Você está na página 1de 5

GESTÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL DA ESCOLA PÚBLICA

INTRODUÇÃO

Desde 1988, com a Constituição Federal Brasileira, a Educação Infantil se configura


como a primeira etapa da educação básica e segundo a LDB 9394/96 em seus artigos 29
e 30, a Educação Infantil visa o desenvolvimento integral da criança em seus aspectos
físico, psicológico, intelectual e social, e será oferecida em creches para crianças de zero
a três anos de idade e em pré-escolas para crianças de quatro a cinco anos de idade.
Após essas mudanças significativas na legislação pode-se dizer que houve um processo
de “transição” para esta etapa da educação básica já que até antão era atendida pela
Assistência Social.

Ao fazer esse breve histórico, fica evidenciado o quão recente é a relação entre
Educação Infantil e educação e o quanto pouco se avançou em estudos sobre a gestão na
educação infantil, gestão essa que ao ser comparada com a do ensino fundamental e a do
ensino médio por muitas vezes é colocada em posição “menor” inclusive por
profissionais da área da educação, mas que tem suas particularidades. Neste trabalho de
conclusão de curso iremos abordar a gestão na educação infantil e suas especificidades.

JUSTIFICATIVA

Para a justificativa desse trabalho, evidencia-se o fato de que ma das autoras teve um
breve contato com a gestão de uma creche com 120 alunos de zero a três anos de idade
em tempo integral, com uma equipe de vinte pessoas (entre professoras, estimuladoras,
auxiliar administrativo, merendeiras e apoio) e que a outra autora trabalha como
professora regente em ma creche do mesmo município. Essas experiências
proporcionaram um novo olhar para a gestão. Cabe ao gestor a tomada de decisões,
desde as maiores até as mínimas e seu trabalho não se limita apenas ao pedagógico mas
também a uma infinidade de funções administrativas, além de gerir pessoas para
alcançar um objetivo maior comum a todos, o que por si só já é um grande desafio. Ao
falar sobre esse paradoxo da gestão da escola pública, Paro defendeu que um dos
determinantes que interferem no comportamento do diretor é que uma vez na direção, o
gestor concentra um poder que lhe foi dado pelo Estado e o mesmo espera efetividade
nas normas administrativas que nem sempre andam em conformidade com os objetivos
educativos. (p.43).

Outro fator preponderante é que ao pesquisar sobre o tema pude constatar que pouco foi
produzido no que diz respeito a gestão escolar na educação infantil e isso motivou-me a
escrever pois acredito que outros gestores possam ter passado pelos mesmos anseios e
dilemas que passei e não encontraram suporte teórico necessário para suas inquietações.

Os estudos sobre a gestão da Educação Infantil são poucos, e as reflexões


sobre os processos de gestão se fundamentam em pesquisas realizadas em
instituições de Ensino Fundamental e estudos teóricos sobre a
administração e a gestão que não guardam relação com a Educação
Infantil. Mesmo na bibliografia estrangeira, há poucos estudos sobre o
tema . (CAMPOS et al., 2012)

Sempre me causou certa inquietação o tratamento recebido por parte de alguns colegas
de profissão, por muitas vezes colocando a Educação Infantil em um “ lugar menor”. O
intuito deste trabalho é de evidenciar a importância do gestor de Educação Infantil e
quanto o seu fazer pedagógico tem relevância para toda uma comunidade escolar que o
cerca e or esse motivo não o vejo com menos crédito que as outras etapas do ensino
fundamental, aliás a educação infantil é a base para todas elas.

CAPÍTULO 1- GESTÃO DA ESCOLA PÚBLICA

Nesse primeiro capítulo, falaremos sobre a gestão da escola pública a partir das
legislações vigentes abordando a questão da gestão democrática na educação infantil,
considerando a coletividade e a fala das crianças. É preciso desmistificar a ideia de que
por serem menores não possam participar ativamente das decisões do ambiente escolar,
visto que todo o trabalho pedagógico é feito para eles, por esse motivo nada mais
coerente do que apreciar seus dizeres, suas vivências e sua cultura .Cabe ao gestor
entender que se faz necessário uma participação na tomada de decisões não somente
daqueles que estão dentro da instituição “ escola” mas de toda uma comunidade escolar
que é atendida pela mesma. Possibilitar a participação efetiva destes , exige um
comprometimento com as práticas democráticas, possibilitando uma premissa em que
todos estejam envolvidos e contemplados com o político pedagógico da instituição.

CAPÍTULO 2- EDUCAÇÃO INFANTIL E SUAS ESPECIFICIDADES: QUAL O


PAPEL DO GESTOR?

Nesse capítulo falaremos sobre as dimensões que permeiam a prática do gestor de


Educação Infantil . Paro (2015), defenderá que o gestor está em constante mediação
entre essas duas dimensões e que normalmente uma se sobrepõe a outra. São elas

 Dimensão burocrática
Cabe ao gestor a realização de tarefas institucionais fundamentais para o pleno
funcionamento da organização escolar, O gestor deve atender as demandas
legais do sistema educacional.

 Dimensão pedagógica
Efetivação dos processos educativos. O gestor deve estimular a equipe para uma
intencionalidade das práticas pedagógicas. Por muitas vezes a dimensão
burocrática acaba por consumir a dimensão pedagógica. Cabe ao gestor a
mediação entre ambas para bom desenvolvimento da unidade escolar.

CAPÍTULO 3- O DESAFIO DO GESTOR DE EDUCAÇÃO INFANTIL

Diante de tudo que foi abordado, nesse último capítulo retrataremos que o grande
desafio do gestor é conseguir envolver toda a comunidade escolar no processo
educativo. Todo o trabalho do gestor deve estar pautado para contemplar todas as
dimensões da gestão educacional a fim de garantir um ensino público de qualidade ara
as crianças da Educação Infantil.
“Se perguntarmos a uma criança pequena o que ela acha que quer dizer a palavra
“gestão”, provavelmente ela nos dirá que gestão quer dizer “gesto grande”. E
provavelmente os adultos que escutarem isso vão rir dela. Mas pensando bem, a
gestão tem a ver exatamente com isso: com os gestos grandes que somos capazes de
fazer.”

KRAMER e NUNES, 2007


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Constituição (1988). Constituição [da] Republica Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado
Federal.

BRASIL, Lei de Diretrizes e B. Lei nº 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996. BRASIL, Ministério da


Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental.

CAMPOS, M. M. et al. A Gestão da Educação no Brasil. Estudos e Pesquisas Educacionais, São Paulo,
Fundação Victor Civita, 2012 a.

KRAMER, Sônia; NUNES, Maria Fernanda. Gestão pública, formação e identidade de profissionais de
educação infantil. Cadernos de Pesquisa, v. 37, n. 131, maio/ago. 2007.

PARO, Vitor Henrique. Diretor escolar: educador ou gerente? São Paulo: Cortez, 2015. 128 p. ISBN:
978-85-249-2316-6. (3. reimpr. em 2018).

Você também pode gostar