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PERGUNIE
E
RESPONDEREMOS
ON-LlNE
O. te6fogas discutem :
TEQLOmA DA LIBERTAÇÃO 3
• •
NO PROXIMO NOMEIO:
x --
.PERGUNTE E RESPONDEREMOS »
Direção e Reda.ção de Estêvão Bettenoourt O. S.B ,
REDAÇAO DE pn ADi\nNlSTRAÇAO
Livraria nIlsslonArla Editoro
Caln Postal 2.668 R ua !\léxleo. 168-B (Castelo)
ZC-OO %0.031 Ri o de Janeiro (RJ)
20.0 RkI de Janeiro (RJ) Te!.: 224.0059
"MINHA SENHORA DONA•.•"
Luis Guimarães Rosa, embora nAo fosse proprlammte
católico, deixou-nos três versos que bem exprimem o con-
teúdo de Natal e Ano Novo, cujas ce)ebrações~
entre nós: ~ .. _(1. " • It .', . ..
tO'r I:. . j
«MUnIA SENHORA DONA: Ull~~;" 'f H.\.1.·
UlIlllENlNO NASCEU, ~
cy,"-p; '1
'111 /_
O BWNDO TORNOU A OOMEÇ ~.
Detenhamo-nos um pouco sobre tais d.i2e
Eles vêm a ser, antes do mais, um anuncio . .. , anÜIlcio
dirigido à senhora dona.
Quem serã essa senhora!
O cristão é levado a pensar lmedlatamente no anúncio
dirigido a Maria (cf. Lc 1,26-38). A MarIa disse o anjo que
lhe nasceria um filho. EIs, porém, que a figura de Maria se
prolonga na Santa Mie Igreja, de modo que a mensagem é
hoje dirigida à Igreja: o menino que havia de nascer, jâ nas-
ceu ... A Igreja ouve Isto em cada celebração ' de Natal 9,
dentro da Igreja, cada cristão o ouve, pois o anúncio inter.
pela cada qual pessoalmente.
«Um menino nasceu .. . » Não hã maior alegria para uma
mie do que a de saber que lhe nasceu um filho. A crlan;a
é vida nova, fruto dos penosos sacrifícios de longos meses ...
Ali dores do parto se transfonnam em exuItação desde que o
pequenino tenha nascido.
Esta verdade toca também de multo perto os cristãos , , .
Natal é celebrado no fim, . .. no fim de cada ano, quando os
homens estão cansados e agitados, e pensam em encerrar
mais um perlodo de atividades... Mais um ano passou,
somando-se 80s anteriores para dizer·nos que nos tornamos
mais velhos, mais próximos do fim desta jornada terrestre.
Ora precisamente o contraste entre B moldura de tjm de ano
e a presença do Menino ou da vida recém. nascida, o enron·
tro do Ílm e do comeco. são extremamente significativos para.
o cristão. Lembram·nos que, para o dlsclpulo de Cristo. não
hã fim propriamente dito, mas apenas transição de uma
etapa para outra . . . O fim do ano não é quebra nem rup·
tura, mas transição para novo ano, . . . ilovo ano não só na
computação dos astrônomos, mas novo luto de graça, teste.
-1 -
munho do sorriso benevolente de Deus. Cada ano que entra,
à pr1mejra vista. signltlca envelhecImento" '. envelhecimento
do homem exterior de que faJa São Pawo (c!, 2Cor 4.16);
na verdade. porém, cada ano que entra, é um passo a mais
para a plenitude da vida; significa o desabrochamento do
novo hom~m ou do homem Interior, semlnalmente formado
em nós pelo batismo; essa vida nova não conhece ocaso, mas
apenas t.Ie:oabro cluunen to • • .
CIO mundo tornOQ a começar.... Sim; quando o Me..
nino nasceu, tocando e santificando a carne humana, Ele '
tocou de certo modo o mundo lntelro e o recriou; Ele toro
nou o mundo ainda mais rico de Deus e, por Isto, mais
transparente para o Criador; a luz, a videm. o ea.mtnho, a
porta, o cerdêiro, a pedra angular, o bom pastor, a mulher
que perdeu sua moeda. .. vêm a ser Imagens translúcidas do
senhor Deus. Com o na.sc1rnento do Memno. o mundo entrou
em nova fase de sua existêncIa. pola doravante cada ele.
menta matenal (a igual o pão, o sal, o óleo, os gestos e as
palavras do homem . .. ) se tomou apto a exprimir e comu·
nicar a vida de Deus no plano sacramental.
cO mundo tomou a oomer.ar . • . :. Esta expressão poderia
lembrar o ceterno retorno» de que ralam as antigas mito·
logias .. " eterno retorno que, na sua insipIdez e monotonia,
provocava a repu1sa do homem (até hoje quem admite a
reencarnação, lcnde a Jibcrtar·sc do penoso ciclo das reen.
carnações) , Não é, porém. no senUdo dos mit610g0s que o
cristão entende o ctomou a começar:.. Como dito, este reco·
mece significa um progresso, nova penetração da Eternidade
dentro do tempo, do Absoluto dentro do relativo, do Ncces-
sârio dentro do contingente, do infinitamente Santo dentro
do finito e rniserãvel ...
Conscientes disto, iniclamO$ () MO de 1979, que todos
desejam espontaneamente seja o mais venturoso po!sivel.
DeseJamo. lo também nós aos nossos leitores. Todavia sabe·
mos que n expressA0 co mais venturoso possiveb é poliva~
lente, Que s1gnlflca ela? · - cada um terá a sua resposta.
Importa, porém, salientar que, qualquer que venha- a ser o
CO;tteúdo do novo ano, sení este um ano de graça, de reden-
ção, de caminhada para a Casa do Pai . .. Que a conscIência
destas verdades nos acompanhe mês por mês até o fim! Pos-
samos nós santificar e transfigurar todos os acontecImentos
do ano, procurando vlvê·los numa atitude de eternidade ou
de juventude Que não conhece decl ~ nio~ E, assim fazendo.
teremos, sem dúvida, o ano mais venturoso posslvel . . .
E.B .
-2-
.PER<iUNTE E RESPONDEREMOS"
Ano XX _ Nr 229 _ Janeiro dI' 1979
O. te61ogol dlacutlm :
teologia da liberta~ão
Em Ilnt••• : A Teorogla da Ubartaçlo (TL.) vam a UI • ,rabo-
rI~1o do modo camo enlendar a ulvaÇlo tmlda por Cristo aOI h"omanl.
Tal larela admite dlva,.oa mallz8l. Em lU" formas extremadu, que do
multo difundida., propugne um IlSaaf da tMlm.atar s6clo-econOmlco, qUI
absllal dos nlor.. lrtlntcendenlalt • da lacalologl. crlstl propriamente
dlla. Os autores mais avençados deaaa concepçlo Jogam com os texlol
blbllcol cre moelo a anquad,6.fol dentro de lUas tases p .. concebldas,
em granda parta crlplCMnlrxlstu ou abertamente mllXl .....
-3-
4 cPERGUNTE E RESPONDEREMOS~ 229/1979
1. As grand•• tese. da n
A palavra cllbertacão~, segundo os citados autores, cor·
responde ao voctbulo blblico «redencão~, signilicando o dom
que Crlsto trouxe aos homens, dom 80 qual corresponde uma
tarefa. Vejamos, pol$, como, em proposições sucintas, enten·
der esse dom-tarefa.
-4-
TmLOCIA DA LIBERTAÇJ.O s
4) Eis por que 8 palavra de ordem já não é cdesenvol4
vlmento:t, mas cl1bertação:t, ou seja, reação contra a opressão
e a espollação de que são vitimas os povos da AL. Essa liber~
taçio é entendida nos termos abaixo reproduzidos:
''Tent.r melhorlu dentro di ordam atual era pouco eficiente .•. 56
uml quebra radicai do pruenle ..tido d. coisas, um. lraosfom'laçlo
profunda do 11.leml da proprledldl, o ICIsto lO poder di classe expio-
radl. uma revoluçAo -IOcrll qUI rompa com lal dlpend'ncll, pode per-
mlUr I ceno .. uma loclldada dlferenle, I uml locladade l oclaUl1a.
Ou, pela menot, ioer qUI 1.11 IIla pOUr..,ll" (cf. GUtll"lr. ob. clL
p. 34).
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6 cPERGUNTE E RESPONDEREMOS:. 2.29/1979
"Quem pretenda negar li elÚattncla ctI lute de el. . . . .ou quem recvtl
.ng.lllt~.na mesma. Já tomou parlldo, pote . ." fl'lOteçendo 011 Int.r.....
di. clnla domlnanta. NIo ht lugar para neutralldada n.... ma"rI." (cf.
Outllnu; ob. clL 229) 1,
1 GuUerMZ, ob. clt, p. 228. nola 51. clla um lado de Karl ""arx para
confirmar a lua atlrmat"'. :
"No qUI m. diz ,.'p.llo, nlo m. pertanc. o mérito d. hayer des-
coberto • •xlst'ncle de el..... na .ocladadl mod.rna, na.,.. • luta an!te ·
ela.. Multo anle. da mil1\. oa historiador•• burgu .... havi.m descrito o
dlaenvo1vlm.nte hl,torlee d ...a luta dI el....... OI lconemlst.. bur-
IIU.... estudado a .u• •natomla Iconbmlc.. O QUI IIz da nove foi:
, . dtlmonatrar que • axflt6nela d. cl..... a6 se IIgll a etap. . do da. .1t&
YOMm.nto hllt6r1co dat.rmlnado p.l. ploduçloi 2. que a luta da c ......
lav. nae.... rlam.nt. l dlladuta do prolalarlado; 3. qUI ••1. dlt.dura
um. locl.dade .em eI..........
constitui apenas a uanllçto para a .OOIlÇlo de toda. . . cfaIH. a •
(clrta a Wayclameyat. dI 5/031t852.
Im K. M.rx-F. Engets, Etud .. phllo. ophtqulitl. Paria 1961, p. 151).
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TEOLOGIA DA LIBERTAÇAO 7
•
8) Para corroborar sua tese em · prol do engajamento
poUtlco na luta de classes, os autores da n. afirmam que o
próprio Jesus tomou parte nas campanhas poUticas do seu
tempo. Assim Gutierrez (ob. cit., pp. l~n·l99) aponta três
aspectos que lhes ·parecem fundamentar essa afinnação:
-7-
•
Uma das expressões dessa. gratuJdade é a araçia, a qual
nos poe em CODt8LO com DellS. 'foaavJ8. a oraçao não aeve
, ser aLenante nem evasiva. Ao contratlO, a TL.. ensina que,
para chegar à união com Deus, o cristao deve passar pelO
homemj ~ ora:.ão também leva a encontrar mais plenamente
o ltomem.
c) A gratuidade é fonte da alegria. cristã. Esta nasee
do dom jã recebido e ainda por ~r recebido. A alegrJa.
pol'êm, nlio deve diminuir a inrensidade dO compromisso em
tavor dos homens nem há de levar a conciliação fácil e barata.
Ela. se caracteriza positivamente pelas palavras do eMagni-
flcab. as quais exprimem a alegria da criatura que sabe ser
amada por Deus.
Em sintese. a. esplritualldade da libertação é a esplritua-
lidade dos anawbn ou dos pobres, de que tanto fala o An·
tigO Testamento; tais pobres são os despojados, colonizados
e escravizados pelos poderosos; em conseqüência, colocam
sua esperan:a em Deus só, o qual é a sua única Conte de
riqueza interior e de segurança.
Eis, em grandes traços, o que se entende por «Teologia da
Libertação. segundo os seus mais caracteristicos e avançados
autores. Como se pode compreender. tais idéias desencadea-
ram contestação entre os estudiosos e mesmo no público inte-
ressado_ Importa-nos agOra repensar e pesar a nova mensa-
gem teológica.
•
2. Uma avaliação
Dlst1nguiremos dois principais pontos de reOexio.
2 _1 . A salvasão cri,'á
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TEOLOGIA DA UBERTAÇJ..O____ _ _ _ _ 9
-9-
10 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS> .:229/1979
-10 -
_ _ _ __ _TEOLOClA DA LIBERTACAO 11
2.02. As ambigüidades da n
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12 cPERGUN'I'E E RESPONDEREMOS:. 229/1979
2,2.2 . Praxl.
-12 -
TEOLOGIA DA UBERTA9A=O'-_ _ _ _I3'"
2 .2 .4. Conversão
Gutierrn incute a necessidade de conversão do cristão.
Essa conversão significa voltar.se para o próximo, para o.opri.
mido . . . A conversão a Deus é menos mencionada, ... talvez
por estar Impl!clta na conversão para o irmão.
Nio hã dúvida de que é lmposs[vel amar 8 Deus sem
amar ao próximo. Todavia seria para desejar que os teó-
logos da Ubertação dessem a devIda importância ·à conver-
são e ao relacionamento direto do cristão a Deus; é em fun-
-13 -
14 ' ePERGUr-rrE E RESPONDEREMOS. 229/1979
3. Jesus. a pollUcl1
G. GutieITeZ e outros autores julgam pod.er descobrir
no EvangeUío ind!clos de que Jesus teve Intenções poHtlcu
revolucionárias (o que natura1mente fundamentaria a Teologia.
da Llbertacão revo]uclonâ[-ia). Todavia uma leitura atenta.
dos Evangelhos leva a coneludo contrária: Jesus teve em
mira fundar um Reino, sim. o Reino de Deus, sem contudo
se opor partidariamente às autoridades civis constitutdas em
sua época. Eis os textos que vêm a propósito:
a) Interrogado por Pllatos, Jesus respondeu: «Meu reino
não é deste mundoi se tosse deste mWldo. m eus súditos
teriam combatldo para que não fosse entregue aos judeus.
Mas o meu reino não é daqub (Jo 18,36) .
Com estas palavras Jesus afinnava que a SUa missão
não era de Indole política. Esta atltude toi confirmada Quando
prenderam Jesus; não somente o Senhor não opôs res!stêncla,
mas ainda censurou a Pedro, que o quisera defender com a
espadaj Ele teria podido lsentar·se na mesma hora, mas que-
ria seguir até o extremo a vontade do Pai, segundo a qual
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16 .,PERGUNTE E RESPONDEREMOSit 229/1979
B'b1lotrana :
BLANK J. E UElLt:NBERG G., O e...lno 6Ilco d. J.sus • OI pro-
blemas modemos. Pelrópolls, Ed. Vozes 1973.
-17-
AInda em foco ;
OS meninos de deus
• • •
Comentário: Em "PR 184/1975, pp. 168-176, tal apre-
sentado o movimento dos Meninos de Deus, que se tem mos-
trado irrequieto tanto no Brasil como tora do Brasil. Pas-
sados quase quatro anos, tal Movimento continua a agitar,
recorrendo a novos meios (panfietos e atitudes), que dei-
xam o público perplexo. Tal é o motivo por que voltamos
ao assunto, desejosos de aduzir novos elementos aos Interes.
sados para Que possam avaliar melhor tal MovlmcnttJ, Exa-
minaremos sucessivamente: 1) Jl origem dos ,Meninos de
Deus»; 2) as suas Idéias principais; 3) segulr'-se-á final-
mente um tuIzo sobre o assunto.
Advertimos o leitor de que, para melhor evidenciar o
teor da pregaçio dos Meninos de Deus, seremos obrigados a
transcrever textos de baixa linguagem e conteúdo Indeco-
roso, extraIdos dos panfletos dos Meninos de Deus. O leitor
compreenderâ B finalidade deste método, que se destina exclu-
sivamente a mais lúcida tomada de consciência de uma rea-
lidade que vem Interpelando a nossa socIedade.
18-
OS MENINOS DE DEUS ._ _ _ __ _ -1!1
1. O surta do Movimento
A origem do Movimento ê wn tanto obscura. Eis, po-
rém, o que se pode dizer a respeito: •
o fundador dos Meninos de Deus é um protestante norte-
-americano fundamentaUsta, chamado David Berg, o qual
passou a ser conhecido por Pai Davi ou por Moisés Davi ou.
simplesmente, por llo, visto qUe os membros do Movunento
adotam novo nome, tirado da Biblia.
David Berg ou Moisés Davi deve ter atualmente entre
clnqUenta e sessenta anos de idade. Iniciou a sua campanha
pelos anos de 1968/ 69 juntamente com seus quatro tUhos e
respectivas consortes. Em 1969, como alega, teve a previsão
de iminente terremoto. em conseqUência da qual a sua obra
se foi difundindo com impetuosidade especial. Junto a David
Berg desempenhou importante função a mãe do «profeta.,
chamada Avó nas cartas do Pai Da vi.
Para entender devidamente a obra de Mo, faz·se mister
considerA.-Ia no seu conléx.to histórico.
Na verdade, ela 5e situa dentro da corrente da cJesus
Revolution:. dO.!! Estados Unidos, ou seja, no contexto das
manlfesta~ chlpples:., emocIonais e espontâneas. em prol
de Jesus Cristo, do Evangelho e dos valores rrusticos em
geral, que desde a década de 1960 vêm prol1ferando no&
Estados Unidos. Eis por que devemos, antes do mais. des-
crever algumas das caractertsUcas desta_
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20 f PERGUNTE E RESPONDEREMOS,. 229/1979
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os MENINOS DE DEUS 21
1.2 . O amor
Uma das notas mais marcantes da mensagem dos Meni·
nos de Deus é o elogio do amor, em oposl;ão ao .ódio que ca·
racteriza. muitas das manifestações da sociedade moderna.
Apregoam, porém, um amor Que nem sempre é cristAo, mas
erótico e lascivo. Por isto a linguagem Que empregam para
recomendar o amor, é de baixo calão, chegando à pornografia.
Transcrevemos aqui (com a devida vênia do leitor) alguns
trechos dos panfletos de Mo:
"Chega-te plra '''I Sakne do camlnhol Cuero Ir para a cama
com Jesusl O que tlzeste com Jesus, qUI • chamado o C. lst01
Tira a tua maldita porca,la daqui para 10111 ~s um maldito cabrfl)
-23-
24 (PERGUNTE E RESPONDEREMOS. 229/1979
malcheirosol Nlo quero que mais nloguem a nAo ser Jesus me fodll
Sou a ..poaa da Crlltol" (Mo, Vllll'lotI falar da ""UI,
1'1'1 20, 5/12/70,
p. " 5 2.5).'
-24 -
OS MENINOS DE DEUS 25
-25-
26 . PERGUNTE E RESPONDEREMOS, 229/1979
2.3. _Cri...
e dlf1cll perceber e.través dos panfletos de Mo se os Me-
ninos de Deus aceitam ou não a Divindade de Jesus Cristo.
Reterem·se constantemente a Jesus como homemj têm·no
também como Deus? Talvez os Meninos de Deus não pen.
sem em eJaoorar algwna teologia ou CrlstOlogia. Herdeiros
da lé protestante, de que o pai Davi era outrora professo. é .
provável que tenham dllwdo as crenças originárias do pro·
testantismo; hoje dão mais énfasê ã. emobvidade sentimen.
tal. alimentada por JgnorA.ncia religiosa e falta de cultura
geral lou mesmo por uma atitude predefinlda de contra.cul.
tura ou de desafio 'À cultura vigente, com tudo o que ela
possa ter de bom e de mau).
Procuremos agora (ormular
3 . 1 . 1. $uperf1dallc:!ocLt e ....otlYldod.
,
Como OS demais grupos da cJesus-Revolution'. os MenI.
nos de Deus carecem de nocóes adequadas a propOs1to de
Jesus Cristo e do Cristianismo. No Brasil, muitos não têm
a instru;ão do segundo grau ou, às vezes, nem Q do primeiro
grau completo. Isto os ' torna superficiais e, não raro, irreve·
rentes e Uberttnos. Utilizam as 'Escrituras Sagradas à luz de
certa tradição protestante; todavia ignoram os resultados da
exegese contemporânea sadia. Acontece também que mes·
clam os dizeres do l.Jvro Sagrado com dados de creve1ações.
particulares, produz1ndo assim uma mensagem eclética, apa·
rentemente blbU,?" mas fortemente subjetiva e fantaslsta.
AliAs, os Movimentos reUgiosos jovens de estilo chippie.
são prejudicados pela sua nota de antlintelectualismo ou por
falta de formaçã.o fUosófico·doutrinária. Esta lacuna amea·
-26-
os MENINOS DE DEUS 27
-Zl-
28 ..PERGUNTE E RESPONDEREMOS:) 229/1979
3 .1 ,3 . O fim do mundo
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os MENINOS DE DEUS 29
- 29-
30 cPERGUNTE E RESPONDEREMOS, 229/1979
3 . 2.1. Osemomlstico
-30-
OS MENINOS DE DEUS 31
3 •.2 . 2 . A fwentude • a fé
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CiêncIa ou "cçlo 1
discos voadores: sim ou não?
• • •
Comentirlo: Não é raro ler-se nos 10mals a notlcla do
aparecimento de algum «disco voador:. e das conseqüências
de tal fenômeno entre os habitantes de determinada região.
Aos 24/10/78, por exemplo, o domai do Brasil . noticiava:
cPiloto australiano desaparece eom seu avião depois de encon·
-32 -
DISCOS VOADORES? 33
1. Observa~ão prellminor
Há decênios que a Imprensa tala de discos voadores não
só no BrasU, mas no mundo Inteiro. Principalmente a partir
de 1947 as notlclas 8 propósito se têm multiplicadO; a princi-
pio, os cientistas consideravam, de certo modo, ridiculos tais
rumores; um estudo maiS aprofundado dos fenômenos assim
apregoados parecia cherético». Em nossos dias, não se pode
dizer ' o mesmo: embora os cientistas continuem reservados
no tocante ao assuntc, já vârlos admitem dedicar·lhe sua
aten;ão_ Fala-se mesmo de Ufolagia,. nova ciência que versa
-
sobre os 1JFO. ou seja. Unldentlfled FI1iDg Objecto (objetos
voadores não identifIcados).
No Brasil, as noticias referentes a discos voadores são
exploradas, entre outras correntes de pensamento, por seitas
e 6Ociedade.s relleiosas ou miSticas, que procuram em tais.
fenOmenos a conflnnação de suas crenças e alimentam a fan-
tasia popular de maneira, às vezes, doentia ou allenante. 1.:
Isto que exige especial sobriedade da parte de quem deseje
cultivar a objetividade c1entlfica neste particular. Tal seja,
pois, a nossa atitude diante do discutido fenômeno dos discos
voadores: procuraremos distinguir nas diversas noedas regis-
tradas sobre o assunto as que possam merecer atençio, e
tentaremos indicar as trilhas para um encaminhamento sereno
dos respectivos estudos.
Comecemos por examinar o histórico e o estado atual
das pesquisas.
-33-
34 cPERGUNTE E RESPONDEREMOS~ 229/1979
2. O.... m 8 hoje
2 . 1. Irew hlst6rfco
-34 -
DISCOS VOADORES? ·35
-35-
36 ..PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 229/ 1979
- 39-
40 cPERCUNTE E RESPONDEREMOS~ 229/1979
3 . 1• 1 . 'ercepsão dI ....a
-40 -
DISCOS VOADORES!
-42-
______________~D~~~COS~~V~O~A~DO~RES~~'~____________ ~
-- 43 --
44 cPERGUNTE E RESPONDEREMOS, 229/1979
4. Conclusõo
o fenômeno dos discos voadores tem dIvidIdo 0$ cien-
tistas,. pois, em parte, supõe dados que, cIentificamente, pare-
cem objetivos; em parte. porém, se prende à fantasia e Q
teorias mistlcas. Aliás, algO de semelhante se dá com os
tenOmenos parapsicológicos: enquanto multas cientistas os
ignoram. conscientemente, outros lhes dedicam eonsideracão
slstemAtlca e clentlf1ca.
-44-
Como quer que seja, segundo o atual estado das pesqui.
sas, pode.se di1:er que, no grande acervo de registros de
OVNI. ao menos uma pequena porcentagem merece atenção
por constituir categoria de fenômenos fiskos até esta época
desconhecidos ou não elucldados. For conseguinte, vé·se que
estudar tais fenômenos ini!xpllcados pode ser tarefa de cien·
tista sério e honesto, tare1a independente da hipõtese de exis-
tirem habitantes em outros planetas. Infelizmente, porém,
há quem confunda a pesquisa sobre os QVNI com a a~ita
ção desta hlp6tese e de numer~as concepções fantasistas que
multas vezes a acompanham,
:.::: oportuno Que os homens de ciência consagrem um
çouCQ de sua alencão ao fenômeno dos OVNI. Somente assim
este sera examinado com seriedade e se dissiparão não pou·
cas teses Imaginosas qUe alimentam Indevidamente a curio.
sldade do público.
No atual estado das pesquisas, seria afoito querer tomar
posição definida. diante da questão dos OVNI. O que a dên·
ela consegue hOje entrever neste particular, ê simplesmente
a conclusão de que o estudo honesto dos fenômenos ditos de
OVNI não é heresia cientiflca, mas, antes, serviço prestado
ã comunidade humana a fim de que esta não se torne vitima
de exploracãc da falsa ci~ncia nêm seja afetada por uma
espécie de super-psicose de alcance mundial.
à \J,,'a. de blbllolJl"ttl :
.... LLEN HYNEK, " ., L.. obletl .011"1. non I"'ntlllês. Pa ris 19704.
ROSSI. · A., Num dlRo .oldor .1,1Iel outro plenel•. Silo Paulo 1959.
VALLEE, J., P.... port lo MIgonll, from FOlklor, lo FI)'lng S.uce ....
Chlcage 1969.
Estêvão Bettencourt O. S. B .
,. .livrosem .estante
J . A teoloUI. d. Mata ..., por Javlllt Plkata. Tllduçlo do espanhol pelo
'. , Pe. José RaImundo V/dIGII eSsR. Coleçlo 'OTeologia dos Evangelhos de
J esus" 2. Iid. Paullne", 510 Paulo 1978, 153 pp., 135 x 210 mm.
Ao leologl. Ih Luc_. por Jlvier PlkUa. Trad uçlo do •• panhol pelo PI!:
José Raimundo Vldlgal eSsR.. Coleçlo "T'ologla dos Evangelhos d. Jesus"
3. - Ed. Paulln.,. sao Paulo 1978, 190 pp., 135 )( 210 mm.
E.I .