Você está na página 1de 5

Teoria Evolucionista

Principais representantes:
Edward B. Tylor (1832-1917), Lewis H. Morgan (1818-1881) e James Frazer (1854-1941).

Alguns postulados e comentários:


Por volta de 1830 alguns postulados e comentários sobre o evolucionismo antropológico:
surgiram na Europa. Eram algumas teorias, desvinculadas de condicionamentos míticos ou
religiosos, que tentavam explicar semelhanças e diferenças entre fenômenos socioculturais. O fio
condutor foi o conceito de evolução cuja idéia central era de que seria possível ordenar em série
as formas de vida natural de tal modo que se infere intuitivamente ou passar de uma forma de
vida a outra. Podemos dizer que foi a partir deste ponto que a antropologia científica deu seus
passos iniciais, começando com o evolucionismo, portanto, a primeira das escolas
antropológicas.
Alguns traços importantes desta corrente foram:
1. Naturalismo anticriacionista; 2. Progresso indefinido; 3. Seleção natural; 4. A linha de
evolução parte do simples e chega ao complexo; do homogêneo ao heterogêneo.
5. Utiliza o método comparativo
Assim, para Morgan, a cultura humana é o produto de uma evolução natural, sujeita à leis que
regem as faculdades mentais do animal humano em seu estado social. De esta forma, a evolução
da cultura poderia ser objeto de estudo científico e tal foi seu objetivo. A metodologia de
trabalho na classificação e comparação de achados antropológicos. Com efeito, foi um pioneiro
na realização de trabalhos quantitativos de campo na etnologia.
Morgan centrou seu interesse na evolução social da família, desde os casais circunstanciais até a
monogamia, considerada própria da civilização. Morganestabelecia três etapas sucessivas e
graduais:
1. Selvagismo: que por sua vez se dividia em inferior-médio (identificado pela pesca e o domínio
do fogo) e superior (com domínio de armas como o arco e a flecha).
2. Barbárie: no nível inferior somente com o domínio da cerâmica e a domesticação; no nível
médio com a conquista da agricultura e o ferro no nível superior.
3. Civilização: etapa correspondente aos povos que desenvolveram o alfabeto fonético e que
possuíam registros literários.
Assim, Taylor defendia que existiam diferentes tipos de famílias que evoluíam até chegar à
família patriarcal em suas formas poligâmica e monogâmica.

Difusionismo

Principais representantes: Graebner (1877-1942), Smith (1864-1922), Rivers (1864-1922).

Alguns postulados e comentários:


O difusionismo é conceitualmente uma reação às idéias evolucionistas de unilateralidade, isto é,
ao evolucionismo universal de acordo as leis determinadas. Assim, os estudos desta escola se
concentraram nas semelhanças de objetos pertencentes a diferentes culturas, bem como
especulações sobre a difusão destes objetos entre culturas. Assim, um objeto foi inventado uma
só vez em uma sociedade en particular e a partir dali se expandia através de diferentes povos.
Ao contrário do evolucionismo que postula um desenvolvimento paralelo entre civilizações,
o difusionismo enfatiza o contato cultural e o intercâmbio, de tal maneira que o progresso
cultural mesmo é compreendido como uma conseqüência do intercâmbio.
Desta forma, ao se produzir um contato entre duas culturas, se estabelece um intercâmbio de
traços associados que foram tomados na qualidade de “empréstimo”, mas que passam a formar
parte da cultura.
Conceito de empréstimo cultural: É a transposição de elementos culturais através de um processo
seletivo em que os traços que mais se adaptam à cultura são assimilados de tal modo que se
transformam, incluindo em sua função.
São considerados aportes do difusionismo a importância outorgada à inter-relação entre os
fenômenos culturais, a notável acumulação de informação etnográfica e a insistência nos
trabalhos de campo (pesquisas de campo).

Funcionalismo

Principais representantes: Bronislaw Malinowski (1884-1943), Radcliffe-Brown (1881-1955).


Alguns postulados e comentários:
Malinowski defendia que as instituições desempenham funções específicas e, assim, contribuem
para sustentar a ordem social.
O funcionalismo enfatizava a interconexão orgânica de todas as partes de uma cultura pondo em
primeiro plano a idéia de totalidade. Desta maneira, postulava uma universidade funcional que se
opõe ao difusionismo.
Análise funcional é uma explicação de fatos antropológicos em todos os níveis de
desenvolvimento de acordo com o papel que jogam dentro do sistema total da cultura, de modo
que estão inter-relacionados com o interior do sistema e pela forma que o sistema se vincula ao
meio físico. O conceito de função, de acordo com Malinowski se refere ao papel que joga um
aspecto em relação ao resto da cultura e em última instância, orientado sempre a satisfação das
necessidades humanas, isto é, a sobrevivência.
Será um passo adiante na linha de trabalho de Radcliffe-Brown, que encampou o conceito de
estrutura social. Com efeito, para este autor não há função sem estrutura. Por estrutura se entende
uma série de relações unificadas, na qual a continuidade se conservaria a través de um processo
vital composto pelas atividades das unidades constitutivas.
Sabe-se que existem requisitos prévios o uma série de condições necessárias para a
sobrevivência de uma sociedade ou a manutenção de uma estrutura. Assim, de acordo com
a teoria funcionalista, certas formas culturais ou sociais são indispensáveis para que algumas
funções possam desempenhar-se.
As conseqüências do modelo teórico formulado pelos teóricos do funcionalismo se manifestam
na prioridade outorgada a análise sincrônica e a-histórica, a noção integrada da sociedade com
certa tendência a conceber-la como um complexo sistema fechado, bem como o abandono àquilo
que as correntes teóricas anteriores consideravam como a origem da cultura.

Estruturalismo Antropológico

Principais representantes: Levi-Strauss, Needham, Douglas, Turner e Dumont.

Alguns postulados e comentários:


O estruturalismo busca superar algumas deficiências observadas em outras teorias e tem a
pretensão de alcançar uma explicação da lógica das organizações sociais em sua dimensão
sincrônica, sem deixar de lado a dimensão diacrônica. A metodologia do estruturalismo se deve
particularmente à lingüística, e desenvolve a noção de estrutura.
O aporte teórico de Levi-Strauss enfatiza a estrutura mental que subjaz as instituições.
Nesta linha de pensamento, os fatos sociais poderiam se compreendidos como processos de
comunicação definidos por regras, algumas delas conscientes (ainda que apenas superficialmente
já que podem estar ocultando aspectos da realidade) e outras em nível profundo do inconsciente.
A análise estrutural não é uma esquematização superficial, mas a compreensão profunda da
realidade objetiva e supõe compreender a atividade inconsciente, observando cada instituição ou
cada fenômeno social em suas diferentes manifestações para descobrir as regras ocultas. Nesta
linha interpretativa, uma estrutura se basta em si mesma e não necessita nada mais para ser
captada.
As críticas mais freqüentes ao estruturalismo antropológico se concentram no uso seletivo das
fontes etnográficas secundárias e que na maioria das vezes a teoria é forçada e não se ajusta à
realidade empírica.

Dinamismo Antropológico

Principais representantes: Gluckman e Leach.

Alguns postulados e comentários:

Tanto o funcionalismo quanto o estruturalismo são teorias que representam visões estáticas da
sociedade e consideram que se algo é necessário para que funcione ou é básico em sua estrutura
institucional ou mental, esse algo deve ser bastante estável, ou a sociedade em questão não
existiria. Entre as críticas mais freqüentes a estas concepções, considera-se que a mudança é uma
evidência, sendo que marginalizar sua influência supõe uma análise limitada da realidade. A
partir dos anos de 1950 surgiram estudos que tentaram analisar as mudanças e suas
conseqüências.
O dinamismo é, pois, um fenômeno interno de toda sociedade, além de ser um elemento
fundamental em sua coesão. Nesta linha de pensamento, Gluckmandesenvolveu a noção de
“conflito” para descrever as tensões no seio de uma sociedade. Leach, defendeu a noção de
“ciclos” para descrever os desenvolvimentos periódicos e de mudanças.

Estruturalismo Marxista

Principal representante: Godelier.

Alguns postulados e comentários:


Na década de 1960, o estruturalismo marxista tentará explicar o pensamento selvagem a partir
da dialética e da luta pelos meios de produção, destacando a importância da infra-estrutura
econômica para a compreensão das superestruturas sociais, materiais e simbólicas. Assim, os
tópicos mais freqüentes dos trabalhos de Godelier foram a economia, o fetichismo e a religião.
Neodifusionismo

Principal representante: Wallesrtein.

Alguns postulados e comentários:


Na década de 1970, Wallesrtein se tornou representante de uma reação contra
o neoevolucionismo. O ponto central do neodifusionismo é o de considerar a história escrita
como fonte indispensável para os estudos antropológicos e também a ponderação das enormes e
extensas repercussões de fatos econômicos em sociedades remotas. A idéia de Wallesrtein era
ressaltar que a interdependência entre economia e sociedade surge do fato que são as mesmas
pessoas que atuam nas diferentes esferas, isto é, no âmbito familiar ou nos aspectos político,
religioso e econômico

Você também pode gostar