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PRODUÇÃO DE POTÁSSIO

PANORAMA DO BRASIL E DO MUNDO

EVANDRO ARRAIS ALVES


GERENTE DE TRATAMENTO DE MINÉRIO
GERÊNCIA GERAL DE FERTILIZANTES
VALE S.A
Introdução

A capacidade do mundo para alimentar a crescente população é incerta, a agricultura tem que atender
o desafio, aumentando principalmente a produção de alimentos nas terras já em uso, e evitando a
utilização de terras que são marginalmente adequadas para o cultivo.

Os fertilizantes promovem o aumento da produtividade agrícola, preservando e protegendo milhares


de hectares de florestas e matas nativas.

O uso adequado de fertilizantes se tornou uma ferramenta indispensável para beneficiar agricultores
com o aumento da produtividade, para a melhoria da qualidade dos alimentos e preservação do meio
ambiente.
Usos e aplicações

Os princípios básicos de manejo do solo em sistemas agrícolas sustentáveis são:


-Repor os nutrientes removidos
-Manter as condições físicas
- Evitar o aumento da incidência de plantas invasoras, pragas e doenças
- Evitar o aumento da acidez do solo e da concentração de elementos tóxicos

-Controlar a erosão de tal modo que essa seja igual ou menor que a taxa de pedogênese (formação do
solo).
Produção Mundial 2003 a 2008

Cerca de 3/4 da produção Mundial de K2O está concentrada em 4 países.

± 74% da
12
Produção
Mundial
10

8
MM t K2O

0
Canadá Rússia B ielo A lemanha Israel Jo rdânia EUA Reino Espanha China Chile B rasil Ucrânia
Rússia Unido

2003 2004 2005 2006 2007 2008


Potássio - Oferta

Os 8 maiores produtores têm hoje quase 81% da capacidade de produção instalada no mundo

Capacidade Total Instalada em 2008 = 41 Mt/ano (em K2O)

TOTAL 41,0

PotashCorp 7,3
Mosaic 6,3

Balaruskali 5,5

K+S 4,3
Silvinit 3,4
Uralkali 3,2
Dead Sea 2,1
Agrium 1,2

Qinhai 1,2

Arab Potash 1,2


Inteprid 0,7
Cleveland 0,7
Lenqhu 0,6

Vale 0,5

SQM 0,4
Outros
Oferta de KCl Brasil – Importado e Nacional
Janeiro-Dezembro/2008

Fins Fertilizantes e Químicos

Rússia:
Canadá:
Alemanha: 2.655.259 t
2.243.796 t BRU
822.361 t (37,8%)
(31,9%)
LA
(11,7%)

SHA

Oriente Médio:
815.484 t
Brasil: 495.400 t (11,6%)
(7,0%)

Importado : 6.536.900 t
Nacional : 495.400 t
Fonte: Siacesp/Vale Total : 7.032.300 t
Mercado 2008

6 Maiores empresas
misturadoras com 81% do
mercado de KCl.
Grupo Ama Brasil e Outros
Outros + de 80 empresas.

6% 4%
30%
10%

11%
13
14% 12% %

AMA BRASIL
BALANÇO ENTRE SUPRIMENTO E DEMANDA

As importações já representam mais de 72% do consumo Brasileiro de fertilizantes. Sem


investimentos é esperado um aumento desta participação.

Consumo Brasileiro – 2008


(Milhões de toneladas de nutrientes)

2,5 Milhões 3,2 Milhões 3,8 Milhões


de t de N de t de P2O5 de t de K2O
Ano Participação
8%
12%

36%
27% 2008 72%
46%
58%
2007 73%
92%
88% 2006 53%
64%
73%
54% 2000 63%
42%

1990 36%
Nitrogênio Fósforo Potássio
Fonte: ANDA e SIACESP.
Potássio – Mercado transoceânico

Mercado transoceânico de K2O movimenta cerca de 80% da produção mundial e deverá crescer mais de 20% até 2015

40 Exportação Mundial de K2O (Mt)

 Maiores exportadores são Canadá (40%), Rússia (18%),


33,6
Bielorússia (16%) e Alemanha (11%), que juntos 35
32,2
33,0
31,8
respondem por 85% do total mundial; 30,2
31,0
29,4
28,7
 Queda das exportações em 2006 se deve à formação de 30 28,1
26,3 26,3
estoques e conseqüente queda das vendas em todo o
24,0
mundo, em especial na China; 25

 Em 2008, exportações devem alcançar 28,7 Mt;


20
 Apesar do crescimento, Rússia sofrerá um declínio de
suas exportações em função do fechamento de minas;
15
 Produtores canadenses e russos apresentarão um
expressivo crescimento de 2,4 Mt (20,9 Mt >23,3 Mt) das
10
exportações no período de 2007 a 2015 para abastecer o
déficit em outras regiões do mundo.
5

* Dados excluem exportações da Rússia e Belarus para 0


outros países da Ex-URSS. 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Am. Norte Ex-URSS EU-15 Or. Médio Am. Latina África Ásia

Fonte: Fertecon
Competitividade: Potássio

30 milhões de toneladas de potássio (80% do total) são entregues por via marítima – as maiores rotas são para Ásia e Brasil

CANADA
FORMER USSR

EUROPE
China 1.8
M.EAST
3.0

India 0.6
1.0
2.4
1.4 1.9
1.7 SE Asia
0.9
1.7
1.7
Brazil
0.9
Rest of
As/Ocna

Fonte: CRU
Competitividade: Potássio

Onde se localiza a demanda:

• Na Europa e nos EUA o crescimento da demanda tem sido muito pequeno ou nulo;
• Na ex-URSS a demanda também tem se mostrado estagnada;
• No resto do mundo a demanda tem crescido fortemente, especialmente na China, Brasil, sudeste da Ásia e Índia
• Menos de 50% demanda por KCl localiza-se na Europa, EUA e ex-URSS; o restante é respondido por Ásia, África e
América Latina

Quem oferta para esses mercados:

• Na Europa e EUA os produtores locais são mais fortes;

• No resto do mundo os produtores locais não são significativos e todos os maoires produtores de potássio competem
por parcelas do mercado.

Fonte: IFA
Potássio - Demanda

Consumo mundial de potássio deverá crescer 3% a.a. no período de 2008 a 2015 frente ao crescimento histórico de
1,5% a.a. (1990-2007), em decorrência do crescimento do agronegócio em todo o mundo

Demanda Mundial de K2O (Mt)


 Ásia é a maior consumidora (44% do total), seguido pela 45
41,4
42,4
América do Norte (19%), que deverá ser ultrapassada 40,4
39,2
pela América Latina (17%) até 2015; 40 38,0
36,8
35,6
 Previsão de que o consumo atinja mais de 42 Mt de K 2O 33,1
34,4
35
até 2015, frente às 34 Mt atuais;
30,4
29,2 29,3
 Brasil consome atualmente cerca de 4,3 Mt anuais de 30
K2O e deverá atingir aproximadamente 6,0 Mt até 2015;
25
 Brasil produz cerca de 10% do cloreto de potássio que
consome e tal percentual tende a diminuir nos próximos
20
anos com aumento da demanda.

15
Produção Doméstica e Importação de Potássio - Brasil
Kt K2O
10
6000 Impo rts
P ro ductio n
5
4000
0
2000 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Ásia Am. Latina Am. Norte EU-15


0
Ex-URSS Eur. Or. África Oceania
2000 2002 2004 2006 2008 2010
Tendências e Perspectivas: Curto e Longo Prazo na Indústria Mundial

• A demanda por potássio continuará a crescer impulsionada pela melhoria das dietas nos países em desenvolvimento e
pelo aumento da produtividade.

• Os custos de produção deverão aumentar em função da redução do teor e aprofundamento da lavra no longo prazo.

• Os depósitos de potássio ainda são suficientes para manter um equilíbrio entre oferta e demanda no longo prazo

• Questões ambientais serão fatores restritivos ao crescimento da oferta

• China, Índia e Brasil apresentarão crescimento significativo no consumo de potássio (3% ao ano, no mundo).
Conclusões: Indústria brasileira de fertilizantes – Curto e longo prazo

• Nos próximos 10 anos, mesmo com a entrada em operação de novas unidades produtoras de potássio, o
Brasil continuará importando fertilizantes.
• O processo de integração vertical da indústria continuará com a participação de indústrias produtoras de
alimentos no setor extrativo mineral.
• Em uma panorama de médio prazo, não existem substitutos para o potássio.
• A redução das terras aráveis através da produtividade será um fator decisivo na economia mundial nas
próximas décadas.
• O mercado de fertilizante potássico no Brasil continuará crescendo devido a dinâmica do agronegócio
brasileiro.
Geologia do Potássio

 Os minerais de potássio ocorrem em bacias sedimentares evaporíticas, em dois grupos distintos; pobres e ricos em
sulfatos.

 A maioria dos depósitos minerais ocorrem em subsuperfície (200 a 3000 m).

 As salmouras nos mares interiores como o Mar Morto no Oriente Médio, os salares(no Chile) são também fontes de
matéria prima para a produção de potássio.

 Principal minério de potássio – silvinita (KClNaCl): silvita(32%), halita( 68%) e resíduos insolúveis.

 Carnalita(KMgCl3·6H2O)
 Utilizada como matéria prima na produção de magnésio.
 Atualmente existem projetos para o aproveitamento de KCl a partir de rochas carnalíticas.

 Outros minerais:
 sulfatos de potássio: Polialita (K2MgCa2(SO4)4*2H2O), Langbeinita (SO4 K2 · 2SO4 Mg - 22% de K2O e 18% de
MgO ) e a kieserita.
Reservas de Potássio

PAIS RESERVA (kt)


ESTADOS UNIDOS 90.000
BRASIL 300.000 OUTROS PAISES; 0,6%
CANADA 4.400.000
REINO UNIDO; 0,3%
CHILE 10.000
BELARUS 750.000 UCRANIA; 0,3%
ESTADOS UNIDOS; 1,1%
ESPANHA; 0,2%
CHINA 8.000 BRASIL; 3,6%
ALEMANHA 710.000 RUSSIA; 21,8%
JORDANIA; 0,5%
ISRAEL 40.000
JORDANIA 40.000 ISRAEL; 0,5%
RUSSIA 1.800.000
ESPANHA 20.000 ALEMANHA; 8,6%
UCRANIA 25.000 CANADA; 53,2%
CHINA; 0,1%
REINO UNIDO 22.000
OUTROS PAISES 50.000 BELARUS; 9,1%
TOTAL 8.265.000 CHILE; 0,1%
Métodos de Lavra do Potássio

•Métodos convencionais de lavra subterrânea (86% no mundo): câmaras e pilares, longwall, corte e enchimento.

•Salmouras (10 % no mundo): evaporação solar é o terceiro método de obtenção de minérios de potássio.

•Mineração por dissolução (4 %).

OBS: variações (pastefill, rockfill, backfill) como alternativas.


Projetos/ Novas descobertas

América do sul e sudeste da Ásia

CANADÁ
Rússia

China

Tailândia
Potássio
Brasil
Silvinita Amazônia
Carnalita de Sergipe

Argentina
Potássio Neuquen
Portfólio de projetos e operações da Vale na área de fertilizantes

Bayovar Project
Peru
2

UOTV
4
Brazil
5
6
Carnalita Project
1 Brazil Evate Project
Mozambique
3
Vale-Inco Concessions Neuquén Project
Manitoba, Canada Argentina Operating
Under valuation

Rio Colorado Potash


Project Phosphate
Preliminary analysis
Argentina
UOTV - Brazil
Operação de Potássio

 Vale é a única produtora doméstica de KCl, contribuindo com cerca de 10% do consumo brasileiro.

 Mina subterrânea, com escavação através de painéis pelo método de câmeras e pilares retangulares.
Potássio

Minerais de potássio
 Silvinita
 Poucas reservas disponíveis: licitação em
andamento na Rússia, PRC, Neuquén (pesquisa
geológica)
 Minério com alto teor de KCl
 Mineração convencional e por dissolução
 Carnalita
 Principais recursos: Tailândia, Brasil, Congo
 Minério com baixo teor de KCl
 Mineração convencional e por dissolução
(Deusa, Alemanha; NedMag, Holanda)

Vale aperfeiçoando tecnologia de mineração por


dissolução: poderá ser aplicada em projetos de carnalita
no mundo

 Projeto Carnalita (Sergipe): 2 camadas de 30 m de


espessura de carnalita
Projeto Carnalita
Características

• Localização: Sergipe, Brasil


• Produção anual: 1,2 Mt KCl
• Lavra por dissolução
 Lavra e beneficiamento comprovados
• Vida estimada (LOM): 40 anos

Processo de beneficiamento
• 30 cavernas em operação
simultânea
• Evaporação e cristalização de
salmoura com 11,5% de KCl
• Vazão salmoura:1.500 m3/h
• Principais insumos:
Energia
Gás Natural
Projeto Carnalita
Localização
Projeto Carnalita
Lavra por dissolução – sequência
Cavernas

Profundidade (m) Taquidrita


Folhelho

1250
Carnalita

1300
Camada Intermediária de Halita

1350
Carnalita

1400
Sumps
Halita
Raio da caverna (m)

-60 -40 -20 0 20 40 60


Projeto Carnalita
Lavra por Dissolução – sequência
Under Cut

Profundidade m Taquidrita
Folhelho

1250 Carnalita

1300

1350
Carnalita Conexão dos poços

1400
Raio da Caverna (m) Under Cut Halita

-60 -40 -20 0 20 40 60


Projeto Carnalita
Lavra por Dissolução – sequência
Successive Mining Cuts

Profundidade m Taquidrita
Folhelho

1250 Carnalita

1300
Camada intermediária de Halita

1350
Cortes sucessivos
Carnallite

1400
Raio da caverna (m) Halita

-60 -40 -20 0 20 40 60


Projeto Carnalita
Rota de processo

Salmoura do Campo
de Salmouras

Carnalita e Resfriamento /
NaCl sólidos Cristalização de Carnalita

Decomposição Salmoura
Disposição de
Salmoura NaCl e MgCl 2
NaCl sólido

Salmoura
Lixiviação a Frio Salmoura Evaporação
Sob Pressão

KCl e NaCl sólidos

Secagem

Compactação

Estocagem /
Expedição
Projeto Carnalita
Benefícios & riscos do projeto
Benefícios Riscos
• Logística favorável • Gás Natural
 Proximidade do mercado consumidor  Elevado impacto no custo operacional
 Estudo de rota alternativa, visando redução
• Mercado interno do consumo
 Absorção de 100% da produção • Energia Elétrica
 Elevado impacto no custo operacional
• Transferência de aprendizado tecnológico
 Avaliação de cogeração de energia elétrica
 Projeto Neuquén em andamento
• Composição da Salmoura
• Potencial de aproveitamento de sub-
 Em andamento a implantação de lavra
produtos (MgCl2 ou MgO e NaCl)
piloto para investigação do parâmetro
• Recursos
• Rota de Processamento
 2,5 bilhões de toneladas de KCl “in situ”
 Processo inovador

• Licenciamento ambiental  Ensaios piloto com amostras de DEUSA e,


eventualmente, testes industriais com
 Baixo impacto ambiental salmoura do projeto Carnalita eliminam
risco tecnológico.
Projeto Carnalita
Principais Atividades 2008/2009

• Implantação e operação da lavra piloto,


• Amostragem e análises químicas da salmoura,
• Confirmação da rota de processo,
• Sondagens geológicas e geotécnicas,
• Sísmica 3D,
• Estudos de geomecânica,
• Modelamento geológico,
• Locação final da lavra e usina,
• Plano de lavra,
• Estudo de EIA-RIMA,
• Engenharia básica.
Projeto Rio Colorado
Projeto Regina

Land
Position

Regina
Belle Plaine (Mosaic em operação com mineração por dissolução @ 2,2 Mta de KCl)
Potash One (projeto em avaliação pela Vale)
BHP (projeto)

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