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Seminário de literatura

Ricardo Reis
Professora: Lilian Furtado
Turma: MAM-261
Alunos: Daniel Costa e Henrique Mota
Como era Ricardo Reis ?

Ricardo Reis nasceu as 11 horas da noite do dia 29 de


Janeiro de 1912, começando a escrever em 1914 sendo o
heterônimo mais “racional” de todos ele possuía um
pensamento epicurista e estoicista lúcidos, além de possuir
uma profunda simplicidade na concepção da vida e intensa
serenidade na aceitação da relatividade de todas as coisas.
Tenho Mais Almas que Uma
Segue o Teu Destino
Vivem em nós inúmeros;
Se penso ou sinto, ignoro
Segue o teu destino,
Quem é que pensa ou sente. Vê de longe a vida.
Rega as tuas plantas,
Sou somente o lugar Nunca a interrogues.
Ama as tuas rosas.
Onde se sente ou pensa. Ela nada pode
O resto é a sombra
Dizer-te. A resposta
De árvores alheias.
Tenho mais almas que uma. Está além dos deuses.
Há mais eus do que eu mesmo.
A realidade
Existo todavia Mas serenamente
Sempre é mais ou menos
Indiferente a todos. Imita o Olimpo
Do que nos queremos.
Faço-os calar: eu falo. No teu coração.
Só nós somos sempre
Os deuses são deuses
Iguais a nós-proprios.
Os impulsos cruzados Porque não se pensam.
Do que sinto ou não sinto
Suave é viver só.
Disputam em quem sou. Ricardo Reis
Grande e nobre é sempre
Ignoro-os. Nada ditam 01-07-1916
Viver simplesmente.
A quem me sei: eu 'screvo.
Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses.
Ricardo Reis
13-11-1935
Colhamos flores.
Mestre, são plácidas Mas decorrê-la, O tempo passa,
Molhemos leves
Tranquilos, Não nos diz
As nossas mãos
Mestre, são plácidas plácidos, nada.
Nos rios calmos,
Todas as horas Tendo as crianças Envelhecemos.
Para aprendermos
Que nós perdemos. Por nossas Saibamos, quase
Calma também.
Se no perdê-las, mestras, Maliciosos,
Qual numa jarra, E os olhos cheios Sentir-nos ir.
Girassóis sempre
Nós pomos flores. De Natureza...
Fitando o Sol,
Não vale a pena
Da vida iremos
Não há tristezas A beira-rio, Fazer um gesto.
Tranquilos, tendo
Nem alegrias A beira-estrada, Não se resiste
Nem o remorso
Na nossa vida. Conforme calha, Ao deus atroz
De ter vivido.
Assim saibamos, Sempre no mesmo Que os próprios
Sábios incautos, Leve descanso filhos
Ricardo Reis
Não a viver, De estar vivendo. Devora sempre.
12-6-1914
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cardo_reis

http://ensina.rtp.pt/artigo/ricardo-reis-heteronimo-de-fernand
o-pessoa/

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