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https://novaescola.org.br/conteudo/18155/bncc-na-pratica-como-garantir-o-direito-
de-explorar-na-educacao-infantil
Direitos de aprendizagem
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) estabelece seis direitos de aprendizagem para a Educação
Infantil: conviver, brincar, participar, explorar, expressar e conhecer-se. Para colocá-los em prática no
dia a dia, o professor precisa conhecer cada um deles para garantir que as experiências propostas
estejam de acordo com os aspectos considerados fundamentais no processo.
Nesta série sobre como trabalhar esses direitos, NOVA ESCOLA ouviu especialistas que falaram sobre
conviver e brincar. Agora chegou a hora de abordar o direito de explorar.
Para ela, explorar não significa meramente deixar que a criança manipule objetos e materiais. “É
necessário garantir às crianças contextos de aprendizagem nos quais elas possam aprender a partir da
exploração de diferentes materiais e objetos, mas com uma perspectiva de um processo de
investigação para que, a partir de sua ação sobre os materiais, as crianças possam dar sentido àquela
ação, às descobertas que realiza”, reforça.
Nessa perspectiva, de acordo com Ferraz, as escolas precisam garantir um cotidiano com uma
pluralidade de experiências a partir da exploração de materiais diversos, selecionados considerando os
interesses, os saberes e as necessidades das crianças sempre com a intenção de apoiá-las em seus
processos de investigações.
Outra especialista no assunto é a consultora Maria Virgínia Gastaldi. Ela diz no Guia BNCC na Prática –
Tudo que você precisa saber sobre Educação Infantil que é fundamental permitir que as crianças
explorem sozinhas diferentes materiais fornecidos pelo professor. “Não é por meio de ‘aulinhas’, em
que o professor senta na frente da sala e diz: isso é madeira, isso é isopor”, ressalta.
Na EMEI Professora Maria da Glória Mariano Santos, de São José dos Campos (SP), os pequenos
investigam o mundo em movimentos. Ao todo são 652 alunos entre 1 e 5 anos. Lá, o direito de
explorar é visto como a um convite à curiosidade, possibilidades motoras, afetivas, cognitivas e sociais,
segundo a coordenadora Cristiane Patrícia de Araújo. Os professores acolhem as experiências e
planejam ações em que as crianças possam explorar movimentos, gestos, sons, formas, texturas,
cores, palavras, emoções, transformações, relacionamentos, histórias, objetos, elementos da natureza,
ampliando seus saberes sobre a cultura em suas diferentes linguagens.
A educadora conta que os alunos são convidados, em todas as nuances do cotidiano da escola, a
experimentar o direito de explorar. Muito além de descobrir as possibilidades de um objeto
percebendo suas peculiaridades, eles exploram diferentes formas de interação com outras crianças e
adultos nas brincadeiras, possibilidades do seu próprio corpo ao pular, saltar, correr, exploram os
diferentes desafios proporcionados pelos espaços da escola. “Aqui eles exploram a combinação de
materiais, suportes e instrumentos para alimentar seu percurso criador, exploram o fazer musical com
instrumentos, objetos e sons do próprio corpo, exploram elementos da cultura, modos de viver,
gestos, textos orais e escritos, histórias, sentimentos, diálogos e manifestações”, conta.
As experiências planejadas pela equipe escolar consideram como eixos estruturantes as interações e
brincadeiras e compreendem de forma articulada os diferentes direitos de aprendizagem e
desenvolvimento de modo que não se organizam em práticas estanques, mas comprometidas com o
desenvolvimento integral das crianças.
Foto: Getty Images
A seguir alguns exemplos trabalhados pela EMEI Professora Maria da Glória Mariano Santos:
Crianças de 1 a 3 anos
Aprendizados
- Ampliação do modo de perceber a si mesma e ao outro;
- Construção da identidade pessoal, autonomia, senso de coletividade;
- Ampliação de movimentos como pular, correr, andar pelos ambientes, manusear os
materiais presentes neles;
- Ocupação dos espaços em todos os seus planos e possibilidades;
- Manipulação, observação, imitação, análise dos materiais sob diferentes
perspectivas, percepção de como o outro interage com os objetos;
- Escuta de histórias;
- Imitação de gestos, movimentos de leitura, situações de escuta;
- Ampliação do repertório de brincadeiras da cultura oral.
CRIANÇAS DE 4 A 5 ANOS
Aprendizados