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31/03/2016

DIREITO CIVIL
PROF. ANDRÉ ROBERTO
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DAS PESSOAS:

• Personalidade jurídica (civil):

SENTIDO SUBJETIVO (subjetividade)


Aptidão genérica para figurar nas relações jurídicas como titular de
direitos e deveres.

art. 1º. do CC. Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem


civil.

SENTIDO OBJETIVO (Valor):

PERSONALIDADE = Conjunto de características e atributos da pessoa


humana – conteúdo dos direitos da personalidade e inerente
exclusivamente à pessoa humana.

Arts. 11 a 21, do CC/2002.

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E a Pessoa Jurídica?
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito
privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro,
precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder
Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar
o ato constitutivo.

Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo


desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir,
a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber
intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações
de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos
administradores ou sócios da pessoa jurídica.

Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos


direitos da personalidade.

STJ - Súmula: 227


A pessoa jurídica pode sofrer dano moral.

IV Jornada de Direito Civil - Enunciado 286


Os direitos da personalidade são direitos inerentes e essenciais à
pessoa humana, decorrentes de sua dignidade, não sendo as pessoas
jurídicas titulares de tais direitos.

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Informativo nº 0534
Quarta Turma
DIREITO CIVIL. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS A PESSOA JURÍDICA DE DIREITO
PÚBLICO.
A pessoa jurídica de direito público não tem direito à indenização por danos morais
relacionados à violação da honra ou da imagem. (...)
Finalmente, cumpre dizer que não socorrem os entes de direito público os próprios
fundamentos utilizados pela jurisprudência do STJ e pela doutrina para sufragar o
dano moral da pessoa jurídica. Nesse contexto, registre-se que a Súmula 227 do STJ
("A pessoa jurídica pode sofrer dano moral") constitui solução pragmática à
recomposição de danos de ordem material de difícil liquidação. Trata-se de
resguardar a credibilidade mercadológica ou a reputação negocial da empresa, que
poderiam ser paulatinamente fragmentadas por violações de sua imagem, o que,
ao fim, conduziria a uma perda pecuniária na atividade empresarial. Porém, esse
cenário não se verifica no caso de suposta violação da imagem ou da honra de
pessoa jurídica de direito público. REsp 1.258.389-PB, Rel. Min. Luis Felipe
Salomão, julgado em 17/12/2013.

PESSOAS NATURAIS:
• Início da personalidade: interpretação literal da norma (art. 2º,
primeira parte, CC) – NASCIMENTO COM VIDA (Teoria Natalista).

• OBS: Mas a Lei põe a salvo os direitos do NASCITURO (art. 2º, parte
final, CC) – Nascituro é o ser concebido (já no ventre) mas ainda não
nascido.

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Nascituro e Concepturo:
• Teorias:
1) Natalista – clássica (Caio Mario, Venosa, Gonçalves)

ADI 3510 / DF - DISTRITO FEDERAL


AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE
Relator(a): Min. AYRES BRITTO
Julgamento: 29/05/2008 Órgão Julgador: Tribunal Pleno
(Acerca do art. 5º. da Lei 11.105/2005 – Biossegurança)

III - A PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL DO DIREITO À


VIDA E OS DIREITOS INFRACONSTITUCIONAIS DO
EMBRIÃO PRÉ-IMPLANTO. O Magno Texto Federal não
dispõe sobre o início da vida humana ou o preciso
instante em que ela começa. Não faz de todo e
qualquer estádio da vida humana um autonomizado
bem jurídico, mas da vida que já é própria de uma
concreta pessoa, porque nativiva (teoria "natalista",
em contraposição às teorias "concepcionista" ou da
"personalidade condicional"). (...)

Mas as três realidades não se confundem: o embrião é


o embrião, o feto é o feto e a pessoa humana é a
pessoa humana.

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2) Teoria Concepcionista (Beviláqua, Leoni, Francisco Amaral e Maria


Helena Diniz).

3) Teoria da Personalidade sob Condição (Arnoldo Wald).

• Enunciado da I Jornada de Direito Civil - CJF

• 1 – Art. 2º : A proteção que o Código defere ao nascituro alcança o


natimorto no que concerne aos direitos da personalidade, tais como:
nome, imagem e sepultura.

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STJ
• Jurisprudência:
• Nascituro e dano moral –
• REsp 399.028 – 15/04/2002 – Min Rui Rosardo de Aguiar –
indenização diferenciada em relação aos irmãos nascidos;
• REsp 931.556 – 05/08/2008 – Min. Nancy Andrighi – indenização
igual a dos irmãos nascidos.

ESTADO INDIVIDUAL
• SEXO:

Visão clássica: imutabilidade das informações contidas no registro civil.

Visão atual: Enunciado IV Jornada - CJF


• 276 – Art. 13: O art. 13 do Código Civil, ao permitir a disposição do
próprio corpo por exigência médica, autoriza as cirurgias de
transgenitalização, em conformidade com os procedimentos
estabelecidos pelo Conselho Federal de Medicina, e a conseqüente
alteração do prenome e do sexo no Registro Civil.

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STJ
• Admissibilidade da alteração registral: SENTENÇA ESTRANGEIRA Nº
1.058 - EX (2005/0067795-4);

• SEM SIGILO: REsp 678933 / RS (2007) – Rel. Min. Menezes Direito.

• COM SIGILO: REsp 1008398 / SP (2009) – Rel. Min. Nancy Andrighi;


REsp 737993 / MG (2009) – Rel. Min. João Otávio Noronha
(Informativo 415).

• CAPACIDADE CIVIL = medida da personalidade.

• Regra – toda pessoa é capaz.


• Exceção – a fim de proteger a pessoa o ordenamento jurídico
estabelece hipóteses em que a mesma não terá capacidade plena.

• Capacidade Plena = Capacidade de Direito (Aquisição) + Capacidade de


Fato (Exercício)

• Capacidade de Direito = toda pessoa é capaz (art. 1º), pois se trata da


capacidade para ser sujeito de direito.

• Capacidade de Fato = é a capacidade para exercer pessoalmente os atos


da vida civil. As pessoas serão incapazes quando não puderem exercer
pessoalmente tais atos.

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LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015.


Art. 2o Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem
impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou
sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode
obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de
condições com as demais pessoas.

Art. 6o A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa,


inclusive para:
I - casar-se e constituir união estável;
II - exercer direitos sexuais e reprodutivos;
III - exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de ter
acesso a informações adequadas sobre reprodução e planejamento
familiar;
IV - conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização
compulsória;
V - exercer o direito à família e à convivência familiar e
comunitária; e
VI - exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção,
como adotante ou adotando, em igualdade de oportunidades com as
demais pessoas.

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Art. 114. A Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), passa


a vigorar com as seguintes alterações:

“Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos


da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos.

I - (Revogado);
II - (Revogado);
III - (Revogado).” (NR)

Art. 4o São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os


exercer: (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; (Redação dada pela Lei
nº 13.146, de 2015)
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem
exprimir sua vontade; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)
IV - os pródigos.
Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por
legislação especial. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de
2015) (Vigência)

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CAPÍTULO II
DO RECONHECIMENTO IGUAL PERANTE A LEI

Art. 84. A pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao


exercício de sua capacidade legal em igualdade de condições com as
demais pessoas.

§ 1o Quando necessário, a pessoa com deficiência será


submetida à curatela, conforme a lei.

§ 2o É facultado à pessoa com deficiência a adoção de processo


de tomada de decisão apoiada.

§ 3o A definição de curatela de pessoa com deficiência constitui


medida protetiva extraordinária, proporcional às necessidades e às
circunstâncias de cada caso, e durará o menor tempo possível.

§ 4o Os curadores são obrigados a prestar, anualmente, contas


de sua administração ao juiz, apresentando o balanço do respectivo
ano.

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Art. 85. A curatela afetará tão somente os atos relacionados aos


direitos de natureza patrimonial e negocial.

§ 1o A definição da curatela não alcança o direito ao próprio


corpo, à sexualidade, ao matrimônio, à privacidade, à educação, à
saúde, ao trabalho e ao voto.

§ 2o A curatela constitui medida extraordinária, devendo constar


da sentença as razões e motivações de sua definição, preservados os
interesses do curatelado.

§ 3o No caso de pessoa em situação de institucionalização, ao


nomear curador, o juiz deve dar preferência a pessoa que tenha vínculo
de natureza familiar, afetiva ou comunitária com o curatelado.

CONTROVÉRSIA SOBRE O SISTEMA DA INCAPACIDADE APÓS O ESTATUTO


DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA:
Primeira Corrente:
• Capacidade Plena = Regra, inclusive para pessoas com deficiência;
• Incapacidade Absoluta = Menores de 16 anos;
• Incapacidade Relativa = Pessoas enumeradas no art. 4º, do CC,
excluídas as pessoas com deficiência;
• Pessoas capazes sujeitas à curatela = Pessoas com deficiência na
forma do art. 1.767, I, do CC;
• Pessoas capazes sujeitas ao regime da Tomada de Decisão Apoiada =
Pessoas com deficiência na forma do art. 1.783-A, do CC.
Neste sentido ver: SIMÃO e STOLZE.

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CONTROVÉRSIA SOBRE O SISTEMA DA INCAPACIDADE APÓS O ESTATUTO


DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA:
Segunda Corrente:
• Capacidade Plena = Regra, inclusive para pessoas com deficiência;
• Incapacidade Absoluta = Menores de 16 anos;
• Incapacidade Relativa = Pessoas enumeradas no art. 4º, do CC,
incluindo as pessoas com deficiência sujeitas à curatela na forma do
art. 1.767, I, do CC;
• Pessoas capazes sujeitas ao regime da Tomada de Decisão Apoiada =
Pessoas com deficiência na forma do art. 1.783-A, do CC.
Neste sentido ver: ROSENVALD.

TÍTULO IV
Da Tutela, da Curatela e da Tomada de Decisão Apoiada
(Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)

Art. 1.767. Estão sujeitos a curatela:


I - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem
exprimir sua vontade; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)
II - (Revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)
III - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; (Redação dada pela Lei
nº 13.146, de 2015)
IV - (Revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)
V - os pródigos.

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Art. 1.777. As pessoas referidas no inciso I do art. 1.767 receberão


todo o apoio necessário para ter preservado o direito à convivência
familiar e comunitária, sendo evitado o seu recolhimento em
estabelecimento que os afaste desse convívio. (Redação dada pela Lei
nº 13.146, de 2015)

CAPÍTULO III
Da Tomada de Decisão Apoiada
(Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015)
Art. 1.783-A. A tomada de decisão apoiada é o processo pelo qual a
pessoa com deficiência elege pelo menos 2 (duas) pessoas idôneas, com as
quais mantenha vínculos e que gozem de sua confiança, para prestar-lhe
apoio na tomada de decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes os
elementos e informações necessários para que possa exercer sua
capacidade. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
§ 1o Para formular pedido de tomada de decisão apoiada, a pessoa com
deficiência e os apoiadores devem apresentar termo em que constem os
limites do apoio a ser oferecido e os compromissos dos apoiadores,
inclusive o prazo de vigência do acordo e o respeito à vontade, aos direitos
e aos interesses da pessoa que devem apoiar. (Incluído pela Lei nº 13.146,
de 2015) (Vigência)

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§ 2o O pedido de tomada de decisão apoiada será requerido pela


pessoa a ser apoiada, com indicação expressa das pessoas aptas a
prestarem o apoio previsto no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº
13.146, de 2015)
§ 3o Antes de se pronunciar sobre o pedido de tomada de decisão
apoiada, o juiz, assistido por equipe multidisciplinar, após oitiva do
Ministério Público, ouvirá pessoalmente o requerente e as pessoas que
lhe prestarão apoio. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015)
§ 4o A decisão tomada por pessoa apoiada terá validade e efeitos
sobre terceiros, sem restrições, desde que esteja inserida nos limites
do apoio acordado. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015)
§ 5o Terceiro com quem a pessoa apoiada mantenha relação negocial
pode solicitar que os apoiadores contra-assinem o contrato ou acordo,
especificando, por escrito, sua função em relação ao apoiado. (Incluído
pela Lei nº 13.146, de 2015)

§ 6o Em caso de negócio jurídico que possa trazer risco ou prejuízo


relevante, havendo divergência de opiniões entre a pessoa apoiada e
um dos apoiadores, deverá o juiz, ouvido o Ministério Público, decidir
sobre a questão. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
§ 7o Se o apoiador agir com negligência, exercer pressão indevida ou
não adimplir as obrigações assumidas, poderá a pessoa apoiada ou
qualquer pessoa apresentar denúncia ao Ministério Público ou ao juiz.
(Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
§ 8o Se procedente a denúncia, o juiz destituirá o apoiador e
nomeará, ouvida a pessoa apoiada e se for de seu interesse, outra
pessoa para prestação de apoio. (Incluído pela Lei nº 13.146, de
2015) (Vigência)

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§ 9o A pessoa apoiada pode, a qualquer tempo, solicitar o término


de acordo firmado em processo de tomada de decisão apoiada.
(Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
§ 10. O apoiador pode solicitar ao juiz a exclusão de sua participação
do processo de tomada de decisão apoiada, sendo seu desligamento
condicionado à manifestação do juiz sobre a matéria. (Incluído pela Lei
nº 13.146, de 2015) (Vigência)
§ 11. Aplicam-se à tomada de decisão apoiada, no que couber, as
disposições referentes à prestação de contas na curatela. (Incluído pela
Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)

CAPACIDADE E LEGITIMAÇÃO
• CAPACIDADE PLENA: toda a pessoa MAIOR (art. 5°, caput, CC) é
presumidamente (presunção relativa) capaz de praticar atos negociais
envolvendo direitos e deveres na ordem civil.

• LEGITIMAÇÃO NEGOCIAL: Nem toda pessoa PLENAMENTE CAPAZ é


legitimada para praticar livremente certos atos negociais, em virtude
de interesses de terceiros ou da ordem pública.

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Exemplos:
Art. 496. É anulável a venda de ascendente a
descendente, salvo se os outros descendentes e o
cônjuge do alienante expressamente houverem
consentido.

Parágrafo único. Em ambos os casos, dispensa-se o


consentimento do cônjuge se o regime de bens for o da
separação obrigatória.

Art. 497. Sob pena de nulidade, não podem ser comprados, ainda que em
hasta pública:
I - pelos tutores, curadores, testamenteiros e administradores, os bens
confiados à sua guarda ou administração;
II - pelos servidores públicos, em geral, os bens ou direitos da pessoa jurídica
a que servirem, ou que estejam sob sua administração direta ou indireta;
III - pelos juízes, secretários de tribunais, arbitradores, peritos e outros
serventuários ou auxiliares da justiça, os bens ou direitos sobre que se litigar
em tribunal, juízo ou conselho, no lugar onde servirem, ou a que se estender
a sua autoridade;
IV - pelos leiloeiros e seus prepostos, os bens de cuja venda estejam
encarregados.

Parágrafo único. As proibições deste artigo estendem-se à cessão de crédito.

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CESSA A INCAPACIDADE:
• MAIORIDADE: A incapacidade cessará para os menores aos 18 anos
completos (art. 5º, caput).

• EMANCIPAÇÃO: Antecipação da capacidade plena para quem ainda não


atingiu a maioridade (art. 5º, par. Único).

• Espécies:
Emancipação Voluntária – inciso I, primeira parte;
Emancipação Judicial – inciso I, parte final;
Emancipação Legal – incisos II a V.

ENUNCIADOS - CJF
• I JORNADA:

• 40 – Art. 928: o incapaz responde pelos prejuízos que


causar de maneira subsidiária ou excepcionalmente, como
devedor principal, na hipótese do ressarcimento devido
pelos adolescentes que praticarem atos infracionais, nos
termos do art. 116 do Estatuto da Criança e do
Adolescente, no âmbito das medidas sócioeducativas ali
previstas.

• 41 – Art. 928: a única hipótese em que poderá haver


responsabilidade solidária do menor de 18 anos com seus
pais é ter sido emancipado nos termos do art. 5º,
parágrafo único, inc. I, do novo Código Civil.

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RESP 122.573/PR

Responsabilidade civil. Pais. Menor emancipado. A


emancipação por outorga dos pais não exclui, por si só,
a responsabilidade decorrente de atos ilícitos do filho.
(REsp 122573/PR, Rel. Ministro EDUARDO RIBEIRO,
TERCEIRA TURMA, julgado em 23/06/1998, DJ
18/12/1998, p. 340)

V JORNADA:
• 397) Art. 5º. A emancipação por concessão dos pais ou por sentença
do juiz está sujeita a desconstituição por vício de vontade.

• 450) Art. 932, I. Considerando que a responsabilidade dos pais pelos


atos danosos praticados pelos filhos menores é objetiva, e não por
culpa presumida, ambos os genitores, no exercício do poder familiar,
são, em regra, solidariamente responsáveis por tais atos, ainda que
estejam separados, ressalvado o direito de regresso em caso de culpa
exclusiva de um dos genitores.

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Enunciado 450 – Controvérsia:


• Na vigência do CC/1916 – responsabilidade dos pais por culpa
presumida (in vigilando);

• Responsabilidade de quem detinha a guarda (de fato ou de direito) e


que não provasse isenção de culpa.

• No atual CC/2002:

• Art. 932, I c/c art. 933 – responsabilidade objetiva dos


pais pelos atos ilícitos dos filhos, sob sua
AUTORIDADE e COMPANHIA.

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CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. RESPONSABILIDADE DOS PAIS E DA AVÓ EM


FACE DE ATO ILÍCITO PRATICADO POR MENOR. SEPARAÇÃO DOS PAIS.
PODER FAMILIAR EXERCIDO POR AMBOS OS PAIS. DEVER DE
VIGILÂNCIA DA AVÓ. REEXAME DE FATOS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA
7/STJ. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL COMPROVADO.
3. Quanto à alegada ilegitimidade passiva da mãe e da avó, verifica-se,
de plano, que não existe qualquer norma que exclua expressamente a
responsabilização das mesmas, motivo pelo qual, por si só, não há falar
em violação aos arts. 932, I, e 933 do CC.
4. A mera separação dos pais não isenta o cônjuge, com o qual os filhos
não residem, da responsabilidade em relação ao atos praticados pelos
menores, pois permanece o dever de criação e orientação,
especialmente se o poder familiar é exercido conjuntamente. (...)
(REsp 1074937/MA, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA
TURMA, julgado em 01/10/2009, DJe 19/10/2009)

Informativo nº 0575
Período: 19 de dezembro de 2015 a 4 de fevereiro de 2016.
Terceira Turma
DIREITO CIVIL. HIPÓTESE DE INEXISTÊNCIA DE RESPONSABILIDADE
CIVIL DA MÃE DE MENOR DE IDADE CAUSADOR DE ACIDENTE.
A mãe que, à época de acidente provocado por seu filho menor de
idade, residia permanentemente em local distinto daquele no qual
morava o menor - sobre quem apenas o pai exercia autoridade de
fato - não pode ser responsabilizada pela reparação civil advinda
do ato ilícito, mesmo considerando que ela não deixou de deter o
poder familiar sobre o filho.
REsp 1.232.011-SC, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em
17/12/2015, DJe 4/2/2016.

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Trecho do Acórdão:
1. A responsabilidade dos pais por filho menor - responsabilidade por
ato ou fato de terceiro -, a partir do advento do Código Civil de 2002,
passou a embasar-se na teoria do risco para efeitos de indenização, de
forma que as pessoas elencadas no art. 932 do Código Civil respondem
objetivamente, devendo-se comprovar apenas a culpa na prática do ato
ilícito daquele pelo qual são os pais responsáveis legalmente.
Contudo, há uma exceção: a de que os pais respondem pelo filho
incapaz que esteja sob sua autoridade e em sua companhia; assim, os
pais, ou responsável, que não exercem autoridade de fato sobre o filho,
embora ainda detenham o poder familiar, não respondem por ele, nos
termos do inciso I do art. 932 do Código Civil.

INFORMATIVO nº 0573
Período: 12 a 25 de novembro de 2015.
Quarta Turma
DIREITO CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL DOS GENITORES PELOS DANOS
CAUSADOS POR SEU FILHO ESQUIZOFRÊNICO.
Os pais de portador de esquizofrenia paranoide que seja solteiro,
maior de idade e more sozinho tem responsabilidade civil pelos danos
causados durante os recorrentes surtos agressivos de seu filho, no caso
em que eles, plenamente cientes dessa situação, tenham sido omissos
na adoção de quaisquer medidas com o propósito de evitar a repetição
desses fatos, deixando de tomar qualquer atitude para interditá-lo ou
mantê-lo sob sua guarda e companhia.
REsp 1.101.324-RJ, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, julgado em
13/10/2015, DJe 12/11/2015.

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