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A IMPORTÂNC IA DAS OFICINAS NOS ANOS INÍCIAIS

Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Pedagogia

RESUMO
O presente estudo teve como objetivo analisar a relação do lúdico, dos jogos e oficinas
pedagógicas como facilitadores do processo - aprendizagem. O ato de brincar
proporciona às crianças relacionar e mais coisas umas com as outras, e ao relacioná-las
é que elas constroem o conhecimento.
Jogos e oficinas pedagógicas proporcionam além da função lúdica, atividades
educativas, desenvolvendo aspectos físicos, afetivos, sociais e morais, além da
criatividade, criticidade, curiosidade, confiança e participação. O brincar é o meio de
expressão e crescimento da criança. Trabalhando com materiais diversificados como;
pinturas, jogos, música, imagens, psicomotricidade. De acordo com a pesquisa
bibliográfica realizada, muitos autores afirmam a importância e a eficácia da
brincadeira durante a educação formal da criança, pois é por meio dela que a mesma
pode representar vários papéis sociais, o que estimula maior percepção do mundo no
qual ela se encontra. Diante disto foi possível verificar os inúmeros resultados
benéficos que o lúdico, os jogos e oficinas pedagógicas proporcionam. A teoria
oferece o conhecimento construído a esse respeito, para que cada professor tenha a
possibilidade de instrumentalizar sua prática para alcançar seus objetivos.

Palavras-chave: Ludicidade, jogos, oficinas pedagógicas, processo ensino-aprendizagem.


1 INTRODUÇÃO
O propósito deste trabalho é discutir a importância das atividades lúdicas, oficinas e
jogos pedagógicos e sua contribuição no desenvolvimento do processo de ensino
aprendizagem. Quando o professor utiliza esses recursos e estratégias, facilita a
aprendizagem, pois a criança motivada e interessada aprende de forma espontânea e
prazerosa. O lúdico, os jogos e as oficinas permeiam todo o processo como suporte
estratégico e eficaz, sendo aliado do professor e do
processo de ensinar e aprender.

O viés de pensamento deste estudo é demonstrar a importância que estes recursos


apresentam como facilitadores do processo de ensino aprendizagem. Conduzir uma
reflexão baseando nos pressupostos teóricos que explicam como o lúdico contribui para
o processo de aprendizagem, identificando a importância da ludicidade para sua
formação, percebendo de que maneira o lúdico, os jogos e as oficinas pedagógicas
contribuem com a prática pedagógica para que faça a diferença no espaço escolar.

Então por que os professores pouco utilizam estes recursos na sua prática
pedagógica? Diante do exposto, foi realizada uma pesquisa bibliográfica que reúne o
pensamento dos diversos autores, com a intenção de evidenciar e verificar as
contribuições existentes sobre o tema.

2 DESENVOLVIMEMTO
ÁREA DE CON CENTRAÇÃO: FUDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Hoje, as influências teóricas e contextuais avançaram nas formas de pensar e fazer a
educação das crianças. As contribuições de Piaget, Vygotsky, Wallon, Winnicott e
muitos outros que de forma direta ou diretamente citam em seus livros a importância
do lúdico no ambiente, assim como experiências concretas na realidade brasileira,
permitem uma perspectiva em que se valorizam os anos iniciais na escola como
as base s de for mação para cidadania, percebendo-se a criança como um ser
humano pleno. Os primeiros anos de vida são de extrema importância para a formação
do ser humano, tendo em vista a concepção da criança como um indivíduo em sua
totalidade.

O eixo central desta pesquisa procura-se ressaltar a importância do lúdico, jogos e


oficinas pedagógicas e suas contribuições para a aprendizagem no processo
ensino aprendizagem, ressaltando a necessidade de incluir o lúdico nas práticas
educacionais, onde possa reconhecer e valorizar as diferenças existentes entre as
crianças, estimulando a todas, sem distinções, no que se refere ao seu
desenvolvimento pleno, a construção de sua identidade pessoal, de sua sociabilidade
e de seu próprio conhecimento , de forma prazerosa e criativa.

As ideias de Vygotsky 1991 apesar de terem sido escritas nós a nós 20 a inda hoje têm,
em particular, grande importância para área de educação uma vez que sua visão
sócia - interacionista de desenvolvimento apoia-se na ideia de interação entre o homem
e o meio ambiente e essa interação
acarreta mudanças sobre o indivíduo, pois quando o homem modifica o ambiente
através de seus comportamentos, essas modificações irão influenciar suas atitudes
futuras.

Para o autor há dois elementos importantes nos jogos infantis, a situação imaginária e as
regras, Vygotsky deixa claro que, nos primeiros anos de vida, a brincadeira é a
atividade predominante e constitui fonte de desenvolvimento ao criar zonas de
desenvolvimento proximal. Ao
prover uma situação imaginativa por meio da atividade livre, a criança desenvolve a
iniciativa, expressa seus desejos e internaliza as regras sociais. Atento a “natureza
social” do ser humano, que desde o berço vive rode ad o por seus pares em um ambiente
impregnado pela cultura, defendeu que o próprio desenvolvimento da inteligência é
produto dessa convivência.

O pensamento infantil assume uma direção social ao individual. A elaboração


da consciência ocorre a partir de uma crescente apropriação dos modos da ação
culturalmente elaborados, apropriados pelo contato social, pelo processo de práticas.
“Par a Vygostsk, o homem se constitui, enquanto ser social, pois nasce num contexto
saturado de valores culturais. Desse modo, para o homem transformar-se de ser
biológico em ser social, o convívio social é fundamental” (VYGOSTSK, 1991 apud
Braga, 2008, p 11).

Zona de Desenvolvimento Proximal


Pode-se perceber que a brincadeira de faz-de-conta estudada por Vygotsky corresponde
ao jogo simbólico descrito por Piaget.
Ainda segundo Vygotsky, a brincadeira possui três características a imaginação, a
imitação e a regra. Elas estão presentes em todos os tipos de brincadeiras infantis,
sejam elas tradicionais, de faz-de-conta ou de regra e podem aparecer também no
desenho, considerado enquanto atividade lúdica. Brincando, a criança experimenta,
descobre, inventa, aprende e confere habilidades. Além de estimular a curiosidade, a
autoconfiança e a autonomia, proporciona o desenvolvimento da linguagem, do
pensamento e da concentração e atenção. Por meio do jogo o indivíduo pode
brincar naturalmente, testar hipóteses, explorar toda a sua espontaneidade criativa. Os
jogos não são apenas uma forma de divertimento: são meios que contribuem e
enriquecem o desenvolvimento intelectual. Para manter seu equilíbrio com o mundo
a criança precisa brincar, criar e inventar. A cr iança de vo ta ao jo go a ma ior p
arte do se u te mpo. C o m
jogo s e br incade iras, a cr ia nça des e nvo lve o se u rac ioc ínio e co nd uz o se
u co nhec ime nto de for ma
descontra ída e e spo ntâ nea : no b r inca r, e la co nst ró i um esp aço de e xpe r ime
ntação, de t ra ns ição e nt re
o mundo inte r no e e xt er no.
Atra vés do a mb ie nte e sco la r a ap re nd iza ge m d a cr ia nça de sper ta os p
rocesso s de
desenvo lvi me nto porq ue o céreb ro traba lha a at ivid ade ps ico lo gia e a
cultura tor na ndo - se o ho me m
bio ló gico e c ultura l, e m sóc io - his tór ico. Mas c ada um dá um s igni ficado
pa rt ic ula r a es sas
vivê nc ias. A me mór ia, a percepção, a a te nção e o pe nsa me nto são funções
me nta is. O co gnit ivo e o
afet ivo une m- se e or ga niza a co nsc iê nc ia e fa z- se co mpr ee nder o pe nsa
me nto. As s im, a co nsc iê nc ia
é a or ga nizaç ão do co mpor ta me nto impos to por prá t ica s sóc io - cult ura is.
Para W innico tt, a br incade ira é univer sa l e fa z par te da próp r ia sa úde da
cr ia nça, a inda e m
W innico tt (1975,p g 63 ).
(...) O br incar fac ilit a o cres c ime nto e, por ta nto, a sa úde. O br inca r co nd
uz aos
re lac io na me ntos gr upa is, pode ndo ser uma fo r ma de co municação na terap
ia : fina lme nte, a
ps ica ná lise fo i des e nvo lvid a co mo for ma a lt a me nte espec ia lizada do br
incar, a ser viço da
co municação co ns igo mes mo e com os o ut ros. P orta nto, a br incade ira tra z
a oport unidade
para o e xerc íc io da s imbo liza ção e é t a mbé m uma ca racte r ís t ic a huma na.
O u se ja, q ua ndo a cr ia nça b r inca, e la esta da ndo s ina is de s ua vivac
idade, e e la esta se
soc ia liza ndo co m o ut ras cr ia nças ao me s mo te mpo, po is co mo W innicot t
d isse, há uma
co municação co ns igo (e u) e co m os o utro s, ge ra ndo ass im uma re lação.
Ao mes mo te mpo, q ue a
cr ia nça a b r inca cr ia re la ções e, ao pa sso q ue e la intera ge co m os ob jeto
s de s ua br incade ira e la
reve la r e la tos ínt imos.
Confor me O ute ira l (1998 )[7], o traba lho de W innicot t : "Po r q ue br inca m
as cr ia nças ? "
(1942), apre se nta a lgumas motivações d a atividade lúd ica : para b uscar p ra
zer, para e xpress ar
agr essão, para co nt ro la r a ans iedade, para es tabe lecer co nta tos soc ia is, para
r ea lizar a inte gração da
perso na lidade e, por fim, para co munica r - se co m as pe ssoas.
Sua co ntr ib uição ma is o r igina l ao te ma, e ntr eta nto, é o dese nvo lvi me nto
do s aspec tos dos
objetos t ra ns ic io na is e fe nô me nos tra ns ic io na is (195 1, 1971), para descr e
ver a e xper iê nc ia de viver
e m uma á rea de t ra ns ição da e xpe r iê nc ia, is to é, tra ns ição co m respe ito à rea
li dade inter na e e xte r na.
Já e m s ua o utra obra "A C r ia nça e se u M undo " (1976 ), e le fa z co loc
ações funda me nt a is sob re a
br incade ira. De nt re e la s pode mo s c itar : "As cr ia nças tê m pra ze r e m
todas a s e xper iê nc ia s de
br incade ira fís ica e e moc io na l (... ) "; "O s ad ultos co nt r ib ue m; nes te po
nto, pe lo reco nhec ime nto do
gra nd e luga r q ue cabe à b r incade ira e pe lo e ns ino de b r incade ira s trad ic
io na is, mas s e m obs tr uir
ne m ad ulterar a inic ia t iva próp r ia da cr ia nça ".
De acordo co m Te za ni (2004 ), ao dese nvo lver um traba lho co m jo gos es tá
não só
desenvo lve ndo os aspecto s cognit ivos da cr ia nça, ma s passa ndo ta mb é m a
enfat izar os aspec tos
afet ivo s q ue são res ga tados d ura nte es tes mo me ntos lúd ico s. O jo go é
esse nc ia l co mo rec urso
pedagó gico, po is no br incar a c r ia nça ar t ic ula teor i a e prá t ica, for mula
m hipóte ses e e xper iê nc ias,
tor na ndo a apre nd iza ge m a tra t iva e inter essa nte de ste modo, a co ns tr ução
de um e spaço de jo go, de
intera ção e de cr iatividade p roporc io nar ia o apre nder co m se nt ido e s igni
ficado, no q ua l o gosta r e
quer er es tar ia m pr ese nte s.
Pia get 1975 c ita, e m d iver sas de s uas ob ras, fa tos e e xpe r iê nc ias lúd icas
ap licado s e m
cr ia nças, e de ixa tra nspa recer c la ra me nte se u e nt us ias mo por esse proce sso.
Par a e le, os jo gos não é
apena s uma fo r ma de e ntre te nime nto para gasta r e ne r gia das cr ia nças, mas
me ios q ue e nr iq uece m o
desenvo lvi me nto. E m se u livro “A for ma ção do s ímbo lo na cr ia nça ”, P ia
get 1975 traba lha co m os
jogo s co mo os rec ur sos a t ivos dos q ua is o ser huma no se ser ve e m s ua
vida para co ns tr uir - se a s i
mes mo, ap re nde ndo a re lac io nar- se co m o q ue e stá fora e e m tor no d e s i.
É nes se co nte xto, q ue P ia ge t es tabe lece o e nte nd ime nto de q ue as a t ividades
d ese nvo lvidas
pe lo ser huma no, e m se u pro cesso de d ese nvo lvime nto, pode m ser co
mpree nd idas co mo jo go s e
c lass ific ados e m três t ipos : jo gos de e xe rc íc io, jo gos s imbó licos e jo gos
de re gras.
Est udo ps ico ló gico sobre o jo go infa nt il nos a nos 70 fo i, e m gra nd e
parte, estimu lado por Jea n
Pia get (1971). P ia ge t e laboro u uma d ifere nc iação dos jo gos usa ndo os
seguinte s proced ime ntos :
obser vação e re gistro dos jo gos pra t icad os pe las cr ia nças e m casa, na s esco
las e na r ua, na te ntat iva

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