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CREA/PB

R E V I S TA
Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Paraíba
Nº5 SETEMBRO 2017

UM CREA
+ ACESSÍVEL
PARA TODOS
ENGENHARIA
www.creapb.org.br A SERVIÇO DA

SOCIEDADE
Legislação brasileira assegura direitos sociais importantes na área de habitação, mas
ainda falha em colocar em prática dispositivos que acionam a função social da Engenharia

INOVAÇÃO FISCALIZAÇÃO PIONEIRA ARTIGO


Projeto de estudantes do IFPB Nova frota de carros Mútua em Campina Grande Argemiro Brito fala sobre
vence competições mundiais otimiza trabalho em todo Estado é a primeira fora de uma capital a Engenharia integrada à arte
E
stamos sempre rearmando a Engenharia
como protagonista do processo de desenvol-
vimento sustentável nacional, mas não o
fazemos à toa, e sim porque vemos que o Brasil precisa, cada
vez mais, valorizar os nossos prossionais que, por um lado,
atuam nas maiores companhias, viabilizando o crescimento
do país, e por outro, cuidam do bem estar e da segurança de
cada cidadão em seu dia a dia. Nesta edição, trouxemos uma

PORTAL DA
matéria que debate a importância da atuação da Engenharia
na redução do décit habitacional brasileiro, demonstrando,
na prática, como é preciso pensar os problemas sociais a
Giucélia Araújo de Figueiredo
Presidente CREA-PB partir de soluções técnicas viáveis e ecientes.
Por este motivo, também nos empenhamos em

TRANSPARÊNCIA
defender com anco os quadros técnicos das empresas
brasileiras, demonstrando nosso repúdio à possibilidade de
privatização da Eletrobras e nosso apoio aos engenheiros da
Caixa Econômica Federal, que corre o risco de ter desmonta-

CREA-PB
do seu sistema de análise técnica e de scalização de obras
públicas a partir da PEC 61.
Ainda em relação à moradia, tiramos dúvidas
frequentes sobre a Norma da ABNT 16.280, que trata das
reformas em edicações, e abordamos a scalização
pedagógica que vem sendo feita nos condomínios das
cidades paraibanas, com especial atenção às cercas elétricas
e alarmes.
Neste primeiro semestre, nos envolvemos em
inúmeras atividades e promovemos e/ou apoiamos dezenas
de cursos, palestras e workshops, visando investir na
educação continuada dos nossos prossionais. Destacamos,
neste momento, o Seminário sobre Meio Ambiente e
Segurança Alimentar.
Como sempre, você também poderá conferir
artigos técnicos e informações atualizadas sobre a Engenha-
ria e Agronomia na Paraíba, no Brasil e no mundo.
Essa é uma ferramenta que permite aos cidadãos
acesso a informações sobre a gestão administrativa Conforme exigência da LAI, as informações do Portal da Transparência Uma ótima leitura!
da Autarquia. As consultas podem ser feitas de são disponibilizadas em formatos abertos. Ao receber documentos do
Crea-PB, verifique sua autenticidade diretamente no site:
forma simples e rápida, em conformidade com a Lei
de Acesso à Informação - LAI (Lei nº 12.527).
http://creapb.org.br/transparencia
UM CREA
PARA TODOS
ENGENHARIA
A SERVIÇO DA
SOCIEDADE
18

PROJETO PREMIADO
Estudantes paraibanos ganham
competições internacionais
07
FISCALIZAÇÃO

CREA/PB 26
Cercas e alarmes são objetos de debate
R E V I S TA

na Câmara de Eng. Elétrica

Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Paraíba

ENTREVISTA

13
Normando Perazzo fala sobre sua
DIRETORIA SUGIRA A PAUTA OU OPINE SOBRE trajetória prossional

Engª Agrª Giucélia Araújo de Figueiredo


NOSSAS MATÉRIAS.
Presidente ENVIE PARA:
Eng. Civ. Hugo Barbosa de Paiva Junior comunicacao@creapb.org.br
ARTIGO
1° Vice-Presidente

Eng. Elet. Luiz Carlos Carvalho de Oliveira


2° Vice-Presidente
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO
Jon. Grazielle Uchôa
Argemiro Brito discute Arte e Engenharia
33
REFORMA EM
Tec. em Const. Civ. Evelyne Emanuelle Pereira Lima EDIFICAÇÕES

22
1ª Secretária PROJETO GRÁFICO / DIAGRAMAÇÃO Tire suas dúvidas sobre a Norma da
Agência Mayday ABNT nº 16.280
Eng. Civ. Dinival Dantas de F. Filho
2° Secretário Dir. Arte. Rei Romão

Eng. Elet. Antonio dos Santos Dália


CAPACITAÇÃO PARA
IMPRESSÃO
1º Tesoureiro F&A GRÁFICA
ESTUDANTES
Eng. Civ. Otávio Alfredo F. O. Lima
2° Tesoureiro
TIRAGEM
1.000 EXEMPLARES
Crea Jr. e Mútua promovem evento em
João Pessoa, Campina Grande e Pombal
28
Av. Dom Pedro I, 809 - Centro, João Pessoa - PB, CEP: 58013-021
(83) 3533-2525
www.creapb.org.br
e-mail: comunicacao@creapb.org.br www.creapb.org.br
As imagens fazem parte dos arquivos do Crea-PB.
Opiniões emitidas nas matérias e artigos desta publicação
são de total responsabilidade de seus autores.
DESTAQUE

FISCALIZAÇÃO

PROJETO DE ESTUDANTES PARAIBANOS


É PREMIADO NOS EUA
Os graduandos em Engenharia Elétrica ganharam competições da Microsoft e Harvard & MIT

NOVA FROTA DE CARROS Tudo começou com o desejo de


contribuir com uma questão de saúde
pública: a mortalidade infantil. Depois de
Competindo com mais 400 inscritos, o
projeto da equipe paraibana foi selecio-
nado e eles tiveram que tirar a ideia do
Além do reconhecimento da
comunidade de inovação e tecnologia, a
iniciativa dos futuros engenheiros eletri-

OTIMIZA TRABALHO DA FISCALIZAÇÃO assistir a uma reportagem sobre o


assunto enquanto fazia intercâmbio nos
Estados Unidos, Adjamilton Júnior, 35,
papel e transformá-lo em um protótipo
dentro de um mês. Para isso, contaram
cistas também chamou a atenção de
prossionais de outras áreas. Júlio Cézar
com a ajuda de duas mentoras brasilei- Torquato conta que os estudantes con-
levou o conceito de um projeto inovador ras, ex-alunas do MIT. “O auxílio delas foi sultaram dentistas, médicos, engenhei-
O Crea-PB entregou aos seus de trabalho para os scais e intensicar a captada através do Programa de Desen-
a mais dois amigos do curso de Enge- fundamental, porque, como estudantes ros e acadêmicos de Medicina de
scais a nova frota de carros da insti- interiorização das ações do Conselho. volvimento e Aperfeiçoamento da Fisca- nharia Elétrica do IFPB João Pessoa. de Engenharia, tudo que pensávamos Harvard, e todos demonstraram anima-
tuição. São nove veículos, que serão Para ele, a aquisição dos veí- lização dos Creas (Prodasc) do Confea. Rychard Guedes, de 23 anos, e Júlio Cézar
utilizados no dia a dia da scalização do culos possibilitará uma atuação mais estava voltado para a tecnologia, como ção com as possibilidades da chupeta
"Em um momento difícil da nossa Torquato, de 20 anos, aderiram à idéia e
Conselho, distribuída hoje em oito regi- efetiva. " Esses carros têm equipamentos produzir os circuitos e o chip. Porém, não eletrônica. “Conversarmos com quatro
economia, recorremos à nossa excelência pouco tempo depois estava criado o
ões da Paraíba. que proporcionam mais segurança e tínhamos visão de mercado, nem mesmo médicos, que falaram que era muito
técnica na elaboração de projetos para “Bubu digital”, uma chupeta eletrônica
Além da capital, os scais estão conforto aos scais para a realização de que controla a temperatura das crianças sabíamos como apresentar um projeto. A importante ter a noção de em quanto
lotados nas cidades de Campina Grande, uma scalização mais eciente, espe- continuarmos investindo no trabalho da monitoria nos fez entender que não tempo a criança reage com remédios a
para alertar sobre possíveis doenças.
Guarabira, Sousa, Itaporanga, Pombal, cialmente, no interior, onde é preciso scalização. O esforço em instrumentali- Para identicar com maior cele- bastava apresentar a ideia com foco na febre, ou quanto tempo a febre demorou
Patos e Cajazeiras. A intenção, de acordo percorrer vários municípios". zar esse setor resulta no aspecto mais ridade alterações relevantes na saúde de chupeta, mas que precisávamos desen- para subir e chegar no nível que está, e
com o gerente de Fiscalização do Crea, De acordo com Antônio César, o importante da nossa atuação: a defesa da bebês e crianças, os estudantes resolve- volver nosso lado empreendedor”, conta todas essas ferramentas o usuário
Antônio César, é dar melhores condições investimento soma R$ 341.100,00, verba sociedade", destacou. ram acoplar a uma chupeta sensores de Adjamilton. consegue ter usando o aplicativo. Além
temperatura, que pode ser monitorada Também foram as mentoras que desses artifícios, em um cenário em que a
constantemente por pais ou prossionais estimularam a equipe a participar de mais chupeta esteja sendo vendida – ou
da saúde através de um aplicativo de uma competição, o Imagine Cup, promovi- disponibilizada em regiões carentes - e
celular. As informações geradas pelo da pela Microsoft e considerada a Copa do várias crianças estejam usando, poderão
dispositivo são armazenadas em um Mundo de inovação. De acordo com ser feitas extrações dos dados para
banco de dados na internet e, de acordo Rychard Guedes, foram classicadas 15 conseguir prever doenças, epidemias e
com a relevância, também podem estar entre 199 equipes. “Nesta segunda fase, outros tipos de males”, explica Júlio.
disponíveis para embasar pesquisas ou passamos uma semana de imersão junto Com um projeto bem sucedido,
tomadas de decisões de governos. com a Microsoft e as outras equipes, para os jovens, agora, contam que pretendem
Com esta ideia, os estudantes o aprimoramento do projeto e da apresen- ampliá-lo, dando outras aplicações à
paraibanos saíram vencedores de duas tação ocial, que zemos em Fortaleza idéia, como a criação de uma pulseira
competições internacionais de destaque, para um público de mil pessoas”, lembra o para as crianças que não usam chupeta. A
uma da Microsoft e outra promovida pelo estudante. Na etapa nordestina, o projeto inserção do produto no mercado com um
Todos os veículos são identicados com um brasão da República e têm adesivados os escritos "CREA-PB Instituto de Tecnologia de Massachussets
paraibano foi campeão junto com um preço equiparável aos termômetros
(MIT, em inglês) e pela Universidade de
FISCALIZAÇÃO FEDERAL". O gerente de Fiscalização lembra que esse é um dos fatores que devem ser observados ao projeto de Campinas (SP), carimbando o digitais também está entre os planos.
Harvard. O pontapé inicial foi dado,
receber os scais, que também utilizam colete e crachá de identicação, além do capacete com o mesmo brasão. passaporte para participarem da disputa
segundo Adjamilton Junior, no HackBrasil,
que faz parte da Brazil Conference at que consagraria o “Bubu digital” como
"Caso o cidadão tenha alguma dúvida, pode entrar em contato com a nossa
Harvard & MIT, realizada em abril, nos campeão, dois meses depois, novamente
Ouvidoria através do número (83) 2533-2510, recomenda Antônio César".
Estados Unidos. nos Estados Unidos.
06 | REVISTA CREA-PB 07 | REVISTA CREA-PB

CAIXA DE ASSISTÊNCIA

DO BRASIL A SER
INSTALADO FORA
DE UMA CAPITAL
O diretor presidente da Mútua, eng. Paulo Guimarães, participou da inauguração e destacou o pioneirismo da Paraíba

MÚTUA INAUGURA ESCRITÓRIO


EM CAMPINA GRANDE
Em funcionamento desde agosto estarmos no caminho certo, descentralizan- Avançado no interior. Foi essa a justicativa
de 2016, o novo escritório da Mútua na do a Caixa de Assistência e buscando essa dada pelo diretor-presidente da Mútua,
Paraíba foi ocialmente inaugurado no relação de proximidade com os prossiona- Paulo Guimarães, durante a inauguração
primeiro semestre de 2017 com a pre- is”, armou a presidente do Crea-PB. ocial. “Esse Posto é um pioneiro e um
sença do diretor-presidente da entidade, Para Giucélia, a diretoria nacional grande estudo de caso para atender as
Eng. Paulo Guimarães, e representantes da Mútua passou a escrever uma nova demandas do interior da Paraíba. Estamos JUBILEU DE RUBI
de várias entidades da Engenharia. história da entidade e, com a abertura do concretizando esse projeto de interioriza-
O escritório em Campina Grande é novo escritório no Estado, deixa sua marca ção, certos de que já é um sucesso, que se Em 2017, a Mútua com- de forma especial. “Este espaço
pioneiro no projeto de interiorização da na Engenharia paraibana. “Hoje, a história reproduzirá em todos os lugares do país”, pleta 40 anos de sua fundação. O vem atender as reivindicações
Mútua, sendo o primeiro posto de aten- da Mútua vale a pena ser contada. Eu co armou. ano está sendo marcado por uma dos prossionais da Campina e
dimento no Brasil a ser instalado fora de uma muito feliz, como presidente do Crea na Paulo Guimarães também apro- série de ações que terão o das cidades circunvizinhas. O
capital. Está instalado na inspetoria do Crea- Paraíba, por estar participando desse veitou a ocasião para agradecer os esforços objetivo de lembrar os principais desao não foi fácil, mas fomos
PB na cidade, que ca localizado no bairro do momento. A diretoria nacional pensa no dos diretores e servidores da Mútua PB fatos da sua história, homenagear fortes e ousados. Hoje, temos o
para que a instalação do novo escritório pessoas importantes que marca- prazer de inaugurar uma sucursal
Centenário. Presente na solenidade de presente e no futuro, dialoga com o mundo
fosse possível. O diretor lembrou o ram o trabalho da instituição, da Mútua no ano em que se co-
inauguração, a presidente do Conselho de real, com a sociedade e os prossionais.
trabalho dos primeiros representantes da comemorar a biograa da Caixa memora seu aniversário de 40
Engenharia, Giucélia Figueiredo, revelou que Foi isso que eu sempre sonhei para a Caixa
Caixa de Assistência na Paraíba, citando o de Assistência e os resultados anos, gerando uma grande ex-
trazer a Mútua para mais perto dos prossio- de Assistência”, completou.
conselheiro federal Paulo Laércio e os alcançados e lançar novos proje- pectativa em relação ao sucesso”,
nais do interior já era um desejo antigo, por Conhecida carinhosamente como
engenheiros Carmem Eleonora e Paulo tos e metas. concluiu.
isso, o Crea não hesitou em ceder um espaço Rainha da Borborema, Campina Grande é O projeto pioneiro de Além disso, em 2017,
reconhecida como um pólo tecnológico de Virgínio.
no seu prédio para que isso se concretizasse. interiorização está inserido nos para comemorar o jubileu, os
“Nós pensamos, há 5 anos, que nós referência mundial, especialmente pelo fundamentos da proposta de prossionais que se associarem
precisávamos da Mútua mais próxima dos centro de pesquisa e ensino da Univer- comemoração do Jubileu de Rubi pagarão o valor simbólico de 40
prossionais e Paulo Guimarães, ao assumir a sidade Federal de Campina Grande. da Mútua. Quem lembrou esse reais na anuidade da Caixa de
diretoria nacional, incorporou esse sonho, Pensando nisso e na grande representativi- momento importante na história Assistência. O escritório da Mútua
que vinha sendo cultivado desde então. dade que a Paraíba tem hoje no sistema da entidade foi o diretor regional PB em Campina Grande funciona
Estamos hoje realizando um sonho coletivo, e Confea/Crea e Mútua, foram empreendidos da Mútua PB, Antônio da Cunha. na Rua Telegrasta José Távora,
tenho um sentimento profundo de agradeci- esforços para que o Estado fosse o primeiro Ele pontuou que o novo escritório 462. O horário de atendimento é
mento, mas também de reconhecimento, por a receber um Posto de Atendimento coroa o aniversário da instituição das 8h às 16h30.

08 | REVISTA CREA-PB 09 | REVISTA CREA-PB


SERVIÇOS Serão, obrigatoriamente, registrados no livro de ordem:
1. Dados do empreendimento, de seu 8. Os períodos de interrupção dos
proprietário, do responsável técnico e da trabalhos e seus motivos, quer de caráter
respectiva Anotação de Responsabilidade nanceiro ou meteorológico, quer por
Técnica; falhas em serviços de terceiros não
2. As datas de início e de previsão da sujeitas à ingerência do responsável
conclusão da obra ou serviço; técnico;
3. As datas de início e de conclusão de 9. Nos serviços de Agronomia devem
cada etapa programada; constar no Livro de Ordem as anotações
4. Posição física do empreendimento no referentes às receitas prescritas para cada
dia de cada visita técnica; tipo de cultura, bem como as orientações
5. Orientação de execução, mediante a para aplicação dos produtos receitados; e
determinação de providências relevantes 10. Outros fatos e observações que, a
para o cumprimento dos projetos e juízo ou conveniência do responsável
especicações; técnico pelo empreendimento, devam ser
6. Nomes de empreiteiras ou subemprei- registrados.
teiras, caracterizando as atividades e
seus encargos, com as datas de início e
conclusão, e números das ARTs respecti-
vas; Todos os relatos serão datados e
7. Acidentes e danos materiais ocorridos assinados pelo responsável técnico
durante os trabalhos; pela obra ou serviço.
PROFISSIONAIS PODEM BAIXAR MODELO DE
Já possuo um modelo
LIVRO DE ORDEM NO SITE DO CREA Qual modelo de livro
de ordem devo utilizar? de livro. O que devo fazer?
O Confea instituiu, por meio da Os livros de ordem porventura
A partir de 1º de julho, tornou- de de adoção do Livro de Ordem de obras A decisão atende a uma orientação da Resolução nº 1.024, de 2009, o livro de já existentes, tais como Boletim Diário,
se obrigatória a utilização do LIVRO DE e serviços de Engenharia e Agronomia. A Controladoria Geral da União (CGU), que ordem de obras e serviços, que deverá ser Livro de Ocorrências Diárias, Diário de
ORDEM, em todo o território nacional, no justicativa para a edição de tal norma considera o Livro de Ordem instrumento utilizado pelos prossionais como Obras, Cadernetas de Obras etc., em uso
controle das obras e serviços de Enge- possui como eixo o entendimento de que auxiliar de scalização. Para o órgão, o referência para a elaboração do seu pelas empresas privadas, órgãos públicos Acesse o site do Crea-PB
nharia, Agronomia, Geograa, Geo- a crescente complexidade dos empreen- próprio livro. O art.4° da citada resolução ou autônomos, poderão ser admitidos
logia, Meteorologia e demais prossões dimentos impõe a adoção de novos
Livro de Ordem facilita a identicação da
dene o que deverá ser registrado no como Livro de Ordem, desde que
e baixe o modelo do
autoria e da responsabilidade técnica das Livro de Ordem
vinculadas ao Sistema Confea/Crea. A mecanismos que propiciem eciente livro de ordem. atendam às exigências da Resolução nº
obras de engenharia, tornando, inclusive,
ferramenta de trabalho deverá ser acompanhamento e controle da partici- 1.024, de 2009, do Confea. w w w. c r e a p b . o r g . b r
mais fácil vericar, quando in loco, se os
implementada e scalizada por cada um pação efetiva dos prossionais nas obras
dos Conselhos Regionais (Creas). Na e serviços pelos quais são responsáveis responsáveis pelo desenvolvimento da
Paraíba, está disponível, no site do Crea- técnicos. obra são os mesmos indicados no livro,
PB, modelo de Livro de Ordem de Obras e Com isso, o Plenário do Confea proporcionando a expedição de Certidão
Serviços, instituído pela Resolução nº aprovou a deliberação nº 30/2017, da de Acervo Técnico e mitigando, assim, o 29/11
1.024, de 2009, do Conselho Federal de Comissão de Organização, Normas e acobertamento ou a negligência prossio- A partir
Engenharia e Agronomia (Confea). Procedimentos (CONP), determinando nal. das 8h
O documento é a memória aos Creas que a emissão de Certidão de O Livro de Ordem propiciará às LOCAL: SENGE – PB | Avenida Monsenhor Walfredo Leal, 607, Tambiá.
escrita de todas as atividades dos Acervo Técnico (CAT) aos responsáveis ENTRADA | 2 quilos de alimentos não perecíveis exceto sal e açúcar.
partes envolvidas (contratante, contrata-
responsáveis técnicos relacionadas à pela execução e scalização de obras, do e prossional) formas mais ecientes PALESTRA:
obra ou serviço, e deverá conter o cujos trabalhos iniciarem a partir de 1° de de manter um controle sobre o empreen- PALESTRA:
Atribuição dos Engenheiros Ambientais
registro de todas as ocorrências relevan- julho de 2017, deverá ser condicionada à O Controle Ambiental na Indústria da Construção Civil
dimento. Para a sociedade, por intermé- e os principais erros de interpretação.
Palestrante
tes do empreendimento onde houver a apresentação ao Crea do respectivo Livro dio das instituições que requerem alguma Palestrante:
Ronilson José da Paz
participação de prossionais das áreas de Ordem, instituído pela Resolução nº Juan Ébano
informação sobre o empreendimento, Graduado em Engenharia Ambiental,
Graduado em Ciências Biológicas, Analista Ambiental
abrangidas pelo Crea, sejam de nível 1.024/2009, além do atendimento aos principalmente em situações de aciden- no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente- IBAMA
subgerente de Fiscalização do Crea-PB
superior ou médio. demais quesitos presentes nos normati- tes, o Livro de Ordem será de grande valia REALIZAÇÃO APOIO:

A Resolução nº 1.024, de 2009, vos vigentes. O tema já havia sido objeto para buscar indícios e meios de esclareci-
do Confea, dispõe sobre a obrigatorieda- da Resolução nº 1.089/2017. mento de suas causas.
10 | REVISTA CREA-PB 11 | REVISTA CREA-PB
INICIATIVA ENTREVISTA

ENTREVISTA COM:
NORMANDO PERAZZO
Normando Perazzo é um ícone da Semana Ocial de Engenharia e Agronomia,
Engenharia Paraibana. Engenheiro civil, maior evento da área tecnológica, que
pesquisador e professor doutor da Univer- reuniu prossionais de todo país em Belém
sidade Federal da Paraíba, ele é referência (PA). Indicado pelo Crea-PB, Normando
quando se fala em materiais recicláveis para Perazzo recebeu, na ocasião, a medalha do
construção de casas sustentáveis. Embora o
mérito do sistema Confea/Crea, maior
assunto esteja em alta nos últimos anos,
honraria da Engenharia brasileira.
não é de hoje que o engenheiro vem
Nesta edição, o Crea-PB dá visibilidade à
realizando pesquisas sobre materiais de

SEMINÁRIO REÚNE ENTIDADES PARA DISCUTIR construção não convencionais, como tijolos
de terra crua, bambu, bras vegetais e
entrevista concedida pelo professor à Mix
Sustentável, periódico interdisciplinar da
Universidade Federal de Santa Catarina,
resíduos da construção civil. Como pesqui-
MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA ALIMENTAR sador, já teve dezenas de projetos de
pesquisa e de cooperação nanciados por
com foco na sustentabilidade aplicada a
projetos, principalmente nas áreas de
diversos órgãos de fomento. Engenharia, Arquitetura, Urbanismo e
No Dia Mundial do Meio Ambi- conjunto com outros órgãos para inibir o pelo Crea-PB. A publicação é inédita no Sua contribuição à Engenharia paraibana Design.
ente, foi realizado, no auditório do uso e comércio indiscriminado desses Brasil e, segundo os autores presentes no foi reconhecida, neste ano, durante a 74ª Conra a íntegra da entrevista.
Ministério Público da Paraíba, o Semi- produtos. Ela destacou, em especial, a evento, os agrônomos Raimundo Nonato Normando Perazzo Barbosa
nário sobre "Meio Ambiente e Segurança parceria do Ministério Público nessas e Luiz Carlos Barros, tem o objetivo de
Alimentar, promovido pelo Crea-PB e as ações. "É também simbólico o fato de disponibilizar mais uma ferramenta de
Associações de Engenheiros Ambientais Mix Sustentável: Poderia resumir sua conjuntamente. Naquela época, cremos novos materiais sempre encontra resis-
estarmos realizando este evento na casa disseminação da importância do recei-
e Agrônomos, com apoio da Mútua, do do MP, já que este tem sido um parceiro
atuação prossional? que 1986 tivemos o primeiro projeto tência por parte dos engenheiros! Ora,
tuário agronômico como um instru-
Clube de Engenharia e do Sindicato dos fundamental do Crea em todas as Normando Perazzo: Atuamos como apoiado pelo CNPq, "Vigas de concreto mesmo os industrializados têm diculda-
mento de assistência técnica, orientando
Engenheiros da Paraíba. questões que envolvem as nossas ações professor/pesquisador na Universidade laterítico reforçadas com bambu". Desde de a penetrar. Lembramo-nos que
o uso racional dos agrotóxicos e ressal-
Participaram do evento promo- em defesa da população", concluiu. Federal da Paraíba, desde 1979, quando então, continuamos com trabalhos sobre quando a produção de blocos intertrava-
tando a necessidade do seu acompanha-
tores do Ministério Público, representan- ingressamos na Instituição, inicialmente esses temas. Em 1988 mudamo-nos para dos começou em João Pessoa, convi-
mento por prossionais habilitados.
tes da Polícia Militar e Civil, Secretaria de em Campina Grande. Em ns de 1984 João Pessoa, mas ainda muito ligados a dávamos o produtor para falar sobre eles
Em seguida, o agrônomo José
Meio Ambiente, SEDAP, UFPB, além de conhecemos o Prof. Khosrow Ghavami, da Campina Grande onde tínhamos os nas nossas turmas de materiais de
Reis, coordenador da Câmara Especiali-
entidades da área tecnológica. Todos PUC-Rio que foi à nossa universidade para alunos de IC e de Mestrado. Depois construção, para que pudessem ter
zada de Agronomia do Crea Goiás, iniciou
ressaltaram a importância do debate em nos ajudar na implantação de um conseguimos montar uma infraestrutura divulgação! Ele se queixava que o merca-
torno do tema e congratularam o Crea a sequencia de palestras abordando as
mudanças trazidas na legislação dos Laboratório de Estruturas. O Prof. Ghavami na capital paraibana e com a criação dos do não queria aceitar! Só depois de
pelo trabalho contínuo em prol das alguns anos ele começou a ter a deman-
Agrotóxicos através do Projeto de Lei teve grande inuência na nossa carreira. cursos de mestrado e agora já doutorado,
questões ambientais e tossanitárias.
3200/2015. Logo após, o professor da Nossa formação era a de engenheiro tivemos muitos alunos trabalhando nesse da que esperava já há tempo! Assim é
Durante a abertura, a coordena-
UFPB, eng. agrônomo Alexandre de convencional, mestrado e doutorado em campo. Porém isso não quer dizer que com a sustentabilidade. O mercado é o
dora da Comissão de Meio Ambiente do
Araújo, fez uma exposição sobre a métodos numéricos, materiais de cons- abandonamos a engenharia convencio- que é! Para muitíssima gente, o que
Crea-PB, Kátia Lemos, levantou a proble-
Na ocasião, a presidente do trução eram só os industrial izados: nal. Sempre uma ou outra consultoria conta é maximização de lucro e a
mática ambiental a partir do contexto segurança alimentar a partir da Agroe-
Crea, Giucélia Figueiredo, e o auditor do cimento, aço, concreto, blocos cerâmicos, sustentabilidade é ainda um tema
internacional. "Vemos países desenvolvi- cologia, mostrando experiências de aparecia e aparece e não nos furtamos
Ministério do Trabalho e Emprego, José ignorado. Algumas construtoras já
dos, como os Estados Unidos, dispostos a sucesso em municípios do interior parai- só os introduzidos pelos países dominan- fazê-las, pois é importante para um
Ribamar Gomes, foram homenageados
colocar em cheque os esforços globais bano. Encerrando o evento, o coor- tes. Então em sua estada na Paraíba, docente de engenharia transmitir a pensam no assunto, aquelas que buscam
pela Comissão de Meio Ambiente do
pela preservação do nosso planeta. No denador da Câmara de Agronomia do conversa vai, con-versa vem, e o Prof. foi experiência de campo para os alunos. um público mais diferenciado e que tem
Regional e pela Associação de Engenhe-
entanto, não podemos car inertes, iros Ambientais, com certicado de Crea-PB, João Alberto de Souza abordou nos chamando a atenção para os mate- pelo menos noção do assunto. Mas elas
precisamos agir", armou. Kátia lembrou honra, pelos serviços prestados em prol em sua palestra a scalização dos riais locais, para os materiais renováveis, Mix Sustentável: Como percebe o só entram com esses conceitos se o lucro
a importância do controle do uso de do Meio Ambiente. agrotóxicos, comentando os avanços para o grande potencial que eles poderi- papel do projetista em relação ao compensar. Preocupações com a Natu-
agrotóxicos como instrumento para asse- A programação do Seminário alcançados e os desaos para o controle am ter nos países dominados. Então emprego de novos materiais? Como a reza passam longe da mente da grandís-
gurar a segurança alimentar e destacou teve início com o lançamento da cartilha do comércio, inclusive eletrônico, desses zemos logo um acordo de cooperação sustentabilidade se insere neste papel? sima maioria dos empresários. E da
as ações de scalização do Crea em sobre Receituário Agronômico, editada produtos químicos. PUC-UFPB e começamos a trabalhar Normando Perazzo: O emprego de grande maioria dos colegas engenheiros.

12 | REVISTA CREA-PB 13 | REVISTA CREA-PB


Mix Sustentável: Como vê a relação Normando Perazzo: Podemos mini- últimos. Muitos resíduos podem ser Mix Sustentável: Que exemplos poderia da Itália, criado pela Arquiteta Glória já vai para consulta pública. Prossionais
consumo versus sustentabilidade global? mizar o impacto da produção no meio usados como substituição parcial do nos fornecer de experimentos ou casos de Mattone, esposa do professor citado, interessados na construção com terra têm
Normando Perazzo: Vejo com certo ambiente mudando a mentalidade cimento Portland, reduzindo o impacto sucesso no desenvolvimento de produ- após sua morte. se agregado em organizações como Terra-
pessimismo a relação consumo versos imposta pelo sistema vigente. Teríamos dessa indústria que sozinha é respon- tos/processos/serviços sustentáveis. Brasil, e a nível ibero-latino-americano,
sustentabilidade global. Lamentavel- como opções: reduzir consumo (mas sável por cerca de 6% a 8% da emissão Normando Perazzo: Um exemplo Mix Sustentável: Onde podemos temos o PROTERRA. Nesse campo dos
mente o capitalismo tornou-se o sis- isso vai contra o princípio capitalista do gás carbônico planetário. Desenvol- interessante de experimento de sucesso consultar mais sobre o seu trabalho? adobes temos pesquisado um in-
tema dominante no mundo, e já não que nos faz trocar de carro, de celular, vimento de outros ligantes, como os desenvolvemos na favela Cuba de Baixo, Normando Perazzo: Temos muitas teressante método de estabilização
tem adversário. Aristóteles já dizia 3 a 4 de TV, de vestuário, continuamente); geopoliméricos, ou maior emprego do em Sapé, PB, de cerca de 1995 a dois mil publicações espalhadas por toda parte, através da ativação alcalina. Bastam
séculos antes de Cristo, que a ganância diversicar e descentralizar a produção, próprio gesso que, no seu processo de e pouco. A partir de um contato com o muitas orientações de alunos de gradu- pequenas quantidade de produtos quí-
do Homem não tem limites. O mesmo reduzindo transporte; otimizar a indús- fabricação, em vez de CO2 emite vapor Prof. Roberto Mattone, do Politécnico di ação e de pós. Muitos dos trabalhos micos (hidróxido e silicato de sódio) com
pode-se dizer do capitalismo: não tem tria do ponto de vista de minimização d´agua na atmosfera, também mere- Torino, e apoio do pároco italiano local, estão disponíveis na internet, mas se nos um pouco de material amorfo rico em
limites. Assim, 1% da parcela mais rica de consumo energético e geração de cem maiores investigações. A própria contatarem poderemos fornecer alguma
desempenhamos uma intervenção que sílica e alumina para se obterem blocos
da população do Planeta já se apropria poluentes; incentivar as energias reno- madeira de reorestamento deveria ter coisa particular.
resultou na construção de um Centro com boa resistência mecânica e ótimo
de mais de 50 % do que é produzido! O váveis; limitar e reduzir a acumulação maior destaque e uso nas construções.
Comunitário, com a tecnologia dos desempenho em relação à ação da água.
Homem já está projetando prédios com de bens; e por aí vai. Mas lembremos O ensino da engenharia deveria incluir Mix Sustentável: Como vê o futuro do
blocos de terra comprimida (BTC), tipo
1,2 km de altura! Há pessoas que têm que mesmo com todas essas reduções, uma cadeira do tipo Materiais de Cons-
Mattone. É um bloco cuja forma foi bambu e da construção com terra no Considerações nais
casas com 16 mil metros quadrados! a inclusão da parcela da população trução Não-convencionais, onde se
desenvolvida pelo professor e a Igreja Brasil? Em novembro próximo teremos em par-
Que sentido tem isto? A Terra é um mundial atualmente excluída pelo abordasse a importância dos conceitos
importou uma prensa manual para Normando Perazzo: Vemos com ceria com a Universidade do Minho,
planeta nito. E já conta com mais de perverso sistema econômico vigente de sustentabilidade na prossão.
fabricá-lo. Houve toda uma formação otimismo, porque há um crescente Portugal, o Segundo Congressso Luso-
7,2 bilhões de pessoas. O capitalismo se iria provocar um notável impacto ambi-
sobre a fabricação de blocos com o número de engenheiros, arquitetos, cons- brasileiro de Materiais de Construção
baseia no consumo, na contra-mão da ental, se usados os conceitos ora
dominantes. Essa inclusão não deve ser pessoal local, depois a formação sobre a trutores, envolvendo-se com esses dois Sustentáveis (www. congressolusobrasi-
sustentabilidade, pois aumento de
consumo signica mais matéria prima negada, mas pode se dar de uma construção em si. Em princípio as pessoas materiais. Para dar uma ideia, no Brasil leiro.com). Esperamos nesse encontro au-
extraída, mais emissão de poluentes, maneira menos pesada para o planeta, não acreditavam nos blocos que não são temos a Rede Brasileira do Bambu (cuja mentar a conscientização do pessoal
maior geração de resíduos, maior desde que se pense na utilização de queimados. Imaginavam que não tinham coordenação está a nosso cargo há alguns envolvido na construção na busca de
consumo energético, maior impacto materiais e tecnologias locais e menos resistência e não resistiriam à água. meses) para congregar as pessoas que alternativas menos impactantes ao pla-
ambiental, tudo isso num insignicante impactantes. Materiais renováveis, Depois de concluído o Centro Comuni- gostam e estão ligadas a esse fantástico neta. Temos que chamar a atenção que o
planeta que tem apenas 12 mil e poucos como madeira, bambu, bras vegetais, tário, houve demanda de substituir as material. Já há a Associação Brasileira dos mundo atual está muito mal organizado,
quilômetros de diâmetro e cerca de 71 são opções que deviam merecer muito casas de péssimo aspecto estético em Produtores de Bambu, e isso é muito bom, com uma absurda concentração de
% de sua superfície coberta de água. mais incentivo por parte dos órgãos que viviam por outras com a tecnologia porque justamente o que ainda falta é riqueza nas mãos de uma pequeníssima
Fazendo-se as contas direitinho, para governamentais. que eles tinham dominado. Então, disponibilidade do material. Estão minoria, e ao mesmo tempo quase três
todos terem o mesmo padrão de vida juntamos os interessados e fazendo-os crescendo as plantações de bambu e bilhões de seres humanos não têm
médio dos americanos, seriam necessá- Mix Sustentável: Quais ações em cooperarem, fomos pouco a pouco futuramente iremos encontrar colmos satisfeitas suas necessidades básicas, de
rios mais de 4 planetas Terra. É triste, pesquisa, ensino e extensão que demolindo as casas velhas e construindo tratados com muito mais facilidade que alimentação, saúde, habitação! Além
mas precisa ser dito que isto signica gostaria de destacar, tendo como foco a novas com os blocos de terra prensados. atualmente. Já demos entrada na ABNT disso, quase todos os indicadores pla-
que a maioria da espécie humana está sustentabilidade e os novos materiais Ao cabo de alguns anos, conseguimos num processo para abertura de uma netários de medição das agressões à
condenada a viver na pobreza, porque o para uso em engenharia e arquitetura? fazer mais de 30 casas! Tentamos en- comissão de estudos para elaboração da Terra estão superando os valores limites
planeta não tem recursos sucientes Normando Perazzo: Podemos destacar volver a prefeitura, mas os que coman- norma de ensaios e de projeto de toleráveis. Temos que estancar esse
para todos nesses modelos de vida pesquisas na área de aproveitamento estruturas de bambu. Já há os textos base, processo, mas isso só é possível com
dam as pequenas cidades no Brasil têm
atuais. Daí porque vemos os países de resíduos! Felizmente muitas univer- e agora é só questão de tempo e espera- uma radical mudança de mentalidade.
uma mentalidade curtíssima e não
dominantes invadirem o Iraque, o sidades já estão incluindo isto até nos mos que no próximo ano já possamos dis-
percebem que benefício poderiam prestar Do contrário, estaremos condenando
Afeganistão, a Líbia e tentam agora seus currículos, notadamente resíduos por dessas normas. É importante que se
aos excluídos. Atualmente desenvolve- nossos netos a uma vida cada vez mais
desestabilizar a Síria. Outra intenção de construção e de demolição, na
mos esse trabalho junto à instituição Casa tenham normas, pois o bambu passará a difícil de ser vivida.
não têm que a de se apropriar das fabricação de concretos e de argamas-
dos Sonhos, na periferia de João Pessoa, poder ter uso “ocial”, com o devido
riquezas energéticas daqueles países sas. Também incorporação de bras
com o mesmo tipo de bloco. Ali já foram reconhecimento dos órgãos governamen-
para manter seu padrão de vida vegetais e polpa de sacos de cimento
construídas salas de aula, casas, e tais. No que diz respeito a construção com
supéruo e fomentar sua própria em matrizes de gesso conduz a um
atualmente está-se a concluir uma biblio- terra, já avançamos bastante, pois o texto
indústria de guerra que favorece aos material de boas propriedades térmicas
milionários do mundo. que serve para melhorar o conforto teca e brinquedoteca. A mão de obra da norma sobre alvenarias de adobe já foi
ambiental das pessoas. Blocos à base de para fabricação dos blocos é da própria nalizado, após várias reuniões da ABNT
Mix Sustentável: De que forma cimento ou de terra incorporando comunidade periférica. Nesses últimos em São Paulo. O processo foi encabeçado
podemos minimizar o impacto da pro- resíduos da indústria calçadista também trabalhos comunitários temos recebido pelo prof. Obede Farias, da UNESP, Bauru,
dução no meio ambiente? ajudam em se dar um destino a estes apoio da fundação Mattone su Mattone, a partir de um texto inicial nosso, e agora

14 | REVISTA CREA-PB 15 | REVISTA CREA-PB


ARTIGO SOBERANIA
MODELAÇÃO PARA O USO DA ÁGUA DAS CHUVAS
E M R E S I D E N C I A I S E PA R Q U E S P Ú B L I C O S :
UM ESTUDO APLICADO DAS CISTERNAS SUBTERRÂNEAS. PRIVATIZAÇÃO
José Joebson Silva de Lima 1
Marília Henriques Cavalcante 2
Giuseppe Cavalcanti Vasconcelos 3
1 Bacharelando em Engenharia Civil pelo Instituto de Educação Superior da Paraíba, limajoebson@gmail.com;
2 Bacharelanda em Engenharia Ambiental pela Universidade Federal da Paraíba, mah.cavalcante@hotmail.com;
3 Docente de Engenharia Civil do Instituto de Educação Superior da Paraíba, giuseppecv@gmail.com
DA ELETROBRAS
INTRODUÇÃO
Grandes civilizações oresceram e se um décit tecnológico estrutural. águas pluviais, realizado por meio de pesquisas
desenvolveram onde havia muita água, pois ela é Portanto, esses agravos remetem a de instituições de referência no uso da água tais
reconhecidamente um componente essencial da ideia de que a disposição hídrica deve sempre c o m o E m p r e s a B r a s i l e i r a d e Pe s q u i s a
estrutura e do metabolismo dos seres vivos. O estar atrelada ao aspecto tecnológico vigente. Agropecuária –EMBRAPA e fontes secundárias
Brasil detém 53% da produção de água doce da Nesse sentido, o objetivo geral do trabalho é contidas em bancos de dados Google Acadêmico
América do Sul e 12% do total mundial destacar a importância de modelos para o uso e Scielo.
(REBOUÇAS, 2002). eciente da água em prédios residenciais das RESULTADOS E DISCUSSÃO:
A maior preocupação refere-se às cidades brasileiras, fazendo uso da água da chuva Ométodo de Cisternas Subterrâneas
perdas por falta de armazenamento correto para ou, por meio de sistema excretor residencial. tem como base as premissas aplicadas às
as devidas demandas. De acordo com o Instituto MATERIAIS E MÉTODOS: barragens subterrâneas. É uma tecnologiausada
Trata Brasil (2016), cerca de 38% (trinta e oito por O estudo se caracteriza por uma na agricultura que busca soluções para uso mais Gyn9037/123RF

cento) da água que é armazenada e tratada não revisão bibliográca com caráter descritivo e adequado da água na agricultura, conforme
chega ao destino correto, sendo desperdiçada por intuito de pesquisa na área de inovaçãono uso das esquema 1.

É UM ATO DANOSO,
A EMBRAPA (2009) vericou queo uso das cisternas subterrâneas promove duas ou mais
colheita quando comparada a áreas não irrigadas, segue esquema ilustrativo 2.Nesse sentido, as
DIZ DIRETORIA DO CREA
cisternas podem auxiliar na melhora do aproveitamento hídrico por consistirem captar, por
inltração, aágua que advém das chuvas, estas, armazenadas sobre lona impermeável, se reservam
sobrepostas pelo próprio solo, evitando perdas por inltração, percolação e escoamento
favorecendo as áreas verdes urbanas.

Ao nal de agosto, foi anunciada Para defender a venda da venda da empresa põe em risco a
a intenção do governo de se desfazer do Eletrobras, o ministro de Minas e Energia segurança energética e a soberania
Para aplicação em projeto, será considerada principalmente a área de drenagem da recarga
pluvial, que será base para o dimensionamento dos drenos e das dimensões e material da manta a ser controle da Eletrobras, responsável por cita como exemplos de sucesso a Vale do nacional. “Estamos falando de uma das
Rio Doce e a Embraer. Antonio Dália, empresas símbolo do nosso país. Deixá-la
utilizada, assim como as escavações a serem feitas.
Atualmente, tratando-se das residenciais planejados e parques públicos, buscam-se modelos 37% diretor do Crea-PB, lembra, no entanto, a mercê de interesses privados é um ato
que expressem os aspectos referentes à sustentabilidade, remetendo ao bem-estar e a qualidade de do total da capacidade
vida dos futuros ocupantes, por exemplo, passeios públicos caracterizados por áreas verdes. Para
que em 1997, a Vale foi vendida por R$3,3 danoso, pois perderemos o controle e a
isso, a implementação de jardins compostos por gramados que sobrepondo material impermeável de geração de energia bilhões, quando seu valor estimado era autonomia de uma empresa estratégica
que limita a passagem da água, são formas de captação de água da chuva, diminuindo perdas. elétrica do país e cerca de 28 vezes mais: R$92 bilhões. para a sociedade brasileira”. O diretor do
Pretende-se com esse método de captação armazenar no subsolo as águas das chuvas, mediante Segundo ela, a privatização da empresa Crea teme ainda as possíveis conseqüênci-
projeto de drenagem pluvial adaptado a escala de projeto e área útil que se pretende atingir. Bons
exemplos de aplicação além dos residenciais seriam os parques públicos, locais usados para eventos
57% sob argumentos de elevação da eciência as para a Engenharia Nacional. “Durante
de pequeno, médio e grande porte. de linhas de transmissão instaladas em e acomodação das contas públicas passa privatizações anteriores, milhares de
A grande vantagem de projetos que façam uso das cisternas subterrâneas é um fator de melhoria na qualidade de vida das pessoas, locais arborizados, território nacional. longe da realidade. “O que o Brasil pode engenheiros e demais trabalhadores
que façam uso de jardins e demais áreas verdes (LIMA, 2006). Logo, entende-se como primordial planejar residenciais urbanos e os parques públicos de cidades como
sofrer a partir da cessão da Eletrobras à foram demitidos, isso signica uma perda
um todo, de forma a promover o correto uso dos recursos ambientais presentes. A notícia surpreendeu o merca- iniciativa privada vai muito além do que o da memória tecnológica e o comprometi-
do, mas suscitou intensos debates sobre governo alega. Além de não impactar o mento parcial ou total de inúmeros
CONCLUSÕES: REFERÊNCIAS: as conseqüências de uma possível grau de endividamento do Estado, a projetos. Por todos esses motivos, não
EMBRAPA,Rev. Bras. de Agroecologia, volume 4,nº 2, pág.1-2. Acesso em 14.04.2017, Disponível

Pretende-se ao adotar a aplicação das cisternas baseada no princípio construtivo supracitado


em:<http://www.aba-agroecologia.org.br/revistas/index.php/cad/article/view/3837/29
REBOUÇAS, A. C. Rev. Águas Subterrâneas, nº 16, pág. 4-6 e 9. São Paulo, Maio de 2010. Acesso em privatização da empresa. Para a diretoria privatização vai penalizar o cidadão, podemos deixar a Energia do Brasil ser
17.03.2017. Disponível em:<https://aguassubterraneas.abas.org/asubterraneas/article/view/1304/1082

subterrâneas, o projeto de drenos dimensiona- das barragens subterrâneas, que permite o TOMAZ, P. Aproveitamento das Águas da Chuva, Vol. I, pág. 15-17. São Paulo, 2010. Acesso em
11.04.2017. Disponível
do Crea-PB, a medida atenderia aos encarecendo sua conta de energia elétrica. transformada em mercadoria barata.
dos para captar a água pluvial, mediante a aumento da área de captação, não sobrecarrega
em:<http://www.pliniotomaz.com.br/downloads/livros/Livro_aprov._aguadechuva/Livro%20Aproveitame
nto%20de%20agua%20de%20chuva%205%20dez%202015.pdf interesses de poucos e levaria a uma série Podemos, inclusive, reviver os tempos de Vamos defender o setor elétrico, a
BRASIL,Política Nacional de Recursos Hídricos –PNRH,Capítulo I, Artigo 1º, Inciso IV. Brasília, 1997.
estudos pluviométricos da área de interesse a drenagem pública, diminui custo com a Acesso em 15.03.2017. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9433.htm
José Gnadlinger, Apresentação Técnica de diferentes Tipos de Cisternas, pág. 11. Juazeiro, Bahia. Acesso
de resultados desastrosos para a apagão”, argumenta. Engenharia e os cidadãos do Brasil”,
para projeto, denindo recarga e descarga. fornecedora de água, minimiza custo com em 25.03.2017, Disponível em:<http://www.irpaa.org/publicacoes/relatorios/9-conferencia-de-
cisternas.pdf população e a Engenharia brasileira.
Verica-se nesse modelo de uso energia para bombeamento, economiza água Instituto Trata Brasil,Perdas de Água: Desaos ao Avanço do Saneamento Básico e à Escassez Hídrica,
SãoPaulo, Março de 2015. Pág. 29. Acesso em 20.02.2017. Disponível
Antonio Dália arma ainda que a completa.
em:<http://www.tratabrasil.org.br/datales/estudos/perdas-de-agua/Relatorio-Perdas-2013.pdf
pluvial, uma forma inteligente e natural de tratada, contribui para sustentabilidade do LIMA, V. e AMORIM, M. C. C. T. A Importância das Áreas Verdes para a Qualidade Ambiental das
Cidades. UNESP, 2006.
armazenar água no subsolo para diversos ns, edifício. CIRILO, et al. Barragem subterrânea tipo Costa e Melo. 1998.
GEONALISYS C. G. Agricultura de Precisão e a Geofísica. GEONALISYS, 2014.

(83) 3322.3222 | contato@aguanosemiarido.com.br | www.aguanosemiarido.com.br


16 | REVISTA CREA-PB 17 | REVISTA CREA-PB
De acordo com o Ministério das
CAPA
Cidades, a medida pretende desburocra-
tizar, agilizar e reduzir custos das ações de
regularização fundiária urbana no país.
Na prática, o objetivo é aquecer o
mercado imobiliário com novos registros
de imóveis e estimular o acesso ao crédito
a partir do momento em que os cidadãos
tiverem a titulação da propriedade.
Haverá dois tipos de enquadramento
para a regularização: interesse social e

ENGENHARIA interesse especíco. No primeiro, serão


incluídas as ocupações por pessoas de
Ednaldo Bezerra ao lado da inquilina de uma das extensões do seu imóvel

ção, o acesso à escritura e ao crédito no supervisão de um prossional habilitado,

A SERVIÇO DA baixa renda, que receberão gratuitamen-


te o registro do imóvel. No segundo caso,
caso em que a moradia é dada como
garantia, pode ser um instrumento no
sendo feitas de maneira improvisada.
É preciso debater a operacionalização
o particular deverá custear toda a processo de inclusão social do sistema dessa lei em âmbito estadual e municipal,

SOCIEDADE
infraestrutura a ser denida no projeto de habitacional brasileiro, porém a preocu- de modo que a generalização desses
regularização da região. Nas áreas rurais, pação com a segurança dessas edica- registros não acarrete na multiplicação de
serão isentos os donos das propriedades ções não pode ser deixada de lado. “Nós edicações com riscos evidentes para a
de até quatro módulos rurais. sabemos que essas construções em segurança das pessoas. Essa deve ser
Para a presidente do Crea-PB, comunidades onde moram famílias de uma medida que traga justiça social, mas
Giucélia Figueiredo, facilitar a regulariza- baixa renda raramente contam com a que não pode ser irresponsável”, alerta.
Legislação brasileira
assegura direitos ASSISTÊNCIA PÚBLICA E GRATUITA
sociais importantes
Giucélia lembra que foi justa- Os recursos são provenientes do ”A engenharia é uma atividade
na área de habita- mente para assegurar a assistência Fundo Nacional de Habitação de determinante para a segurança
Todos os dias, milhares de a instalação de pontos comerciais. anexo ção, mas ainda falha técnica à população de baixa renda que Interesse Social (FNHIS). O agente e qualidade de vida das
construções se multiplicam no Brasil. de um imóvel, geralmente construído foi sancionada, em dezembro de 2008, a operador é a Caixa Econômica Federal e é pessoas. A moradia é um
Parte delas, é feita sem o acompanha- sem aprovação legal dos órgãos públicos em colocar em Lei 11.888, que garante subsídio técnico permitida a participação do capital direito constitucional, assim
mento de um prossional habilitado ou ou acompanhamento por um engenheiro. prática dispositivos prestado por engenheiros e arquitetos a privado. De acordo com o normativo, a como saúde e educação”
qualquer instrução técnica. Basta cruzar No bairro do José Américo, em quem mora no campo ou na cidade e quer assistência técnica será prestada por
as áreas mais pobres das cidades para João Pessoa (PB), a família de Ednaldo que acionam a
construir, reformar e ampliar, ou mesmo prossionais ligados a prefeituras, que A aplicação da proposta de
identicar a expansão desordenada, Bezerra (50 anos) resolveu expandir o função social da fazer a regularização fundiária de casas atuam em organizações sem ns lucra- assistência técnica não precisa de
tanto horizontal, como verticalmente. A imóvel, que hoje abriga três famílias em legislação complementar local, estadual
solução para o problema passa por uma espaços diferentes. Segundo ele, após o Engenharia. com até 60m², localizadas em áreas de tivos e prossionais liberais. Integrantes
interesse social.”A engenharia é uma de programas de residência acadêmica ou municipal, uma vez que a Lei
série de políticas públicas estruturantes, falecimento da mãe, os 135m² da casa atividade determinante para a segurança em Engenharia e Arquitetura, assim como 11.888/08 é autoaplicável. Há necessida-
mas algumas leis federais foram apro- foram sendo transformados à medida em e qualidade de vida das pessoas. A de extensão universitária, por meio de de apenas de iniciativa conjunta das
vadas nos últimos anos com o objetivo de que os lhos foram crescendo. “As moradia é um direito constitucional, escritórios-modelo, também podem entidades, municípios e agentes gover-
minimizar os efeitos negativos da situ- construções foram feitas pelo meu sogro segurança e poderia ajudar a família. assim como saúde e educação. prestar a assistência. namentais em rmarem convênios para
ação habitacional precária de muitos e meu pai, que eram pedreiros. Não teve O caso do cozinheiro, no Segundo a presidente do Crea- que a assistência técnica possa ser
Universalizar o acesso à enge-
brasileiros. O que continua faltando, no um projeto de um engenheiro. Eu tenho o entanto, não é atendido pela mudança no PB, é necessária a interação dos gestores colocada em prática. Além disso, a Lei
nharia para garantir a dignidade dos
entanto, é o investimento efetivo na nível médio de eletrotécnica, então pude Código Civil, em vigor desde dezembro municipais junto ao Ministério das garante que todos os prossionais
indivíduos e a cidadania foi o que norteou
Engenharia pública como protagonista assinar a parte elétrica. A gente foi de 2016, que reconhece o título de a elaboração dessa lei que, infelizmente, Cidades, órgão competente para disponi- interessados podem se cadastrar para
no processo de garantia do direito puxando um quarto para um lho, outro unidade imobiliária autônoma a pessoas ainda não é cumprida”, observa. bilizar os recursos para a implantação da participar dos projetos. “Temos em leis
constitucional à moradia digna. para o outro, e não se preocupou em que construíram “puxadinhos” em cima A Lei citada por Giucélia alcança lei junto aos municípios através do FNHS. como estas mais uma oportunidade de
No Brasil, convencionou-se contratar um engenheiro, até pelo valor. ou embaixo de imóveis de terceiros, não quem ganha até três salários mínimos “Essa lei não é conhecida e, no nosso fazer da Engenharia um instrumento
chamar de “puxadinho” uma extensão ou Quando vimos, já existia outra casa contemplando expansões horizontais estado, nada foi feito para implantá-la. efetivo de desenvolvimento social e de
anexo de um imóvel, geralmente completa”, conta. como a de Ednaldo. Nosso maior desao é divulgar esta melhoria da qualidade de vida da
construído sem aprovação legal dos Ednaldo, que é responsável pela DÉFICIT população. Precisamos cobrar do Poder
Com a sanção da Medida Provisória legislação, capacitar órgãos públicos e
órgãos públicos ou acompanhamento cozinha de um restaurante, explica que a HABITACIONAL PARAÍBA Público a implantação desses dispositi-
759/2016, quem mora no primeiro piso prefeituras para que incorporem o pro-
por um engenheiro. A construção,
comum nas periferias do país, atende às
necessidades imediatas das famílias, seja
irmã alugou uma das casas. “Ela está com
câncer, o marido é aposentado e eles
precisavam incrementar a renda”, diz.
terá direito a um documento e quem
mora no segundo, outro. 101.527 jeto em seus planos municipais, promo-
vendo o cadastramento de prossionais e
vos legais a partir da valorização dos
prossionais engenheiros como prota-
O chamado “direito real de laje” vale para estudantes habilitados e garantindo a gonistas desse processo, valorizando as
para acomodar melhor seus membros ou Para ele, a possibilidade de ter duas o espaço aéreo ou o subsolo de terrenos DE PESSOAS sua remuneração”, explica Giucélia nossas prossões e protegendo a socie-
mesmo para o incremento da renda, com escrituras distintas dos imóveis traria públicos ou privados, sempre na vertical. Fundação João Pinheiro em parceria com o Ministério das Cidades, Banco Interamericano Figueiredo. dade”, conclui Giucélia Figueiredo.
de Desenvolvimento (BID) e Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

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Embora a participação masculi- Para a coordenadora do Coletivo de
ATIVISMO na ainda seja muito superior à feminina Mulheres, os números são animadores e
no setor, esta diferença está cada vez revelam que ocorre hoje uma transfor-
SENGE-PB menor. Segundo dados do Sindicato dos
Engenheiros do Estado de São Paulo, as
mação da Engenharia no Brasil. “Com
essas mudanças, surgem espaços que

ADERE À CAMPANHA mulheres continuam minoria na enge-


nharia, mas em 2013 chegaram a 19%
passam a reetir o papel da mulher
nas nossas prossões e, princi-
dos empregados formais. São 17.875 no palmente, o papel da mulher

“nem uma
total de 92.478. Em 2003, eram 7.829 e engenheira na sociedade”,
representavam 15%. Outro dado arma.
signicante é a redução da disparidade Virgínia cita os Coletivos de
por gênero. Em 2003, as engenheiras Mulheres do Sindicato dos

a menos!” tinham salários que representavam em


média 75% dos pagos aos seus colegas
do sexo masculino. Em 2013, já obtinham
remuneração equivalente a 81%.
Engenheiros da Paraíba (Senge-
PB) e da Fisenge como expoentes
nesse processo. “São espaços
democráticos fundamentais, onde as
A Paraíba acompanha a média engenheiras debatem e vão à luta por
E INCENTIVA PARTICIPAÇÃO nacional, com cerca de 20% dos prossio- uma série questões que nos envolvem
nais ativos no Crea-PB sendo mulheres. enquanto prossionais e cidadãs. O
DA MULHER ENGENHEIRA Dos 12.419 registrados no Conselho Senge-PB e a Fisenge têm andado de

NOS ESPAÇOS DE DEBATE Prossional, 2.538 são mulheres. A área


de engenharia civil apresentou o maior
mãos dadas de forma atuante e
comprometida. É preciso ter a
aumento nos últimos 10 anos, de 166 compreensão de que nós, mulheres,
engenheiras registradas em 2007 para precisamos assumir esse papel ativo
Virgínia Barroca coordena o Coletivo de mulheres
1070 prossionais ativas em 2017, um do Senge-PB
para construirmos a sociedade que
incremento de 85%. queremos”, conclui.

O Brasil é um dos lugares mais da Secretaria de Políticas Para Mulheres o Poder Público políticas que contemplem
perigosos do mundo para ser mulher. status de ministério da pasta, agora essa questão, acima de tudo, social”,
Segundo a Organização das Nações subordinada ao Ministério da Justiça. explica Virgínia.
Unidas (ONU), uma mulher é morta a Enquanto isso, os discursos misógenos A engenheira lembra que a
cada duas horas por um homem. Para dar de parlamentares e políticos conservado- lógica patriarcal de que “briga de marido
destaque ao assunto, vários movimentos res avançaram em todo o país. Isso se e mulher não se mete a colher” mantém a
sociais encabeçam a campanha “Nem confronta com a necessidade de enxergar violência no campo privado, como se
uma menos!”, que nasce da indignação as políticas para as mulheres de maneira eximisse o Estado e a sociedade de sua
com as freqüentes mortes de mulheres no ampla”, alerta. responsabilidade, mas arma: a comoção
país. Na semana em que comemorou-se o Na Paraíba, a realidade é assus- e a sensação de impunidade a cada
Dia da Mulher, o Sindicato dos En- tadora. Segundo dados do Mapa da mulher violentada e morta precisam ser
genheiros da Paraíba (Senge-PB) e o Violência 2015 – Homicídios de Mulhe- direcionadas para ações que dêem
Conselho Regional de Engenharia e res, o número de violência contra a sentido à palavra de ordem “Nem uma a
Agronomia da Paraíba (Crea-PB) trou- mulher cresceu 260% no estado entre Menos”.
xeram à tona o debate, que não é caso de 2003 e 2013, pulando de 35 para até 140
polícia, mas um problema social, cultural,
de saúde, de educação e de machismo.
casos. A esse crime dá-se o nome de
feminicídio, termo que passou a ser
Mulheres
Coordenadora do Coletivo de reconhecido principalmente após a na Engenharia
Mulheres Senge-PB, a engenheira sanção da lei que o tornou uma qualica- Apesar dos desaos, Virgínia
Virgínia Barroca acredita que suscitar a dora do homicídio, mas ainda é pouco Barroca vê com otimismo as transforma-
discussão em torno do tema é uma ação discutido. “Em parceria com a Fisenge ções alcançadas na sociedade, especial-
de cidadania e lembra que o problema [Federação Interestadual de Sindicatos mente na área da Engenharia, vista como
deve ser combatido através de políticas de Engenheiros], levantamos esse debate predominantemente masculina até
públicas especícas para que a violência como uma forma de lembrar, não só no 8 então. Ela ressalta que, além de ter
seja de fato coibida. “Enquanto a de março, mas ao longo de todo ano, que aumentado o número de estudantes do
sociedade clama para que essas mulhe- as mulheres conquistaram muitos sexo feminino nos cursos da área
CONFIRA OUTRAS HISTÓRIAS EM:
res não sejam só números de uma avanços, mas que o direito fundamental, tecnológica, também cresceu o número
www.senge.org.br
estatística assustadora, o Governo Fede- que é a vida, ainda precisa ser assegura- de mulheres nos espaços de debate e de
ral, sob uma perspectiva policialesca, tira do, e é papel da sociedade cobrar do decisão.
20 | REVISTA CREA-PB 21 | REVISTA CREA-PB
6- Quem irá scalizar se o síndico 9- Qual a diferença entre laudo, e onde há necessidade de um engenheiro
SERVIÇO
realmente está cobrando as ARTs dos Anotação de Responsabilidade Técnica eletricista, sim. Não há necessidade para
moradores que estão reformando as – ART ? a mera manutenção com pequenos
suas unidades? Um laudo é fruto de uma análise de reparos, situações em que basta um
Como é um assunto de interesse de assunto técnico. A ART é uma Anotação técnico eletricista.
todos, os próprios moradores podem de Responsabilidade Técnica, emitida
cobrar do síndico a scalização correta, pelo CREA (Conselho Regional de 13- Para efetuar reparos hidráulicos,
seja por meio de uma comissão de obras Engenharia e Agronomia). Neste sentido, provenientes de inltrações/tubulações
que ajude o síndico a receber os projetos a ART dá respaldo jurídico ao laudo, em geral, precisa de ART?
e ARTs, ou pelas assembleias de condo- atestando que o mesmo foi feito por Depende. Se for apenas uma intervenção
mínio. prossional habilitado. para manutenção e depois disso, tudo
voltar ao seu estado normal, não. Mas se
7- Como o síndico pode agir quando 10- E quando é o próprio síndico que houver necessidade de usar ferramental
um morador seguir com a obra mesmo está fazendo obra dentro de seu de alto impacto, ou perfurar uma laje, por
sem apresentar a ART? apartamento e derrubando paredes e exemplo, nesse caso a ART é necessária,
O síndico pode parar a obra de diversas tirando vigas? sim.
formas. O ideal, porém, é fazer um pedido O síndico é o guardião da segurança e
TIRE SUAS DÚVIDAS SOBRE A formal e protocolado da ART. Depois integridade do condomínio, por isso,
deverá ele também obedecer as leis
14- Fechamento/envidraçamento de
sacadas precisa de ART?
disso, caso não seja atendido, ele pode
federais, estaduais e municipais, além do Precisa de ART à medida que é uma obra
NORMA DA ABNT Nº 16.280 pedir o embargo da obra na prefeitura,
fazer um B.O. relatando o ocorrido, ou
ainda entrando com uma ação na Justiça,
Regimento interno. Caso não o faça, o
ideal é que se forme uma comissão de
relativamente grande e que pode afetar a
estrutura da edicação.

REFORMA EM EDIFICAÇÕES com um pedido de paralisação da obra.


Outra saída é simplesmente não deixar o
material da unidade em reforma entrar
obras aprovada em assembleia, com
poder de scalização e que a mesma peça
para o síndico toda a documentação
15- Substituição do forro de gesso
precisa de ART?
pertinente à obra. A princípio, não. Como ali já existia o
no condomínio.
Caso o síndico não obedeça às mesmo material, colocá-lo novamente ali
regras instituídas em assembleia, o não acarreta em prejuízo para a estrutura.
8- É necessário que o síndico tenha
mesmo poderá ser deposto pelos Entretanto, se o novo forro for muito
apoio de alguma empresa ou de um
trâmites legais (um quarto dos condômi- diferente do original, ou mais pesado,
engenheiro para validar as ARTs
nos convoca assembleia para esse m, e a precisa de ART.
recebidas?
maioria simples vota pela destituição), e
Entrou em vigor no dia 18 de abril de 2014, e sofreu alterações em setembro de 2015, a Para se resguardar, principalmente no
dessa forma, o mesmo será obrigado a 16- Reparo nas instalações de gás
caso de grandes reformas, é recomenda-
seguir o que pede a norma. precisa de ART?
norma da ABNT nº 16.280, que regulamenta as reformas em edicações, tanto na do que o síndico tenha com quem dividir Sim, tanto pela intervenção na estrutura,
É aconselhável, ademais, que o
parte das unidades como nas áreas externas. A norma ainda suscita algumas dúvidas, a responsabilidade de analisar os proje- como pelo risco de explosão ou vazamen-
síndico disponibilize todas as informa-
tos e as ARTs, mas não é obrigatório. Por to que envolve a obra.
ções referentes às obras e serviços em
por isso, o Crea-PB reproduz abaixo algumas das dúvidas mais frequentes a respeito do mais que esses documentos atestem que
andamento no condomínio em quadro de
assunto. a obra não trará problemas para a avisos ou outro meio disponível ao 17- Além da ART, o que mais o morador
edicação, o síndico, sozinho, muitas acesso de todos os condôminos. deve entregar no momento de
vezes não tem condições técnicas de pleitear a autorização da obra?
1- É necessário pedir autorização para mostra que o caminho “correto” a ser Responsabilidade Técnica. Outro ponto a avaliar o que está ali, porém ele pode 11- Para instalar ar condicionado, rede O morador deve entregar um escopo da
o síndico mesmo se eu for executar seguido é o de obedecer às normas da se destacar é o peso do novo piso, que vericar junto ao Crea se a ART é proce- de proteção ou banheira, precisa de obra, que deve explicar quais serão as
apenas uma pintura? ABNT, mesmo que as mesmas não tenham pode ser incompatível com a estrutura da dente nos termos da obra/serviço a ser ART? alterações desejadas, um cronograma da
Se for apenas pintura, e nada além de força de lei. laje. executado. Uma alternativa é que o mesma, que mostre quanto tempo a
Para instalação de ar condicionado e
pintura, dentro da unidade, não precisa de síndico contrate uma empresa especiali- banheira, sim, já que muitas vezes essa mesma deve durar, e se vai haver ruídos e
ART e nem de autorização do síndico. 4- É necessário avisar o síndico mesmo 5- A nova norma serve também para as zada nesse tipo de serviço – deve haver em qual período. Também se deve
alteração vai incluir quebra de paredes e
se for trocar apenas o piso? áreas comuns do condomínio, como necessariamente um engenheiro respon- entregar os nomes das empresas que
pode mexer com a parte estrutural da
2- Se a norma da ABNT não é uma lei, A questão principal não é a troca do piso reparo das quadras, churrasqueira e sável na empresa. Outra alternativa é que estarão efetuando o reparo, além dos
edicação. A rede de proteção não
por que preciso segui-la? por um material semelhante. É a remoção salão de festas? a administradora do condomínio ofereça funcionários envolvidos na obra.
precisa de ART, só deve ser instalada,
Realmente a normas da ABNT não é uma do piso antigo com a utilização de Sim. Porém, como nesses casos geralmen- esse serviço, mas cobre à parte do porém, após a coletividade do condomí-
lei, porém está em consonância com a Lei marretas e ferramentas de alto impacto. te envolvem grandes somas, já era empreendimento. Uma terceira opção, nio escolher um modelo especíco. Fontes consultadas: André Luiz Junqueira, assessor jurídico
Federal 5.194/66. Além disso, se houver Se houver o uso desse tipo de ferramental, comum a escolha por uma empresa da Schneider Advocacia, Gabriel Karpat, diretor de
ainda, é poder contar com algum mora- condomínios da administradora GK, Alexandre Marques,
algum acidente, o síndico e o morador que é importante que a substituição seja feita especializada e capacitada que oferecesse advogado especializado em condomínios, Zeferino Velloso,
dor que seja engenheiro para ajudar o 12- Para reformas na parte elétrica engenheiro e diretor da VIP, Vistorias Inspeções Prediais,
fez a reforma serão responsabilizados, já por uma empresa especializada, e que a responsabilidade técnica pelo projeto. Alberto dos Santos, engenheiro civil e Secovi-SP
síndico na leitura dos projetos e suas precisa de ART?
que a jurisprudência, ao longo do tempo, mesma forneça um ART – Anotação de *Conteúdo adaptado do site Síndico Net
devidas aprovações. Na grande maioria dos casos de reforma,
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CONFEA
FIQUE ATENTO

Justiça determina que a


maioria da diretoria de
empresas de engenharia/
agronomia deve ser pros-
sional registrado no Crea

A Justiça Federal determina


obedecer ao disposto no artigo 5º da Lei
5.194/66 para pessoas jurídicas que
requerem o registro junto aos Conselhos
Regionais de Engenharia e Agronomia
(Creas). No artigo 5º, na seção de uso do
título prossional, está claro que “só
poderá ter em sua denominação as
palavras engenharia ou agronomia a
rma comercial ou industrial cuja diretoria
Engenharia for composta, em sua maioria, de

CONFEA LANÇA Química prossionais registrados nos Conselhos


Regionais”. A decisão proferida pelo juiz

CARTILHAS DIGITAIS Direcionada para o futuro e


diante da escassez cada vez mais
federal Emilson da Silva Nery, da 8ª Vara
da Seção Judiciária de Goiânia, referente
ao processo n° 0017519/52.2007.4.01.3500,
SOBRE evidente de minérios como ouro e ferro, a
Engenharia Química do amanhã se volta
para a produção de matérias reaproveitá-
foi conrmada pelo Tribunal Regional
Federal da 1ª Região, tendo como relator
ENGENHARIA QUÍMICA E ACESSIBILIDADE veis e para a reciclagem. Daí a necessida-
de de se aumentar a quantidade de
o desembargador federal Eduardo Morais
da Rocha. O processo em questão, cujo
engenheiros químicos habilitados e acórdão foi emitido em 11/4/2017, refere-
capazes de elaborar novas alternativas se a uma empresa de engenharia, de
Se você atua no ramo de Engenharia nesse segmento proporcionando ao Goiânia, composta por dois sócios, sendo
Química ou desenvolve trabalhos na Brasil melhores índices de desenvolvi- um engenheiro e o outro não, e ambos
área de acessibilidade, precisa conhecer mento. É nesse sentido que a cartilha – com iguais poderes administrativos,
as cartilhas produzidas pelo Confea para produzida pela Coordenadoria das ferindo o artigo 5º da Lei 5.194/66. Para a
atualizar seus conhecimentos sobre Câmaras Especializadas das Engenharias justiça, a direção da empresa deve car
esses temas e aprimorar sua na Modalidade Química do Sistema sob a responsabilidade exclusiva do
performance prossional.
As duas publicações, que estão disponí-
Acessibilidade Confea/Crea – busca esclarecer sobre as
atividades que podem ser desempenha-
prossional que detém o título prossional
do Sistema Confea/Crea. Já o sócio que não
veis para download no site do Conselho das pelos prossionais da área. A
A diversidade é o que enriquece Acessibilidade. Devido a essa necessida- é engenheiro deve gurar no contrato
(confea.org.br), são resultados práticos publicação descreve ainda os principais
a raça humana. É preciso entendê-la e de, a Comissão Temática Acessibilidade e social consolidado apenas como sócio
do trabalho desenvolvido pela campos de atuação do engenheiro
acolher todas as pessoas, em todos os Equipamentos do Confea desenvolveu a químico, apresenta leis relacionadas ao cotista da empresa.
Coordenadoria das Câmaras
Especializadas das Engenharias na contextos. Mas para isso é fundamental cartilha que apresenta um resumo das exercício prossional e destaca a rele-
Modalidade Química do Sistema e ainda que os prossionais do Sistema normas da Associação Brasileira de vância da responsabilidade técnica.
pela Comissão Temática Acessibilidade e Confea/Crea e Mútua façam a sua parte Normas Técnicas (ABNT), leis e outras
Equipamentos do Confea. projetando edicações, tecnologias e informações relevantes para o excelente
Conra o resumo de cada obra. serviços alinhados com a legislação desempenho prossional alinhado às
federal e as Normas Técnicas de demandas das pessoas com deciência.
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CÂMARAS

NASCE UMA ASSOCIAÇÃO


FISCALIZAÇÃO DE CERCAS E ALARMES Através dos encontros entre os Eletricistas - Seção PB, que se fez presente
É DISCUTIDA EM REUNIÃO DA CÂMARA DE ELÉTRICA representantes das empresas a partir das
reuniões com o Crea, surgiu a idéia de
na reunião, só vem a somar, pois nesse
ambiente serão repassados e ampliados
Diálogo com empresas tem contribuído com aumento de regularizações articulação para criação da Associação esses conhecimentos adquiridos e certa-
Paraibana de Empresas de Segurança mente servirá para os interesses comuns
Na Paraíba, cresce cada vez regularizações nesta área e o impulsiona- Foi então que, em agosto, Eletrônica (APESE). Segundo Lauro Leal, já dos associados”, arma.
mais, em quantidade e dimensões, o mento da criação de uma associação de Tatiane Pires participou de uma reunião havia existido outras tentativas para criar a Para Lauro, a invasão de empresas
número de condomínios residenciais. empresas de segurança eletrônica na da Câmara Especializada de Engenharia entidade, mas nunca houve um gatilho. de outros estados tem acirrado o mercado e
Essas habitações reúnem centenas de Paraíba. Elétrica do Crea-PB, fazendo uma expo- “Agora, já estamos no processo de o objetivo da associação é o aprimoramento
moradores e, preocupada com a seguran- Agente scal do Crea em Campina sição aos conselheiros sobre o andamen- formalização. Estamos com um grupo de e prossionalização do segmento. “Neste
ça dessas pessoas, a scalização do Grande, foi Tatiane Pires quem notou a to da scalização na área. Após este 15 empresas de João Pessoa e Campina sentido, o Crea se demonstrou muito
Conselho Regional de Engenharia e necessidade de promover uma maior momento, a Câmara reuniu-se ainda em Grande, e várias outras já demonstraram solícito, disponibilizou sua estrutura física
Agronomia da Paraíba (Crea-PB) passou a integração do Conselho com as empresas João Pessoa e Campina Grande, desta interesse. Estamos, inclusive, dialogando pra que a gente pudesse promover cursos
realizar vistorias contínuas nesses locais. do setor, cujos representantes demonstra- vez, com os representantes das empre- com a presidente da associação brasileira”, de aperfeiçoamento, o que foi muito
O objetivo é averiguar as responsabilida- vam ter vários questionamentos sobre a sas. Para o coordenador da Câmara de comenta. O coordenador da CEEE, positivo do ponto de vista simbólico e
des técnicas dos equipamentos que atuação do Regional e sobre aspectos Elétrica, eng. eletricista Martinho Nobre, Martinho Nobre, elogia a iniciativa. “A ideia prático. Além disso, é bacana ver que o
demandam manutenção especializada, práticos e legais de sua scalização. Tatiane o encontro foi benéco para todos os de formar a associação de empresas de Conselho se permitiu avaliar suas próprias
entre eles, os aparelhos de segurança explica que empresas e prossionais lados envolvidos. “Esse diálogo com segurança eletrônica, a exemplo da nossa condutas, levando em consideração nossos
eletrônica, como alarmes, circuitos responsáveis pelos serviços de segurança prossionais e empresas são extrema- Associação Brasileira de Engenheiros apontamentos”, conclui.
fechados de TV e cercas elétricas. Para eletrônica devem ter registro no Crea e mente positivos na medida em que eles
debater sobre o assunto, a Câmara elaborar Anotações de Responsabilidade trazem à CEEE as suas experiências e
Especializada de Engenharia Elétrica do Técnica - ARTs sempre que realizarem a passam a ser parceiros do Crea, ajudando
Conselho resolveu intensicar o diálogo
com a scalização e com empresas do
instalação ou manutenção dos equipamen-
tos, mas arma que essa obrigatoriedade
a scalização do exercício prossional”,
pontua.
FISCALIZAÇÃO PEDAGÓGICA
setor. O resultado foi o aumento de era vista de forma negativa. “Antes de nós Lauro Leal, representante da
O trabalho feito, especialmente e de Projetos, no qual visitará todos os
iniciarmos esse diálogo mais intenso com os Seta Soluções em Segurança, concorda
na cidade de Campina Grande e região, de municípios de nosso estado e intensicará
representantes da área, eles não entendiam com o engenheiro e diz ter sido surpreen-
acordo com o gerente adjunto de a scalização do exercício prossional da
a importância dessa regulamentação. A dido com a aceitação da Câmara em
Fiscalização do Crea, Juan Ébano, é fruto Engenharia e Agronomia com agentes
partir da nossa scalização pedagógica e receber as empresas em sua reunião.
de um planejamento da GFIS no sentido scais da sede e demais inspetorias",
orientativa, conseguimos fazê-los compre- “Foi excelente. Nesse encontro, percebe-
de interiorizar cada vez mais as ações, explica.
ender que a regularização perante o Crea mos a diferença, a gente foi bem
intensicando as scalizações nas diversas
signica não só a segurança da população, recepcionado, todos os questionamentos Eles contam ainda que, no caso
modalidades da Engenharia e da Agrono-
mas a valorização dos prossionais e foram esclarecidos. Eles mesmos, das scalizações na área de segurança
mia. "Estabelecemos uma série de
empresas sérias e qualicadas tecnicamen- percebendo que havia mais dúvidas, eletrônica, de elevadores e grupo geradores,
estratégias para scalizar as atividades
te”, comenta a scal. resolveram fazer mais uma reunião em para conscientizar os síndicos e condôminos
técnicas em prol de prestação de serviços
Campina Grande”, conta. “O Crea era
que tenham a devida participação de sobre a importância do assunto, o Crea-PB
visto como um inimigo pelas empresas,
prossional habilitado, em observância tem investido ainda em uma scalização
mas veio mudando sua postura e, antes
aos princípios legais, éticos, econômicos, pedagógica. Durante a vistoria, o agente
de começar uma scalização ostensiva,
técnicos e ambientais, e levando em conta scal disponibiliza para o responsável pela
procurou vários de nós para explicar o
as necessidades da população paraibana",
que o Conselho queria, as questões de administração do condomínio um manual
arma Juan.
legalização e quais os benefícios legais e editado pelo Conselho de Engenharia. O
O gerente da Fiscalização do
práticos”, complementa Lauro. material, intitulado “Manual do Condo-
Regional, Antônio César complementa que
o trabalho cumpre com o Planejamento mínio” tem a intenção de oferecer a síndicos
Estratégico do PRODAFISC, iniciado em e proprietários um guia com as principais
maio deste ano. "A scalização pretende regras para a manutenção e reformas de
atingir a meta estabelecida no programa condomínios, de acordo com a legislação e
Manual do Condomínio, disponível gratuitamente em:
elaborado pela GFIS e Assessorias Técnica normas vigentes. www.creapb.org.br/comunicacao_categoria/outras-publicacoes

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ARTIGO Auditoria e Certicação de Sistemas de Gestão), que trata das diretrizes para a realização do processo de auditoria e de certicação de
sistemas de gestão. Algumas das mudanças promovidas para atender a NBR 17021-1:2016, citam-se:

Ÿ As exigências quanto ao relatório de auditoria o qual deve permitir concluir se o SGQ possibilita a
empresa construtora: atender aos requisitos do Referencial Normativo; atingir os objetivos da
qualidade; atender normas, requisitos dos clientes e requisitos regulamentares e legais aplicáveis;
garantir a qualidade dos materiais e serviços controlados; gerir adequadamente as obras, com base
Rosana Mergulhão
nos respectivos Planos da Qualidade das obras; gerir adequadamente os projetos; obter efetividade
Possui graduação em ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS pela da gestão do sistema.
Universidade de Pernambuco(1984), graduação em
ENGENHARIA CIVIL pela Universidade Federal da Ÿ A exigência quanto ao treinamento complementar de 16h na ABNT NBR 15575 para os especialistas
Paraíba(1992) e mestrado em Engenharia de Produção pela
Universidade Federal da Paraíba(1997). Atualmente é Docente que integram as equipes de auditoria em empresas que realizam obras de edicações habitacionais.
de nível superior da FACULDADE INTERNACIONAL DA
PARAÍBA. Tem experiência na área de qualidade e produtividade
na construção civil. Foi representante do Programa Brasileiro de
Qualidade e Produtividade do Habitat no estado da Paraíba.
No regimento geral houveram regimento especíco, o Perl de Desem- e deve, portanto, fazer sua renovação na
altera-ções no âmbito das diretrizes, penho da Edicação (PDE), um dos nova versão. Durante o período de
denições, funções do presidente da novos documentos que passam a ser transição, as certicações ainda poderão
AS RECENTES MUDANÇAS NO PROGRAMA BRASILEIRO DE comissão nacional, das condições para exigido na nova versão dos regimentos ser feitas pela versão anterior e só terão
autorização dos organismos de avaliação que compõe o Sistema de Avaliação da que se adaptar à nova versão a partir do

QUALIDADE E PRODUTIVIDADE de conformidade, como também, a


Declaração de Adesão ao PBQP-h foi
excluída. Ela permitia o acesso ao
Conformidade de Serviços e Obras –
SiAC.
Para adaptar-se as novas exigênci-
seu vencimento.
Tais mudanças acima relatadas
são bastante signicativas e passam por
primeiro nível do PBQP-h. as haverá um prazo de 180 dias, contados da pontos muito fortes em termos desem-
No regimento especíco ressalta- data de publicação da Portaria (09/01/2017). penho da edicação, como também, na
se o foco dado aos requisitos dos usuários, A partir de 09/07/2017, as auditorias e melhoria contínua do próprio sistema de
O Programa Brasileiro de Qualidade Para tanto, o Programa Brasileiro de A mais recente mudança ocorrida na qual volta a fazer referência a ABNT NBR emissão de certicados deverão considerar a avaliação da Conformidade de Serviços
e Produtividade do Habitat está sob a Qualidade e Produtividade do Habitat foi neste sistema gerou uma nova versão do 15575 quando ela dene unicamente nova versão. As empresas que desejarem e Obras – SiAC.
responsabilidade da secretaria de habitação estruturado em projetos que consistem de um regimento geral e do regimento especíco da níveis de desempenho mínimos, podendo participar do programa terão que optar pela De fato, são novas exigências
do ministério das cidades. Ele foi instituído em conjunto de ações que contribui diretamente especialidade técnica execução de obras, a empresa construtora, a seu critério, certicação direta no Nível “B” ou “A” já que vão contribuir para a melhoria da
1988, com o objetivo de trabalhar a ou indiretamente para a melhoria da publicada em janeiro deste ano. Uma das denir padrões acima do mínimo: a) previstos pelo regimento. qualidade e da produtividade que levam
modernização produtiva e a melhoria da produtividade e da qualidade. Um deles é o razões de mudança foi a necessidade de Segurança contra incêndio; b) Segurança As declarações feitas antes de a modernização produtiva e melhoria da
qualidade do habitat, pontos considerados adequá-los a norma técnica ABNT NBR no uso e na operação; c) Estanquei-dade; 09/01/2017 continuam válidas, porém, qualidade do habitat, como dito antes,
Sistema de Avaliação da Conformidade de
fundamentais para o desenvolvimento da 15.575:2013. Esta norma trata do desempe- d) Saúde, higiene e qualidade do ar; e) nenhuma empresa poderá optar mais pontos considerados fundamentais para
Serviços e Obras – SiAC, cujo objetivo é
construção civil no país. nho mínimo de edicações habitacionais em Funcionalidade e acessibilidade; f)Conforto pela declaração de adesão a partir desta o desenvolvimento da construção civil
Tais pontos são tidos como avaliar a conformidade do sistema de gestão termos de segurança, habitabilidade e tátil e antropodinâmico; g) Adequa-ção data, mesmo estando no período de no país, pois vão proporcionar ganhos
estratégias para o aumento da competiti- da qualidade das empresas de serviços e sustentabilidade. ambiental. transição. de competitividade ao setor da constru-
vidade no setor que, entre outros, obras, considerando as características Dentre as novidades documenta- Vale frisar que, o conjunto de requisitos As certicações obtidas anteriormente a ção civil. E, enm, conquistar o cresci-
propicie a redução do décit habitacional especícas da atuação dessas empresas no is trazidas nesta nova versão dos regimen- dos usuários e níveis de desempenho a publicação da nova versão, continuam mento sustentável e a redução do décit
em nosso país, por meio da melhoria da setor da construção civil, e baseando-se na tos para atender a NBR 15.575:2013, serem atingidos constitui, segundo o com sua validade assegurada até o nal habitacional.
qualidade e da produtividade. série de normas ISO 9000. citam-se:

CONTRATE UM
EXIJA A ART PROFISSIONAL DA
Ÿ Perl de Desempenho da Edicação – PDE - Documento de entrada de projeto que registra os requisitos dos usuários e respectivos
níveis de desempenho a serem atendidos por uma edicação habitacional. Deve ser mantido registro deste Perl de Desempenho ENGENHARIA
da Edicação e, ainda, a empresa construtora deve garantir o atendimento do perl ao longo das diferentes etapas do processo de E AGRONOMIA
projeto. O perl pode ser modicado, mas isso deve ser justicado e evidenciado por análise crítica especíca, sobretudo fazendo
referências a oportunidades e restrições não identicadas anteriormente.
Ÿ Plano de Controle Tecnológico - Documento referido no Plano de Qualidade da Obra que relaciona os meios, as frequências e os
responsáveis pela realização de vericações e ensaios dos materiais a serem aplicados e serviços a serem executados em uma A ANOTAÇÃO DE
RESPONSABILIDADE TÉCNICA
obra, que assegurem o desempenho conforme previsto em projeto. É UM DOCUMENTO
Ÿ Entrada de Projetos - Para o caso de obras de edicações habitacionais, a empresa construtora deve indicar os níveis de desempe- OBRIGATÓRIO EM QUALQUER
OBRA / SERVIÇO DE ENGENHARIA,
nho – mínimo (M), intermediário (I) ou superior (S), relativos aos seguintes requisitos dos usuários, a serem atendidos pelos E SÓ PODE SER EMITIDO POR UM
diferentes subsistemas da edicação: a) Desempenho Estrutural; b) Durabilidade e manutenibilidade; c) Desempenho térmico; d) PROFISSIONAL HABILITADO
PELO CREA.
Desempenho acústico; e) Desempenho luminoso. É SEGURANÇA JURÍDICA E TÉCNICA
PARA O CONTRATANTE E O CONTRATADO

28 | REVISTA CREA-PB 29 | REVISTA CREA-PB


ARTIGO ALERTA
Impressão – A Tecnologia
na Inovação de Projetos

Gustavo Guerra Medeiros


É empreendedor/empresário graduado em

CREA-PB E
Administração pelo Centro Universitário de
João Pessoa (UNIPÊ)

ENTIDADES DA ENGENHARIA
A tecnologia se renova tão rapi- TEMEM RETORNO DE
"OBRAS FANTASMAS"
damente, que mal conseguimos acompa-
nhar as mudanças que elas provocam em
nosso cotidiano, seja na vida pessoal ou
prossional, não é verdade? E uma
dessas tecnologias, que veio para car, é
a impressão 3D.
Quando falamos em impressão
3D, muita gente ainda se prende a ideia
de um adesivo com formas geométricas, Tramita, no Senado, uma Proposta de Emenda à Constituição
dando um efeito tridimensional àquela Maquetes de Casa, planta baixa e prédio feitos com impressora 3D (PEC) nº61, que permite a transferência dos recursos das emendas
superfície. Sinto informar, mas esse termo parlamentares diretamente para os fundos de participação dos estados e
está muito além de uma mera impressão municípios. Isso signica o m do papel da Caixa Econômica Federal (CEF)
gráca. Se você está entre essas pessoas, como agente nanceiro e controlador da execução de emendas do
não se sinta mal, pois você não é o único Orçamento Geral da União. A mudança preocupa o Crea-PB, Sindicato dos
que pensa assim. A impressão 3D na Engenheiros , Fisenge e entidades da engenharia porque pode compro-
Hoje a impressão3D está que- Construção Civil brasileira. meter a qualidade, o controle e scalização das obras públicas.
brando barreiras e mudando conceitos.
Pode parecer até tema de lme de cção Com um potencial imensurável,
cientíca, mas, para se ter uma ideia, na essa tecnologia ainda caminha a passos
medicina já é possível imprimir próteses, curtos no Brasil, mas é cada vez mais
células humanas e até de órgãos, o que comum sua inserção no mercado. De acordo com a Associação vada, a PEC 61 irá desmontar um sistema análise, controle e scalização, trazendo
pode mudar, em um futuro próximo, a Enquanto imprimir casas e prédios não se Nacional de Engenheiros e Arquitetos da de análise técnica e de scalização de um grande prejuízo à qualicação dos
“rotina” angustiante de uma la de torna uma realidade em nosso país, os CEF (ANEAC), a Caixa trouxe ao Orçame- obras públicas, abrindo as portas para investimentos públicos.
transplante. Na culinária, há impressoras cursos, estudantes, prossionais e em- nto Geral da União a mais impactante corrupção, o que resulta em um retroces- Hoje, a CEF exerce essa função e
fazendo pizzas, aprimorando o conceito de presas de engenharia (civil, de produção ferramenta para evitar o superfatura- so nos procedimentos de controle e mais de 106.000 obras públicas foram
self-service. Na indústria, essa tecnologia e mecânica), assim como arquitetura, mento de obras, o Sistema Nacional de scalização das obras publicas”, ressalta entregues. “O corpo técnico de engenhei-
está sendo utilizada para confecção de design industrial, entre outros), estão se Maquetes de prédio feitos com impressora 3D Pesquisa de Custos e Índices da Constru- a presidente do CREA/PB . ros da Caixa Econômica, além de ser
protótipos, barateando e agilizando essa utilizando dessa tecnologia para melhor ção Civil (SINAPI). A presidente do Crea- Além disso, muitos contratos de altamente qualicado, tem papel
fase de testes. Esses são apenas alguns expor, visualizar e analisar seus projetos. Na Paraíba, uma das empresas que PB, Giucélia Figueiredo, reuniu-se com repasse com recursos do orçamento da fundamental na análise dos projetos,
exemplos, de um mundo de possibilidades atuam nesse ramo é a Super3D, que presta representantes da Associação na Paraíba, União deixarão de ser acompanhados com o objetivo de otimizar o orçamento,
do que pode ser feito por uma impressora As maquetes de plantas baixas, serviços de impressão 3D e atende públicos que demonstraram preocupação com a pela Caixa ou auditados por órgãos de acompanhar a devida execução e evitar
3D. E dentro dessas possibilidades, claro, prédios e casas continuam sendo, além de áreas diversas, inclusive a área de projetos possibilidade de aprovação da PEC. controle federais, como Controladoria obras inacabadas e 'fantasmas'”, ou seja,
não podia faltar a construção civil. Na de tudo, uma arma na hora de conquistar voltados para a construção civil. A empresa A Caixa analisa os projetos por Geral da União (CGU) e o Tribunal de eles contribuem para que os recursos
China, por exemplo, impressoras tridimensi- e sgar o cliente, mas a impressão 3D as pertence ao lho do engenheiro (e ex- meio de seu corpo técnico, formado por Contas da União (TCU). Com o repasse públicos sejam utilizados com lisura e
onais já são utilizadas para construção de transformou em algo mais tangível, presidente do CREA-PB) Luiz Tadeu Dias 2.200 engenheiros e arquitetos, evitando direto aos estados e municípios, não seja aplicados para os ns a que foram
casas populares, concluídas em apenas um aumentando seu patamar de simples Medeiros, que o incentivou investir nesse o superfaturamento de obras. “Se apro- haverá um instrumento intermediário de propostos”, conclui Giucélia.
dia e a um custo baixíssimo, algo ainda objeto de ilustração de projetos e empreendimento. A impressão 3D ainda é
muito distante da realidade brasileira atual, empreendimentos, para tornarem-se pouco aproveitada na região, mas, certamen-
apesar de já haver Startups nacionais uma importante ferramenta de planeja- te, à medida que for mais conhecida, essa
lutando para mudar esse cenário. mento. tecnologia crescerá cada vez mais.
30 | REVISTA CREA-PB 31 | REVISTA CREA-PB
SEGURANÇA ARTIGO

DEMOLIÇÕES
DEVEM TER ACOMPANHAMENTO A ENGENHARIA
TÉCNICO DE ENGENHEIRO
INTEGRADA À ARTE ARGEMIRO BRITO
ENGENHEIRO CALCULISTA

As Estátuas Colossais ultrapassam sárias e executa-se uma réplica, também em siste no desenvolvimento de uma represen-
a fronteira da Escultura e assumem a gesso, com altura de 1,20m; tação matemática de qualquer superfície
fabulosa dimensão da Engenharia integra- Em seguida, executa-se uma nova tridimensional de um objeto.
da à Arte. Essas estátuas são sempre estátua, desta vez, em taipa (argila O referido processo consiste basi-
desaadoras e avançam no estado da arte estruturada com madeira), na escala real, camente em digitalizar qualquer objeto em
do mundo em que se inserem. segmentada em fatias de 1,50m de altura. 3D, limpar sua malha, torná-lo sólido e
“A Inovação Tecnológica, ora Essa etapa é a mais complicada, visto que, gerar automática e rapidamente arquivos
EXIGÊNCIA DO REGISTRO apresentada, consiste essencialmente em requer muita habilidade, excepcional visão prontos para impressão digital ou para
levar a Produção Digital para as Obras de espacial e elevado conhecimento técnico. É processamento em AutoCAD. Os scanners
NO CREA SE TORNOU LEI portáteis estão em tal nível de sosticação
Engenharia Civil, libertando assim, o uma etapa estafante, muito politécnica e
homem dos trabalhos repetitivos e braçais; artística; em que o escultor praticamente que permitem livre movimentação, tanto do
e permitindo-o se voltar para as questões do metamorfoseia-se num “pantógrafo huma- scanner, quanto do objeto real (animado ou
inanimado) em processo de escaneamento,
espírito, fazendo jus à sua condição divina. no” para captar uma grande quantidade de
Com a crescente verticalização controlada, ou seja, que não pode ser sem prejuízo no nível de precisão de
Anotação de Responsabilidade Técnica A solução é uma bela metáfora que conecta medidas na estátua de gesso e usá-las
medidas e visualização em tempo real.
da cidade de João Pessoa, passou a ser feita de maneira aleatória. Funcionários (ART) para que seja concedido o respecti- a Tecnologia do Futuro, que já se avizinha, ampliadas de trinta, cinquenta, setenta ou
As impressoras digitais tridimen-
comum a demolição de casas que dão que não receberam treinamento, vo alvará pela prefeitura. Na prática, esta com o Estado da Técnica, ora vigente mais vezes na execução da estátua de taipa;
sionais - 3D permitem a obtenção de peças
lugar a prédios multifamiliares. Preocu- improviso de ferramentas, falta de plane- exigência signica maior controle das mundialmente.” A nova etapa consiste em revestir físicas acabadas, de qualquer forma,
pados com a segurança da população e jamento, tudo isso é um convite a situações de risco de acidentes nos A presente abordagem foca pri- cada fatia da estátua de taipa, com gesso, tamanho e com complexidade de detalhes.
dos trabalhadores que executam esse acidentes, mais recorrentes na constru- mordialmente a execução das Estátuas estruturado com sisal, e obter, assim, mosa- A impressão acontece com a união de
serviços de demolição, o que até então
serviço, os membros do CPR-PB (Comitê ção civil do que gostaríamos", lamenta Colossais, cujo Recorde Mundial, na catego- icos com 1,50m x 1,50m que irão servir de líquidos, pó, lamentos, polímeros, resinas
inexistia.
Permanente Regional Sobre Condições e Juan. ria das Estátuas Católicas, é a Estátua de Stª. forma externa para a Estátua Colossal em e em tese, qualquer outro tipo de material,
De acordo com o sub gerente do Rita de Cássia, concebida na Paraíba - PB e Concreto Armado. Vale salientar que para
Meio Ambiente do Trabalho na Indústria Apesar de estar regulamentada inclusive cerâmicos, metálicos, etc.
Crea, desde setembro de 2016 (quando a erigida no Rio Grande do Norte - RN. Elas uma Estátua Colossal chega-se a confeccio-
da Construção da Paraíba) resolveram pela Lei Federal nº 6496/1977 e pela NR Com essa tecnologia digital pode-
PMJP passou a exigir ART) até hoje, foram são de um deslumbrante valor escultórico, nar mais de mil mosaicos, todos morfologi-
tomar providências para reduzir o 18 (Norma Regulamentadora) do se escanear, por exemplo, uma obra prima,
registradas 540 demolições. O número uma ousadia estrutural, que parece desaar camente diferentes;
número de demolições feitas sem o Ministério do Trabalho e Emprego - MTE, como o “Pequeno David” de Michelangelo
representa um aumento de mais de a gravidade, levando ao extremo a desma- Daqui em adiante, segue-se as
devido acompanhamento técnico. o CPR-PB lutou para que a exigência da (1475 - 1564) e torná-la uma Estátua
1.000% em relação ao mesmo período do terializa ção da estrutura, permitindo a técnicas consagradas de execução de estru-
A partir de setembro de 2016, o ART para esse serviço também fosse Colossal, à semelhança da Estátua de
ano passado. contem plação de sua alma. turas de Concreto Armado. Diante do acima
Comitê conquistou um grande avanço: a contemplada por uma lei municipal, para Rhodes, fazendo sua forma corpórea com um
Juan Ébano atribui a expressiva O presente Sistema Construtivo é baseado exposto, pode-se concluir que a execução
prefeitura municipal passou a exigir a que a conduta não esteja condicionada à polímero, segmentada em mosaicos e
elevação à articulação do CPR junto à no sagrado princípio apregoado por Leibniz das formas externas das Estátuas Colossais
Anotação de Responsabilidade Técnica - postura de cada gestão. Por isso, a processada pelas máquinas, numa réplica
prefeitura, já que o Conselho tinha Gottfried (1646 – 1716), há mais de é muito onerosa e chega a consumir um
ART para liberar o alvará de demolição. O vereadora Helena Holanda encampou trezentos anos, de que “o pensamento é do tempo superior a doze meses, com um perfeita em Concreto Armado, com expressi-
diculdade em scalizar esse tipo de
documento é emitido pelo Crea e deve ser Projeto de Lei regulamentando a homem e os trabalhos repetitivos devem ser signicativo contingente de ope-rários, sob vas reduções de custos e tempo de execução,
serviço. "A demolição é um serviço rápido
assinado por um engenheiro, que será o exigência de responsável técnico nos reservados às máquinas”; princípio esse as ordens de mestres experientes, capitane- se comparados com os métodos atualmente
de Engenharia, que pode ser feito em
responsável técnico pelo ser viço. pedidos de demolição de edicações vigente, principalmente, nos tempos atuais ados pelo escultor. vigentes mundialmente no Estado da Téc-
menos de 24h, então a scalização do nica. Com essa tecnologia atinge-se a
Segundo Juan Ébano, representante do junto à prefeitura Municipal de João da Robótica, Cibernética e Virtualidade. Com os scanners, xos ou por-
Crea não conseguia acompanhar essas máxima: “O pensamento é para o homem e
Crea-PB no CPR e sub gerente de Pessoa. Em maio, o prefeito de João Atualmente a execução das Está- táteis, atualmente disponíveis no mercado,
demolições, a não ser que fosse através os trabalhos repetitivos são reservados às
Fiscalização do Conselho, essa exigência Pessoa, Luciano Cartaxo, sancionou a Lei tuas Colossais, em Concreto Armado, consegue-se a captura digital tridimensio-
de denúncia. E, ainda assim, muitas vezes máquinas”, permitindo, assim, ao ser
é fundamental para que as demolições Complementar nº 105, de 10/05/2017, segue, mundial e basicamente, o desenvol- nal – 3D, com excelente precisão, de um
chegávamos no local e já estava tudo vimento das etapas a seguir discriminadas: objeto físico permitindo, assim, uma perfe- humano se voltar, para as questões do
não sejam feitas por leigos, que podem que alterou o Código de Obras do limpo. Garantir que esses serviços sejam Executa-se preliminarmente uma ita integração na impressão digital – 3D, ou espírito, fazendo jus à sua condição divina.”
colocar em risco a vida dos trabalhadores município. A partir da sanção da lei, todas executados sob a responsabilidade de estatueta em gesso com 40 cm de altura; em processos de AutoCAD.
e da população, ou mesmo comprometer as demolições na capital paraibana um técnico habilitado é a melhor forma Após a análise e aprovação pelo Esse processo é o que se chama
a estrutura de edicações vizinhas. deverão ser acompanhadas por um de reduzir os riscos para todos os modelagem tridimensional (ou 3D) e con-
cliente, procede-se as adequações neces-
"Estamos falando de uma destruição engenheiro civil que deverá emitir uma envolvidos", arma.
32 | REVISTA CREA-PB 33 | REVISTA CREA-PB
FUTURO

COMO SE PREPARAR
PARA O MERCADO
DE TRABALHO?
Não basta ter apenas o diploma, é preciso muito mais!

Um estudante universitário ou um Quem está começando uma carreira, não + Elaborar e divulgar um portfólio
CREA JR E MÚTUA PROMOVEM EVENTO recém-formado, seja na área que for,
encontrará sempre muitas diculdades para
deve ter orgulho. Precisa buscar auxílio em
quem tem interesses em comum, porém
Na hora de uma entrevista de
emprego ou de estágio, é recomendado que
DE CAPACITAÇÃO PARA ESTUDANTES lidar com as novas experiências prossiona-
is. Realmente, não é fácil garantir um lugar
mais experiência. A conexão estabelecida
com outras pessoas, ainda na faculdade,
o prossional apresente um portfólio,
quando for o caso. No documento devem
DE ENGENHARIA de destaque no mercado de trabalho.
Construir uma trajetória de sucesso requer
pode gerar grandes parcerias no futuro. Se estar reunidas amostras de todos os seus
houver colaboração mútua, de serviços e trabalhos já realizados. Por exemplo, pode
muito esforço e isso é algo que tem que ser informações, essas pessoas irão, certamen-
no contexto sistema Confea/Crea, as cultura cidadã dentro da Engenharia. Os ser aquilo que foi produzido em uma das
colocado em prática desde a faculdade. te, contribuir com o desenvolvimento do
entidades de classe na vida prossional, e conhecimentos técnicos são essenciais, disciplinas do curso, nas participações em
Infelizmente, são poucas as pessoas que prossional.
os benefícios da MÚTUA - Caixa de mas também precisamos debater a ética e começam a trabalhar já com uma visão concursos, em atividades exercidas em
Valorize o relacionamento com outros outras empresas e mais.
Assistência dos prossionais. o compromisso social com os futuros empreendedora. Erros básicos, provocados
prossionais, que serão responsáveis pelo colegas! As redes sociais são uma ótima
O Crea Jr é um programa do logo no início da carreira, prejudicam não
Conselho que realiza ações direcionadas desenvolvimento do nosso Estado e país”, somente os trabalhadores que os cometem, ferramenta para promover um produto ou
aos futuros e jovens prossionais das áreas justica. + Sair da teoria para a prática serviço. Então, o portfólio pode ser também
mas toda uma categoria. Um exemplo é a
abrangidas pelo sistema Confea/Crea e “Os conhecimentos técnicos são essencia- Acontece, algumas vezes, do montado em uma plataforma online. Mas,
cobrança de preços muito abaixo do
Mútua. De acordo com o presidente do Crea is, mas também precisamos debater a estudante se formar sem ter tido nenhum
mercado, prática realizada no intuito de antes, o prossional deve avaliar suas
Jr-PB, o estudante de Engenharia Elétrica ética e o compromisso social com os contato maior, além da sala de aula, com a
atrair os primeiros clientes. Problemas assim habilidades e denir o tipo de atividade que
Tiago Medeiros, o programa também futuros prossionais, que serão responsá- geram graves consequências para o resto de área escolhida. E não há nada melhor do que
quer exercer, que área quer trabalhar.
promove a formação de novas lideranças, veis pelo desenvolvimento do nosso sua vida prossional. a prática para conhecer aquilo que só se viu
Depois, deve estabelecer um público-alvo e
dá conhecimento sobre a importância da Estado e país” Neste artigo, daremos algumas na teoria. Durante a faculdade o aluno pode
como pretende alcançá-lo. Quando for a
participação juntos às entidades de classe e Patrocinadora do I Capacita Crea Jr, orientações para ajudar os estudantes de se envolver mais com o ensino, realizando
“Os conhecimentos técnicos são hora de divulgar os trabalhos, começa-se,
colabora com a formação dos estudantes, a Mútua-PB foi representada por sua engenharia a incrementarem seu currículo e monitorias, pesquisas, extensões, iniciações
essenciais, mas também sensibilizando-os quanto ao seu papel cientícas, viagens de estudo, intercâmbios primeiro, com as pessoas pertencentes à
supervisora, Ana Lúcia Bezerra, responsável se prepararem melhor para o mercado de
precisamos debater a ética e o junto ao meio ambiente e sociedade. por apresentar aos estudantes todos os e mais. Essas ativi-dades podem ajudar a rede de contatos. E, conforme o prossional
trabalho.
compromisso social com os “Muitos saem da universidade sem sequer benefícios da Caixa de Assistência dos desenvolver suas habilidades técnicas, for adquirindo mais experiência esse círculo
futuros prossionais, que serão conhecer como funciona o seu próprio prossionais do Crea. Em sua exposição, Ana aprofundar conhecimentos especícos, a se ampliará.
+ Investir em uma boa educação
responsáveis pelo Conselho prossional, que é a sua casa. Lúcia explicou o que é a Mútua, o porquê de superar certos desaos e a estimular os Não tenha medo nem vergonha de
A primeira coisa que o prossional
desenvolvimento do nosso Além de auxiliar no que for possível com a sua existência e como os prossionais precisa saber, ainda na fase de forma-ção, é sentidos do seu corpo, como a visão. divulgar o seu trabalho! Habilidade,
formação técnica e social dos estudantes, registrados no Conselho podem usufruir dos Outra experiência muito válida criatividade, foco, estudo, persistência e
Estado e país” escolher uma boa instituição de ensino, com
nós queremos aproximá-los do Crea , inúmeros benefícios ofertados pela Caixa. para os estudantes é a atuação em concur- dedicação! A combinação de todas essas
bons conceitos e avaliações. Só a graduação
porque são esses futuros engenheiros que qualidades faz qualquer estudante “entrar
O Crea Jr-PB e a Mútua realiza- não será suciente. É importante investir em sos. Mesmo que o participante não ganhe o
representarão a nossa categoria num futuro com o pé-direito” no mercado de trabalho.
ram, em João Pessoa, Campina Grande e cursos complementares, workshops e prêmio, ele já sai com a experiência de ter
breve”, arma Tiago. Lembre-se, o diferencial de cada prossional
Pombal, a primeira edição do Capacita Crea palestras. A troca de informações com trabalhado em equipe. Mas, claro que, a
Jr, que tem o objetivo para integrar os Para o estudante, o Capacita
colegas na área é muito benéca. Ela melhor maneira de começar no mercado de é o resultado do que ele faz!
representantes de curso das instituições de abre portas para que os acadêmicos que já
contribui na formação do senso crítico do trabalho é realizando estágios. Até se formar
ensino superior da área tecnológica na fazem parte do Crea Jr sintam-se estimula-
aluno. E, em sua casa, vale a pena também e ter um emprego xo, essa é a melhor forma
Paraíba. O evento contou com palestras dos a disseminarem as ações do programa
manter uma pequena biblioteca, com que o mercado oferece de mostrar, na
que contextualizaram o estudante de Enge- entre os colegas dos seus cursos. “Além
exemplos de modelos a se seguir. prática, como será o seu exercício prossio-
nharia no seu Conselho prossional. Foram disso, os espaços de diálogo com as
Conhecimento nunca é demais! nal.
Fonte: blogdaengenharia.com
abordados temas como o programa Crea Jr universidades e seus discentes são funda-
+ Criar uma rede de contatos Toda a experiência é válida!
mentais para que possamos construir uma
34 | REVISTA CREA-PB 35 | REVISTA CREA-PB
PARA UMA
ENERGIA SOCIEDADE
DESENVOLVIDA

BRASIL PREVÊ E SUSTENTÁVEL,


É FUNDAMENTAL
ADICIONAR 19 GW EM VALORIZAR
A ENGENHARIA,
USINAS EÓLICAS AGRONOMIA E SUAS

E SOLARES ÁREAS TÉCNICAS


E TECNOLÓGICAS
ATÉ 2026
O Brasil prevê uma expansão de entre 2016 e 2021, que aceleraria para A EPE ainda projetou investi-
cerca de 41 gigawatts na capacidade 3,7 por cento entre 2021 e 2026. Entre mentos em transmissão de eletricidade,
instalada de geração de energia até 2016 e 2026, a expansão média seria de que devem alcançar 64 bilhões de reais
2026, com predomínio das usinas eólicas 3,5 por cento. Ainda assim, devido à no período, sendo 42 bilhões de reais
e solares, que deverão responder por enorme crise eco-nômica brasileira, o em linhas de energia e 22 bilhões de
quase 19 gigawatts no período, segundo país deve chegar ao nal de 2026 com reais em subestações, considerando-se
o cenário de referência de um estudo do uma carga de 91,2 gigawatts médios, apenas empreendimentos ainda não
governo divulgado em julho. O Plano contra 94,5 gigawatts médios estimados contratados.
Decenal de Expansão de Energia 2026, para o nal de 2024 no último Plano O Plano Decenal cou em
da estatal Empresa de Pesquisa Ener- Decenal, publicado no nal de 2015. consulta pública até 6 de agosto. O
gética (EPE), aponta que essa trajetória O cenário de referência da EPE documento aponta também perspecti-
deverá demandar cerca de 174,5 bilhões prevê a entrada anual de 1 gigawatt em vas para a expansão nos setores de
de reais em investimentos no período. usinas solares por ano entre 2020 e petróleo e gás e combustíveis.
A perspectiva é que ao nal do 2026, em um total de 7 gigawatts no
plano a participação das hidrelétricas, período. Já a expansão eólica deverá Nucleares e Tapajós
carro-chefe da geração no Brasil, caia começar em 1 gigawatt em 2020 e passar
Os estudos da EPE apontam
para menos de 50 por cento da matriz para 1,8 gigawatt anual a partir já de
para o início da operação comercial da
elétrica, ante pouco mais de 60 por 2021, com cerca de 80 por cento dos
usina nuclear de Angra 3, da Eletrobras,
cento atualmente. empreendimentos no Nordeste e 20 por
cujas obras estão paralisadas atualmen-
Ainda assim, o plano prevê a cento no Sul do país.
te, apenas em janeiro de 2026.
contratação de 2,6 gigawatts em novas Ainda está estimada a contrata-
Já a hidrelétrica de São Luiz do
usinas hídricas, mas com a maior parte ção de térmicas à gás natural, pouco mais
Tapajós, que tem potencial para ser uma
dessa capacidade estimada para entrar de 1 gigawatt, além de mais de 12
das maiores do país, não consta dos
em operação apenas em 2026, último gigawatts em usinas para atender o
horário de ponta de consumo no sistema, planos, embora o órgão ressalte que o
ano do horizonte de planejamento. projeto continua no horizonte do governo
As previsões consideram um principalmente no Sudeste e no Sul.
e poderá ser retomado adiante.
crescimento de 3,3 por cento ao ano da “O processo que envolve essa
carga de energia do sistema brasileiro Outros cenários
usina continua sendo acompanhado pela
Mas o plano decenal também
EPE e, solucionadas todas as questões
O cenário de referência da EPE traz projeções de cenários alternativos,
ambientais, ela poderá compor a cesta de O CREA-PB APOIA AS
prevê a entrada anual de 1 como um que simula um crescimento
mais robusto da economia brasileira e um
oferta candidata à expansão em planos PAUTAS E A LUTA PELA
gigawatt em usinas solares por futuros”, arma a EPE sobre o empreendi-
ano entre 2020 e 2026, em um que considera incertezas da demanda,
mento, que é alvo de forte resistência de VALORIZAÇÃO
além de alternativas no caso de grande
total de 7 gigawatts no período barateamento das usinas solares ou para
ambientalistas. PROFISSIONAL
o caso de restrição total à construção de
novas hidrelétricas, entre outros.
Fonte: Ecodesenvolvimento. Disponível em:
http://www.ecodesenvolvimento.org/posts/2017/posts/brasil
-preve-adicionar-19-gw-em-usinas-eolicas-e#ixzz4y3dQlIp2
www.creapb.org.br
36 | REVISTA CREA-PB
DICAS

Biogeograa e Preservação Ambiental


Richard J. Ladle e Robert J. Whittaker

Ecossistemas do planeta estão passando por um período de mudanças sem


precedentes, resultante da ação humana. Muitos habitats foram completamente destruídos
ou divididos em pequenos fragmentos; outros foram transformados pela introdução de
novas espécies ou pela extinção de plantas e animais nativos e, agora, a mudança climática
antropogênica ameaça redesenhar completamente o mapa geográco da vida neste planeta.
ELEIÇÕES
www.editora-andrei.com.br
SISTEMA CONFEA / CREA / MÚTUA - 2017

15
Tintas de Qualidade
O CREA-PB É FEITO
Livro de rótulos da Abrafati

COM A SUA DE
Produzido pela ABRAFATI – Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas, a
DEZEMBRO
edição 2017 do livro Tintas de Qualidade é referência para aqueles que lidam com
produtos para a pintura decorativa, como engenheiros e arquitetos. A publicação mostra
PARTICIPAÇÃO! DAS 9h ÀS 19h
873 produtos, de 35 fabricantes, para acabamento de paredes, madeiras, metais e outras
superfícies, assim como complementos (massas acrílicas, seladores, fundos preparado-
res, entre outros).
www.tintadequalidade.com.br

Livro de Ordem Digital

O engenheiro civil Lucio Felix Neto desenvolveu aplicativo para atender à Resolução
CONFEA 1024 / 2009, que trata da obrigatoriedade de adoção do Livro de Ordem de obras e
serviços de Engenharia, Agronomia, Geograa, Geologia, Meteorologia e demais prossões
vinculadas ao Sistema CONFEA/CREA”. O projeto, desenvolvido na incubadora do SENAI
Bahia, se chama RDO App, e oferece o Relatório Diário de Obra (ou Livro de Ordem) de forma
100% digital.
Maiores informações podem ser obtidas através do telefone (71) 9 9957 1269 ou através do
perl de Lucio Felix no Linkedin (https://www.linkedin.com/in/lucio-felix-netoba38499)

Os 10 melhores e úteis aplicativos


para engenheiros

O dia a dia de quem quer ser engenheiro ou já é um, demanda, além de força de vontade,
muita sintonia com a prossão. Mas é claro que, se você escolheu estudar engenharia,
sabe que precisará de artifícios que facilitem sua vida acadêmica e prossional. Os
Av. Dom Pedro I, 809 / Centro - João Pessoa-PB
www.creapb.org.br
aplicativos estão aí para ajudar estudantes e prossionais, seja para organizar a agenda, (83) 3533 2525
desenhar grácos, resolver questões ou calcular medidas. Por isso, o Blog da Engenharia
(www.blogdaengenharia.com) selecionou uma lista com os 10 melhores apps para
engenheiros. Vale a pena conferir!
www.blogdaengenharia.com/os-10-melhores-e-uteis-aplicativos-para-engenheiros ESTÃO APTOS A VOTAR PROFISSIONAIS COM A
ANUIDADE 2017 EM DIA ATÉ 15 DE NOVEMBRO.
38| REVISTA CREA-PB

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