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FRIEDMAN, Howard S; SCHUSTACK, Miriam W.

Perspectiva humanista e existencial


sobre a personalidade. In______. Teorias da Personalidade. ed. 2. São Paulo:
Pretice Hall, 2004. p. 301-335.

Resenhado por: Maycon Douglas Silva Ribeiro

Howard Steven Friedman, americano, nasceu em 10 de junho de 1972, em


Nova York. Formou-se em física aplicada em 1993, tornou-se mestre em estatística
no ano 1998 e PhD em engenharia biomédica em 1999. Já Mirian W. Schustack, não
há tanto sobre ela, o que é encontrado são apenas algumas de suas obras, são elas:
Personalidade: teorias clássicas e pesquisa moderna; Visualizações passadas e
atuais da personalidade; Leituras em Personalidade: Teorias Clássicas e Pesquisa
Moderna e outros.
Um primeiro passo para o desdobramento da teoria da personalidade sobre
este capitulo são perguntas que nos põem a pensar sobre o sentido da vida; definindo
nossa personalidade na perspectiva humanista e existencial. Nos mostrando
caminhos possíveis para resolver dificuldades básicas e conflitantes do ser humano
entre o valor e o significado das coisas, onde outras teorias da personalidade ignoram
estes fatos.
O capitulo expõe perspectivas de sustento para este olhar humanista-
existencial sobre a personalidade. Como ponto de partida o existencialismo que é
questão filosófica se ocupa da existência humana refletindo exatamente sobre estar
no mundo (observa-se que a conotação “estar” denota finalidade), esta ideia vem do
filosofo alemão Martin Heidegger. A abordagem existencial não vem nos revelar
inconstância logica ou racionalizações. Um exemplo é por que em questão religiosa
acreditamos na vida depois da morte. O existencialismo não pensa no por que
pensamos desse modo, mas sim para que pensamos dessa forma – é o “para que” o
ponto principal. Neste sentido nos põe a refletir sobre porque deveríamos nos sentir
culpados diante de questões que não estão intimamente no nosso controle ou mesmo
dizem respeito por vezes a nós.
Neste passo está a fenomenologia; aquilo que se apresenta ou que se mostra.
E isso advém das perspectivas subjetivas de cada pessoa no âmbito das suas
realidades, tudo isso conta como pontos de investigação de eventuais divergências
no campo da diversidade de relações humanas. Com isso, o olhar existencialista parte
também da fenomenologia.
Os valores, méritos, capacidades, ética e valor pessoal estão ligados a
abordagem humanista da personalidade, este movimento filosófico vem enfatizar
todas essas questões de possibilidades para existir. Isto é, uma exploração da
capacidade criativa das pessoas enquanto seres que dispõe de consciência e
racionalidade.
No subtítulo, O amor como principal meta de vida: Erik Fromm. Erik, psicólogo
humanista ira dizer que o amor não é coisa do acaso, não é uma situação pela qual
nos metemos sem querer ou ainda que não tem significado. O amor, amar, exige de
nós conhecimento, esforço e experiência, deve ser desenvolvido com humildade e
disciplina. Fromm segue sua análise sobre o amor explicitando que o amor não pode
existir a parte de uma personalidade madura e produtiva – de uma pessoa com
atributos como a compreensão, humildade e disciplina, são as condições pelas quais
ele considera um ser maduro e produtivo. Por último diz que o amor é uma arte.
Surge o questionamento do por que existem diferentes personalidade, culturas
onde existem pessoas amorosas afetuosas e culturas onde existe o diferente disso.
Argumenta-se então que os psicólogos da personalidade ainda não estudaram com
rigor a complexidade dessas questões, porém, fromm atenta-se ao fato de que a
sociedade tem se tornado mais individualista e consumista, e a alienação também
põe a vida em modo destrutivo. Essa discussão é colocada por fromm como a idade
da ansiedade.
Ainda falando sobre existencialismo, Carl Rogers, psicólogo humanista, coloca
que nós somos inteiramente responsáveis por nossas ações, vida e maturidade tudo
a partir da experiência. Para ele este desenvolvimento se dá positivamente, a menos
que um movimento contrário impeça, não sendo, as pessoas cumprirão seu potencial.
Esta ideia é primeiro de Jean Jaques Rousseau que acreditava numa bondade natural
que há em nós. Rogers também adota a abordagem fenomenológica, e sua visão na
psicologia humanista nos “define” como “pessoa em experienciação”.
Uma luta existencial e humanista foi a de Victor Frankl, porem ele ressalta o
que chama de opção pessoal; mesmo com todas as questões burocráticas da vida e
que gera em nós ansiedade, contudo pode nos abrir caminhos de sucesso e de auto-
satisfação. Frankl, depois de preso em um campo de concentração nazista passou a
pensar sobre o sentido da vida, mas primeiro optando por encontrar significado no
sofrimento assumindo assim o que lhe restava em vida naquele momento. Deixa seu
legado através da abordagem chamada logoterapia – a busca do significado da
existência.
Para além disso neste processo surge a auto-realização proposta em primeiro
lugar por Carl Jung. Em seguida, Abraham Maslow segue no mesmo sentido e fica
famoso pela sua abordagem caracterizada como “experiências culminantes”, onde
pode acontecer ao ouvir uma música ou realizar qualquer outra atividade que culmine
– que se eleve ao mais auto grau de satisfação existente que podemos
experienciar/experimentar. Porém, Maslow mesmo sabendo da possibilidade de auto-
realização humana e claro, tudo isso dentro de aspectos intimamente subjetivos e por
vezes complexas teve de admitir que existe em nós um lado sombrio e fraco
impossível de ser eliminado.
A psicologia positiva surge então, pode se afirmar, a partir de Maslow e Rogers.
Esse tipo de psicologia volta-se a criatividade, esperança, sabedoria, espiritualidade,
está pouco preocupada com as fragilidades e patologias humanas. Está
principalmente preocupada em desfazer aquilo que parece ser positivo.
Portanto, vários questionamentos surgem dentro dessas perspectivas, o que é
o amor? Como se avalia o sucesso humano? Essas abordagens humanista-
existencial promovem reflexões acerca do sentido de nossa existência produzindo em
nós inquietações, justo porque somos conscientes.

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