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Terça-feira
1. Conceito
Lei de introdução é um conjunto de normas jurídicas que tem por objetivo disciplinar a
atuação da ordem jurídica brasileira no tempo e espaço. É uma lei sobre leis (Lex legum).
Norma de sobredireito / superdireito – é uma norma jurídica destinada a regular outras leis.
Consistem num conjunto de normas cujo objetivo é disciplinar as próprias normas jurídicas.
De fato, norma de sobredireito é a que disciplina a emissão e aplicação de outras normas
jurídicas. Na verdade, como salienta Maria Helena Diniz, é uma lei de introdução às leis, por
conter princípios gerais sobre as normas sem qualquer discriminação. É, pois, aplicável a
todos os ramos do Direito.
LICC X LINDB: Alteração do nome da lei. Tal mudança foi necessária, pois a LINDB
tem aplicabilidade sobre todo o ordenamento jurídico e não apenas no Código Civil: normas
de Direito Privado e normas de Direito Público, salvo disposição em sentido contrário. A
princípio a LINDB aplica-se a todo ordenamento jurídico, mas existem restrições em relação
a tal aplicabilidade previstas em determinadas leis.
OBS.: Este sempre foi o amplo de aplicação da LICC. A alteração do nome apenas
adequou o título da norma a sua aplicabilidade.
Art. 5o Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem
comum.
3. Aplicação da norma jurídica
Todavia, caso os outros mecanismos de integração sejam insuficientes, outra saída não
há a não ser solucionar a lide pela equidade.
O Direito não tem lacunas porque ele não se expressa apenas através da lei. Esta, sim,
pode ser lacunosa e até ausente na disciplina do caso concreto.
A integração da lei penal, porém, só acontece no campo das normas não
incriminadoras, que beneficiam o réu. O nullum crimen, nulla poena sine lege impede que, na
ausência ou lacuna da lei, o delito seja criado pela analogia, costumes ou princípios gerais do
direito.
Atenção: lacuna não deve ser confundida com a antinomia (também denominada de
lacuna de conflito ou de colisão) que é o conflito entre duas normas, dois princípios ou entre
uma norma e um princípio aplicáveis a uma mesma situação, porém com situações
divergentes. Temos não ausência de normas, mas sim excesso de normas. A solução das
antinomias está presente em alguns dispositivos legais, mas é essencialmente ditada pela
doutrina.
Art. 4o Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os
costumes e os princípios gerais de direito.
O juiz pode deixar de julgar alegando lacuna? Em nosso país o juiz não pode deixar de
julgar alegando qualquer forma de lacuna ou obscuridade da lei. É o que se denomina de
vedação ao non liquet. (art. 4 º da LINDB; art. 126 CPC; art. 8º da CLT; art. 7º do CDC, art.
107 do CTN). O Princípio do non liquet é fundamentado no Princípio da inafastabilidade da
jurisdição (previsto no art. 5º, inciso XXXV, da CF).
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
Doutrina clássica – aponta que o art. 4º da LINDB representa uma ordem a ser seguida
pelo juiz. A princípio essa é a melhor posição a ser gabaritada num concurso.
Doutrina moderna – aponta que a ordem do art. 4º da LINDB não precisa ser seguida,
pois representa uma inversão de valores. As normas devem está de acordo com os princípios e
nunca o inverso. Os princípios são tratados como a última fonte, mas deveria ser a primeira.
CÓDIGO CIVIL
Art. 422 - Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em
sua execução, os princípios de probidade e boa-fé
Elementos do costume:
Objetivo: repetição do comportamento ou da conduta
Subjetivos ou psicológico: convicção de sua obrigatoriedade/necessidade jurídica.
Secundum legem – é aquele que está de acordo com a lei. É a hipótese em que a lei
determina observância do costume. É o que auxilia a esclarecer o conteúdo de certos
elementos da lei. Art. 113 do CC
CÓDIGO CIVIL
Art. 113 - Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar
de sua celebração
Praeter legem – é o costume que regula uma situação não disciplinada pela lei. É o
que supre a ausência ou lacuna da lei. É o chamado costuma integrativo. Ex.: o cheque pré-
datado. Ex.: Súmula 370 do STJ.
Contra legem ou negativo – é aquele contrário a lei escrita. O costume contra legem
não é aceito no nosso país por ferir o princípio da supremacia da lei (uma lei válida só pode
ser revogada por outra lei válida, nunca por um costume).
OBS.: Para a Escola Científica (Escola Moderna) é possível em caráter excepcional a
adoção de um costume contra legis. Esta posição não é recomendável em provas.
Dos três critérios acima, o cronológico, constante do art. 1º da LINDB, é o mais fraco
de todos, sucumbindo aos demais. O critério da especialidade é o intermediário e o da
hierarquia o mais forte de todos, tendo em vista a importância do texto constitucional, em
ambos os casos.
Art. 1o Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias
depois de oficialmente publicada.
4.3. Equidade
O Direito não se restringe ao complexo de leis, e sim ao complexo de normas jurídicas
que disciplinam a vida em sociedade. A lei é a forma escrita da expressão do Direito. Na sua
falta, o Direito se projeta através de outras formas de expressão, quais sejam, a analogia, os
costumes, os princípios gerais do direito e a equidade.
Na sua essência, como salienta Miguel Reale, a equidade é a justiça bem aplicada, ou
seja, prudentemente aplicada ao caso concreto.
Não se pense, porém, que o magistrado possa elaborar uma norma específica para o
caso concreto em colidência com a norma legal. A lei, não obstante suas deficiências, deve ser
observada e respeitada, porque é ela que dá sentido às instituições, representando um papel
essencial à segurança jurídica. Não se deve, portanto, admitir a equidade contra legem, a
menos que a própria lei a autorize expressamente.
Por outro lado, na hipótese de lacuna da lei, a equidade como aplicação do direito,
consistente na norma elaborada pelo magistrado para solucionar o caso concreto, é
perfeitamente admissível na área penal, desde que em benefício do réu. Assim, o juiz pode
elaborar a norma de equidade, desde que presentes os seguintes requisitos: 1) que o fato não
esteja previsto em lei, isto é, que haja uma lacuna na lei; 2) que não seja possível suprir a
lacuna pela analogia, costumes e princípios gerais do direito.
2ª) O legislador pode determinar a vigência imediata da lei. “Esta lei entra em vigor
na data de sua publicação”. É ausência de vacatio legis.
3ª) Se o legislador for omisso. Se o legislador for omisso deve ser aplicada a regra
presente no art. 1º da LINDB: A lei começa a vigorar em todo o país em 45 (quarenta e
cinco) dias depois de oficialmente publicada. Nos Estados estrangeiros três meses depois de
oficialmente publicada no90 (noventa dias).
Art. 1o Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de
oficialmente publicada.
§ 1o Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses
depois de oficialmente publicada. (Vide Lei 2.145, de 1953).
Art. 8o A vigência da lei será indicada de forma expressa e de modo a contemplar prazo
razoável para que dela se tenha amplo conhecimento, reservada a cláusula "entra em vigor na data
de sua publicação" para as leis de pequena repercussão.
§ 1o A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período de
vacância far-se-á com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em
vigor no dia subseqüente à sua consumação integral. (Parágrafo incluído pela Lei Complementar nº
107, de 26.4.2001)
§ 2o As leis que estabeleçam período de vacância deverão utilizar a cláusula ‘esta lei entra
em vigor após decorridos (o número de) dias de sua publicação oficial’ .(Parágrafo incluído pela Lei
Complementar nº 107, de 26.4.2001).
Publicação de uma lei em 1º de agosto com um vacatio legis de 5 dias. Quando essa lei
entrou em vigor? A lei entra em vigor no dia 06, independente de ser dia útil ou não.
OBS.: Cuidado não confundir a data da publicação (no final da lei) com a data da
promulgação (no início da lei). O prazo inicia-se a partir da data da publicação.