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Amo o teu viço agreste e o teu aroma Horas mortas, a lua o véu desata,
De virgens selvas e de oceano largo! E em cheio brilha; a solidão se estrela
Amo-te, ó rude e doloroso idioma, Toda de um vago cintilar de prata;
em que da voz materna ouvi: "meu filho!", E o velho muro, alta a parede nua,
E em que Camões chorou, no exílio amargo, Olha em redor, espreita a sombra, e vela,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho! Entre os beijos e lágrimas da lua.
Estranho mimo aquele vaso! Vi-o, "Ora (direis) ouvir estrelas! Certo,
Casualmente, uma vez, de um perfumado Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Contador sobre o mármor luzidio, Que, para ouvi-las, muitas vezes desperto
Entre um leque e o começo de um bordado. E abro as janelas, pálido de espanto...
Que arte em pintá-la! a gente acaso vendo-a, E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Sentia um não sei quê com aquele chim Pois só quem ama pode ter ouvido
De olhos cortados à feição de amêndoa. Capaz de ouvir e e de entender estrelas"
AS POMBAS A UM POETA