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3oANO TURMA: 32
MÁQUINAS ELÉCTRICAS II
GRUPO –VIII
Discentes:
Araújo Inácio Jala
Delmiro Sebastião Luís
Jaime Tembo Fabião Jaime
Jéssica Artur Macamo
Docente :
o
Eng. Nuno Nhantumbo
Discentes:
Araújo Inácio Jala
Delmiro Sebastião Luís Docente:
Jaime Tembo F. Jaime Eng . Gafur e Engo. Mutemba
o
1. Introdução ................................................................................................................................ 1
1.1. Objectivos......................................................................................................................... 2
1.1.1. Objectivo Geral ......................................................................................................... 2
1.1.2. Objectivo Específico ................................................................................................. 2
1.2. Metodologia ..................................................................................................................... 2
2. Máquinas Eléctricas ............................................................................................................. 3
2.1. Princípio de Funcionamento das máquinas de Corrente Contínua .................................. 3
2.1.1. Operando como gerador de Corrente Contínua ........................................................ 3
2.1.2. Operando como motor de Corrente Contínua ........................................................... 3
3. Torque em Máquinas de Corrente Contínua............................................................................ 5
3.1. Definição e Produção de Torque ...................................................................................... 5
3.2. Equação fundamental de torque em máquinas de Corrente Contínua ............................. 7
3.3. Força Contra-electromotriz ou tensão gerada no motor (fcem) ....................................... 8
3.4. Velocidade do Motor como função de fcem e do Fluxo .................................................. 9
3.5. Fcem e potência mecânica desenvolvida pela armadura do motor .................................. 9
3.6. Relação entre Torque e velocidade do Motor ................................................................ 10
3.7. Dispositivos de partida para motores de Corrente Contínua .......................................... 11
3.8. Torque em Cada Tipo de Motor CC............................................................................... 13
3.8.1. Motor-shunt............................................................................................................. 13
3.8.2. Motor-série .............................................................................................................. 13
3.8.3. Motores compostos ................................................................................................. 14
3.9. Velocidade em cada tipo de motor CC........................................................................... 15
3.9.1. Motor-shunt............................................................................................................. 15
3.9.2. Motor-série .............................................................................................................. 16
3.9.3. Motores compostos ................................................................................................. 16
3.9.3.1. Motor Composto Cumulativo .......................................................................... 16
3.9.3.2. Motor composto diferencial............................................................................. 17
3.10. Regulação de velocidade ............................................................................................ 17
3.11. Torque Externo, potência e Velocidade Nominais ..................................................... 18
3.11.1. Invertendo o Sentido da Rotação ............................................................................ 18
4. Conclusão .............................................................................................................................. 20
5. Referências bibliográfica ....................................................................................................... 21
Lista de figuras pág.
Figura 1: Produção de torque numa bobina de uma única espira. [1] ........................................... 5
Figura 2: Torque útil para Rotação. [1] ......................................................................................... 6
Figura 3: Necessidade de comutação em motores de Corrente Contínua. [1] ............................... 7
Figura 4: Reversão da corrente no condutor requerido para produzir rotação contínua. [4] ......... 7
Figura 5: Conexões esquemáticas de dispositivos de partida de motores shunts, série e
compostos. [1] ............................................................................................................................... 12
Figura 6: Comparação das características torque-carga para uma dada máquina Corrente
Contínua. [1] ................................................................................................................................. 13
Figura 7: Comparação da característica carga-velocidade de uma máquina de Corrente
Contínua. [1] ................................................................................................................................. 15
Figura 8: Comparação das características de torque e velocidade-carga com corrente nominal.
[1] .................................................................................................................................................. 17
Figura 9: Inversão do sentido dos motores compostos longos e curto. [1] ................................. 19
1. Introdução
Uma máquina eléctrica é uma máquina capaz de converter energia mecânica em energia eléctrica
(gerador) ou energia eléctrica em mecânica (motor). No presente trabalho que tem como tema:
Torque em Máquinas de Corrente Contínua, aborda sobre as relações de Torque das Máquinas de
Corrente Contínua e as características do motor de Corrente Contínua como meio de produzir um
Torque electromagnético. A obtenção de Torque em Máquinas eléctricas rotativas, devido à
conversão electromecânica de energia (eléctrica em mecânica ou vice-versa), se dá pela
interacção dos fluxos de estator e do rotor, e nesse trabalho denomina-se como Torque
electromagnético.
1
1.1. Objectivos
Apresentar de uma forma sucinta o estudo feito sobre Torque em Máquinas de Corrente
Contínua.
Como forma de satisfazer objectivo geral, o presente trabalho apresenta os seguintes objectivos
específicos:
1.2. Metodologia
Este trabalho foi elaborado principalmente com base de Livros em formato físico e de algumas
pesquisas, sendo apresentado na referência bibliográfica, os temas dos livros e os autores dos
Livros.
2
2. Máquinas Eléctricas
As Máquinas de Corrente Contínua (CC) são geradores que convertem a energia mecânica em
energia eléctrica contínua, e motores que convertem energia eléctrica continua em energia
mecânica.
Os geradores e motores de Corrente Contínua apresentam basicamente a mesma constituição,
diferindo apenas no que diz respeito a aplicação. Eles podem ser divididos em duas partes, uma
fixa e outra móvel. A parte fixa é conhecida como estator e a parte móvel é chamada de rotor.
3
Pela actuação do anel comutador que tem como função alterar o sentido da circulação da
corrente no enrolamento da armadura, quando aplicamos uma tensão no comutador com a
máquina parada, a tensão é transferida ao enrolamento da armadura fazendo com que circule
uma corrente pelo mesmo, o que produz um campo magnético e outros pares de polos no
enrolamento da armadura.
A orientação desses pólos norte e sul permanece fixa, simultaneamente temos uma tensão
eléctrica aplicada no enrolamento do campo no estator. Assim, ao termos a interacção entre os
campos magnéticos da armadura no rotor e do campo de estator, os mesmos tentarão se alinhar,
ou seja, o pólo norte de um dos campos tentará se aproximar do pólo sul do outro. Como o eixo
da máquina pode girar, caso os campos da armadura e do estator não sejam alinhado, surgirá um
binário de forças que produzirá um torque no eixo fazendo o mesmo girar. Ao girar o eixo, gira o
anel comutador que é montado sobre o eixo, e ao girar o anel comutador muda o sentido de
aplicação da tensão, o que faz com que a corrente circule no sentido contrário mudando o sentido
do campo magnético produzido.
Assim, ao girar o anel comutador muda a posição dos polos magnéticos norte e sul do campo da
armadura, e como o campo produzido pelo enrolamento do campo no estator fica fixo, temos
novamente a produção de binário de força que tem a mudança dos pólos e consequentemente o
movimento do eixo da máquina.
4
3. Torque em Máquinas de Corrente Contínua
Torque é a tendência do acoplamento mecânico (de uma força e sua distância radial ao eixo de
rotação) para produzir rotação. É expresso em unidades de força e distância, ou seja, newton
metro (Nm).
O torque produzido é mostrado na Figura 1, uma bobina constituída de uma única espira
(suportada por uma estrutura capaz de rodar) supõe-se estar carregando corrente num campo
magnético como se vê na Figura 1(a).
O torque que actua na estrutura da Figura 1(b) é a soma dos produtos f1 . r e f2 . r , ou seja, a soma
total dos torques, actuantes sobre ou produzidos pelos condutores individuais que tendem a
produzir rotação. As forças f1 e f2 são iguais em magnitude, pois os condutores estão colocados
num campo magnético de mesma intensidade e conduzem a mesma corrente.
(a) Bobina de uma única espira com corrente num campo magnético.
A distinção entre a força desenvolvida nos vários condutores da armadura e o torque útil
desenvolvido por estes condutores para produzir rotação é vista na Figura 2.
5
Figura 2: Torque útil para Rotação. [1]
Nota-se que todos os condutores que possuem corrente circulando numa mesma direcção
desenvolvem uma mesma força. Isto porque eles carregam a mesma corrente e permanecem
perpendiculares no mesmo campo. Mas, como o torque é definido como o produto de uma força
e de sua distância perpendicular ao eixo, podemos ver que a componente útil da força
desenvolvida é:
𝑓 = 𝐹𝑠𝑒𝑛𝜃 [N] (3.1)
Onde:
𝑓 - é a força em perpendicular a r,
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Figura 3: Necessidade de comutação em motores de Corrente Contínua. [1]
A necessidade da comutação para reverter a corrente num condutor à medida que se move sob
um pólo de polaridade oposta é tão fundamental para um motor de corrente contínua.
Finalmente, como nenhum torque útil é produzido por condutores que se encontram na região
interpolar, pouco torque é perdido pelos condutores que estão em comutação (Figura 4), onde as
componentes da força útil e suas magnitudes são indicadas, bem como a reversão de corrente
requerida para produzir rotação uniforme e contínua.
Figura 4: Reversão da corrente no condutor requerido para produzir rotação contínua. [3]
O Torque desenvolvido pela armadura de qualquer máquina pode ser computado em função do
número de pólos, caminhos, condutores e fluxo por pólo concatenando os condutores da
armadura.
𝑃
𝑇 = 0,1173 × 𝑎 × 𝑍 × 𝐼𝑎 × Φ × 10−8 [𝑙𝑏𝑓. 𝑝é] (3.3)
Onde:
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𝑃 - é o número de Pólos;
𝑎 - é o número de caminhos;
𝑍 - é o número de condutores activos na superfície da armadura, cada um produzindo um torque
médio útil;
𝐼𝑎 - é a corrente total que penetra na armadura;
Φ - é o fluxo por pólo concatenando os condutores.
Para qualquer máquina de corrente contínua, contudo, o número de caminhos, pólos e condutores
na armadura é fixo ou constante e, portanto, a equação para o torque electromagnético
desenvolvido para uma dada armadura pode ser escrito apenas em função de suas possíveis
variáveis como:
𝑃
Onde: 𝑘 = 0,1173 𝑎 𝑍 × 10−8
É de realçar que o torque electromagnético se opõe a rotação num gerador e auxilia (actua no
mesmo sentido) a rotação num motor. Como o torque é função do fluxo e da corrente da
armadura, é independente da velocidade do motor ou do gerador. Ou seja, a velocidade do motor,
depende do torque.
A força Contra-electromotriz é a tensão eléctrica desenvolvida num circuito indutivo por uma
corrente variável atravessando-o. A polaridade da tensão é cada instante, oposta á da tensão
aplicada, a amplitude ou intensidade nunca é maior do que o valor nominal constante. A
operação de uma Máquina de Corrente Contínua como motor, ocorre simultaneamente a acção
geradora, pois os condutores estão se movendo num campo magnético.
A força Contra-electromotriz não pode igualar-se a tensão aplicada através dos terminais da
armadura, porque, o sentido no qual ocorre o fluxo inicial da corrente determina o sentido da
rotação e cria, por outro lado a fcem. Portanto, a fcem, assim como a resistência da armadura, a
queda de tensão nas escovas (BD), são factores limitantes á circulação da corrente.
Consequentemente, as variações na velocidade do motor, mesmo que sejam leves, são reflectidas
por correspondentes grandes variações na corrente do motor. Por esta razão, em alguns
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dispositivos de transdutores usados em servomecanismos, a corrente do motor é empregada
como indicação da carga e da velocidade do motor.
𝐸𝑐 = 𝑘. ∅. 𝑁 [V] (3.5)
Onde:
∅ é o fluxo por pólo
𝑍𝑃
𝑘 é 60𝑎 × 10−8 para uma dada máquina
Sendo esta a equação fundamental da velocidade do motor de corrente contínua, pois permite
predizer rapidamente a performance de um motor de corrente contínua. Por exemplo, se fluxo
polar é enfraquecido consideravelmente, o motor tende a disparar. Se o denominador 𝑘∅ tende a
zero, a velocidade se aproxima do infinito. Do mesmo modo, se a corrente e o fluxo são
mantidos constantes, enquanto a tensão aplicada através da armadura é aumentada, a velocidade
aumenta na mesma proporção. Finalmente, se o fluxo polar e a tensão aplicada nos terminais da
armadura permanecem fixos e a corrente da armadura aumenta por acréscimo de carga, a
velocidade do motor cairá numa mesma proporção com o decréscimo da fcem.
A fcem a plena carga é menor que a fcem para cargas mais leves. Como função da tensão
aplicada na armadura, a fcem a plena carga vária desde aproximadamente 80%, nos pequenos
motores, e até 95% da tensão aplicada, nos motores maiores. A fcem (𝐸𝑐 ), como percentagem da
tensão da armadura (𝑉𝑎 ), é um dado importante na determinação da eficiência relativa e da
potência mecânica desenvolvida por uma dada armadura. Quando a potência eléctrica (𝑉𝑎 𝐼𝑎 ), é
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suprida ao circuito da armadura do motor para produzir rotação, uma certa parcela da potência é
dissipada nos vários componentes que constituem o circuito da resistência da armadura, esta
dissipação é denominada perda no cobre da armadura, que é dado por 𝐼𝑎2 𝑅𝑎 . A potência
remanescente 𝐸𝑐 𝐼𝑎 , é requerida pela armadura para produzir o torque interno ou
desenvolvimento.
𝐸𝑐 𝐼𝑎 = 𝑉𝑎 𝐼𝑎 − 𝐼 2 𝑎 𝑅𝑎 [kW] (3.8)
Assim, quanto maior a percentagem da fcem com relação à tensão aplicada a armadura, maior a
eficiência do motor. Mais ainda, para uma dada corrente de carga, é evidente que, quando a fcem
for máxima, o motor desenvolverá a máxima potência para aquele valor da corrente da armadura
(𝐼𝑎 ).
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O decréscimo em 𝐸𝑐 , provoca um aumento na corrente da armadura 𝐼𝑎 , segundo a
equação (3.8), também verifica-se esse mesmo aumento como uma pequena redução no
fluxo polar;
Segundo a equação (3.4), uma pequena redução do fluxo é mais do que contrabalançado
por um grande incremento na corrente da armadura. Note-se que o incremento no torque
é superior á redução no fluxo;
Este aumento no torque produz um aumento de velocidade.
Desde que a velocidade de uma máquina em operação é determinada pelo torque desenvolvido,
aparece a seguinte questão: é possível aumentar o fluxo polar e, ao mesmo tempo, aumentar a
velocidade? A resposta é: sim, é possível, mas apenas se a corrente da armadura for mantida
constante equação (3.4). Ou seja, quando a armadura é ligada a uma fonte de corrente contínua.
Quando uma tensão contínua é aplicada ao campo, desenvolve-se um pequeno torque e a
armadura gira lentamente e de acordo com a equação (3.4), como a corrente é constante, o torque
e a velocidade são, portanto, proporcionais apenas ao fluxo polar.
Assim um fluxo polar nulo produz uma velocidade nula e não infinita. Resumindo, quaisquer
pequenos decrescimentos no fluxo produzem grandes incrementos no torque e na corrente da
armadura. E quando a corrente na armadura (𝐼𝑎 ) não é mantida constante, um decrescimento no
fluxo produz acréscimos correspondentemente maiores na corrente da armadura, torque e
velocidade.
No instante em que se aplica a tensão 𝑉𝑎 nos terminais da armadura, para iniciar a rotação do
motor, não existe fcem, já que a velocidade é nula. Os factores que limitam a corrente são: a
queda de tensão nos contactos das escovas e a resistência no circuito da armadura, sendo que
estes factores não alcançam, 10% à 15% da tensão aplicada na armadura, através dos terminais
da armadura. Essa sobrecarga é, às vezes, muito maior que a corrente nominal. Para evitar danos
ao motor, se faz necessário o uso de um dispositivo de partida, que irá limitar a corrente de
partida. A corrente é excessiva devido à falta da fcem na partida. À medida que se inicia a
rotação, a fcem cresce proporcionalmente ao aumento da velocidade. Logo, se quer um
dispositivo cuja resistência (𝑅𝑠 ), possa ser continuamente reduzida até que o motor entre em
estado de operação normal. Então, a corrente de armadura será dada pela equação:
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𝑉𝑎 −(𝐸𝑐 +𝐵𝐷)
𝐼𝑎 = [A] (3.9)
𝑅𝑎 +𝑅𝑠
Os motores-shunt e compostos têm sua partida efectuada com excitação plena de campo, para
desenvolver o máximo torque de partida. Em todos os três tipos de máquinas, a corrente de
partida é limitada por um resistor de partida variável, de elevada dissipação, ligado em série com
a armadura. Na prática, a corrente de partida é limitada a um valor mais alto que o da corrente
nominal, para desenvolver um grande torque de partida, especialmente nos grandes motores, que
possuem grande inércia e custam a acelerar.
Para controlar a partida nos motores, o terminal que liga a resistência ao motor é deslocado
continuamente de forma a reduzir a resistência à medida que a fcem aumenta. Se o terminal não
for deslocado, a velocidade se estabilizaria num valor bem abaixo do valor nominal. Logo, o
terminal é deslocado até que a velocidade seja a nominal e o sistema não precise de uma
resistência em série na armadura, o mesmo está ilustrado na Figura 5.
Figura 5: Conexões esquemáticas de dispositivos de partida de motores shunts, série e compostos. [1]
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3.8. Torque em Cada Tipo de Motor CC
Figura 6: Comparação das características torque-carga para uma dada Máquina Corrente Contínua. [1]
3.8.1. Motor-Shunt
Dessa forma, o torque pode ser expresso como uma relação linear de 𝐼𝑎 :
𝑇 = 𝑘′. 𝐼𝑎 [Nm] (3.10)
3.8.2. Motor-série
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Desde que o núcleo polar seja não-saturado, a relação entre o torque do motor-série e a corrente
de carga é exponencial. Para cargas extremamente leves, o torque do motor-série é menor que o
torque do motor-shunt, porque desenvolve menor fluxo. Para uma mesma corrente numa
armadura a plena carga, o seu torque é maior.
Quando se combinam enrolamentos de campo série e shunt o efeito de campo-série poderá ser
composto cumulativo ou diferencial. No composto cumulativo, o fluxo do campo-série se soma
ao fluxo do campo-shunt e, no caso do motor composto diferencial, há um antagonismo entre os
campos. A corrente no circuito campo-shunt e o fluxo polar, durante a partida ou funcionamento
normal, são constantes. A corrente no campo-série é uma função da corrente de carga solicitada
pela armadura.
Para o motor cumulativo, a equação para o troque é:
𝑇 = 𝑘. (∅𝑓 + ∅𝑠 ). 𝐼𝑎 [Nm] (3.12)
Partindo com fluxo igual ao do campo-shunt sem carga e que aumente com a corrente da
armadura, o motor composto cumulativo produz uma curva de torque que é sempre mais elevada
que a do motor-shunt para a mesma corrente da armadura.
Onde:
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3.9. Velocidade em cada tipo de motor de Corrente Contínua
A equação fundamental da velocidade, equação (3.7), permite que se possa determinar como
cada a velocidade de cada um dos tipos de motores de corrente contínua variará com a carga que
suporta.
3.9.1. Motor-shunt
Se o motor-shunt da Figura 6 atingir a velocidade nominal e estiver operando sem carga, o fluxo
polar do motor (ignorando a reacção da armadura) pode ser considerado constante, e a
velocidade do motor pode ser expressa em função da equação básica da velocidade.
Quando uma carga mecânica é aplicada ao eixo do motor, a fcem decresce e a velocidade cai
proporcionalmente. Mas, como a fcem desde o vazio até a plena carga sofre uma variação de
20% (ou seja, de 0,95. 𝑉𝑎 a 0,75. 𝑉𝑎 ), a velocidade do motor é essencialmente constante, como se
vê na Figura .
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3.9.2. Motor-série
Onde: 𝑉𝑎 é a tensão aplicada aos terminais do motor; e, como o fluxo no entreferro produzido
pelo campo-série é proporcional apenas à corrente da armadura, a velocidade pode ser escrita
como:
A equação básica da velocidade para um motor composto cumulativo pode ser escrita como:
Com a aplicação de carga a velocidade de um motor composto cumulativo cairá numa razão
mais elevada do que a velocidade de um motor-shunt.
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3.9.3.2. Motor composto diferencial
Figura 8: Comparação das características de torque e velocidade-carga com corrente nominal. [1]
𝑁0 −𝑁
𝑟𝑒𝑔𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑝𝑒𝑟𝑐𝑒𝑛𝑡𝑢𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑎𝑑𝑒 = . 100% (3.19)
𝑁
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A partir da Figura 8 das curvas, podemos concluir que os motores-shunt podem ser considerados
como motores de velocidade praticamente constante e, portanto, com boa regulação de
velocidade (pequena percentagem). A regulação de velocidade do motor composto é mais pobre,
já que a percentagem é maior. A regulação de velocidade do motor-série é extremamente pobre,
já que a situação sem carga gera uma velocidade que tende ao infinito. Os motores-série e
compostos cumulativos são considerados motores de velocidade variável. O motor composto
diferencial possui regulação de velocidade negativa, devido a uma instabilidade de carga.
Podemos notar que a comparação entre tipos de motores de Corrente Contínua feita na Figura 8
diz respeito à potência de saída, que é a capacidade que os motores têm em realizar trabalho
mecânico. Porém, para efeitos de dimensionamento de motores ou de escolha de motores para
aplicação numa determinada situação, pode ser melhor expressar a capacidade de torque que o
motor pode exercer para executar trabalho útil na sua velocidade nominal.
𝑇.𝑁
𝑃𝑜 = 5252 [HP] (3.20)
Onde:
Para inverter o sentido de rotação de qualquer motor de Corrente Contínua, é necessário inverter
o sentido da corrente na armadura em relação ao sentido do campo magnético. Para o motor-
shunt e para o motor-série, basta invertermos o circuito da armadura em relação ao circuito que
gera o campo ou vice-versa (o mais comum é inverter o circuito da armadura). A inversão de
ambos manterá o mesmo sentido de rotação.
Pode parecer que, devido ao fato de a corrente de campo ser maior do que a corrente na
armadura, seria melhor inverter o sentido de rotação pela inversão do circuito de campo.
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Contudo, o mais comum é que se projectem motores em que a inversão no sentido de rotação
seja obtida através da inversão do circuito de armadura pois:
Os circuitos de campo são circuitos altamente indutivos, o que implica em fem induzidas
muito elevadas ao executarmos o chaveamento, o que pode causar desgaste prematuro
dos contactos das chaves;
Se o campo-shunt é invertido, o campo-série também o deve ser, senão o motor composto
cumulativo irá se tornar um motor composto diferencial;
As conexões do circuito da armadura estão naturalmente disponíveis por motivos de
regeneração e frenagem, de modo que podemos aproveitá-las para executar a inversão.
No caso de motores compostos, a inversão apenas das conexões da armadura provoca a inversão
no sentido de giro do motor tanto para as ligações longas, como para as curtas, sem precisar
mudar o sentido da corrente nos enrolamentos de campo. Podemos ver essa inversão de sentido
dos motores compostos longos e curtos na Figura 9.
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4. Conclusão
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5. Referências bibliográfica
[1]. Kosow, Irving Lionel. Máquinas Eléctricas e Transformadores. 4a ed. Porto Alegre: Editora
Globo. 1982
[2]. Fitzgerald, A. E., C. Kingsley, Jr. e S. D. Umans: Electric Machinery, 6ª ed., McGraw-Hill,
Nova York, 2003.
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