Você está na página 1de 3

Cuiabá – MT, 20 de setembro de 2019

Aluno: Ricardo Toffoli Avila Inez de Almeida.


Matrícula: 07000095.
Curso: Direito 3° Semestre Noturno.

RESUMO DO LIVRO “O CASO DOS EXPLORADORES DE CAVERNAS”

O livro apresenta uma obra fictícia, no ano de 4300, onde temos um caso de
quatro homens sentenciados à morte (por forca) pelo homicídio de Roger
Whetmore, segundo a lei “Quem quer que intencionalmente prive a outrem da
vida será punido com a morte”. N.C.S.A. Parágrafo 12-A. A cena que o livro
retrata é a de um recurso à Suprema Corte de Newgarth após a sentença
emitida pelo Tribunal do Condado de Stowfield que inicialmente apresentou
uma sugestão de apelo ao Executivo para abrandar a pena em sentença de 6
meses de detenção, que até aquele momento não havia emanado uma
manifestação acerca do caso.
A história desses 5 homens (os 4 réus e o morto) membros da Sociedade
Espeleológica se inicia em uma expedição de uma caverna que tinha apenas
uma entrada, e que foi obstruída por um deslizamento. Após os exploradores
não retornarem aos seus domicílios, conseguem dados da localização deles e
se iniciam as escavações para tentar retirá-los de dentro da caverna.
Aumentam recursos e chamam especialistas.
Há novos deslizamentos, que adiam as buscas e causam inclusive a morte de
dez operários que trabalhavam no resgate.
Depois de conseguirem um rádio comunicador e começarem a ter contato com
as equipes de resgate, os espeleologistas ficam sabendo que o tempo não
seria suficiente para resgatá-los com vida, devido seus parcos recursos
(alimentos). Um deles, Roger Whetmore lança a ideia de um deles morres e
servir de alimento aos demais. A escolha seria feita através de sorte, em um
lance de dados. Perguntaram, os exploradores de caverna, aos que estavam
fora da caverna sobre o acordo deles, e como não houve resposta de nenhum
órgão oficial e finalizando o contato pelo rádio, deram cabo ao acordo. Em um
momento anterior, o próprio Whetmore, proponente do acordo, voltou atrás. Ele
foi acusado de traição ao acordo pelo grupo. Ao lançarem os dados, Whetmore
foi o escolhido para a morte.
A Suprema Corte de Newgarth passa então, através de seus quatro membros,
a proferir a decisão.
O primeiro a votar é o Juiz Foster que aborda 2 pontos em sua sentença de
absolvição: Direito Natural e Direito Positivo. Em sua tese quanto ao direito
natural, Foster diz que os mesmos estariam em uma situação em que o poder
estatal não seria predominante e que a “lei da natureza” se impõe. Como eles
estavam distantes, em sua prisão subterrânea, estariam fora da alçada da
justiça do direito positivo. O juiz também assevera que no caso da manutenção
da vida, mediante o acordo que eles firmaram, estariam inocentados de
qualquer acusação de homicídio. Quanto ao direito positivo, Foster diz que os
exploradores estariam em uma situação em que a legislação deveria ser
interpretada de forma racional. Discorre exemplificando um caso em que seria
proibido estacionar em certo período do dia, mas que devido a ato político
imprevisto o proprietário do veículo não poderia ser penalizado e com isso o
caso foi finalizado. Foster votou pela absolvição dos réus.
O segundo juiz a votar é Tatting, que se coloca em contraposição a todo
momento, levando em sua análise o papel de aplicar as leis e o seu lado
emocional e que não os via como culpados. Desqualificou o argumento anterior
de que um contrato não pode se sobrepor ao homicídio. Mas também não
consegue atribuir culpa a homens que lutaram pelas suas vidas. O juiz não
defende nenhum argumento mais consistente fora o de se fundamentar como
incapaz de julgar o caso. Tatting não participa da votação e se abdica do voto.
O terceiro votante é o Juiz Keen, que levou em conta que os homens já
sofreram o suficiente e de acordo com sua condição privada, não os
condenaria. Mas disse que em seu papel como juiz, deve prezar pela aplicação
da norma jurídica, ou seja, das leis. Keen disse que independente de qualquer
acordo firmado, os homens cometeram o crime de homicídio. Discordou da
sugestão da Corte de encaminharem o caso ao executivo, sendo que esse não
é o papel da Corte. É enfático a dizer que um juiz não pode legislar através de
seus desejos pessoais. Votou por condenar os réus.
O último voto é do Juiz Handy, que discorre sobre a natureza do cargo de juiz.
Diz que este legisla não sobre regras ou teorias abstratas, mas sim sob as
regras da realidade humana, algo concreto. Prioriza a atuação com base
naquele que adapta os métodos e princípios aos casos concretos.
Descaracteriza as falas dos juízes que o antecederam, uma pela ausência total
das leis e outra pelo uso exclusivo e estático da mesma. Menciona sua longa
vivência e experiência e faz menção à opinião pública. De um lado a maioria
esmagadora (90%) considera os 4 homens inocentes e do outro lado uma
minoria (10%) que estava diante de fontes distorcidas do caso. Entretanto
assegura que nenhum dos grupos (maioria e minoria) apontava que a melhor
decisão tomada pelos juízes seria a de condenar para então o caso ser
tramitado ao executivo. Ressalta quatro modos pelos quais os sentenciados
poderiam ter escapado da condenação: por decisão do juiz, de acordo com a
lei, que não houve crime; não fosse solicitada instauração do processo pelo
Ministério Público; absolvição pelo júri e indulto ou comutação de pena pelo
Poder Executivo. Ressalta também que os juízes não tinham que levar em
consideração a absolvição ou comutação de pena pelo executivo, dado seu
perfil rígido pela lei e muitas vezes contrário ao apelo público. Relembra um
caso anterior de um sacerdote, que um deles teria contrariado a norma vigente
e depois agredido, porém, que este teria suscitado todo aquele movimento.
Que por não haver provas suficientes sugere ter encerrado o caso. Handy
absolve os réus e na sequencia se abstém do julgamento.
Encerrados os votos dos juízes, constata-se um empate com uma absolvição,
uma condenação e duas abstenções. A sentença é confirmada e a execução
se dá às 06 horas da manhã de uma sexta-feira, dia 02 de abril de 4300.

Você também pode gostar