Você está na página 1de 2

Música Concreta

A música concreta é um estilo de música do final da década de 1940 e início da década


de 1950 (época do pós-guerra), utilizando sons gravados como material puro, tanto naturais
como produzidos pelo homem.
O termo foi inventado no final da década de 40 pelo compositor francês Pierre
Schaeffer, que começou a fazer experiências no Estúdio de Ensaios da Rádio Francesa com
aquilo que chamou de Musique Concrète, ou seja, composta diretamente sobre fitas
magnéticas, sem a limitação da simbologia musical. Os sons eram registados e, em seguida,
transferidos para outra fita, onde eram misturados, sobrepostos e modificados de diversas
maneiras, através de alterações da velocidade, do sentido da fita, etc. A composição resultante
é uma montagem de sons armazenados em fita, que pode ser tocada à vontade, e dispensa
intérprete.
Composições deste estilo incluem Sinfonia Para Um Homem Só (1950), de Schaeffer e
Pierre Henry, Déserts (1954) e Poème électronique, ambos do compositor Edgard Varèse.

Música electroacústica
A música eletroacústica é um tipo de música do final da década de 1940 e início dos
anos 50. Na época, havia dois grupos de compositores que estavam em conflito um com o
outro: o de música concreta (Paris, França), e o de música eletrónica (Cologne, Alemanha). Esta
última foi começada por Herbert Eimert, e é baseada na construção de música usando apenas
ondas sinoidais, manipulando-as. Eimert considerava este estilo uma extensão eletrónica do
serialismo.
O elo comum entre estas duas escolas é que a música é gravada e executada através
de colunas de som, sem um artista humano. Atualmente, a maioria das peças eletroacústicas
utiliza técnicas de ambos os estilos anteriores.

Cursos de Verão de Darmstadt


Os Cursos de Verão de Darmstadt, também conhecidos como Cursos de Férias de
Música Nova ou, na forma alemã oficial, Internationale Ferienkurse für Neue Musik,
Darmstadt, é um célebre evento que reune estudantes de música na cidade alemã de
Darmstadt, fundado em 1946 por Wolfgang Steinecke, tendo sido tão influente no mundo da
composição contemporânea que deu origem à chamada Escola de Darmstadt, onde se
encontram diversos compositores como Luciano Berio, Pierre Boulez, John Cage, György Ligeti,
Olivier Messiaen, Karlheinz Stockhausen, Edgard Varèse, entre outros.
Ligado ao contexto do pós-guerra, os cursos de Darmstadt permitiram às novas
gerações o contato com a música da segunda escola de Viena, através de cursos ministrados
por professores como René Leibowitz. Tornou-se em pouco tempo num guia da história da
música no século 20, guiando o desenvolvimento da composição contemporânea.
Olivier Messiaen
Compositor, organista e professor francês, Olivier Eugène Prosper Charles Messiaen
nasceu a 10 de dezembro de 1908, em Avignon, França.
Cresceu num ambiente familiar intelectual: o pai era professor de literatura e a mãe
poetisa. Começou a compor com sete anos e, aos onze, ingressou no Conservatório de Paris,
tendo como professores, entre outros, o organista Marcel Dupré e o compositor Paul Dukas.
Obteve cinco primeiros prémios nas seguintes áreas: Composição, Contraponto e Fuga, Órgão
e Improvisação, Acompanhamento ao Piano e História da Música.
Em 1931, concluiu os seus estudos e foi-lhe atribuído o cargo de organista da Igreja da
Trindade, em Paris, onde era conhecido pelas suas invulgares improvisações. Um estilo
inovador e original surgia nas suas primeiras grandes obras, como Le Banquet Céleste (1928),
Offrandes Oubliés (1931) e Quatre Méditations sur l'Ascension (1932). Em 1936, tornou-se
professor da École Normale de Musique de Paris e da Scholla Cantorum. Nesse mesmo ano,
conheceu Jolivet, com quem fundou, juntamente com os músicos vanguardistas Baudrier e
Daniel-Lesur, o grupo La Jeune France, que tinha como finalidade incentivar esse novo estilo
de música.
Na Segunda Guerra Mundial, entre 1940 e 1942, foi prisioneiro dos alemães, no campo
de concentração de Gorlitz, onde compôs e apresentou uma das suas obras mais famosas:
Quatuor Pour les Fins du Temps (1941).
Em 1942, tornou-se professor de Harmonia no Conservatório de Paris, onde lecionou
uma disciplina de análise e estética da música, criada exclusivamente para o compositor. Teve
como alunos futuros músicos de renome europeu, como Pierre Boulez, Yannis Xenakis, Pierre
Henry, Karlheinz Stockhausen, Alexander Goehr e Yvonne Loriod (que veio a ser sua esposa).
Grande parte da sua música deixa transparecer uma profunda fé religiosa. Entre os
seus mais importantes trabalhos para orquestra, encontram-se Turangalîla-Symphonie (1948)
e Chronochromie (1960). Apaixonado pelo canto dos pássaros e após um meticuloso estudo
ornitológico, criou obras musicais complexas inspiradas nas sonoridades das aves, como Le
Réveil des Oiseaux (1953), Oiseaux Exotiques (1956) e Catalogue des Oiseaux (1959).
Como teórico, publicou Technique de Mon Langage Musical (1944) e Traité du Rythme
(1954), onde explicou a originalidade das suas composições através da análise de princípios de
harmonia, de variação e de noções de pedal, de acento, de célula rítmica, entre outros
conceitos. Olivier Messian revelou, nos seus trabalhos musicais, profundos conhecimentos
sobre a tradição da música europeia, mas também da música indiana e da métrica grega.
Olivier Messiaen, uma incontornável figura da música do século XX, faleceu a 27 de
abril de 1992, em Clichy, Haut-de-Seine, na região parisiense.

Você também pode gostar