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O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Rosemeri Camilo de Araújo Zanonato


Prof. André Ricardo Gonçalves Dias
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Curso (1175) – Trabalho de Graduação
03/12/2017

RESUMO

Este estudo tem como objetivo investigar a presença da ludicidade na Educação Infantil. Trata-se
de uma pesquisa de natureza básica, com uma abordagem qualitativa. Configura-se em um estudo
de cunho bibliográfico, buscando através da revisão de literatura, autores que contribuíram
sobremaneira para essa temática, como Kishimoto (2011), Piaget (1975), Vygotsky (1994), entre
outros. De forma preliminar, o estudo constatou que existe uma produção bibliográfica e científica
bastante ampla. Também foi possível constatar que alguns dos métodos utilizados na educação
infantil visa exclusivamente ao envolvimento social. Em todo material investigado, a educação
infantil, em sua totalidade utiliza a ludicidade para promover além da socialização, a afetividade e
o desenvolvimento científico.

Palavras-chave: Lúdico. Educação Infantil. Brincar.

1 INTRODUÇÃO

O presente Trabalho de Graduação investiga a presença da ludicidade na Educação


Infantil. Tem como área de concentração Metodologias de Ensino. Busca compreender a
importância da Ludicidade na Educação Infantil. A pesquisa é de cunho bibliográfico, com
embasamento teórico de Kishimoto, Piaget, Vygotsky, entre outros.

Nesta pesquisa buscou-se refletir sobre o uso da ludicidade nas práticas docentes
desenvolvidas no contexto escolar através do estudo bibliográfico. Afinal, o lúdico torna-se uma
prática integral na educação das crianças. Através dos jogos, dos brinquedos, das cantigas, do uso
da música, da brincadeira as crianças aprendem de uma forma prazerosa, diversos conceitos, valores
e aprendizagens que fazem parte do ensinamento das crianças e ludicamente não se está
abandonando a seriedade e a importância dos conteúdos a serem apresentados.

Ao longo da História Constitucional do Brasil (iniciando pela “Carta Imperial”), de 1824


até os dias atuais sob a égide da “Carta Cidadã”, de 1988 (com o objetivo de verificar a educação
vem sendo tratada a nível constitucional (ou seja, se a política educacional brasileira atende aos
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verdadeiros anseios do cidadão). Aborda-se, assim, a Educação Infantil na atual constituição, na


Legislação Infraconstitucional, o Plano Nacional de Educação (PNE), nos dados estatísticos da
Educação Infantil e finalizando nosso artigo abordaremos a formação dos profissionais da Educação
Infantil.

Nas próximas seções apresentaremos os seguintes tópicos: 2 O Lúdico e seus conceitos na


Educação Infantil; 3 Tipos de Ludicidade; 4 A Educação Infantil e a Legislação; 5 Perspectivas – A
tecnologia presente na ludicidade”; 6 Conclusão; 7 Bibliografia.

2 O LÚDICO E SEUS CONCEITOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Conforme o Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa (2010) “Lúdico é um termo que se


refere a tudo que é relacionado ou próprio de uma diversão, brinquedos, jogos, isto é, uma saída
com a família para um clube aquático, um jogo de cartas; todas estas atividades são lúdicas. A
palavra lúdica é um adjetivo da língua portuguesa com origem no latim ludos, cuja expressão está
relacionada a maneiras de recreação, ou seja, formas de promover a diversão e entretenimento.
Em métodos de aprendizagem e ensino para crianças, o termo lúdico é bastante utilizado, já que o
ato de brincar é considerado o canal de comunicação principal entre os professores e alunos.
“Assim como Jean Piaget,1975 (Kishimoto, 2000, p32), considera essencial a definição de
determinados termos que para a sociedade podem possuir o mesmo sentido: brinquedo,
brincadeiras e jogos. “Para Piaget ao manifestar a conduta lúdica, a criança demonstra o nível de
seus estágios cognitivos e constrói conhecimentos”.

Como já foi dito anteriormente lúdico é um adjetivo masculino originário do latim ludos
que remete para jogos e divertimento, o seu significado e seus conceitos são bem definido para
desenvolver saberes para a vida pessoal e profissional, com o intuito de interagir e intervir em seu
meio social de forma prazerosa. Para que o lúdico contribua na construção do conhecimento faz-
se necessário que o educador direcione toda a criatividade e estabeleça os objetivos fazendo com
que a brincadeira tenha um caráter pedagógico e não uma mera brincadeira, promovendo, assim,
interação social e desenvolvimento de habilidades intelectuais.

A Ludicidade é um assunto extremamente importante para o desenvolvimento da criança


em todos os aspectos, facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social, cultural e
colabora para uma boa saúde mental, tornando as aulas mais agradáveis. Isso da à criança a
oportunidade de ser livre para criar e imaginar. Estimula a criatividade e a integra com outras
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crianças. A prática de jogos lúdicos é uma atividade que exerce um importante papel na
socialização das crianças e até da humanidade.

De um modo geral, a forma lúdica de ensinar a criança utilizando-se de jogos,


brincadeiras e brinquedos e o ponto de vista psicológico e pedagógico é de suma importância no
processo de ensino-aprendizagem na Educação Infantil. Segundo Piaget (1975) o universo
lúdico que envolve o brincar, brincadeiras e brinquedos, assunto que vem conquistando espaço
na sociedade principalmente na educação infantil, é fundamental para o início de um
conhecimento no mundo estudantil, pois envolve a curiosidade, a evolução e o crescimento da
criança. O lúdico faz parte das atividades essenciais da dinâmica humana, passando a ser
necessidade básica da personalidade, do corpo e da mente. Isto se confirma ao voltarmos e
analisarmos um pouco a história da humanidade. E ao realizar esta análise podemos perceber a
conduta daqueles que brincam e se divertem. Os jogos são brincadeiras que envolvem certas
regras e referem-se ao comportamento espontâneo nas mais diversas atividades. E o brinquedo é
identificado como objeto da brincadeira.

Kishimoto (2002, p.28) diz que os jogos são criados e recriados pelo homem. “A criança
é um ser em pleno processo de apropriação da cultura, precisando participar dos jogos de uma
forma espontânea e criativa.” Sendo assim, a criança desenvolve a curiosidade pelo
conhecimento necessário para apropriar-se do mundo da cultura. Ainda de acordo com
Kishimoto (2011) “O brinquedo coloca a criança na presença de reprodução, tudo que existe no
cotidiano, a natureza e as construções humanas. Pode-se dizer que um dos objetivos do
brinquedo é dar a criança um substituto aos objetos reais manipulando-os”. (KISHIMOTO,
2009, P.18).

Kishimoto (1993, p.7) afirma: “Cada tempo histórico possui uma hierarquia de valores
que oferece uma organicidade a essa heterogeneidade. São esses valores que orientam a
elaboração de um banco de imagens culturais que se refletem nas concepções da criança e do
seu brincar.” Os homens primitivos, mesmo de maneira rude e peculiar, já demonstravam
curiosidade e envolvimento com as atividades lúdicas ao iniciar uma forma de comunicação por
desenhos, símbolos e formas representativas. Percebemos então que, dotado de um instinto
lúdico natural, o ser humano criou mecanismos de linguagem para comunicar-se. Isso reforça a
ideia de que a ludicidade é uma forma simples e natural de expressão pela qual todos os seres
humanos.
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No mundo todo, durante a Idade Média, o sentimento de infância não existia. As


crianças, que sobreviviam ao alto índice de mortalidade infantil, à falta de recursos financeiros e
aos problemas decorrentes da escassez de saneamento, passavam a fazer do cotidiano dos mais
velhos e eram tratados como “adultos em miniatura”, participando da vida coletiva, dos jogos e
do trabalho, sem nenhum tipo de expressão social. É bom salientar neste contexto que a
ludicidade não existia, o que ocorria era uma camuflagem, como as crianças eram vistas como
adultos em miniaturas. É importante ressaltar que, para um entendimento do sentido do lúdico, é
necessário ter claro que existe uma forte influência cultural de cada região e povos e também
outros.

É interessante afirmar que o lúdico envolve a efetividade e são aliados no processo de


ensino-aprendizagem da criança neste contexto não envolve cultura, época e classes sociais, os
primeiros sinais de valorização das atividades lúdica tiveram um início no século XVI,
resgatados pelos humanistas, que perceberam o valor educativo das atividades lúdicas. Na
história da infância sempre existiram jogos, brinquedos e brincadeiras como, por exemplo: bolas
de gude, pernas de pau, pular de corda, amarelinha, brincar de esconder, o jogo das pedrinhas, e
muitos desses jogos e brincadeiras foram passados e que existiam no mundo das crianças e hoje
infelizmente se vê muito pouco este tipo de brincadeiras e de jogos antigamente os brinquedos
antigos e jogos eram influenciados pela cultura de cada região.

O lúdico tem tanta influência que hoje é uma visão de um mundo real por criatividades e
descobertas no mundo infantil para o seu desenvolvimento na educação e melhoria mental e
saúde da criança. De acordo com Vygotsky (1984, p.97), “A brincadeira cria para as crianças
uma “zona de desenvolvimento proximal” que não é outra coisa senão a distância entre o nível
atual de desenvolvimento, determinado pela capacidade de resolver independentemente um
problema, e o nível atual de desenvolvimento potencial, determinado através da resolução de um
problema sob a orientação de um adulto ou com a colaboração de um companheiro mais capaz”.

Ainda de acordo com Vygotsky (1984), o lúdico atribui relevante papel ao ato de brincar
na constituição do pensamento infantil. É brincando, jogando, que a criança revela seu estado
cognitivo, visual, auditivo, contato, motor, seu modo de aprender e entrar em uma relação
cognitiva com o mundo de eventos, pessoas, coisas e símbolos. Então, a cada dia se pode
trabalhar e aprender o lúdico que não está somente nas brincadeiras, está também no ler.

As crianças de hoje estão brincando menos a cada dia por pouco tempo, algumas
crianças desenvolvem mais rápido, e reduz a violência do espaço físico e do tempo de brincar. É
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assim que as crianças têm atividades lúdicas que se preparam para a vida, assimilando a cultura
do meio em que vivem, a ela se integrando, e adaptando ao mundo social.

E falando em mundo social a brinquedoteca que surgiu na década de 60, com o objetivo
de assegurar à criança o direito de brincas e a valorização do empréstimo de brinquedos e
materiais lúdicos. Portanto a definição da brinquedoteca é como uma instituição recreativa,
cultural e publica que pode ser implantado em escolas ou em outros locais tais como, hospitais,
nos centros comunitários, em supermercados, em instituições públicas, em lojas, etc. então a
importância da brinquedoteca na vida das crianças é um momento que ela estão brincando se
aprende e junto o jogo que se bom funcionamento é necessário estar fundamentada em ações
bem definidas que ajudem a desenvolverem os seus raciocínios e o desenvolvimento infantil.
Vale a pena frisar que na brinquedoteca não é necessário ter muitos brinquedos e sim baseado
numa proposta educacional um local lúdico e feliz.

O professor pode ter várias idéias em relação as crianças ao brincarem com elas que
devem ser prazerosas, alegre e divertidas. Vale a pena brincar, brincando.

3. TIPOS DE LUDICIDADE

Como dito anteriormente, as atividades com caráter lúdico podem desenvolver a


criatividade e os conhecimentos através dos jogos, das músicas, da dança, etc. Classifica-se em
três categorias, que tem em comum o brincar. Pois brincando favorece-se o domínio da
motricidade e do desenvolvimento da criança. E cada categoria é desenvolvida conforme os
símbolos e expressões desenvolvidos.

Esta informação é afirmada por Piaget (1975, pg. 66), que diz: “a evolução do jogo na
criança e a forma com que elas aprendem são divididas em três categorias: sensório-motor, o
jogo simbólico e o jogo das regras. “E é também confirmada por Bréscia (2003, p. 81) que
ressalta ‘os jogos musicais podem ser de três tipos que correspondem às fases do
desenvolvimento infantil” Sendo elas:

Sensório-motor: São atividades que relacionam o som e o gesto. As crianças podem fazer
gestos para produzir sons e expressar-se corporalmente para representar o que ouvem ou
cantam. Favorecem o desenvolvimento da motricidade. Um bom exemplo de atividade
sensório-motora é saltar no mesmo lugar com os pés juntos, lançar uma bola de meia dentro
de uma caixa de papelão e andar livremente batendo palmas; mas existem muitos outros.
Essas brincadeiras são jogos que se transformam em músicas e exercícios a serem aplicados
com as crianças desenvolvendo assim o aprendizado na educação. Simbólico: Esta busca
representar o significado da música, o sentimento e a expressão. O som tem a função de
ilustração e de sonoplastia contribuindo para o desenvolvimento da linguagem das crianças.
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Eis aqui alguns exemplos, brincadeiras de roda (cantando e se movimentando ao mesmo


tempo), modelagem (utilizando argila, massa de modelar ou massa de biscuit), dobraduras
(utilizando vários tipos de papel e diversos modelos) percebendo assim as diferentes
texturas, formas, etc. Analítico ou regras: São jogos que envolvem a estrutura da música,
onde é necessária a organização e a existência de parceiros. O ganhar ou perder toma
proporções bem definidas e por conta disso é indispensável que seja despertado nas
crianças o espírito de cooperação, mecanismos de preparação para a competição sadia.
Essas características ajudam no desenvolvimento do sentido de organização e de disciplina.
Envolvendo assim a música e o físico para se movimentar (dança), a corrida de bastão, a
corrida com obstáculos ou o circuito das dificuldades utilizando diversos materiais como:
pneus, bolas, cordas, entre outros. Como exemplo pode-se citar: Pular Corda: É uma das
brincadeiras mais populares e divertidas da infância e um enorme exercício físico, ideal
para a saúde e os momentos de diversão das crianças. Além de ser uma brincadeira muito
fácil e que exige só mesmo uma corda e energia para pular. A criança tanto pode pular
sozinha como em grupo, tanto em casa, como no colégio ou na rua. Para isso, ela deverá ter
habilidades motoras de saltar com um e dois pés, agachar, girar e equilibrar-se. (SITE
GUIA INFANTIL.COM, visitado em 30/10/2017) Brincar de Bonecas (os): Essa é uma
importante atividade e brincadeira para as crianças na educação infantil. Seja ela para
meninos ou para meninas. Conforme a Pedagogia Waldorf, a(o) boneca(o) representa muito
mais do que um brinquedo, é a expressão dos sentimentos das crianças através da boneca
que demonstra o momento que a mesma está vivendo. As(os) bonecas(os) continuam
ocupando nos dias de hoje um lugar que traz aconchego e afeto, mesmo havendo o
aparecimento, o desenvolvimento e a difusão dos brinquedos mais modernos e com
materiais industrializados. A criança, seja ela menino ou menina, pode brincar sozinha ou
em grupo; em casa, na escola, na praça, etc. (SITE REVISTA CRESCER, visitado em
30/10/2017) Soltar Pipa: A pipa, papagaio de papel, papagaio, pandorga ou raia, é
um brinquedo que voa baseado na oposição entre a força do vento e a da corda segurada
pelo operador. É composta de papel que tem a função de asa, sustentando o brinquedo.
Conforme o modelo pode contar com uma rabiola que pode ser de sacola, que é um adereço
preso na parte inferior para proporcionar estabilidade, aerodinâmica e equilíbrio. É um dos
brinquedos mais utilizados por crianças, adolescentes e até adultos. Pode ser praticado em
qualquer local, mas na maioria das vezes, não há um local apropriado para a prática desta
brincadeira. (CADERNO DE ESTUDOS. LÚDICO MUSICALIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO
INFANTIL, 2011. 272 p/UNIASSELVI). Jogos online: São os jogos eletrônicos jogados
via Internet. Neles, um jogador com um computador, vídeo game ou celular conectado à
rede pode jogar com outros sem que ambos precisem estar no mesmo ambiente, sem sair de
casa, o jogador pode desafiar adversários que estejam em outros lugares do país, ou até do
mundo. Tudo em tempo real, como se o outro estivesse lado a lado, de forma que esta
categoria de jogos abre novas perspectivas de diversão inclusive na educação infantil, pois
nos dias de hoje as crianças estão aprendendo e tendo acesso as redes sócias cada vez mais
cedo. Entre outros. Todas essas brincadeiras e jogos permitem que a criança desenvolva
plenamente seus aspectos, físicos, mentais, cognitivos, emocionais, afetivos. (CADERNO
DE ESTUDOS.LÚDICO MUSICALIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL,2011. 272 p/
UNIASSELVI).

Ludicidade se refere à música, a qualidade do que é lúdico e que é estimulado pelo lúdico.
O conceito de atividades lúdicas está relacionado aos jogos e as brincadeiras na educação infantil
pelo ato de brincar, sendo um componente muito importante para a aprendizagem para as crianças,
a ludicidade desperta prazer, tristeza e desânimo. Isso dá a forma e a criatividade dos
conhecimentos por meio de jogos, música e dança. O lúdico não é somente uma prática de
Pedagogia e nem foi inventada por ela, está presente na maioria na vida humana e com certeza na
educação infantil que é o início da aprendizagem na educação.

Buscar nas pesquisas o processo educativo através do lúdico recurso como, por exemplo, a
utilização da música e dos brinquedos. A utilização de alguns instrumentos musicais, a música
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como atividade e a construção de músicas com as crianças fazem com que elas venham a explorar
sua criatividade, utilizando mímicas, gestos, trabalhando assim vários aspectos que contribuem para
o crescimento cognitivo.

Ao escutar músicas educativas as crianças não ficam muito tempo sem informação porque
criam diversificados gestos devido às canções que lhes foram apresentadas. Hoje o conhecimento
sobre o lúdico é da importância de toda a humanidade que corresponde a muitos anos de estudos e
progressos que permitam uma aproximação e entendimento do mundo infantil.

Assim abrem-se as possibilidades de intervenção nas escolas e creches de educação básica,


tendo-se o espaço lúdico como principal no desenvolvimento de habilidades e atitudes básicas, que
podem cooperar imensamente, para uma aprendizagem sistematizada nas crianças.

Lúdico se transforma em brincar é uma forma de atividades complexa, que combina o faz
de conta com a realidade. Brincando a criança trabalha com suas mentes e vivência momentos
valiosos de aprendizagem. Ouvir, interpretar e dramatizar todo tipo de música é indispensável para
as crianças, porém as atividades como essas há o incentivo da expressão criadora e da capacidade
de observação. O professor deve apresentar as crianças diferentes ritmos musicais que varia de som
e de instrumentos.

4 A EDUCAÇÃO INFANTIL E A LEGISLAÇÃO

Na atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB (9394/96) que trata da
educação em geral e, em especial, a Educação Infantil - isto é, o atendimento a crianças de zero a
seis anos em creches e pré-escolas -, é direito público subjetivo assegurado pela Constituição
Federal de 1988. Abordaremos ainda a eficácia dessa legislação frente aos desafios enfrentados ao
longo dos anos pela educação no Brasil, concluindo, sobre a necessidade ou não de uma ampla
reforma nesse aspecto legislativo.

De acordo com o 29º artigo da LDB (9394/96), atualizada em 02 de março de 2017, a


Educação Infantil é o início da primeira etapa da educação básica, que tem como finalidade o
crescimento integral da criança até os 5 anos de idade, em seus aspectos físicos, psicológicos,
intelectuais e sociais complementando assim a ação da família e da comunidade. Seguindo adiante o
30º artigo, desta mesma Lei (9394/96-17), afirma que a Educação Infantil será oferecida em creches
ou comunidades equivalentes para as crianças de 0 a 3 anos; e em pré-escolas para as crianças de 4
e 5 anos de idade. E concluindo, a LDB da Educação Infantil, o 31º artigo declara que a Educação
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Infantil não tem um currículo formal, mas é organizada de acordo e respeita as seguintes regras
listadas abaixo:

Avaliação mediante acompanhamento e registro do desenvolvimento das crianças, sem o


objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental; Carga horária mínima
anual de 800 (oitocentas) horas, distribuída por um mínimo de 200 (duzentos) dias de
trabalho educacional; Atendimento à criança de, no mínimo, 4 (quatro) horas diárias para o
turno parcial e de 7 (sete) horas para a jornada integral; Controle de frequência pela
instituição de educação pré-escolar, exigida a frequência mínima de 60% (sessenta por
cento) do total de horas; Expedição de documentação que permita atestar os processos de
desenvolvimento e aprendizagem da criança.

O Referencial Curricular Nacional (1998) para Educação Infantil, documento esse que se
equivale aos Parâmetros Curriculares Nacionais e que embasa os demais segmentos da educação
Básica, foi modificado em 02 de março de 2017. A partir desta data (02/03/2017) os currículos da
educação infantil, do ensino fundamental e do ensino médio devem ter uma base nacional comum, a
ser complementada, em cada sistema de ensino e em cada estabelecimento escolar, por uma parte
diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e
dos educandos. (LDB, 1996 (alterada em 2017), p. 21).

O papel da educação infantil é o cuidar da criança em espaço formal, contemplando a


alimentação, a limpeza e o lazer (brinca). Seu papel também é educar, sempre respeitando o caráter
lúdico das atividades, com ênfase no desenvolvimento das crianças. Na educação infantil não se
alfabetiza as crianças por causa da sua imaturidade. O objetivo é desenvolver algumas capacidades
como, por exemplo, ampliar relações sociais na interação com outras crianças e adultos, conhecer
seu próprio corpo, brincar e se expressar das mais variadas formas utilizando diferentes linguagens
para se comunicar com o outro. Seu objetivo é o desenvolvimento integral das crianças, ou seja, não
apenas o cognitivo, mas sim o físico e o socioemocional. Nesta fase as crianças fazem descobertas e
consequentemente inicia-se o processo de alfabetização.

5 A EDUCAÇÃO NA ATUALIDADE CONCERNENTE A LUDICIDADE

Uma rápida viagem através das constituições brasileiras leva-nos às seguintes


conclusões: A "Constituição Política do Império do Brasil", de 25 de março de 1824, conhecida
por "Carta Imperial "e, a "Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil", de 24 de
fevereiro de 1891, conhecida como "Carta Republicana de 1891", não trataram especificamente
do tema educação. A "Carta Imperial " tinha como principal objetivo consolidar e manter a
independência do Brasil, em razão da resistência oposta pelo Rei de Portugal quanto dos
segmentos da sociedade portuguesa aqui radicada que não se conformavam em perder o domínio
sobre o Brasil Colônia. Do mesmo modo, a "Carta Republicana de 1891" não tratou
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especificamente da educação que somente foi explicitada a nível constitucional a partir da


"Constituição da Republica dos Estados Unidos do Brasil", de 16 de julho de 1934, seguindo-se
nas demais constituições, cujo apogeu deu-se na atual "Constituição da República Federativa do
Brasil", de 5 de outubro de 1988, também conhecida por "Constituição Cidadã", em razão de ter
como foco de suas ações - o cidadão.

Nesse contexto, a educação foi genericamente tratada pela "Constituição da Republica


dos Estados Unidos do Brasil", de 16 de julho de 1934. O mesmo aconteceu com as demais
constituições: "Constituição dos Estados Unidos do Brasil", de 10 de novembro de 1937;
"Constituição dos Estados Unidos do Brasil", de 18 de setembro de 1946; "Constituição do
Brasil", de 24 de janeiro de 1967; "Constituição da República Federativa do Brasil" ou "Emenda
Constitucional nº 1/69", de 17 de outubro de 1969 e, finalmente, a atual "Constituição da
República Federativa do Brasil", de 5 de outubro de 1988, a "Constituição Cidadã”.

Entretanto, diferentemente das demais, a atual Constituição Federal erigiu a educação ao


status de fundamento da República Federativa do Brasil no artigo 1º, inciso III, ao dispor sobre a
"dignidade da pessoa humana" e, através do artigo 3º, inciso III, que dispõe sobre o objetivo
fundamental a ser alcançado pela República Federativa do Brasil: "erradicar a pobreza e a
marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais". A "Constituição Cidadã" foi mais
além ao dispor no artigo 6º que: "São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a
segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos
desamparados, na forma da lei".

Verifica-se, portanto, que a "Constituição Cidadã", foi mais ousada que as suas
antecessoras ao elevar a educação ao patamar de direito fundamental, objetivo fundamental e
direito social da República Federativa do Brasil, seguindo, desse modo, a moderna tendência das
atuais Nações Democráticas cujas políticas encontraram-se centradas no bem-estar e na dignidade
da pessoa humana. Essa Constituição Cidadã também analisa a educação nas diversas
constituições brasileiras, detendo-se sobre elementos do contexto onde estas são concebidas.
Apresenta considerações sobre o conjunto dos textos, buscando elucidar aspectos comuns e
diferenças marcantes. Evidencia que a presença da educação nas constituições relaciona-se com o
seu grau de importância.

A educação vem sendo cada vez mais pauta de debates e reivindicações por parte da
população. Nas manifestações populares ocorridas em 2013, embora não tenha sido o assunto
principal ou propulsor dos levantes, constituiu um dos temas mais presentes em cartazes e gritos dos
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manifestantes. Não é sem razão. A educação é apontada por estudiosos e pesquisadores como uma
forma eficaz de promover o desenvolvimento do indivíduo e da sociedade.

Na perspectiva individual, o indivíduo com maior escolaridade se insere com mais


facilidade no mercado de trabalho, obtém salários e rendimentos melhores, tendo maiores
possibilidades de mobilidade social e rompimento do ciclo da pobreza. Na perspectiva social, uma
população com maior escolaridade se torna mais produtiva no trabalho, gerando maior riqueza e
utilizando melhor os recursos que a sociedade dispõe. Não obstante a importância do ponto de vista
econômico, a maior escolaridade contribui para cidadãos mais conscientes de seu dever cívico,
interessados e engajados em questões políticas, menos propensos a atividades ilícitas e mais
preparados para prevenir doenças e acidentes.

Nesse sentido, a legislação brasileira evoluiu na direção da garantia do direito à educação,


até sua consagração como direito público subjetivo, na Constituição Federal de 1988 (CF/88).
Inicialmente garantida apenas para o ensino fundamental, a universalização do atendimento e
gratuidade tem sido aos poucos expandida para as outras etapas do ensino básico. A Emenda
Constitucional nº 59, de 2009, determinou a universalização dos ensinos infantil e médio,
garantindo acesso para todos os jovens dos 4 aos 17 anos de idade.

A positivação de um direito, porém, não significa sua imediata concretização e efetivação


para os cidadãos. O poder público deve empreender ações e prover a infraestrutura e os serviços
necessários a tal fim. É de se esperar que a compreensão das bases legais e da evolução da
concretização do direito à educação seja de grande valia aos formuladores e gestores de políticas
públicas. Este artigo pretende fornecer uma explanação sobre tal, almejando-se assim contribuir
com o trabalho daqueles que atuam nesse campo tão nobre.

5. MATERIAL E MÉTODOS

O presente estudo trata-se de uma pesquisa de natureza básica, com uma abordagem
qualitativa. Configura-se em um estudo de cunho bibliográfico, buscando através da revisão de
literatura, autores que contribuíram sobremaneira para essa temática, como Kishimoto (2011),
Piaget (1975), Vygotsky (1994), como principais autores.

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foi possível perceber, de modo geral, que a ludicidade está presente no universo da
educação infantil. E a evolução dos tempos, a inclusão de tecnologias no mundo infantil não tem
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sido suficiente para extinguir o universo lúdico. Como podemos perceber, a tecnologia hoje em dia
está em alta principalmente na Educação Infantil, as crianças já pedem celular para os seus pais para
brincarem aborda o uso das tecnologias e como elas podem comprometer a infância, o uso das
tecnologias e como podem comprometer a infância, todavia, no nosso país, isso é relativo, pois em
algumas comunidades de baixa renda, as crianças ainda costumam brincar na rua, utilizando vários
tipos de brincadeiras do universo infantil, que outrora citamos: Jogar bola, pular corda, bola de
gude, pega-pega, bonecas, carrinhos dentre as mais diversas, sendo seu acesso as tecnologias muita
das vezes limitado, restringindo-se apenas a utilização dentro da escola, isso quando há dentro da
instituições salas de informática que ofereçam esse recurso. O papel da informática na educação
infantil no processo de ensino e aprendizagem sofreu muitas transformações ao longo dos anos.

O uso do computador na educação infantil gera mais flexibilidade na educação de hoje nas
creches e escolas com as crianças. Dentre os diferentes tipos de recursos didáticos conhecidos até
hoje, a tecnologia apresenta como diferencial a maior número de recursos disponíveis. Pois através
do computador podemos comunicar-nos, criar desenhos, efetuar cálculos, simular fenômenos entre
outras coisas. Ainda não ouvimos falar de nenhum outro recurso didático que apresente tantas
funções quanto este. E ele é também o recurso tecnológico mais utilizado nos tempos atuais.

As mídias tecnológicas surgiram para facilitar nossas vidas, encurtando assim a distância
entre pessoas, aproximando-as, possibilitando-as de conhecer outras, auxiliam nas creches e
instituições de ensino em geral, no aprendizado e desenvolvimento pedagógico. Mas há também o
lado ruim na era das mídias tecnológicas, porque a internet nos dias de hoje tornou-se um grande
perigo a todos, principalmente, as crianças. Os cuidados com os pequenos na internet são muito
importante, porque com o avanço da tecnologia e o rápido desenvolvimento deles faz com que
aprendam com mais facilidade o acesso a páginas, jogos online, sites que nós adultos. Por mais que
sejamos cuidadosos não temos como saber com quem ou o que nossos pequenos estão interagindo,
quem está do outro lado da tela conversando, jogando online ou postando vídeos para que eles
assistam. No passado isso era mais tranquilo e mais fácil identificar as pessoas de má índole para
com as crianças que aproveitam as oportunidades e distração dos pais. Já hoje tornou-se quase
impossível.

Portanto, este estudo sobre a ludicidade, sobre o universo lúdico, proporcionado pelas
novas tecnologias trazem bons resultados, muitos conhecimentos e cultura. Todo este exagero
reflete nas creches, escolas e instituições pelo o mundo a fora. As crianças têm muita facilidade em
descobrir e aprender as atividades das mídias, as letras de músicas e até as brincadeiras na internet
que a elas são apresentadas. A internet é uma presença crescente na Educação Infantil nos dias de
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hoje. Ela integrasse as atividades lúdicas propondo sua inserção no mundo virtual. Muita pesquisa
vem sendo desenvolvidas no intuito de facilitar ainda mais a relação das crianças com as diferentes
tecnologias. Mas infelizmente a maioria delas atribui uma perspectiva adulta sobre a essa relação. A
tecnologia na vida das crianças não pode ser proibida, mas deve ser controlada. E se acreditamos
que as tecnologias participam e se modificam em vários aspectos, a concepção de infância também
deve ser revista.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao longo da pesquisa sobre ludicidade e suas classificações percebi que todos nós temos
necessidade dela não importando a idade, mas que se aproxima mais das crianças. Poder ocorrer
através de um simples olhar, no brincar, etc. expressando suas emoções, sentimentos e gestos. A
ludicidade torna mais flexíveis os profissionais que se predispuseram a trabalhar com ela na
educação infantil. A ter consciência sobre os benefícios que a ludicidade proporciona, o verdadeiro
sentido da brincadeira e a dedicação.

É um prazer falar sobre a educação infantil, mas ao mesmo tempo muito complicado, pois
é uma das primeiras fases da aprendizagem das crianças junto com o desenvolvimento integral das
mesmas. Houveram mudanças e transformações na Lei das diretrizes e bases da educação (LDB),
lei essa que trata da Educação Infantil e do contexto educacional em geral. No entanto, as mudanças
ainda foram poucas, ainda há muito o que fazer, o que melhorar para que sejamos um país exemplo
na educação do nosso povo. Tudo começa na educação infantil e este é justamente o tópico em que
no momento encontramos os maiores problemas. Nossa educação, alfabetização, ensinos
fundamental e médio, a qualificação e valorização dos nossos profissionais são péssimos!

As crianças estão sempre em permanente construção, seja de caráter ou social. Durante


muito tempo elas não foram consideradas como sujeitos de direito, mas como “robozinhos” vivendo
junto à sociedade. Hoje são consideradas pessoinhas de direito, com opinião própria e identidade.
Tudo isso por causa do Estatuto da Criança e do Adolescente, vugo “ECA”.

Devemos valorizar a infância como ela é e suas mudanças, oferecendo uma educação
adequada e compatível. E neste sentido o educador/professor deve estar disposto e ter
constantemente uma educação continuada. Pensando nisso a LDB proporcionou algumas mudanças
poucas, mas houveram. Agora não falamos mais em Referencial Curricular Nacional, mas em Base
Nacional Comum.
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A perspectiva tecnológica vem evoluindo a cada dia e nessa evolução elas incluem as
crianças. E com isso podemos observar que por meio dos suportes digitais as crianças jogam,
conversam, trocam conteúdos, compartilham fotos e vídeos nas redes sociais, entre outros.
Incluindo a aprendizagem nos ambientes virtuais específicos a aprendizagem pedagógica. Mesmo
sendo utilizada para o ensino há um cuidado especial dos familiares e professores, pois hoje em dia
as crianças têm acesso a essas tecnologias desde cedo. Tornando-a assim objeto de uso cotidiano.

7 REFERÊNCIAS

EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA, IV. 2009, Belém. Anais. Disponível em:


<http://connepi2009.ifpa.edu.br/connepi-anais/artigos/104_2619_679.pdf>. Acesso em: 1 jun. 2012.

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KISHIMOTO, Tizuko Morchida (org). Jogos brinquedo, brincadeira e a educação – 14. Ed-
São Paulo: Costez, 2011.

____________, T.M. (Org.) Jogo, brinquedo, brincadeira e educação. 2. ed. São Paulo: Cortez,
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____________, Tizuko Morchida. Jogos Infantis: O jogo, a Criança e a Educação. Rio de


Janeiro: Vozes, 1993.

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https://pt.wikipedia.org/wiki/Educa%C3%A7%C3%A3o_infantil ( visitado em 31/10/17)

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Uniasselvi, 2011. 272 p.il.Caderno de Estudos.

MOYLES, Janet. Fundamentos da educação infantil: enfrentando o desafio. (tradução Maria


Adriana Verissímo Veronese; Consultora, supervisão técnica: Tânia Ramos Fortuna- Porto Alegre:
Artmed, 2010

PIAGET, Jean. A formação de símbolos na criança. Rio de Janeiro: Zabar, 1975.

SANTA, Marli Pires dos Santos. O brincar na escola - Metodologia Lúdico-vivencial, coletânea
de jogos, brinquedos e dinâmicas 3. Ed – Petrópolis,RJ: Vozes. 2104 (Coleção Brinquedoteca).

SANTOS, Santa Marli Pires dos (org). Brinquedoteca, o lúdico em diferentes contexto. 14 ed-
Petrópolis, RJ: Vozes,2011.

SENADO. Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional (9394/96)


http://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/529732/lei_de_diretrizes_e_bases_1ed.pdf
(visitada em 30/08/2017)

Site Eu Sem Fronteiras: https://www.eusemfronteiras.com.br/que-importancia-tem-as-bonecas-na-


vida-da-crianca/ ( visitado em 30/10/2017)
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Site Guia Infantil: https://br.guiainfantil.com/materias/educacao/jogospular-corda-uma-brincadeira-


saudavel-e-divertida-para-as-criancas/ (visitado em 30/10/2017)

Site Revista Crescer: http://revistacrescer.globo.com/Criancas/Desenvolvimento-


noticia/2014/09/brincar-de-boneca-ajuda-expressar-emocoes.html (visitado em 30/10/2017)

STEUCKS, Cristina Dana- Pedagogia da Educação Infantil. Indaial: Uniasselvi, 2013.

VYGOTSKY,L. S. A Formação social da mente. São paulo: Martins Fontes, 1994

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