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LISTA DE EXERCÍCIOS DA UNIDADE II

TIAGO FONSECA COSTA


1. Quais são as razões de se utilizar isolamento térmico nos sistemas de geração e
distribuição de vapor?
A energia flui do ponto de maior temperatura para o de menor temperatura,
portanto, como o vapor sai da caldeira e é transportado mais quente que o ambiente, a
energia térmica do vapor tende a se dissipar. Energia dissipada no ambiente significa
dinheiro jogado fora para o empresário, portanto o isolamento térmico ajuda a reduzir
estas perdas.
Também a redução da presença de condensado nos equipamentos, proteção
pessoal (reduzir chances de se queimar), redução da perda por radiação, bem como do
ruído e vibração (atuando como amortecedor, absorvendo as vibrações).

2. Quais os pontos recomendados para manutenção de isolamentos térmicos?


Explique.
Trechos de tubulação perto de passagem de veículos e pessoas, trechos expostos
ao tempo (ao ser encharcado, perde suas propriedades), trechos em que a manutenção em
um equipamento que trabalhe aquecido for realizada.

3. Quais os problemas e as vantagens em se utilizar tubulações subdimensionada e


superdimensionada, na distribuição de vapor?
Subdimensionada (menor que deveria): pela seção menor, o custo da tubulação
será menor; a velocidade será maior, aumentando o desgaste por erosão e a perda de
carga; reduzindo a área lateral reduz-se as perdas térmicas por convecção e radiação.
Superdimensionada (maior que deveria): pela seção maior, o custo será maior; a
velocidade será menor, reduzindo o desgaste por erosão e a perda de carga; aumentando
a área lateral, aumenta-se as perdas térmicas por convecção e radiação.

4. Cite as três categorias de purgadores e dê dois exemplos de cada.


Purgadores Mecânicos, que agem por diferença de densidade: de boia e de panela
invertida.
Purgadores Termostáticos, que agem por diferença de temperatura: expansão
metálica e líquida.
Purgadores Especiais, como os termodinâmicos e de impulso.

5. Na seleção de um purgador, para ser instalado na linha de distribuição, é


necessário mensurar a quantidade de condensado a ser eliminado. Desta forma,
quais são as três parcelas que devemos considerar para o cálculo da formação de
condensado?
Condensado formado pela perda de calor para atmosfera pela tubulação, formado
durante o aquecimento inicial da tubulação, no início da tubulação, formado durante a
parada de operação, pela condensação do vapor presente na tubulação.

6. Qual é o principal motivo de se reutilizar o condensado? Explique.


Redução de custos, pois reutilizar este condensado reduz os custos com o
aquecimento da água na caldeira bem como os custos com tratamento desta água.

7. O que é o vapor flash e como ele se forma?


É o vapor que foi gerado a partir da redução do nível de pressão do condensado,
para ser reaproveitado em uma linha de baixa pressão.

8. O que se deve considerar para determinar a pressão de operação adequada? Cite


as cinco vantagens de distribuir o vapor em alta pressão e reduzir a pressão próximo
ao ponto de consumo?
Pressão necessária no local de utilização, perdas térmicas e de carga na tubulação.
As vantagens de distribuir em alta pressão são: tubulação com menor diâmetro e menor
perda térmica; custos mais baixos devido aos tubos e equipamentos menores; menor custo
com isolamento; vapor mais seco no local de uso, devido ao efeito de secagem quando se
reduz a pressão; capacidade de armazenamento de calor da caldeira é maior, reduzindo o
risco de arrastar água nos picos de consumo.

9. Como é feita a extração de vapor de uma linha primária para uma secundária
descendente? E por que?
É feita através da parte superior da tubulação, para não carregar condensado
consigo, reduzindo a qualidade do vapor.

10. Como é feita a distribuição de vapor em um ramal ascendente? Faça um esboço


explicativo e justifique essa configuração
Deve ser feita de forma que o vapor flua, em sua maior parte, de forma
descendente, corrigindo a altura com “degraus” na tubulação. No fundo desses degraus,
devido ao acúmulo de condensado, deve haver um conjunto de purga.

Deve-se configurar a instalação dessa forma para facilitar a drenagem do


condensado (se fosse puramente ascendente, todo o condensado iria fluir pro início da
subida).

11. Um processo requer 5000 kg/h de vapor saturado seco à 7,0 bar manométrico.
Considerando que a velocidade do fluido não ultrapasse os 25 m/s, determine o
diâmetro interno da tubulação e em seguida selecione uma tubulação comercial e
calcule a perda de carga e a velocidade com a tubulação comercial escolhida.
Para o vapor saturado a 7 bar manométrico (ou 800kPa absolutos), a temperatura
é 170,41C e o volume específico 0,24035m3/kg (densidade de 4,1606kg/m3). Para uma
vazão mássica especificada:
𝑚̇
𝑚̇ = 𝜌𝑉𝐴 → 𝐴 = = 0,013353𝑚2
𝜌𝑉
𝜋𝐷2
𝐴= → 𝐷 = √4𝐴/𝜋 = 0,1304𝑚 → 𝐷 = 130,4𝑚𝑚
4
Indo para o lado da menor perda de carga (próxima tubulação maior), a tubulação
utilizada será de DN 125 SCH 10 (diâmetro interno de 134,5mm), logo
4𝑚̇
𝑉= = 23,5𝑚/𝑠
𝜌𝜋𝐷2
Pelo diagrama da Figura 7, a perda de carga é em torno de 0,12bar/100m. Pela
equação da SARCO
1,95 0,95
0,029𝑄𝑘𝑔/ℎ 𝜈𝑚3 /𝑘𝑔
𝐷𝑃𝑏𝑎𝑟/100𝑚 = 5.1 → 𝐷𝑃100 = 0,214 𝑏𝑎𝑟/100𝑚
𝐷𝑐𝑚

12. Refaça o exercício anterior para uma temperatura do vapor de 170 °C.
Pela proximidade da temperatura/pressão, o resultado esperado é o mesmo.

13. Escolha uma tubulação comercial para uma linha principal de vapor saturado
seco, à pressão manométrica de 14,0 bar, e uma vazão de 10.000 kg/h. Considere a
velocidade de 30 m/s. Em seguida calcule a perda de carga e a velocidade com a
tubulação escolhida.
Para o vapor saturado a 14 bar manométrico (ou 1500kPa absolutos), a
temperatura é 198,29C e o volume específico 0,13171m3/kg (densidade de
7,5924kg/m3). Para uma vazão mássica especificada:
𝑚̇
𝑚̇ = 𝜌𝑉𝐴 → 𝐴 = = 0,012195𝑚2
𝜌𝑉
𝜋𝐷2
𝐴= → 𝐷 = √4𝐴/𝜋 = 0,1246𝑚 → 𝐷 = 124,6𝑚𝑚
4
Indo para o lado da menor perda de carga (próxima tubulação maior), a tubulação
utilizada será de DN 125 SCH 40 (diâmetro interno de 128,2mm), logo
4𝑚̇
𝑉= = 28,3𝑚/𝑠
𝜌𝜋𝐷2
Pelo diagrama da Figura 7, a perda de carga é em torno de 0,65bar/100m.
Pela equação da SARCO
1,95 0,95
0,029𝑄𝑘𝑔/ℎ 𝜈𝑚3 /𝑘𝑔
𝐷𝑃𝑏𝑎𝑟/100𝑚 = 5.1 → 𝐷𝑃100 = 0,597 𝑏𝑎𝑟/100𝑚
𝐷𝑐𝑚

14. Dimensione uma tubulação para 2000 kg/h de vapor superaquecido, a pressão
de 15 bar manométrica, a 300 °C e com perda de carga de 1 bar/100 m. Em seguida
calcule a perda de carga e a velocidade com a tubulação escolhida.
Para o vapor saturado a 15 bar manométrico (ou 1600kPa absolutos) e temperatura
de 300C, o volume específico é 0,15866m3/kg (densidade de 6,3028kg/m3). Pela
equação da SARCO:
1
1,95 0,95 5,1
0,029𝑄𝑘𝑔/ℎ 𝜈𝑚3 /𝑘𝑔
𝐷𝑐𝑚 = ( ) = 6,48𝑐𝑚
𝐷𝑃𝑏𝑎𝑟/100𝑚
Indo para o lado da menor perda de carga (próxima tubulação maior), a tubulação
utilizada será de DN 65 SCH 10 (diâmetro interno de 66,9mm), portanto a perda de carga
e velocidade serão
1,95 0,95
0,029𝑄𝑘𝑔/ℎ 𝜈𝑚3 /𝑘𝑔
𝐷𝑃𝑏𝑎𝑟/100𝑚 = 5.1 = 0,851 𝑏𝑎𝑟/100𝑚
𝐷𝑐𝑚
4𝑚̇
𝑉= = 25,1𝑚/𝑠
𝜌𝜋𝐷2

15. Dimensione uma tubulação para 20 t/h de vapor, a pressão de 14 bar


manométrica e a 325 °C. A tubulação tem 300 m e a queda de pressão admissível
para este comprimento é de 0,675 bar. Em seguida calcule a perda de carga e a
velocidade com a tubulação escolhida.
A perda de carga admissível é de 0,675bar/300m ou 0,225bar/100m.
Para o vapor saturado a 14 bar manométrico (ou 1500kPa absolutos) e temperatura
de 325C, a densidade é 5,6113kg/m3. Pela equação da SARCO:
1
1,95 0,95 5,1
0,029𝑄𝑘𝑔/ℎ 𝜈𝑚3 /𝑘𝑔
𝐷𝑐𝑚 = ( ) = 21,4𝑐𝑚 (214𝑚𝑚)
𝐷𝑃𝑏𝑎𝑟/100𝑚
Indo para o lado da menor perda de carga (próxima tubulação maior), a tubulação
utilizada será de DN 250 SCH 160 (diâmetro interno de 215,94mm). Portanto a perda de
carga e velocidade serão
1,95 0,95
0,029𝑄𝑘𝑔/ℎ 𝜈𝑚3 /𝑘𝑔
𝐷𝑃𝑏𝑎𝑟/100𝑚 = 5.1 = 0,215 𝑏𝑎𝑟/100𝑚
𝐷𝑐𝑚
4𝑚̇
𝑉= = 27,0𝑚/𝑠
𝜌𝜋𝐷2

16. Utilizando o calor residual de um processo, uma caldeira gera 30 t/h de vapor
superaquecido à 50 bar manométrico e 450 °C para ser usado em uma turbina.
Considerando que a velocidade não deve exceder os 50 m/s, escolha uma tubulação
comercial para este sistema. Em seguida, calcule a perda de carga e a velocidade
com a tubulação escolhida.
Para o vapor saturado a 50 bar manométrico (ou 5100kPa absolutos) e temperatura
de 450C, a densidade é 16,126kg/m3 (volume específico de 0,0620m3/kg).
Pelo critério da SARCO
2
𝑉𝑚/𝑠 𝐷𝑐𝑚
𝑄𝑘𝑔/ℎ = 0,283 → 𝐷 = 11,47𝑐𝑚
𝜈𝑚3 /𝑘𝑔
Indo para o lado da menor perda de carga (próxima tubulação maior), a tubulação
utilizada será de DN 125 SCH 120 (diâmetro interno de 115,9mm). Portanto a perda de
carga e velocidade serão
1,95 0,95
0,029𝑄𝑘𝑔/ℎ 𝜈𝑚3 /𝑘𝑔
𝐷𝑃𝑏𝑎𝑟/100𝑚 = 5.1 = 4,157 𝑏𝑎𝑟/100𝑚
𝐷𝑐𝑚
4𝑚̇
𝑉= = 49,0𝑚/𝑠
𝜌𝜋𝐷2
17. O que é o condensado? E quais são as principais causas de surgimento de
condensado nas tubulações de distribuição de vapor?
É a água em forma líquida, formada pela condensação do vapor durante a
distribuição. As principais causas de surgimento são: precipitação da umidade nas
tubulações de vapor úmido; perda térmica nas linhas de vapor saturado; arraste de água
da caldeira; inicialização e parada do sistema; ao trocar calor com equipamentos que
utilizam seu potencial energético.

18. Por quais motivos se deve extrair o mais rápido possível o condensado e os gases
não condensáveis das linhas de distribuição de vapor?
Para conservar a energia do vapor; evitar vibrações e golpes de aríete; diminuir a
corrosão; evitar redução da seção transversal útil; evitar o resfriamento do vapor pela
mistura com outros gases.

19. O que são purgadores de vapor? E quais são os dois casos típicos que eles podem
ser empregados?
Purgadores de vapor são dispositivos automáticos que separam e eliminam o
condensado formado nas tubulações de vapor, sem deixar escapar o vapor. Os dois casos
típicos de aplicação dos purgadores são para eliminação do condensado formado nas
tubulações em geral e para reter o vapor nos aparelhos de aquecimento a vapor, drenando
o condensado.

20. No caso de drenagem de condensado, quais os pontos obrigatórios de instalação


de purgadores na linha de distribuição?
Pontos extremos fechados; pontos baixos e de aumento de elevação; intervalados
de 100 a 250m em tubulação horizontal; antes de válvulas de bloqueio, retenção, de
controle e redutoras de pressão; próximo a qualquer máquina a vapor, para evitar que a
umidade entre na máquina e danifique-a.

21. Quais os itens que não podem faltar em uma caldeira para que esta não constitua
em risco grave e iminente? Explique porque estes itens são tão importantes.
Válvula de segurança com pressão de abertura ajustada em valor igual ou inferior
a PMTA (Pressão Máxima de Trabalho Admissível); pois, se não estiver devidamente
ajustada, quando a pressão ficar acima da PMTA ela não será acionada, correndo o risco
de explosão.
Instrumento que indique a pressão do vapor acumulado; pois, se não houverem
manômetros, há o risco da pressão subir, nenhum operador perceber e romper a linha.
Injetor ou outro meio de alimentação de água, independente do sistema principal,
em caldeiras de combustível sólido; por questões de segurança, por isso a independência,
para garantir maior confiabilidade.
Sistema de drenagem rápida de água, em caldeiras de recuperação de álcalis; pois
necessita-se de um controle melhor e mais rígido.
Sistema de indicação para controle do nível de água ou outro sistema que evite o
superaquecimento por alimentação deficiente; obviamente, para evitar maiores danos à
caldeira devido ao superaquecimento.
22. O que deve constar em uma placa de identificação da caldeira?
Fabricante; número de ordem dado pelo fabricante da caldeira; ano de fabricação;
pressão máxima de trabalho admissível; pressão de teste hidrostático; capacidade de
produção de vapor; área de superfície de aquecimento; código de projeto e ano de edição.

23. Quais são as documentações que uma caldeira deve possuir?


Prontuário da Caldeira, Registro de Segurança, Projeto de Instalação, Projetos de
Alteração ou Reparo, Relatórios de Inspeção.

24. As caldeiras são classificadas em 3 categorias. Quais são e como elas são
divididas?
Categoria A: pressão de operação igual ou superior a 1960 kPa (19,98 kgf/cm2).
Categoria B: pressão de operação igual ou inferior a 588 kPa (5,99 kgf/cm2) e
volume interno igual ou inferior a 100 litros.
Categoria C: todo o resto que não se enquadra na A ou B.

25. Sabe-se que as caldeiras devem ser instaladas em locais adequados chamados de
área de caldeira ou casa de caldeira. Sendo assim, quais são os requisitos necessários
que uma casa de caldeira deve satisfazer para que seja instalada uma caldeira?
Prédio separado, com material resistente ao fogo, com apenas no máximo uma
parede adjacente às outras instalações e com outras paredes a no mínimo 3m das outras
instalações, do limite de propriedade de terceiros, limite de vias públicas, depósito de
combustíveis, exceto para reservatórios de partida com até 2.000 litros.
Dispor de pelo menos 2 saídas amplas, permanentemente desobstruídas e em
direções distintas; dispor de ventilação permanente com entradas de ar que não podem
ser bloqueadas. Dispor de sensores que detectem o vazamento de gás (caso seja caldeira
de combustível gasoso). Não ser utilizada para outra finalidade.
Dispor de acesso fácil e seguro, ter sistema de captação e lançamento dos gases e
material particulado, atendendo às normas ambientais vigentes; dispor de iluminação
conforme normas oficiais vigentes e ter sistema de iluminação de emergência.

26. Caso o estabelecimento, onde a caldeira será instalada, não consiga atender os
requisitos necessários de uma casa de caldeira, o que deverá ser feito?
Deve ser elaborado um Projeto Alternativo de Instalação, com medidas
complementares de segurança para atenuar os riscos. Este projeto deve ser apresentado
pelo proprietário da caldeira para obtenção de acordo com a representação sindical da
categoria profissional predominante no estabelecimento.

27. Qual a periodicidade e como se deve proceder a inspeção das válvulas de


segurança das caldeiras de categorias B e C?
Pelo menos uma vez por mês, mediante acionamento manual da alavanca em
operação.

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