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Jurisdição e Competência

Substitutividade – o trânsito em julgado torna o processual material. Quando se tem o Trânsito em


Julgado há uma única possibilidade de alteração de sentença, a revisão criminal, desde que em benefício
do réu.

Princípios da Jurisdição
Inércia – O Estado-juiz não pode de ofício propor uma ação, até por conta de sua imparcialidade. A parte autora
da ação é quem precisa entrar com a demanda.

Imparcialidade – O juiz não pode tomar lados, até porquê é ele quem vai resolver a lide. Por ter o monopólio da
jurisdição, precisa estar igualmente separado das partes do processo.

Indeclinabilidade – O magistrado não pode negar a jurisdição, ou seja, ele não pode ficar inerte em relação ao
exercício do direito da ação, e tampouco pode delegar a outro o dever de julgar.

Indelegabilidade – Não pode delegar o seu trabalho a outra pessoa.

Investidura – A função jurisdicional é somente exercida por quem é habilitado

Vitaliciedade – é a característica que impede que o cargo do magistrado seja tirado dele. Nem que seja condenado
por corrupção, com trânsito em julgado, nesse caso ele é colocado em disponibilidade (remunerado), não sendo
alvo de interferência de caráter político. Ela é constituída para beneficiar todos os juízes que não se corrompem,
não para os poucos que se corrompem e acabam sendo amparados pela disponibilidade. No Processo Civil há uma
Ação Civil de Perdimento de Cargo, mas é benéfica ao magistrado por ser um processo extremamente moroso
(tem que ter iniciativa de ajuizamento dessa ação).

O juiz não entra na carreira em situação vitalícia, no início ele passa por um período de 2 anos em que não é
amparado por ela, por falta de afinidade com a carreira. Tem direito de defesa, mas a pessoa pode sair da carreira
por um processo administrativo.

Inamovibilidade – é a garantia das garantias. Se o juiz não quiser sair da localidade onde ele se tornou juiz, após o
período em que era substituto (2 anos de “experiência”), ninguém pode tirar ele de lá. Como se movimenta na
carreira? Se quiser cargo em determinado lugar e tiver uma vaga, se for o candidato mais antigo, a vaga é dele.
(Ex. Moro, se não tivesse essa garantia já teria sido removido de Curitiba).

Irredutibilidade de subsídios - O juiz não pode ter preocupação econômica, por isso o seu subsídio (“salário”). Em
88 passou a ser estendida para todo o funcionarismo público. Essa irredutibilidade é formal e não real, ou seja,
não há reajustes de acordo com a inflação (por exemplo).

Proibições (CF/88 – Art. 95. parágrafo único)


Percepção de verbas – juiz não pode receber custas de processos.
“Quarentena” – o juiz que se aposenta fica impedido de exercer a advocacia no tribunal ou vara onde trabalhava
durante o período de 3 anos, isso evita o tráfico de influência.

Exercício de cargo ou de função – magistrado não pode exercer outra função que não a magistratura, exceto a
função de magistério (em uma universidade apenas, por conta da carga horária – 20hrs aula).

Competência
A determinação da competência, conforme o art. 69, se dá de sete formas:

̃ : II – o domicílio ou residência do réu; III – a natureza da infração; IV – a distribuição; V –


“I – o lugar da infraçao
a conexão ou continência; VI – a prevenção; VII – a prerrogativa de função”.

Teoria da Ubiquidade – É considerado o local do crime tanto o local da conduta delituosa como o local de
produção do resultado – facilita na colheita de provas.

Hipótese – E se o caso começa a execução em território nacional e a infração se consuma no exterior?

 Neste caso usamos o artigo 6º do CP, que aborda a teoria da ubiquidade, que o considera-se praticado o
crime no local onde ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou
deveria produzir-se o resultado. Ex. o indivíduo monta uma bomba no Brasil e manda para o Estados
Unidos, que daí vem a explodir na casa de alguém. O Brasil tem competência para reprimir esse delito,
sendo aplicada a lei penal brasileira. Mesma coisa se acontecer o contrário.

Aplicação da lei processual penal em relação ao

 Tempo – se aplica imediatamente, a partir de sua entrada em vigor, mas, existe a ressalva que se o
dispositivo processual disser a respeito à prisão ou liberdade, não poderá retroagir, exceto em benefício
do réu.

Se o dispositivo processual novo contiver algum mandamento que pertença ao direito material e
igualmente ao processual, deverá seguir a regra do direito penal e não retroagir, para que prevaleça o
entendimento mais garantista.

Ex. Lei que não exige mais a representação da vítima para o processo de um determinado crime,
transformando a ação penal pública condicionada em incondicionada.

Lei processual que altera a competência para o julgamento de determinado crime – pensamento
majoritário: tal alteração poderá ser imediatamente aplicada, inclusive para os processos em
andamento com a consequente transferência destes para a nova vara criada ou a que teve sua
competência alterada.

 Espaço – A lei penal poderá alcançar fatos ocorridos fora do Brasil, a lei processual por outro lado não
tem essa força e somente poderá ser aplicada em território brasileiro, ainda que o ato processual deva
ser praticado fora do território em função de processo penal que tramita pelo Brasil.

Artigo 7º CP. – Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no Estrangeiro

I – Os crimes

a) Contra a vida ou liberdade do Presidente da Republica


b) Contra o patrimônio ou a fé pública da União, DF..
c) Contra a administração pública, por quem está a seu serviço
d) De genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil
....

 Pessoas – Representantes diplomáticos não estarão submetidos à lei processual penal brasileira. Incluí
também, além do embaixador, os membros da família, os membros do pessoal administrativo e o técnico
da missão.

Nunca serão processados criminalmente em solo nacional, então não estão sujeitos à prisão processual,
ou qualquer outro ato processual, como citações e intimações para servir como testemunha.

Locais da missão diplomática são invioláveis, bem como a casa dos agentes diplomáticos, e os agentes do
Estado acreditado não poderão neles penetrar sem o consentimento do chefe da missão.

Algumas dessas prerrogativas estendem-se aos consulados e representantes consulares, como a


inviolabilidade dos locais consulares. Os funcionários e os empregados consulares não estão sujeitos à
jurisdição criminal pelos atos realizados no exercício das funções consulares, mas poderão ser
processados por crimes comuns.

Representantes políticos – também possuem algumas prerrogativas: a) Presidente jamais será preso
provisoriamente, b) deputados federais e senadores são invioláveis por suas opiniões, palavras e votos,
e não serão presos salvo se em flagrante por delito inafiançável.

Fase Pré– Processual


Persecução Criminal – Estado tem o dever ou atribuição para investigar o fato
Dever -> nas infrações públicas, pois afetam interesses de maior relevância à sociedade.

Atribuição -> delitos condicionados à representação da vítima, ou privados por afetarem muito mais ao interesse
íntimo do ofendido.

Persecutio Criminis = esforço despendido pelo Estado para investigar e processar o suposto autor de
uma infração

Fase Investigatória
 Polícia
o Atividade administrativa: Departamento Estadual de Trânsito, etc
o Judiciária: Investiga infrações e realiza demais diligências

O Delegado é uma autoridade administrativa. Os procedimentos executados pela polícia Civil também
deverão ser considerados procedimentos administrativos

 Notícia do Crime – Conhecimento ou a comunicação de uma infração penal à autoridade. Em alguns


casos, a comunicação será obrigatória, por exemplo, funcionário público, médicos e profissionais
sanitários, que no exercício da função tiverem conhecimento de crimes de ação penal pública
incondicionada.

Não se admite a “denúncia anônima” como causa exclusiva do início da persecução criminal.
Essa afirmação vem corroborada pelos dispositivos penais apostos nos Arts. 339 (denunciação
caluniosa) e 340 (falsa comunicação). Ao aceitar o anonimato, essas condutas ficariam impunes
e serviriam de fomento para vinganças mesquinhas.
De posse de uma notícia crime, a autoridade policial dispõe de 2 procedimentos legais para a sua
apuração: O inquérito policial e o termo circunstanciado.
 Inquérito – Investigação/ apuração do fato criminoso. O mais comum é o policial.
o Inquérito Judicial – Presidido por uma autoridade judicial (magistrado, desembargador ou
ministro). Se houver indícios da prática de crime por parte de magistrado, autoridade policial,
civil ou militar, remeterá os autos ao Tribunal de Justiça, para o prosseguimento da investigação
que será presidida por um relator sorteado, dando-se ciência ao Procurador-Geral de Justiça. Se
a infração envolver magistrados, as investigações serão presididas pelo Corregedor-Geral da
Justiça
o Inquérito Ministerial – Conduzidos por membros do MP, ou pelo Procurador-Geral. Se durante
a apuração de um fato criminoso ficar evidenciado a participação de um dos membros do MP,
os autos que incialmente eram presididos por uma autoridade Policial serão remetidos ao
Procurador-Geral de Justiça para prosseguimento.

O MP pode realizar investigação direta, que poderá ocorrer de forma autônoma


relativamente ao IP.
 Inquérito Militar – executado nos moldes do IP. Tem sua razão na investigação das infrações previstas
no CPM. Lembrando que excepcionalmente nos casos de homicídio praticado por militar contra civil, os
autos de inquérito militar serão encaminhados à justiça comum.
 Inquérito Parlamentar – É o IP conduzido pela Casa Legislativa Federal sempre que acontecer um crime
no interior de suas dependências.
 Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) – Investigações realizadas por comissões compostas por
parlamentares, de uma ou mais casas legislativas, de importância para o exercício das atividades
parlamentares.
 Inquérito Civil – Instauração de um procedimento de natureza civil, pelo MP, para apuração de fatos
danosos ao meio ambiente, consumidor, a bens e direitos de valor artísticos. A consequência será uma
ação civil pública para pleitear o ressarcimento dos danos causados.
 Inquérito Policial – Apuração da verdade. Deve acompanhar a denúncia ou queixa-crime
sempre que servir de base para uma ou outra. A condução cabe ao Delegado. Tem natureza
inquisitória, então as provas ou indícios não serão submetidos ao contraditório. Procedimento
administrativo policial, de caráter sigiloso e inquisitório

Teoria dos Poderes Implícitos – Prega que a atribuição constitucional de direitos/deveres abrange a
correspondente atribuição de capacidade para o seu exercício. Todos os meios adequados a executar
um poder constitucional estão nele implicitamente abrangidos. Assim, se a Constituição Federal
outorgou ao MP a titularidade privativa da ação penal pública, teria também lhe atribuído a
competência de empreender investigações a fim de instrumentalizar e otimizar o oferecimento da
denúncia.
O IP não é um meio indispensável para a propositura da ação penal, podendo o MP
embasar sua denúncia em outros elementos informativos.

Prazo:
o Crimes Públicos – Assim que tiver noticias
o Privado/Condicionado – prazo previsto em lei 6 meses

Ainda

Jurisdição Estadual:
 Indiciado solto: 30 dias
 Preso provisoriamente: 10 dias
 Auto de prisão em flagrante: 10 dias
 Crimes relacionados a drogas: 30 dias (preso) e 90 (solto)

Jurisdição Federal:

 15 dias preso e 30 em caso de solto

Requisitos:

 Conduta típica
 Identificar a natureza da ação penal: condicionada e incondicionada

Como ocorre na ação penal, o IP também não poderá ser iniciado sem a autorização
expressa do interessado. Nos crimes condicionados, deverá haver representação ou a
requisição do Ministro de Justiça.

Nos crimes privados, será imprescindível um pedido expresso do ofendido

Formas de Inicial um IP
i. De ofício – Policial recebe a notícia e então instaura o IP. A notícia-crime poderá ser levada
diretamente pela vítima, ou então quando a imprensa informa.
ii. Por requisição do ofendido – Ação pública condicionada, a requerimento terá validade de
uma representação. Na ação privada, o requerimento será a peça inicial que autorizará o
início das investigações

Nos casos em que a vítima é menor de 18 anos, o prazo decadencial de 6 meses


começa somente a correr do dia em que completar 18 anos, antes disso, o seu
representante legal poderá requere-lo.

A autoridade policial ao apreciar o requerimento formulado e decidir pela


necessidade ou não da instauração do inquérito, deve motivar a sua decisão, pois
eventual indeferimento do pedido comporta recurso.

O governador do Estado é a última instancia em relação ao ilícito civil – abaixo está


o secretário de segurança pública que tem como subordinado o Delegado Geral de
Polícia

O recurso que indeferiu o requerimento de abertura do IP será dirigido ao Chefe de


Polícia.

Preciso de Advogado?
 A doutrina em geral diz que sim, mas o próprio ofendido pode
proceder ao requerimento, e também pode recorrer ao
indeferimento.
iii. Prisão em Flagrante – O auto de prisão era a peça inicial do Inquérito
iv. Apresentação Espontânea
Providências no Inquérito – Delegado deverá utilizar-se das medidas legais que lhe são conferidas pelo
CPP para coletar elementos mínimos de convicção para uma ação penal.

1. Comparecimento ao local dos fatos – polícia preserva as evidencias até a chegada dos peritos
2. Apreensão de Objetos – Objetos apreendidos vão acompanhar o IP. Objetos ou imóveis pessoais do
acusado deverão ser sequestrados, arrestados ou hipotecados.
3. Colher todas as provas que servirem para esclarecimento do fato
4. Oitiva dos envolvidos – comparecimento é compulsório, e tem direito do silêncio.
A presença de um advogado no interrogatório é uma forma direta de manter a legalidade. O Advogado
não pode interferir no interrogatório, mas pode se manifestar sobre o modo pelo qual o ato vem sendo
realizado.

Todas as perguntas formuladas devem estar consignadas no termo do interrogatório, porque tanto o
silêncio como a confissão podem ser parciais. Por exemplo, admitir um fato e negar uma qualificadora.

No aspecto formal, existe expressa previsão legal da assinatura conjunta de duas testemunhas que
tenham presenciado, ao menos a leitura do auto.
5. Reconhecimento de pessoas e coisas
6. Acareações – Esclarecer pontos duvidosos e controversos entre depoimentos, declarações e
interrogatórios.
7. Requisitar exames técnicos – espécie de prova, feita pela perícia técnica, que deve ser requisitada ainda
na fase investigatória.
8. Identificação, individualização do indiciado e formal indiciamento – 2 figuras no curso do IP: O
declarante e o indiciado. Ambos não coexistem simultaneamente no inquérito.

Declarante – papel ainda não estabelecido na investigação. Ex. o indivíduo que foi visto saindo da cena
do crime logo após a ocorrência será ouvido como declarante. Pode ser tanto testemunha como o próprio
autor.

Ato Formal de indiciamento – ato de qualificação, interrogatório, identificação dactiloscópica e resumo


da vida pregressa.
O delegado precisa fundamentar a decisão de “indiciar” o suspeito.
Juiz e o MP não podem indiciar.
Não dá para indiciar logo após o recebimento da denúncia.
Se o indiciamento atingir um servidor público e se der em razão de lavagem de ativos, pela lei, o mesmo
será afastado do cargo sem prejuízo da remuneração até que o juiz competente determine o seu retorno.
No caso de promotor, a investigação será feita pelo Procurador-Geral.
9. Reprodução simulada dos fatos
10. Acesso a dados cadastrais mantidos pela Justiça Eleitoral, empresas telefônicas, Cartão de
créditos...

Diligências Em outras Comarcas – pode-se executar tais medidas sem requisições.


Prazos – pode variar de acordo com a competência.
Conclusão – Delegado elabora um minucioso relatório do que tiver sido apurado.
Destino do Inquérito – Depois de concluído, os autos serão remetidos ao Juiz competente.
 Ação Privada -> Cartório Judicial pela iniciativa do ofendido em propor a
queixa-crime
 Ação Pública -> Delegado encaminha para o MP, titular da ação penal, para
que se manifeste a respeito.

...então o MP pode:

1. Requerer o retorno dos autos à delegacia de origem – apenas nos casos em que o oferecimento da
denúncia por parte do promotor não puder ser concretizado pela ausência de diligências imprescindíveis.
2. Oferecer a denúncia
3. Requerer o arquivamento – Se mesmo após as investigações não existirem indícios suficientes de
autoria e materialidade, o promotor requererá o arquivamento dos autos que somente serão
desarquivados em caso de novas provas
a. Se o Juiz não concordar com o arquivamento: então deverá enviar os autos ao Procurador-Geral
de Justiça. Caso o PGJ discorde do arquivamento, então outro promotor será designado.
4. Não oferecimento da denúncia em casos de investigação sobre organizações criminosas – delação
premiada

Termo Circunstanciado
Procedimento célere e calcado na oportunidade e reparação civil do dano.

No lugar do auto de prisão em flagrante e do consequente IP, surge o termo circunstanciado.

Procedimento investigatório de elaboração imediata e conteúdo mitigado. Serve para infrações de


menor potencial ofensivo (pena de até 2 anos).

Quem faz o termo é o delegado.

Providencias: Policial sabe do crime, fará então um resumo dos fatos. A peça inicial terá toda a fase
investigatória.

Destino: Após a lavratura do termo, a lei determina o seu encaminhamento ao Juizado juntamente com
o autor e a vítima.

Verdade Real - A verdade real é uma garantia subjacente ao processo, não estando positivada em
nenhum artigo de lei. O processo penal, através da doutrina que criou os processos pautados na lei,
criou a verdade real, a mais fidedigna do que aconteceu na realidade. É aquela que pode ser
compreendida e evidenciada na análise da prova.

Alcance do processo penal

Diferença entre verdade real e formal - No caso do processo civil, pode acontecer de o processo ser
procedente e o juiz dar ganho de causa ao autor por revelia, por cuidar de casos de causa econômica,
aceita a verdade formal (aquela que não se pode dizer que é realmente verdadeira). No processo penal,
isso não é aceito. O réu deve se apresentar para defesa, constituir advogado (réu citado por edital que
não se apresentar e/ou não constituir advogado - silêncio do réu - o processo deve ficar suspenso - CPP,
art 366). No processo civil, o juiz não precisa necessariamente analisar a prova, é uma presunção (pena
de confesso - ele presume a confissão por conta do silêncio).
Prova e processo criminal
No processo penal a verdade deve ser fundamentada na prova e reproduzida em juízo. Deste modo, a
prova é indispensável.

Espécies de Prova
1. Oral

• Prova testemunhal - de acusação e defesa. Não existe permissão para subjetivismo (ou ela sabe
ou ela não sabe) e se a testemunha mente em juízo pode ser inclusive presa por falso testemunho (CP
Art.342). Depoimento só quem presta é testemunha.

• Esclarecimentos de peritos - o laudo deveria estar perfeito e não deixar dúvidas, mas se o
promotor, o defensor ou o juiz tiverem dúvidas, o perito pode ser intimado a esclarecer eventuais
dúvidas acerca desse laudo.

• Interrogatório - é a fala do réu (na fase de investigação também é interrogatório).

2. Documental- documentos que importem ao processo. Duas falsidades clássicas em documentos


(material - o documento em si é falso, contrafação/ ideológica - o conteúdo do documento é falso, mas
a materialidade dele é verdadeira). Essas questões que fazem com que o juiz tenha de parar o processo
para resolver a questão e só depois dar seguimento ao julgamento, são as as questão prejudiciais (elas
impedem o andamento do processo).

• Baseada em documentos públicos - a presunção de veracidade é sempre deles.

• Baseada em documentos privados

3. Pericial - demanda uma reflexão bastante complexa. É realizada através da polícia científica,
formada por peritos criminais. No Instituto de Criminalística é que é formulada essa prova, feito de
forma departamentalizada (laudo químico, laudo necroscópico, exame de corpo de delito). A prova
pericial tem, impreterivelmente, de vir desse instituto. As partes podem chamar um assistente técnico
para acompanhar o serviço do perito e emitir um parecer técnico, não um laudo. Perícias do processo
criminal são gratuitas.

PROIBIÇÃO DA UTILIZAÇÃO DE PROVAS ILÍCITA (Art 5º, LVI, CF/88)


É proibida a utilização de prova ilícita - não há margem à interpretação.

Prova ilícita é aquela que não é prestigiada pelo ordenamento jurídico.

Onde a CF não conceituava, o Art. 157, CPP (ano 2008) discorre, mas ainda assim a CF vale mais. Ele criou/trouxe
para o Brasil a teoria da ilicitude por derivação - teoria da proibição do uso, ou da árvore envenenada - se ficar
demonstrado que, na origem, houve uma ilicitude, todas as outras provas em decorrência dessa origem são
consideradas ilícitas. Ressalvou algumas provas naquilo que ele chama de fonte independente.

Coisas protegidas por Reserva de Jurisdição (prisões cautelares, interceptação telefônica, quebra de sigilo
bancário) - só podem ser obtidas mediante autorização/ordem judicial - fase de investigação policial.

Prova ilegítima - quando tiver um vício formal, ela é passível de utilização. Quando acontece uma interceptação
telefônica por muito tempo e o juiz determina a cessação que há um delay entre a decisão dele e o corte da
operadora. a prova não é ilegal, é ilegítima. É muito mais fácil de validar.
Sentença
Requisitos da sentença (Art. 381, CPP) Lei 9099/95

• Relatório - é o primeiro momento da sentença, onde o juiz não expressa nenhum juízo de valor, apenas
encaminha o andamento do processo. Ao relatar, ele encaminha o sentido lógico da sentença. Se não tiver
relatório, o resultado é nulidade e a sentença deverá ser refeita.

• Fundamentação - é impregnada da convicção do magistrado, é onde ele faz a interpretação fática da


prova e traz informação do Direito Positivo, da Doutrina e da Jurisprudência. De onde ele está extraindo os fatos
que embasam sua decisão. Se falta a fundamentação, a sentença é nula.

• Parte Dispositiva (Decisão) - é a parte onde o juiz realmente resolve o conflito. Se falta a parte dispositiva,
fere o princípio da indeclinabilidade da prolação de sentença ou da prestação da jurisdição, não há solução da lide.

Teoria geral das nulidades


"Pas de nullité sans grief" >> Não há nulidade sem prejuízo, ou não há nulidade sem que se demonstre o prejuízo.

Arts. 563 ss, CPP - Se o acusador/defesa não tiver prejuízo com a prática do ato processual, não se anula ele.

No processo não existe decretação de nulidade se não houver demonstração de prejuízo.

A parte que tiver dado causa do prejuízo, não pode arguí-la em seu proveito (ninguém pode se beneficiar da própria
torpeza)

O juiz não irá decretar uma nulidade para mandar refazer um ato se ele não for influenciar na solução do processo,
ele é pragmático. Ele dará um indicativo de que o ato processual não trará

O júri é uma regra oposta, por ser formado por jurados leigos (eles são influenciados).

No processo penal, não se anulam os atos imperfeitos quando estes não prejudicarem a acusação ou a defesa e
quando não influírem na apuração da verdade substancial ou na decisão da causa.

Há momentos em que este preceito pode ter seus efeitos minorados, como é o caso do Tribunal de Júri, em que
o controle do juiz sobre um Conselho de Sentenças de leigos é fundamental para que exista justiça de direito e
não de fato.

O princípio é conhecido no Brasil como "Instrumentalidade das formas", ou seja, para que haja nulidade, o ato
processual deve ter capacidade de causar prejuízos aos interesses processuais das partes. O art. 564, CPP traz um
rol de situações que podem levar à nulidade do ato, porém, se não for confirmado que ele vai trazer prejuízo a
uma das partes, não há que se pensar em anulá-lo.

Art. 563, CPP. Nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou para a
defesa.

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