/educador e aluno/aprendiz pode interferir
positiva ou negativamente no aprendizado.
QUE RELAÇ
RELAÇÃO VOCÊ DESEJA?
(Martin Buber)
EU-
EU-TU = constituem-se reciprocamente
como pessoas diálogo ocorre entre seres =
expressar, confirmar, respeitar subjetividade
paralisaç
paralisação no mundo do ISSO =
homem perde de vista sua humanidade
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Leia o texto abaixo e veja como vivemos em uma outro e dissesse: “Vizinho, são três horas da manhã e ouvi
sociedade marcada pela relação eu-isso música em tua casa. Aqui estou”. E o outro respondesse:
“Entra, vizinho, e come de meu pão e bebe de meu vinho.
Aqui estamos todos a bailar e cantar, pois descobrimos
Recado ao Senhor 903
que a vida é curta e a lua é bela”.
Rubem Braga
E o homem trouxesse sua mulher, e os dois ficassem
Vizinho,
entre os amigos e amigas do vizinho entoando canções
para agradecer a Deus o brilho das estrelas e o murmúrio
Quem fala aqui é o homem do 1003. Recebi outro dia,
da brisa nas árvores, e o dom da vida, e a amizade entre
consternado, a visita do zelador, que me mostrou a carta
os humanos, e o amor e a paz.
em que o senhor reclamava contra o barulho em meu
apartamento. Recebi depois a sua própria visita pessoal
- devia ser meia-noite - e a sua veemente reclamação AUTOCONHECIMENTO E PERCEPÇÃO
verbal. Devo dizer que estou desolado com tudo isso, e DO OUTRO:
lhe dou inteira razão. O regulamento do prédio é explícito A BSE PARA O RELACIONAMENTO
e, se não o fosse, o senhor ainda teria ao seu lado a Lei e a INTERPESSOAL
Polícia. Quem trabalha o dia inteiro tem direito ao repouso
noturno e é impossível repousar no 903 quando há vozes, Estilos de Comportamento Comunicativo
passos e músicas no 1003. Ou melhor: é impossível ao 903
dormir quando o 1003 se agita; pois como não sei o seu A Psicologia tem estudado o comportamento humano e
nome nem o senhor sabe o meu, ficamos reduzidos a ser tentado compreendê-lo para auxiliar o autoconhecimento.
dois números, dois números empilhados entre dezenas de
outros. Eu, 1003, me limito a Leste pelo 1005, a Oeste pelo Assim como na aprendizagem, muitas teorias,
1001, ao Sul pelo Oceano Atlântico, ao Norte pelo 1004, ao complementares ou não, têm se sucedido. Na maioria
alto pelo 1103 e embaixo pelo 903 - que é o senhor. Todos delas, já se aceita o conceito de que há uma parte da
esses números são comportados e silenciosos; apenas eu personalidade humana que é genética, ou seja, já nasce
e o Oceano Atlântico fazemos algum ruído e funcionamos conosco, e outra parte é influenciada/ incorporada a partir
fora dos horários civis; nós dois apenas nos agitamos e de nossa interação com o meio em que vivemos, por
bramimos ao sabor da maré, dos ventos e da lua. Prometo meio de nossas experiências de vida, relacionamentos,
sinceramente adotar, depois das 22 horas, de hoje em atividades diárias e profissionais e traumas.
diante, um comportamento de manso lago azul. Prometo.
Quem vier à minha casa (perdão; ao meu número) será Na teoria dos estilos de comportamento comunicativo,
convidado a se retirar às 21 :45, e explicarei: o 903 precisa define-se que os seres humanos podem ter um dos 4
repousar das 22 às 7 pois às 8:15 deve deixar o 783 para estilos mais predominante e que interfere na maneira de
tomar o 109 que o levará até o 527 de outra rua, onde agir, reagir e interagir nos seus relacionamentos de um
ele trabalha na sala 305. Nossa vida, vizinho, está toda modo geral.
numerada; e reconheço que ela só pode ser tolerável
quando um número não incomoda outro número, mas o Conhecer nosso próprio estilo é fundamental para que
respeita, ficando dentro dos limites de seus algarismos. possamos buscar uma canalização positiva de nossas
Peço-lhe desculpas - e prometo silêncio. atitudes advindas do temperamento e o fortalecimento
das nossas qualidades.
...Mas que me seja permitido sonhar com outra vida
e outro mundo, em que um homem batesse à porta do
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Disciplinas e competências
A intenção aqui é abordar algumas características a fim de nortear alguns aspectos dos temperamentos, para facilitar
o entendimento e, conseqüentemente, a abordagem mais apropriada de comunicação para com as demais pessoas, em
se tratando de educação, que tem um forte componente de liderança.
Obviamente, não existe estilo melhor ou pior, mas sim diferentes. O que vale salientar é a habilidade de saber
identificar essas características nas pessoas (e em si próprio). Longe de querer “enquadrar” as pessoas em determinadas
denominações, o objetivo aqui é explicar esses estilos.
Eixo Horizontal
Eixo Vertical
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Disciplinas e competências
Some as respostas das colunas B e C. Na página seguinte, insira o resultado da coluna B no eixo horizontal e o
resultado da coluna C no eixo vertical. No encontro desses dois pontos, está seu o estilo comunicativo graduado.
Reconhecer o estilo de comportamento comunicativo das pessoas pode fazer a diferença no relacionamento com
elas. O estilo de comportamento comunicativo não define obrigatoriamente a personalidade da pessoa. Um indivíduo
pode mudar de acordo com a situação em que se encontra, embora haja a tendência de um estilo predominar sobre
os outros.
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Disciplinas e competências
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Disciplinas e competências
Sugestões:
• Faça esse questionário com os aprendizes e aproveite os resultados para conscientizá-los sobre a
importância da flexibilização e/ou
• Procure identificar os estilos comunicativos pelos comportamentos e ações verbais e não verbais
dos aprendizes.
• Verifique, por exemplo, o que aquele chamado “aluno-problema” valoriza e passe a trabalhar esse
aspecto nele; já com o aluno aplicado, analítico, por exemplo, procure verificar se não é preciso
valorizar o relacionamento.
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Disciplinas e competências
Como já vimos nesta aula, o bom professor deve saber • sensação • diferenças
que a sala de aula é um ambiente de conflitos em potencial, de perda ou de opiniões,
afinal, cada ser humano é único, tem sua trajetória de desvanta- percepções e
vida específica, suas expectativas e motivações para (não) gem objetivos
aprender, sua forma de se relacionar com os demais. • ataque à au- • jogo do po-
toestima ou der (hierár-
Saber reconhecer os estilos comunicativos dos à imagem quico, co-
aprendizes pode ser uma boa arma para entender melhor pessoal nhecimento,
por que aquele aprendiz age ou fala de certa forma experiência,
agressiva ou nunca participa da aula. circunstan-
cial)
Mas é preciso também entender por que os conflitos
surgem
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Disciplinas e competências
Como o conflito destrutivo é o mais prejudicial para a relação interpessoal e, consequentemente, para o aprendizado.
Por isso, vale a pena o professor/educador saber reconhecer os sinais de conflitos destrutivos:
Um terceiro passo é saber que, dentre os diversos comportamentos em situações de conflito, há os mais adequados
para o professor/ educador assumir:
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Disciplinas e competências
Note que, quanto mais o professor/educador maximizar as diferenças hierárquicas, dizendo frases como “quem
manda aqui sou eu”, “eu que sou o professor e você tem que me obedecer”, ou ridicularizar e/ou contrariar o outro, mais
haverá o distanciamento entre professor e aluno. E lembre-se: com esse tipo de comportamento do professor/educador,
os aprendizes vão se solidarizar com aquele que é de seu grupo e não com o professor/educador. Por isso, deve-
se tentar a aproximação, evidenciando mais as semelhanças de pensamento, de opinião, valorizando a participação
do aluno, mas passando o conceito correto, dizendo algo que o faça pensar em como sua ação não foi adequada.
Com isso, há mais chances de os aprendizes pensarem “puxa, o professor se saiu bem nessa situação”. Por que, cá
entre nós, os aprendizes estão sempre prontos para criar um conflito e testar até onde vai a paciência do professor
(independentemente da idade dos aprendizes).
Por isso, procure escolher o comportamento mais adequado para lidar com o conflito de forma a minimizá-lo. Por
mais que seja sua vontade “voar no pescoço” do aluno, respire e pense o quanto você e os aprendizes tem a perder ao
longo do ano de trabalho com aquela turma.
O ideal é que o professor/educador procure ser o mais cooperativo e assertivo possível. Isso significa colaborar para
que o conflito seja minimizado. Apaziguar e fazer concessões também são comportamentos adequados, dependendo
do tipo de conflito instaurado.
Competir com o aprendiz ou evitar o conflito são comportamentos bastante inadequados – embora comuns – já que
não resolvem o conflito, apenas contribuem para que novos conflitos surjam.
Dependendo do tipo de comportamento assumido pelo professor/educador, o conflito pode ser eliminado ou pode
evoluir, da seguinte forma:
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Essa evolução pode ocorrer em questão de minutos, em um semestre ou no decorrer de um ano. Claro que pode
também haver uma quebra nessa sequência, minimizando ou eliminando o conflito instaurado inicialmente. Tudo depende
das ações dos envolvidos no conflito e, no caso da sala de aula, especialmente das ações do professor/educador.
Como administrar Conflitos
• Criar uma atmosfera colaborativa
• Esclarecer e sintonizar as percepções, entendo por que realmente o aprendiz está querendo discutir/
criar conflitos
• Deixar o aprendiz expor suas opiniões, mas aproveitá-las para você, educador, emitir as suas e
encerrar o conflito
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Claro que, em geral, os conflitos surgem na interação Só que, antes de chegar a esse ponto de ter que
com aprendizes “difíceis”. Para melhorar o relacionamento lidar com o aprendiz difícil, tome ações para prevenir a
com esse tipo de aprendiz, vale a pena: maximização desse tipo de aprendiz:
Vale dizer: isso deve ser feito • mostrar interesse para responder as
individualmente, sem expor o perguntas;
aprendiz perante os colegas;
• assegurar participação ativa,
• usar colegas como apoio – gerar envolver;
clima favorável;
• variar técnicas didáticas e evitar
• comunicar-se abertamente (no grupo apenas aulas expositivas
ou em particular);
• dar feedback positivo, sempre
• solicitar apoio específico da direção que possível, para estimular a
da escola, de um pedagogo. aprendizagem
Para pensar:
Leia as situações abaixo e pense na melhor maneira para reagir. Tente diferenciar como você agiria e como deveria
se agir. Verifique se há muita diferença.
1- Durante a aula, você está construindo os argumentos para reforçar um conceito. No fundo da sala um aluno
fecha os olhos e começa a dormir. Um colega ao lado bate forte na cadeira dele e se inicia uma discussão. Os ânimos
se exaltam. O que fazer?
2- Enquanto você fala, dois alunos conversam baixinho, sem prestar atenção no que você está dizendo. O sussurro
desvia a atenção dos demais. Você faz várias tentativas para contornar a situação, dirige o olhar a eles, se aproxima,
faz algumas perguntas, mas a conversa continua. Até que você decide ser mais direto e pedir a colaboração deles.
Nesse momento, um deles responde que tudo o que está sendo dito ele já sabe, por essa razão, não tem sentido ficar
prestando atenção. Como você reage?
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3- O celular toca bem alto uma música sertaneja. O aluno atende e, enquanto ele fala, os colegas caçoam da
campainha do aparelho: “Essa campainha só poderia ser do celular desse caipira!”. O dono do celular, irritado, responde
agressivamente. O clima fica pesado. Como você conduz a situação?
4- Um aluno pede para que você explique determinado conceito novamente, pois não o entendeu. Você explica. Ele
diz que ainda não entendeu. A turma vaia o colega. Como reagir?
5 - Você conta uma anedota cuja personagem principal é uma loira pouco inteligente. No final da piada, todos riem,
exceto um aluno que demonstra ter ficado irritado. Como você conduz a situação? Tal situação poderia ter sido evitada?
6- Um participante faz uma pergunta sem sentido e os colegas começam a debochar dele. Ele reage com agressividade.
Como você conduz a situação?
7- Dois alunos começam a discordar em relação a um conceito ou uma opinião. Seus ânimos ficam acirrados, eles
levantam a voz e parecem irritados. Como você conduz a situação?
8- Você faz uma afirmação sobre um conceito e um aluno diz que você não está falando a verdade. Como reagir?
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