Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1
Para saber mais, acesse https://odia.ig.com.br/_conteudo/rio-de-janeiro/2017-03-30/estudante-e-morta-
dentro-de-escola-em-acari.html.
cálculo sejam demandados (RIBEIRO, 1997). O analfabetismo emergiu no Brasil como
uma questão econômica e não social. A questão emergiu com a reforma eleitoral de
1882 (Lei Saraiva), que por um lado derrubou a barreira de renda, mas instituiu a
proibição do voto aos analfabetos. Essa questão não esteve posta durante muito tempo,
já que não constituía problema a maioria da população não saber ler e escrever. Tanto
que no censo de 1890, o Brasil tinha a taxa mais alta entre os países considerados:
82,63% da população de 5 anos para cima (FERRARO, 2002). A dimensão social do
problema só foi levantada no período pós Segunda Guerra Mundial.
2
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios 2007/2015.
No ano de 1945 foi criada a UNESCO que tinha como proposta alfabetizar os
adultos e o Brasil era um país que continha um número expressivo de analfabetos. Em
1947 foi desenvolvida a 1ª Campanha de Educação dos Adultos, nessa época o adulto
analfabeto era submetido à menoridade econômica, jurídica e política, não podendo
votar ou ser votado. A campanha não obteve sucesso pela falta de interesse dos alunos e
pelos baixos salários e má qualificação dos professores (FERRARI, 2014).
No início dos anos 60 houve uma mobilização da sociedade civil para reformar a
educação, tendo como grande referência Paulo Freire. Após o exílio na ditadura do
educador após seu programa de educação revolucionário, o governo assume o controle
da educação de jovens e adultos criando o Movimento Brasileiro de Alfabetização
(MOBRAL) em 1967. A partir da década de 70 a LDB 5692/71 outorgou a oferta do
ensino supletivo, obrigou como dever do Estado incluir crianças e adolescentes de 7 a
14 anos e reconheceu a educação de adultos como direito de cidadania, o que foi
considerado um grande avanço para a EJA no país (CUNHA, 1999).
Em 1985 o MOBRAL foi extinto, e em seu lugar deu início o projeto EDUCAR
que visava apoiar financeiramente e tecnicamente as iniciativas existentes. Os países em
desenvolvimento tinham como objetivo incrementar a educação no país e a UNESCO
conferiu reconhecimento internacional à EJA. O resultado desse processo foi o
surgimento de vários fóruns para discutir a EJA em âmbito nacional. Ainda nos anos
1990 a administração da EJA passa dos governos para os munícipios. A nova Lei de
Diretrizes e Bases de Educação – LDB 9934/96 em seu artigo 3º, a igualdade de
condições para o acesso e a permanência na escola, o pluralismo de ideias e de
concepções pedagógicas, a garantia de padrão de qualidade, a valorização da
experiência extraescolar e a vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas
sociais (BRASIL, 1996).
MARTINS, EBC. Educação e serviço social: elo para a construção da cidadania [online].
São Paulo: Editora UNESP. 2012. A polótica de educação brasileira: uma leitura sob a óptica do
serviço social. pp. 75-113.