Estudo Três – A Mão Modeladora de Deus

Jeremias 18:1-18
Leitura Adicional - Ânimo: Capítulos 6 - 7
Propósito: Compreender como Deus deseja nos moldar e de que modo podemos
participar desse processo.

I
Magine como nossa vida mudaria se não dispuséssemos de recipientes para guardar
e estocar absolutamente nada: nenhuma panela ou vasilha, tigela ou prato, jarra ou
balde; nenhuma lata ou barril, caixa de papelão ou saco de papel, nenhum silo para
estocar grãos ou tanques para óleo.
A vida seria reduzida àquilo que pudéssemos manipular e consumir num único dia,
no que fosse possível segurar em nossas mãos. Os objetos de cerâmica produzidos pelo
oleiro tornaram possível o desenvolvimento das comunidades. A vida estendeu-se além
do imediato e do urgente.
Há um outro aspecto igualmente importante. Ninguém jamais conseguiu fazer um
vaso de cerâmica que fosse apenas isso. Todo objeto de cerâmica é também uma forma
de arte. É uma arte que está sempre mudando suas formas artísticas à medida que os
oleiros descobrem novas proporções, maneiras diferentes de modelar os vasos em
combinações harmoniosas de curvas. Não existe nenhum produto de cerâmica que, além
de sua utilidade, não evidencie também uma expressão de beleza. Os produtos são
artisticamente projetados, modelados, pintados, vitrificados e queimados.
A cerâmica representa um dos itens mais funcionais da vida e também um dos
mais bonitos.
Comumente separamos o útil do belo, o necessário do elegante. Construímos
edifícios comerciais e de escritório sem nenhum estilo e fábricas realmente feias para
instalar o trabalho necessário, depois construímos museus para abrigar os objetos belos.
Cada ser humano é uma união indivisível de necessidade e liberdade. Não há
nenhum ser humano que não seja útil, que não tenha participação a assumir na obra de
Deus. E não existe nenhum ser humano que não seja único, com linhas, formas e cores
especiais e distintas de todos os outros. Tudo isso se tornou claro para Jeremias na casa
do oleiro: a materialidade grosseira do barro, pesado e inerte, moldado com um propósito
pelas mãos do oleiro, e então, à medida que o vaso adquire forma, a descoberta e sua
individualidade projetada de modo exclusivo e a vasta utilidade que ele adquiriria quando
tivesse terminado, pintado, queimado e vitrificado.
Deus nos molda para seus propósitos eternos e inicia aqui mesmo sua obra. O pó
do qual somos feitos e a imagem de Deus segundo a qual somos formados são uma e a
mesma coisa.