Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
INTRODUÇÃO
Brincadeiras, brinquedos e jogos sempre estiveram presentes no cotidiano da vida
infantil. As crianças ensinam que, uma das maiores qualidades do brinquedo é a
sua não seriedade, pois é por meio dele que sua imaginação, fantasia, desejo e
emoção flui livremente.
Através da brincadeira a criança exercita todas as suas potencialidades,
desenvolvendo seu lado social, motor e cognitivo. Segundo Piaget, as crianças
não raciocinam como adultos, sendo elas as próprias construtoras ativas do
conhecimento, vivendo constantemente criando e testando suas teorias sobre o
mundo.
Através do brincar, valores, crenças, normas, leis, regras, hábitos, costumes,
história, princípios éticos, conhecimentos são construídos, transmitidos e
assimilados pela criança.
Ressalta-se ainda, que a apropriação da cultura resulta das interações lúdicas entre
a criança, os instrumentos de brincar, ou seja, os brinquedos criados a partir de
imagens, significantes e significados próprios da cultura do grupo a que pertence
a criança. E outras crianças e os adultos com quem convive e interage.
Brincando, a criança vai construindo sua identidade, vai se desenvolvendo e vai
aprendendo. Temos aí o brincar como fenômeno psicológico e psicopedagógico,
como uma necessidade e um fator determinante no desenvolvimento integral de
sujeito humano (desenvolvimento físico, mental e emocional), na constituição de
sua personalidade, na construção de sua identidade, como fator de relação e
comunicação com outros sujeitos e consigo mesmo.
No campo dos jogos infantis, vê-se a existência de teorias diversas, que apesar de
suas diferenças, uma complementa a outra, mas, o que os autores apontam com
insistência, é a inexistência de pesquisas que demonstram a relevância do jogo no
contexto social, e para o aperfeiçoamento nesse campo é necessário que o
psicopedagogo e o professor trabalhem juntos, com um referencial comum,
rastreando as brincadeiras dentro do contexto cultural, contando com a
colaboração de sociólogos e antropólogos.
Também é preciso investigar atentamente como os jogos são mencionados nos
Currículos de Educação Infantil; é preciso que os profissionais de educação
infantil tenham acesso ao conhecimento produzido na área da educação infantil e
da cultura em geral, para repensarem sua prática, se reconstruir enquanto cidadãos
e atuarem enquanto sujeitos da produção de conhecimento.
O problema que poderá responder a revisão da literatura que vem logo a seguir
explanada em tópicos indaga como trabalhar jogos e brincadeiras na clínica
psicopedagógica?
O objetivo geral é averiguar a utilização de jogos e brincadeiras na clínica
psicopedagógica.
Os objetivos específicos são: abordar o lúdico, caracterizar a clínica
psicopedagógica e explicar o lúdico na clínica psicopedagógica.
A escolha do tema em pauta deve-se que defender uma prática psicopedagógica
com base em atividades lúdicas baseadas em jogos e brincadeiras nos remete à
transformação do espaço da clínica psicopedagógica em espaço dinâmico,
integrador, não apenas pela ótica da intervenção pelas dificuldades de
aprendizagem, mas da formação plena do indivíduo.
Torna-se importante o estudo do tema sobre a importância dos jogos e
brincadeiras na clínica psicopedagógica, porque as atividades lúdicas são
processos que envolvem o indivíduo e sua cultura, adquirindo especialidade de
acordo com cada grupo. Essas atividades envolvem emoções, afetividade,
aproximação entre as pessoas, pois o lúdico torna-se um motivador por si próprio,
trazendo novas situações, novos desafios e interação social.
A elaboração desse trabalho contribui para que podemos repensar as atuais
práticas de atividades lúdicas na clínica psicopedagógica; ressaltando-se que o
brincar e jogar permite às crianças reconhecer aquilo que eles já sabem, o que
precisam saber e como eles podem conseguir o que desejam.
1. REVISÃO DA LITERATURA
Que avaliação psicopedagógica é essa se é “só” jogo que meu filho vem fazer
no consultório?
Com o texto de hoje possuímos o intuito de desmistificar a visão, que muitos pais
possuem, de que a avaliação psicopedagógica é composta somente por jogos e
brincadeiras. Além disso, também temos a intenção de mostrar que os jogos e
brincadeiras possuem um grande valor e que eles podem ser fortes aliados nas
mãos de um terapeuta que saiba utilizá-los de forma estratégica.
Aqui no Espaço Mediação nós temos os nossos preferidos dentre uma vasta
gama. Observem o quão rico é o objetivo de cada um deles. Incentivamos os pais
também a usufruírem desse mundo divertido e educativo!
Com a inclusão digital hoje essa frase é comum nas casas de todo Brasil. Diversas
vezes mães e pais dizem isso a seus filhos que costumam ficar jogando o dia todo,
“joguinhos” de todos os tipos
O que na vida real passa despercebida pela criança, torna-se evidente numa ação
dentro do jogo, pois ele cria situações que a criança libera suas emoções que em
outras situações ela conseguiria esconder.
A literatura descreve vários tipos de jogos como: jogos de faz de conta que
envolvem a representação de papéis e situações imaginárias; brincadeiras de
movimento que implicam o domínio do corpo por meio de atividades físicas e
movimentos corporais; jogos de lógica baseados em regras, desafios e
pensamento, jogos de roda que envolvem um grupo, músicas e movimentos, entre
outros. Todos esses e outros tipos de jogos, envolvem peculiaridades e
características próprias.
Kishomoto descreve que é difícil conceituar o que é jogo, enquanto categoria que
dê conta dos diversos tipos e características, o que é reforçado por Huizinga,
segundo o qual o jogo “é função de vida, mas não é passível de definição exata
em termos lógicos, biológicos ou estéticos”. Os jogos cognitivos apresentam
características comuns aos jogos, porém recebem essa denominação por
envolverem mais fortemente habilidades cognitivas. Em um jogo como a Hora do
Rush, por exemplo, no qual o jogador precisa movimentar vários carros para tirar
um específico, trabalha-se fortemente com a capacidade de planejamento e a
resolução de problemas.
Muitos jogos que podemos classificar como cognitivos não foram desenvolvidos
com o objetivo de trabalhar essas habilidades, mas podem ser considerados como
tal por seus desafios e dinâmicas.
Esses jogos podem ter diferentes formatos como jogos de desafios, tabuleiro e
digitais. Os jogos cognitivos digitais ou eletrônicos propõem desafios que exigem
o exercício de aspectos cognitivos, por meio da interação com o computador.
Esses jogos podem ser apresentados em diferentes formatos, de modo geral, são
jogos simples e apresentam níveis de dificuldade crescentes e podem, também,
reproduzir os jogos de tabuleiro ou desafio, utilizando o meio digital.
Jogos Cognitivos: Aliados do Psicopedagogo
Portanto, o uso dos jogos torna-se fundamental tanto para realizar o diagnóstico
de uma criança com transtorno ou dificuldade de aprendizagem, assim como
utilizá-los como ferramentas durante as suas intervenções terapêuticas.
Os jogos abaixo são conhecidos por todos os profissionais da área da educação e
eles servirão como instrumentos de trabalhos para os psicopedagogos. Já que
precisaremos deles para as avaliações e intervenções psicopedagógicas.
OBS: Este tipo de jogo pode ser encontrado por outros fabricantes.
10. 60 Segundos Fabricante: Grow
• Concentração e Atenção
• Reconhecimento e Diferenciação de Formas
• Destreza Manual
• Coordenação Visuomotora
• Agilidade
• Comparação
• Percepção Espacial
- O Gênio e a Matemática
- Ache e Encaixe
- Binguinho de Letras
- Sequencia
REFERÊNCIAS
BALTAZAR. Márcia Corrêa. As concepções de aprendizagem como alicerces do fazer
psicopedagógico. In: Revista Ciências e Letras. Número: 30. Porto Alegre, Jul./dez 2001
BASSEDAS, E. et al. Intervenção educativa e diagnostico psicopedagógico. 3. ed. Porto
Alegre: Artes Medicas,1996.
BETTELHEIM, Bruno. Uma vida para seu filho: pais bons o bastante. Rio de Janeiro: Campus,
1988.
BOSSA,N. A psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da pratica. Porto Alegre: Artes
Medicas, 2000.
CASTANHO, Marisa Irene. NOFFS, Neide de Aquino. RUBINSTEIN, Edith. Rumos da
Psicopedagogia Brasileira In: Psicopedagogia. Revista da Associação Brasileira de
Psicopedagogia. 2004.
CORRÊA, Márcia Amaral. A Relevância da Psicopedagogia na intervenção adulta: traçando
novas possibilidades. In: Revista Ciências e Letras. Número: 32. Porto Alegre, Jul./dez 2002.
FAZENDA, I.C.A. Interdisciplinaridade: História, teoria e pesquisa. Campinas. SP: Papirus,
1994, p. 29.
FERNÁNDEZ, Alicia. A inteligência aprisionada. Porto Alegre: Artes Médicas , 1991
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia, saberes necessários à prática educativa. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 2002.
FRENZEL, R. M. Jugando. Mexico: Extemporâneos, 1977.
GALLARDO, J.S.P. Didática de educação física: a criança em movimento: jogo, prazer e
transformação. São Paulo: FTD, 1998.
GOMES, Christianne Luce (org.). Dicionário crítico do lazer. Belo Horizonte: Autêntica, 2004.
HUMBERTO, Luis. Fotografia a poética do banal. Brasília: Universidade de Brasília, 2000.
KISHIMOTO, M.T. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. São Paulo: Cortez, 2001.
KRAMER, Sonia. Currículo de Educação Infantil e a Formação dos Profissionais de Creche e
Pré-escola: questões teóricas e polêmicas. In: MEC/SEF/COEDI. Por uma política de formação
do profissional de Educação Infantil. Brasília-DF. 1994
LUCKESI, Cipriano Carlos. Educação, ludicidade e prevenção das neuroses futuras: uma
proposta pedagógica a partir da Biossíntese. In: LUCKESI, Cipriano Carlos (org.)
Ludopedagogia – Ensaios 1: Educação e Ludicidade. Salvador: Gepel, 2000
MARCELINO, Nelson Carvalho. Lúdico, educação e educação física. São Paulo: Umigui,
1999.
MELILLO, Aldo. Resiliência: descobrindo as próprias fortalezas. Porto Alegre: Artmed, 2005.
MURCIA, Juan Antônio Moreno (org.). Aprendizagem através dos Jogos. Porto Alegre:
Artmed, 2005.
NEGRINE, Airton. Aprendizagem e desenvolvimento infantil. Porto Alegre: Prodil, 1994.
NÓVOA, A. Diz-me como ensinas, dir-te-ei quem és e vice-versa. In: FAZENDA, I. (Org.). A
pesquisa em educação e as transformações do conhecimento. 2ed. Campinas, São Paulo:
Papirus, 1997. p.29-41.
PEREIRA, Ana Maria. Ludicidade: Indicativo para superação do Dualismo. In: Encontro
Nacional de Recreação e Lazer, XI ENAREL, 1999, Foz do Iguaçu. (anais) Foz do Iguaçu:
1999.
PIAGET, J. Psicologia e pedagogia. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1972.
PIAGET, Jean. A formação do símbolo na criança. Rio de Janeiro: LTC, 1990
Piaget, J. A psicologia da criança. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998.
ROJAS.L. O lúdico: hora de ensinar x hora de brincar. São Paulo: Atlas, 1998.
RUBISTEIN, E. A especificidade do diagnóstico psicopedagógico. In: SISTO, F. et al. Atuação
psicopedagógica e aprendizagem escolar. Petrópolis: Vozes, 1996.
SCOZ,B. et al. Psicopedagogia: o caráter interdisciplinar na formação e atuação profissional.
Porto Alegre: Artes Medicas,1990.
SCOZ, B. Psicopedagogia e realidade escolar, o problema escolar e de aprendizagem.
Petrópolis: Vozes, 1994.
SOLER, R. Educação física escolar. Rio de Janeiro: Sprint, 2003.
Souza, A. R. Resolução de conflitos entre crianças em brincadeiras de rua. Dissertação de
Mestrado não-publicada, Curso de Pós-Graduação em Psicologia: Teoria e Pesquisa do
Comportamento, Universidade Federal do Pará. Belém, PA., 2006.
VYGOTSKY, L. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
WEISS, Maria Lúcia. Psicopedagogia Clínica – Uma Visão Diagnóstica. Porto Alegre: Artes
Medicas,1992.
WEISS, Maria Lúcia Lemme. Psicopedagogia clínica: Uma visão diagnóstica dos problemas de
aprendizagem escolar. Rio de Janeiro: DR & A, 2004.