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DIMENSÕES DE UM MODELO SUSTENTÁVEL DE FORMAÇÃO DE

PROFESSORES DE EDUCAÇÃO INFANTIL

Eixo: Educação

Janaila dos Santos Silva


janailasilva@hotmail.com
Universidade Federal de Alagoas (UFAL)

Lenira Haddad
lenirahaddad@gmail.com
Universidade Federal de Alagoas (UFAL)

Resumo: Desde a LDB, Lei 9394/96, a formação inicial de professores de educação


infantil no Brasil tem seu lugar reconhecido no ensino superior. Recentemente, as novas
Diretrizes Curriculares para o Curso de Pedagogia, Resolução CNE/CP nº 1/2006, bem
como a Resolução nº 2/2015 foram importantes por provocar uma reestruturação nos
cursos de Pedagogia a fim de incluir disciplinas mais específicas sobre o trabalho
pedagógico com crianças e um estágio obrigatório na área. Estes dispositivos legais
tornaram a docência em educação infantil como uma das áreas prioritárias dos cursos
de Pedagogia brasileiros, que também abrangem a formação para a gestão
educacional, anos iniciais do ensino fundamental, educação de jovens e adultos e outras
áreas que necessitem conhecimentos pedagógicos (BRASIL, 2006). Autores como
Cavalcante e Haddad (2014) e Albuquerque (2013) têm observado que apesar dos
avanços, a formação de professores de educação infantil no Brasil ainda não superou
dificuldades no desenvolvimento da profissionalidade específica na área. Esta requer
um contínuo de experiências entre a universidade e a profissão. Nesse sentido, esta
pesquisa de caráter qualitativo foi impulsionada pelos questionamentos: Uma formação
inicial envolvendo um mestrado profissional, com uma experiência maior dos estudantes
em estágio supervisionado, teria maior reflexo no desenvolvimento da profissionalidade
específica? Quais as dimensões que caracterizam um modelo sustentável de formação
de professores de educação infantil? Pensamos num modelo sustentável como aquele
no qual as relações entre os contextos da universidade e da profissão se
retroalimentam, potencializando tanto a formação inicial dos estudantes como a
qualidade do trabalho em creches e pré-escolas. Nesse sentido, escolhemos realizar
um estudo de caso na Universidade de Évora, Portugal, em virtude de que, naquela
universidade, há formação inicial de professores de educação infantil, envolvendo uma
Licenciatura em Educação Básica – LEB e um Mestrado em Educação Pré-Escolar, bem
como relações de cooperação formalmente estabelecidas com educadores, creches e
pré-escolas. Utilizamos estratégias de observação, entrevistas (7 com estudantes, 2
docentes da universidade e 1 educadora cooperante) e análise documental. A pesquisa
levou-nos ao entendimento de que: 1. a ressignificação da universidade como espaço
de formação de educadores de infância, 2. o modo como o estágio e as relações de
supervisão se dão, 3. a qualidade da relação com instituições e educadores
cooperantes, 4. a visibilidade da criança na formação das futuras educadoras e 5. a
valorização da autonomia das estudantes por meio de instrumentos de observação,
apoio à prática e avaliação são aspectos muito significativos no desenvolvimento de
uma relação cooperada e profícua entre universidade e contextos da profissão de
maneira a contribuir para um modelo sustentável de formação docente em educação
infantil.

Palavras chave: Formação de professores; Educação Infantil; Sustentabilidade;


Estágio supervisionado.

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