A leptospirose é uma doença contagiosa que acomete os animais,
inclusive o homem; ocorre devido à infecção por leptospiras, que estão agrupadas em sorovar imunologicamente distintos. As infecções nos gambás podem ser assintomáticas ou podem resultar em uma variedade de alterações incluindo febre, icterícia, hemoglobinúria (presença de sangue na urina), aborto e morte. Nos seres humanos são descritos quadros de febre, miosites, falência renal e hepática, hemorragias e morte. Após a infecção aguda, as leptospiras frequentemente localizam-se nos rins e são excretadas pela urina, às vezes em grandes quantidades por meses ou anos. A leptospirose é essencialmente uma doença transmitida pela água, os organismos sobrevivem na superfície da água por longos períodos.
A infecção é adquirida pelo contato da urina contaminada dos
gambás com a pele ou mucosa e menos frequentemente pela ingestão de água ou alimentos contaminados com urina. As infecções artificiais são introduzidas por via conjuntival e vaginal e através de lesões da pele.
O método sorológico comumente utilizado inclui o teste de
aglutinação microscópica, ocasionalmente o ELISA e o teste de fixação de complemento. O diagnóstico clínico também pode ser confirmado pela observação dos agentes, em cortes de rim e fígado, corados pelo método de impregnação por prata. As leptospiras não se coram com colorações comuns. As amostras teciduais recentes de fígado e rim, ou sedimento da urina centrifugada, podem ser examinadas com conjugados fluorescentes específicos ou por microscopia de campo escuro. Deve-se observar a motilidade característica para identificação positiva sob microscopia de campo escuro. O tratamento com antibiótico é efetivo durante os 7 a 10 dias da infecção, reduzindo dessa forma o avanço dos sinais e a presença de seqüelas. Os antibióticos de escolha para a maioria das espécies são penicilina benzatina, eritromicina, doxiciclinas e tetraciclinas.
Vale ressaltar a importância dos gambás de vida livre como
controladores biológicos de ratos, baratas e escorpiões. Eles são animais silvestres protegidos pela Lei N°9605/98, portanto, maltratar estes animais e retirá-los da natureza para serem criados como animais de estimação é crime ambiental.