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B5
"corrupção"
O Brasil sempre foi um país de leis e de legistas, somos um dos maiores
produtores de leis. Juristas e advogados compuseram a quase totalidade da elite
política durante todo o período de formação nacional no século XIX e continuam a
representar parcela importante dela.Feita a lei, o problema para ele está resolvido,
não lhe interessando sua execução
Corrupção autorizada pela Coroa Portuguesa, que permitia a exploração dos bens
públicos. Até hoje muitos representantes do Estado confundem o que é publico
com o privado, e em sua maioria se utiliza do lugar de poder para tirar proveitos
para si e/ou para os "seus”. Observamos a confluência entre
O texto "o tráfico negreiro" de Luiz Felipe de Alencastro, discute a influencia do
trafico negreiro para a construção do Brasil e de suas riquezas. A mão de obra
escrava foi um fator determinante para a exploração das terras brasileiras.
Opróprio tráfico negreiro em si era uma forma de movimentação e de sustentação
da economia da época. Além do extermínio ao povo indígena e insensibilidade
perante os problemas e impactos gerados pela comercialização e desvalorização
da vida humana, e que perduram até hojeatravés da falta de compromisso e
insensibilidade diante das desigualdades sociais criadas pelopróprio processo de
formação da nação brasileira.
A classe dominante, que detém o poder e as grandes fortunas do País são
herdeiras do pensamento e das velhas práticas de submissão e exploração da
classe trabalhadora. Por esta razão é bastante difícil conseguir romper com estes
pensamentos a fim de se construir um Estado que consiga zelar pelo bem comum,
pelo respeito e garantia do direito do outro.
São os representantes da classe dominante quem ditam as regras da
sociedade;como ela deve funcionar e a serviço de quem.
A formação dos novos gestores é sem dúvida uma forma de se alcançar esta
mudança para o estado necessário, porque essa possibilita a transformação do
pensamento e das práticas na elaboração e execução das políticas públicas para
a sociedade. A mudança dos atores na gestão é fundamental já que até hoje
convivemos com o enraizamento do pensamento conservador e elitista nas mais
diversas esferas de poder.
identidade brasileira
contato político e cultural com a Europa, os filhos de senhores e políticos saiam
pra estudar na Europa e por isso acabavam influenciados pelo pensamento
europeu e reproduziam no Brasil, voltando o olhar para fora do Pais e que até hoje
se configura como um fator importante em relação ao seu comportamento perante
as grandes naçoes. as vezes se comporta como algo a ser explorado, menor,
sinonimo de atraso , e o que lhe é exterior sempre como o melhor exemplo a ser
seguido.
fator preponderante nos acontecimentos políticos do século XIX.
chegada da corte portuguesa para o Brasil concretiza a ifluencia europeia no
pensamento luso brasileiro
O desejo de identificação com o europeu não esconde, entretanto, outro desejo: o de não ser
negro, não ser índio e não ser mestiço. A negação de tais grupos sociais os condena até hoje, mas
o paroxismo ocorreu com as teorias racistas e o projeto de embranquecimento da população no
final do século XIX.
Feita a associação da elite brasileira aos valores culturais da Europa Ocidental, falta apontar a
relação contemporânea desta elite com a cultura branca estadunidense. É inegável que a
“civilização” impõe-se pelo poder, e neste caso nada mais natural do que nos submetermos à
inundação de filmes, livros e músicas provenientes do mais rico e poderoso país. Essa explicação,
contudo, é parcial. Se no século XIX a elite buscou diferenciar-se de pobres, negros, índios e
mestiços através da identificação com o europeu, atualmente e à medida que fatores fenotípicos
perdem relevância socioeconômica, o principal elemento de distinção é o consumo.
É por meio da aquisição dos chamados “bens posicionais” 5 que a elite contemporânea se destaca
e alcança notável proeminência na sociedade. Os bens posicionais são bens que conferem status
ao proprietário por possuírem alguma exclusividade. São usualmente associados aos bens de luxo,
como mansões, carrões, roupas de grife, relógios caros, viagens exóticas, mas também outros
utensílios mais acessíveis como o último lançamento de iPod. Em uma sociedade que cultua o
individualismo, a posse de bens posicionais ganha uma relevância impressionante. Assisti-se a
uma verdadeira “corrida armamentista do consumo”, nas palavras de Eduardo Giannetti.
Foi Rousseau6 quem melhor analisou o processo de criação de “novas necessidades”. Segundo ele,
o luxo é necessário justamente porque discrimina as pessoas. Antigas formas de distinção social,
antes associadas a um direito divino ou à nobreza, foram sendo sucedidas, durante o Iluminismo,
pela posse ou não de itens de luxo, como a fartura de comida ou obras de arte. A origem da
desigualdade está, portanto, na propriedade, desde então o direito burguês mais violentamente
defendido.
A explicação de Rousseau faz ainda mais sentido quando adaptada a contemporaneidade, já que
o consumismo tem-se desenvolvido incrivelmente. Além disso, é justamente nos países que
possuem maior desigualdade social que o consumo exacerbado é mais caricatural, como nos
Estados Unidos e Brasil. Aqui como lá, desigualdades étnicas se confundem com desigualdades
socioeconômicas. À segregação étnica, impõe-se outra, a econômica. E é por meio do consumo de
bens posicionais que se escancara esta última. A importância que se dá, no Brasil, a um carro, a
um bem eletrônico ou a uma viagem a Punta Cana pouco tem a ver com o valor de uso, mas, sim,
com a capacidade que este bem possui de “diferenciar” uma pessoa de outra. Compreende-se,
então, de que maneira a biografia de Steve Jobs pode ser mais lida que a de Martin Luther King
ou Gandhi. Aquele, talvez melhor que ninguém, apreendeu os meios mais eficientes de gerar esse
novo tipo de valor. O resultado impressiona: multidões fazem filas pelo efêmero privilégio da
exclusividade.
Ainda que a emulação do padrão de consumo americano esteja presente em toda a sociedade, é
na elite e na classe média alta que ela é mais perniciosa, uma vez que tal estrato monopoliza o
poder econômico e político. Em um país eminentemente agroexportador, a ode ao liberalismo
econômico mal disfarça o real interesse em adquirir bens de luxo importados. O custo do atraso
econômico é repartido, como usual, por toda a sociedade. A mediocridade de um comportamento
que aprofunda a chaga de milhões de habitantes no planeta talvez encontre limite apenas na
ameaça à vida humana, fruto do esgotamento dos recursos, da poluição e do aquecimento
global.
Nos últimos anos, o Brasil acompanhou uma redução da desigualdade, decorrência direta de
programas sociais feitos em escala inédita. Políticas de ação afirmativa, como as cotas raciais,
têm permitido a ascensão de negros à condição de nova classe média. Por outro lado, o
consumismo tem pouca ou nenhuma relação com a cor da pele ou a etnia, o que mantém o
agravo desse consumo desenfreado. Que as pessoas prescindam dos bens posicionais e se
destaquem apenas por seus “talentos posicionais” pode, infelizmente, soar utópico. Mas, se a
racionalidade e a sensibilidade humana não encontrarem uma saída, há uma chance de que a
fúria ambiental o faça. Veremos.