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Caracterização Morfométrica Da Bacia Hidrográfica Do Rio Itacaiúnas-Pa
Caracterização Morfométrica Da Bacia Hidrográfica Do Rio Itacaiúnas-Pa
ITACAIÚNAS-PA
Resumo
O estudo das características morfométricas de uma bacia hidrográfica é de suma
importância para o desenvolvimento de planos que visem à concepção de seus processos
neste meio. O objetivo do presente estudo foi analisar os critérios fisiográficos e os
parâmetros morfométricos da bacia hidrográfica do Rio Itacaiúnas - PA, tendo como
prerrogativa a investigação do seu funcionamento hidrológico. Para isso, a partir da planta
topográfica digitalizada do terreno, foram calculados os parâmetros morfométricos para o
estudo do comportamento hidrológico da bacia. A área de drenagem encontrada foi de
13.147,2 km² e o perímetro 1.158,09 km. A bacia hidrográfica apresenta um perfil
alongado, coeficiente de compacidade de 2,82, fator de forma de 0,28 e índice de
circularidade de 0,12, indicando que a precipitação pluviométrica sobre ela se concentra em
diferentes pontos. A densidade de drenagem obtida foi de 0,57 km/km². A altitude média
encontrada foi de aproximadamente 337 m e o relevo do terreno foi classificado como
relevo plano (85,5%). A análise dos dados morfométricos mostrou que a bacia hidrográfica
do Rio Itacaiúnas é pouco susceptível a picos de enchentes.
Palavras-chave: Morfometria, Enchentes, Comportamento Hidrológico.
INTRODUÇÃO
Atualmente, a utilização desenfreada dos recursos naturais tem causado
preocupações a sociedade, dentre estes recursos a água tem grande importância para a
permanência da vida na Terra. Com isso, faz-se necessária uma atenção especial com o
monitoramento das bacias hidrográficas deste bem altamente relevante (SILVA NETO,
2013).
Segundo Tucci (2000), a bacia hidrográfica pode ser considerada um sistema físico
onde a entrada é o volume de água precipitado e a saída é o volume de água escoado pelo
1
Acadêmico do ano de 2012 do curso de graduação em Engenharia Ambiental da Universidade do Estado do
Pará - UEPA. eng.brunocarvalho@hotmail.com
2
Acadêmica do ano de 2012 do curso de graduação em Engenharia Ambiental da Universidade do Estado do
Pará - UEPA. silvana_nasc@hotmail.com
II CAMAER’2016 ISBN 978-85-7295-109-8 www.camaer.com.br
exutório, considerando-se como perdas intermediárias os volumes evaporados, transpirados
e os infiltrados profundamente.
No Brasil, a Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), instituída pela Lei nº
9.433, de 8 de janeiro de 1997, incorpora princípios e normas para a gestão de recursos
hídricos adotando a definição de bacia hidrográfica como unidade de estudo e gestão.
Assim, é de grande importância para gestores e pesquisadores a compreensão da bacia
hidrográfica e seu comportamento hidrológico.
O comportamento hidrológico de uma bacia hidrográfica é função de suas
características geomorfológicas (forma, relevo, área, geologia, rede de drenagem, solo,
dentre outros) e do tipo de cobertura vegetal, pois as características físicas e bióticas de
uma bacia tem papel importante nos processos do ciclo hidrológico, influenciando a
infiltração, a quantidade de água produzida (deflúvio), a evapotranspiração, os escoamentos
superficial, dentre outros (MATA-LIMA, 2007).
A caracterização morfométrica de uma bacia hidrográfica é um dos primeiros e mais
comuns procedimentos executados em análises hidrológicas ou ambientais, e tem como
objetivo elucidar as várias questões relacionadas com o entendimento da dinâmica
ambiental local e regional, além de ser essencial para o desenvolvimento de planos que
visem à compreensão dos processos neste meio (SANTOS, 2012).
O Rio Itacaiúnas-PA teve uma grande importância na formação econômica da
região sudeste do Pará. Porém, com a intensa exploração junto às cabeceiras dos afluentes
do rio e o crescimento urbano da cidade de Marabá, o rio corre grande risco de sofrer
diversos impactos no seu comportamento hidrológico, o que demonstra a necessidade da
realização desse estudo, das características morfométricas de sua bacia hidrográfica.
OBJETIVOS
Analisar os critérios fisiográficos e os parâmetros morfométricos da bacia
hidrográfica do Rio Itacaiúnas - PA, tendo como prerrogativa a investigação do seu
funcionamento hidrológico.
METODOLOGIA
Área de Estudo
Fonte: Os autores.
As bacias hidrográficas que apresentam uma forma mais próxima das circulares
propiciam um maior escoamento superficial para um determinado percurso do rio principal,
portanto, quanto mais próximo a 1 for este índice, maior será potencialidade de picos de
enchentes.
Fator de forma
O fator forma compara o formato da bacia com a de um retângulo, correlatando a
razão entre a largura média e o comprimento axial da bacia (Eq.2).
𝑃𝐴
𝐹= (Eq. 2)
𝐿2
Segundo Oliveira et al. (2010), uma determinada bacia que apresente o F (baixo),
tem menor probabilidade a enchentes do que uma área que apresente o F (maior), isso
ocorre devido a menor probabilidade de chuvas intensas cobrindo, simultaneamente, toda a
sua extensão.
Índice de circulariedade
O índice de circulariedade (IC) juntamente com coeficiente de compacidade (Kc)
inclane-se para a unidade a proporção que a bacia se aproxima da forma circular e afasta-se
da forma se torna alongada (CARDOSO et al., 2006). Para o cálculo do IC utilizou-se a Eq.
3.
12,57 ∗ 𝐴
𝐼𝐶 = (Eq. 3)
𝑝2
Sendo que: IC é o índice de circularidade, A a área de drenagem (m²) e P o
perímetro (m).
Declividade e Altimetria
Para determinação de declividade e altimetria foram utilizados os preceitos
metodológicos de Olaya (2012), no qual as informações são geradas com dados do tipo
continuo, para que assim possa apresentar valores reais. As classes de declividade foram
separadas segundo o sugerido pela Embrapa (1979), conforme o exposto pela Quadro 1.
Quadro 1. Classificação da declividade.
Declividade (%) Discriminação
0-3 Relevo Plano
3-8 Relevo suavemente ondulado
8 - 20 Relevo ondulado
20 - 45 Relevo fortemente ondulado
45 - 75 Relevo montanhoso
> 75 Relevo fortemente montanhoso
Fonte: EMBRAPA, 1979.
Ordem
A determinação da ordem dos cursos de escoamento foram classificados segundo os
critérios de metodologia de Horton (1945) e Strahler (1957). A classificação utilizada foi a
Densidade de drenagem
A densidade de drenagem (Dd) mostra o grau de desenvolvimento do sistema de
drenagem da bacia hidrográfica, proporcionando uma indicador da eficiência da rede de
drenagem. Sendo expressa pela relação entre o somatório dos comprimentos de todos os
canais da rede e a área total da bacia Eq. 4.
Lt
Dd = (Eq. 4)
A
Sendo: Dd a densidade de drenagem (km/km2), Lt comprimento total de todos os
canais (km) e A a área de drenagem (km2).
RESULTADOS
Os resultados obtidos pela caracterização morfométrica da bacia hidrográfica do Rio
Itacaiúnas são demostrados no Quadro 2.
Quadro 2: Caracterização morfométrica da bacia hidrográfica do Rio Itacaiúnas.
Características Físicas Resultados
Área de Drenagem (Km2) 13147,2
Perímetro (Km) 1158,09
Coeficiente de Compacidade (Kc) 2,8280
Fator de Forma (F) 0,2844
Índice de Circularidade (IC) 0,1232
Declividade Máxima (%) 21,33
Declividade Média (%) 5,5
Declividade Mínima (%) 0,9
Altitude Máxima (m) 412,5
Altitude Média (m) 360,2634
Altitude Mínima (m) 60
Ordem da bacia 6
Densidade de drenagem (km/km2) 0,5779
Fonte: Os autores.
Quadro 4: Caracterização de declividade e porcentagem de ocorrência Comentado [S1]: FAZER QUADRO EM PORTUGUÊS
A bacia por sua vez é de sexta ordem, indicando que existe um alto sistema de
drenagem, grande área de acumulo de precipitação e consequentemente um grande
deflúvio.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei 9.433, de 8 de janeiro 1997. Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos,
cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX
do art. 21 da Constituição Federal, e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de
1990, que modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989. Diário Oficial da União,
Poder Executivo, Brasília, 9 de Jan. 1997. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9433.htm>. Acesso em: 09 jun. 2016.
RENNÓ, C. D. et al. A new terrain descriptor using SRTM-DEM: Mapping terra-firme rain
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2008.
SCHUMM, S.A Sinuosity of alluvial rivers on the great plains. Bulletin of Geological
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SILVEIRA, A.L.L. Ciclo hidrológico e bacia hidrográfica. In: TUCCI, C.E.M. (Org.).
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