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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

UNIDADE ACADÊMICA DE ENGENHARIA MECÂNICA

LAB. DE MÁQ. HIDRÁULICAS E PNEUMÁTICAS

Adriano José de Farias Leandro


Emanuel Araújo Lopes
Jean Carlos Silva Santos

RELATÓRIO: BALANÇA HIDRÁULICA

CAMPINA GRANDE - PB

JULHO DE 2017

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 3

2. OBJETIVOS................................................................................................. 5

3. METODOLOGIA .......................................................................................... 5

3.1. MATERIAIS UTILIZADOS ..................................................................... 5

3.2. EXPERIMENTO .................................................................................... 6

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................. 7

5. CONCLUSÃO ............................................................................................ 10

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1. INTRODUÇÃO

No presente relatório é exposto o experimento realizado pelos alunos da


disciplina de Laboratório de máquinas hidráulicas e pneumáticas, do curso de
Engenharia mecânica, da Universidade Federal de Campina Grande durante o ano
letivo de 2019.1.

Para melhor compreensão, serão apresentados alguns conceitos


fundamentais que são importantes para guiar o experimento.

O manômetro indicador responsável por medir e exibir através de um


mostrador com ponteiro, a exata pressão no interior de um recipiente ou sistema
fechado. Pode ser utilizado em qualquer sistema ou recipiente que necessite ter a
pressão monitorada ou controlada. O deslocamento do ponteiro se dá pelo
desenrolar de uma mola circular oca, cujo interior é preenchido pelo fluido que
exerce a pressão lida.

Figura 01: Imagens do manômetro estudado no experimento

Fonte: Autoria Própria

Os princípios básicos sobre os quais se baseia completamente este


experimento são: 1. Princípio do vaso comunicante 2. Princípio de Pascal.
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Figura 02: Vasos comunicantes (líquidos à mesma altura em todos os ramos)

Fonte: Autoria Própria

Vasos comunicantes são recipientes interligados por um mesmo canal. Na


figura acima temos três recipientes de formas e volumes diferentes, mas que são
ligados pela mesma base. A este conjunto damos o nome de vasos comunicantes.

O princípio de Pascal foi enunciado pelo famoso físico e matemático Blaise


Pascal (1623-1662), o qual, por meio de experimentos com líquidos, constatou que o
aumento de pressão em um ponto do líquido é igual ao aumento provocado em
outro ponto. Pascal enunciou esse fato da seguinte forma: “o acréscimo de pressão,
em um ponto de líquido em equilíbrio, transmite-se integralmente a todos os pontos
deste líquido”. Vejamos figura 2.

Figura 03: Ilustrações do Princípio de Pascal. Fonte: Google.

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Esse é um princípio muito importante, pois explica o funcionamento da
pressão hidráulica, o qual fundamenta vários dispositivos hidráulicos. Como por
exemplo: o macaco hidráulico, a direção hidráulica, o freio hidráulico, entre outros.
Nas prensas hidráulicas, sua funcionalidade se dá pelo estabelecimento da relação:
𝐹1 𝐹2
= 𝐴2.
𝐴1

2. OBJETIVOS

Objetiva-se no experimento a aferição de um manômetro, afim de encontrar-


se o erro de medição que este apresenta em relação a pressão real que é exercida
sobre um sistema através da imposição de pesos conhecidos sobre a área
conhecida de um pistão, através da utilização de uma balança hidráulica com
comunicação entre vasos. Como consequência demonstra-se o princípio de Pascal,
já que se sabe que ambas as pressões são idênticas e teoricamente o manômetro
deve indicar a pressão real no recipiente.

3. METODOLOGIA

3.1. MATERIAIS UTILIZADOS


Foi utilizado nesse experimento uma balança hidráulica de peso morto e pesos
de chumbo calibrados, para gerar pressões sobre um pistão de área conhecida
(Ø=12mm), o dispositivo é composto por um reservatório de óleo ligado a um
recipiente contendo um vaso comunicante entre dois ramais. O intuito é de oferecer
uma solução simples e com boa precisão que cobre uma ampla gama de calibrações
da pressão do manômetro em análise. Abaixo segue a imagem da balança utilizada,
em seguida uma imagem dos pesos utilizados no experimento e pôr fim a tabela,
onde mostra a numeração dos pesos utilizados e suas respectivas massas.

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Figura 04. Balança hidráulica e pesos utilizados no experimento

(a) (b)
Fonte: Própria.

Tabela 01. Pesos utilizados e suas respectivas massas

Peso Massa (kg)


Prato 0,32163
1 0,244385
2 0,32110
3 0,80987
4 1,94084
5 3,07181
6 5,33375
7 10,0000
Fonte: Própria

3.2. EXPERIMENTO

Inicialmente, o reservatório de óleo (lado esquerdo da foto, atrás do manômetro,


na Figura 1) é aberto através de uma válvula e girando-se o volante da balança

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hidráulica, o óleo contido no reservatório é puxado para o recipiente, onde estão o
manômetro e o pistão sobre o qual serão colocados os pesos. Em seguida fecha-se
a válvula do reservatório, para que o óleo não retorne para este durante o
experimento.
Em seguida, os pesos calibrados são colocados em arranjos diferentes, em cima
do prato, à direita na figura 1. Compondo massas totais que gerarão pressões
previamente conhecidas e tabeladas sobre o fluido do sistema, conforme o volante é
girado em sentido horário. Garante-se que a pressão sobre o fluido é aquela
tabelada para os pesos utilizados, quando o prato inicia a flutuação, ou seja, quando
a força exercida pelo fluido sobre o pistão iguala-se a força exercida pelas massas
calibradas. O volante não deve ser mais girado quando se inicia a flutuação do
prato, para que o óleo não vaze, ou algum acidente aconteça.
Após a flutuação do prato, quando a pressão aplicada é conhecida, anota-se a
pressão indicada no manômetro interligado à balança. Em seguida retorna-se o
volante à posição inicial, troca-se os pesos pela próxima combinação e repete-se os
passos anteriores.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

A tabela abaixo mostra a pressão teórica obtida para cada conjunto de pesos que
foi utilizado durante o experimento e em seguida mostra a pressão real registrada
pelo manômetro que pode ser verificado na figura 2, para a mesma associação de
pesos.

Tabela 02. Pressões teóricas x Pressões medidas. Fonte: Própia


Pressão
Teórica dos Massas Associação dos Pressão Medida dos
equivalentes
Pesos (kg) Pesos Pesos (Kgf/cm²)
(Kgf/cm²)
1,0 1,1 Prato + 1 + 1 + 2 1,5
2,0 2,3 Prato + 4 2,5
3,0 3,4 Prato + 5 3,5
4,0 4,5 Prato + 2 +3 +5 4,5

7
5,0 5,7 Prato + 6 5,5
6,0 6,8 Prato + 2 + 3 + 6 6,5
7,0 7,9 Prato + 2 + 4 + 6 7,5
8,0 9,0 Prato + 2 + 5 + 6 8,5
Prato + 2 + 2 + 3 + 5 +
9,0 10,2 9,5
6
10,0 11,4 Prato + 1 + 3 + 7 11,5
11,0 12,5 Prato + 1 + 4 + 7 12,5
12,0 13,6 Prato + 1 + 5 + 7 13,5
Prato + 1 + 2 + 3 + 5 +
13,0 14,8 15
7
14,0 15,9 Prato + 1 + 6 + 7 16
Prato + 1 + 2 + 3 + 6 +
15,0 17,0 17
7

A partir dos dados da tabela 2, foi possível traçar um gráfico, com duas retas
distintas, no qual mostra-se a diferença entre os dados teóricos e reais.

Figura 05: Gráfico comparativo das medições e da teoria. Fonte: Própria.

Gráfico das pressões Vs. Massas


18
16
PRESSÃO (KGF/CM²)

14
12
10
8
6
4
2
0
0.0 2.0 4.0 6.0 8.0 10.0 12.0 14.0 16.0 18.0
MASSAS (KG)

Pressão Medida dos Pesos (Kgf/cm²) Pressão Teórica dos Pesos (Kgf/cm²)

Pode-se verificar que os valores das pressões experimentais não estão muito
discrepantes dos valores teóricos, o que nos leva a validar o experimento. Pode-se

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relacionar a diferença entre a reta teórica e a experimental devido a alguns erros,
sendo as fontes de alguns deles:
 Calibração inadequada dos pesos;
 Falta de centralização no momento em que se coloca os pesos no prato da
balança;
 Erro de paralaxe no momento da leitura da pressão no manômetro;
 Erro característico em uma certa faixa de leitura do manômetro;
 Falta de calibragem do manômetro, devido a deformações plásticas no
tubo interno do mesmo, já que utilizamos um manômetro de Bourbon.

Tabela 03: Erros percentuais em relação a medida teórica. Fonte: Própria.


Pressão
Medida dos Erro
Pesos percentual
(Kgf/cm²) (%)

1,5 50,0
2,5 25,0
3,5 16,7
4,5 12,5
5,5 10,0
6,5 8,3
7,5 7,1
8,5 6,3
9,5 5,6
11,5 15,0
12,5 13,6
13,5 12,5
15 15,4
16 14,3
17 13,3

Figura 06: Gráfico do erro relativo em relação ao teórico. Fonte: Própria.

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Erros percentual Vs. pressão medida
60.0

50.0

ERRO PERCENTUAL. (%) 40.0

30.0

20.0

10.0

0.0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18
PRESSÃO (KGF/CM²)

A partir do gráfico pode-se observar que o erro é muito maior no começo da


medição, apresenta uma maior precisão na região do meio e começa a aumentar
novamente no final. Sua aplicação deve ser realizada dentro da faixa de maior
precisão, justamente para evitar problemas em máquinas equipamento com
medidas imprecisas.

5. CONCLUSÃO

A realização da aferição do manômetro trouxe para a turma a oportunidade de


verificar o Princípio de Pascal na prática. O experimento foi realizado de maneira
satisfatória, foi possível observar a diferença entre os valores experimentais e reais
para a pressão. Já era de se esperar que os valores para pressão diferissem na
faixa média do manômetro, uma vez que já se suspeitava que ele estava com
defeito.
A faixa de 6,0 kgf/cm² à 10 kgf/cm² seria a faixa mais precisa do manômetro para
verificar a pressão, logo sendo recomendada a sua utilização para essas condições.
A realização do experimento foi de grande valia pois possibilitou uma
compreensão mais fácil e prática do funcionamento do Princípio de Pascal, que é
muito utilizado nos mais diversos tipos de equipamentos hidráulicos, com os quais o
engenheiro mecânico certamente irá encontrar durante a sua vida profissional.

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